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Mostrando postagens de novembro, 2019

A culpa como ferramenta para uns, e adoecimento para outros

Por Gilvaldo Quinzeiro A culpa é por si mesma causa de muitos sintomas e adoecimentos. Aliás, o sentimento de culpa é por demais avassalador, e o mais complicado é que sentir-se culpado não significa necessariamente ter praticado o crime ou as reais causas deste sentimento, isto é, trata-se pois, de algo bem mais complexo -   uma espécie de tendência filogenética. Entretanto, encontrar o culpado a qualquer custo, não alivia em nada aquilo que em nós pode já estar apodrecendo, e, como não assumimos que tal condição possa está se passando conosco, então, nos apressamos em apontar o dedo para o outro. Ora, numa época em que, assim como na Idade Média, a ‘peste negra’, que destruiu milhões na Europa, não pôde ser explicada, senão nos limites epistemológicos daquele tempo, então, apressou-se em culpar os hereges – aquele que sempre será o outro ou o diferente. Assim também são os tempos atuais. Hoje, assim como no passado, as preces e as pressas se fundem cada vez mais enqu

Uma alteração no eixo do tempo

Por Gilvaldo Quinzeiro Pelo andar da carruagem, nota-se bem que uma roda perdeu seu eixo, e a viagem cujos caminhos e paisagens já eram conhecidos, revelam também a face do abismo. Neste ínterim, os passageiros começam a perceber tudo estranho, incluindo as velhas faces antes conhecidas por todos. O anunciado acima parece uma introdução de um romance de suspense. Todavia, trata-se mesmo de uma reflexão acerca das mudanças de ordem cosmológicas que ora vêm ocorrendo, ao menos na visão dos telescópios, alguns viajando pelo espaço, outros fincados aqui na Terra, e que ao nosso ver, altera todos os ‘eixos’ que sustentavam a roda do tempo. Recentemente para o assombro e deleite dos astrônomos, uma estrela foi arremessada para fora de um buraco negro, em uma velocidade absurda, e que segundo versão dos observadores, tal é a velocidade que a estrela jamais retornará. Para sorte desta estrela, que foi batizada de S5-HVS1, graças a um ‘espirro’ do buraco negro, não foi por este d

Uma nova cruzada na América Latina?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os povos antigos como os maias e egípcios quando desejavam compreender para além do seu ‘terreiro de casa”, olhavam para os céus no afã de decifrarem os engenhos celestes. De sorte que quaisquer alterações percebidas por estes, era um claro sinal de que também deveriam assim proceder no plano terráqueo. Ora, antes de iniciar quaisquer cruzadas, uma nova já está em pleno andamento, se faz necessário no mínimo consultar os céus – mas a questão é o que são ou onde estão os céus hoje? A clara influência do movimento evangélico, alguns de caráter fundamentalista, hoje na América Latina, é cada vez mais patente e incontestável. O que merece uma atenção e um estudo mais apurado deste fenômeno. Nas últimas campanhas presidenciais no Brasil, seja no eleitorado, que acompanhou Marina Silva, seja, na mudança de discurso dos candidatos por conta da força evangélica, incluindo o de Dilma Rousseff, foi muito sintomático. A eleição de Jair Bolsonaro, então,

Aprendendo com os estoicos a enfrentar os desafios de hoje

Por Gilvaldo Quinzeiro Nestes últimos dias, eu estive ouvindo, lendo, pensando e visitando os estoicos. Ou seja, Marcos Aurélio(121-180), Sêneca (4 –a.C – 65), Epiteto (50 – 135), os pilares do estoicismo romano – filosofia da moral e do bom viver – uma lição para a vida diária, digamos assim. Aliás, nestes tempos marcados pela brusca falta de rumo e de sentido, se alimentar da sabedoria dos estoicos é quase uma obrigação!   É como avistar um oásis em pleno deserto! Marcos Aurélio, foi um imperador romano em um momento de grave crise política e social. Escreveu para si mesmo como se fora um diário, porém, se hoje estamos falando dele aqui é na condição de filósofo, ou seja, os seus escritos ainda que na sua intimidade de lagrima e sangue, tornaram-se lições para todos e por toda uma vida. Um a lição que pode servir a um simples chefe de família ao chefe de uma nação. Sêneca, foi uma espécie de conselheiro da Nero. Mas depois, com a loucura de Nero teve que cometer sui

O peso da liberdade de Lula em a cena do próximo capítulo

Por Gilvaldo Quinzeiro Em que pese a ‘enxurrada de críticas’ que se possa fazer a Lula e a sua liberdade, não se pode negar, entretanto, a sua capacidade de articulação e liderança política.   E mais do que isso, entra em cena, um ator de peso e que poderá dar uma nova narrativa ao nosso atual momento político. Lembremos que nestes dias de prisão, um ano e alguns meses, Lula possa ter aproveitado para, entre outras coisas, se repensar e se refazer ou não. Contudo, esta é uma das expectativas: Que Lula voltou às ruas? Ou como as ruas receberão Lula? Em outras palavras, com o Lula livre começa de fato um novo capítulo do nosso trágico e cômico teatro político – uma prova-de-fogo não só para o próprio Lula; como também     para o atual governo, no sentido deste saber digerir ou não o novo cenário que ora se inicia, bem como para a nossa Democracia. O peso da liberdade de Lula é também um desafio aos pilares da nossa Democracia.   Democracia esta que nos últimos dias foi a

A Democracia: por que diabos alguns querem seu fim?

Por Gilvaldo Quinzeiro A Democracia enquanto forma de governo nunca será um ambiente ‘bom e adequado’ para quem não possua maturidade para ouvir as opiniões contrárias as suas e nem para quem não tenha o poder da argumentação, apelando, então, para o uso da força no sentido de impor a sua ‘verdade’. Ou seja, os verdadeiramente fracos temem à Democracia assim como o ‘diabo teme a cruz’!   Em Atenas, berço da Democracia, os cidadãos eram ensinados desde crianças a lidarem com o contraditório, daí a importância do estudo da retorica, entre outras. A força aqui era da persuasão, do argumento! É claro que a Democracia ateniense tinha suas limitações e defeitos como, por exemplo, a exclusão da maioria da população da vida política. Entretanto, não podemos deixar de reconhecer o grande salto dado pelos atenienses em comparação as outras formas de governo. Em outras palavras, se ruim com Democracia, pior sem ela! Principalmente para os menos favorecidos, que é exatamente a m