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Mostrando postagens de novembro, 2018

Não economize sorrisos, nunca!

Por Gilvaldo Quinzeiro Em tempo de sorrisos largos apenas nos outdoors, e de cara feia estampada por todos os lados da realidade, ter olhos para apreciar o seu próprio sorriso é não se deixar capitular pelos espelhos falsos dos outros. Não nascemos sorrindo, é verdade, mas somos nós os responsáveis pelos desenhos futuros em nossa face. Que Deus nos livre dos dias em que um sorriso nos venha apenas como vaga lembrança feito a capricho na ponta do lápis! Não economize suas gargalhadas agora, mesmo que no seu exato momento não tenha ninguém ao lado para gargalhar também, pois, mais tarde, as lágrimas poderão lhe custar mais caro, ainda que cercado por tanta gente! Um bom domingo a todos!

O retorno e suas sequelas

Por Gilvaldo Quinzeiro Não há como seguir em frente sem retornar “as pedras” de todos os dias do caminho.   O nosso ponto de chegada, contudo, por mais longínquo que seja, não impede que para aquelas, as pedras, o eterno retorno é o que as mantém em si mesmas. As vezes o tropeçar é exatamente o que nos faz ressignificar a caminhada e valorizar o silêncio das pedras, que, se questionadas, poderiam até mesmo nos dizer que o lugar que ocupamos agora , a despeito das muitas raladuras,   é o mesmo que nos mantém fixo, e, se   perdemos de vista o caminhar, poderemos acabar do mesmo jeito que elas, as pedras,   petrificado!

O poço

Por Gilvaldo Quinzeiro Não há poço mais profundo e sem saída, senão aquele em que se cai todos os dias: em nós mesmos! Que conclusão assustadora, não? Sim. Porém, o mais assustador é a mesmice com que desviamos do caminho, que nos levaria ao fundo desse poço!   Entretanto, por ‘conforto’ nos afogamos com a primeira imagem nossa, que brota à superfície, tal como fizera Narciso. Este é o preço a pagar pelos artificiais sorrisos!

As mudanças: assim na Terra como nos Céus?

Por Gilvaldo Quinzeiro Do jeito que as coisas marcham, os homens não mudarão mesmo! Um caso perdido?   Mudaram-se as cavernas, mas não a rapidez com que nos aprisionamos a elas. Mudaram-se os meios de comunicações, até os múltiplos jeitos de passarmos os ‘recados’, mas não apressa com que somos alcançados pela solidão! Nunca a solidão fez tantas vítimas quanto nos dias atuais. Meu Deus! Já os céus, estes não demorarão em serem outros! – o sol que se cuide, pois, não tardará seu escuro? Os astrônomos ao varrem os céus com seus potentes telescópios, nos últimos dias, constataram     assombrosas e indigestas descobertas, como a mais recente - um gigantesco buraco negro no centro da nossa galáxia – uma espécie de cobra bem debaixo do nosso tapete! Isso sem falar em ‘estranhos comportamentos’ nos já conhecidos planetas, a exemplo de Marte, de onde se avistou uma enorme coluna de fumaça – erupções vulcânicas? Mas os vulcões de lá já não foram extintos? O que está provocando i

A conjuntura e a descompostura

                    Por Gilvaldo Quinzeiro É claro que o novo Presidente ainda não tomou posse. Há que se esperar pelo acontecer das coisas. Entretanto, já é visível o seu atordoamento (?). Quase uma espécie de “onde eu vim amarrar o rabo da burra”. Um acordar tardio para a complexa realidade brasileira – será? Sinal de que “jogou uma manga verde para colher a madura” – será? O retorno dos médicos cubanos, em virtude da “fala ameaçadora do Presidente eleito”, é no mínimo algo a se lamentar, especialmente por parte da população mais desassistida, a mesma que antes era atendida pelos médicos cubanos. Falar em mudança no Brasil, dando sinais de prescindir das relações dos países, com os quais o Brasil teve boas relações, como é o caso de Cuba, é no mínimo perder de vista o contexto da política externa e sua formatação na atual conjuntura mundial. E mais do que isso, é desconhecer a gravidade da situação interna, principalmente, no que tange a área da saúde (?). T

Pensando acerca da alma cabocla

Por Gilvaldo Quinzeiro Parafraseando um velho ditado caboclo. “Deus dá a farinha, mas a cuia, temos que tomá-la das mãos do diabo, pois, este insiste em tirá-la de nós”.   Ora, vamos agora teorizar sobre esta frase. Pois bem, a cuia é feita da cabaça. A cabaça, no imaginário caboclo, contém uma ‘inscrição’ feita pelas mãos puramentemente humanas, a boca. Logo, esta, a boca da cabaça, é prenhe de imperfeições – é aqui que o diabo aparece! Diz-se que a boca da cabaça é a única obra não feita por Deus! Pensar sobre isso é ir além. É ‘pesca’ a alma cabocla. O dito acima não deixa nada a desejar ao mundo grego, em especial, ao trágico, ao humano, e de modo especial, ao sofrimento de Prometeu por ter dado fogo aos homens. Mas voltando a farinha. Como imaginar que a mandioca, a matéria-prima da farinha, que é potencialmente um veneno, possa ser transformada em alimento? Eis aqui a mesma arte, que transformou a água em vinho? Como não se referir a ‘alquimia cabocla’? As c

O estranho espelho dos novos tempos!

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Por Gilvaldo Quinzeiro Bem, os novos tempos são tão difíceis e estranhos, quanto um “jumento falando na praça aos transeuntes”, isto é, não se sabe quem é o mais burro, se os que falam ou os que se calam. Contudo, o mais estranho é como de uma hora para outra, a racionalidade se tornou tão puída, e sem alcançar às profundezas das grandes questões! Das linguagens, a única não corrompida, é dos sonhos, falta-nos, porém, quem os interprete! A propósito, nestes dias, vi como nunca, tanta gente recorrendo a Sigmund Freud (1856 -1939) numa volúpia para dar explicações ao ‘desmanche’ de todo um quadro tido antes como civilizatório. Ora, este é o paradoxo de toda civilização – matar o que lhe convém, e ressuscitar o que lhe proverá de luz, conquanto, este também tenha sido morto nas mesmas condições de escuridão de agora.     Ocorre, entretanto, que Freud à sua época, teve a coragem de ir ao seu próprio inferno, o que contrasta hoje com que ninguém queira deixar a sua zona