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Mostrando postagens de 2020

Siga em frente!

 No circo da vida , não sorrir para si mesmo, não vibrar com as pequenas conquistas;  além de não se portar  como um autêntico vencedor ,  é  ignorar a corda bamba, que se descortina  para o próximo passo. E  tropeçar ou cair não significa necessariamente, permanecer no chão, mas são cenas do mesmo espetáculo! As vezes, como um acrobata, “mergulhar de cabeça” é pisar firme  no chão;  não importando a frieza dos aplausos. Na vida vale o que fazemos com vida! Os aplausos? Ah! Os aplausos! Estes têm que ser encarados sob a ótica das nossas raladuras , ou seja, que não nos façam esquecer dos nossos duros começos! Ufa!  Não se desconcentre! Lembre-se de que o seu  próximo passo é também na mesma corda bamba! E tropeçar ou cair é parte do nosso permanente levantar! Enfim, você é vitorioso por ser o grande artista de si mesmo! Aplauda-se! Se você chegou até aqui é porque venceu! Parabéns! Que o novo espetáculo comece,   meus caros leitores  ! Um Feliz 2021! Abraço. Gilvaldo Quinzeiro  

O mundo, as utopias e as fogueiras das novas inquisições

  Por Gilvaldo Quinzeiro O mundo está despido de quaisquer utopias. Os ideias de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” foram triturados pelos duvidosos engenhos que nos criaram uma falsa sensação de bem-estar; bem-estar este que contrasta-se nas costas da cruel realidade vivida por outros.   Em pouco tempo sentimos o que é viver em ‘carne viva’.   Os pilares que antes sustentavam a civilização, hoje são como ‘tecidos de redes puídos’ – não tardará, pois, em que tudo se resuma em um grande rasgo! Não há nada novo em pleno século XXI.   Pelo contrário, se dermos mais um passo atrás     retrocederemos    a Idade Média, que nos bate aos calcanhares com suas ardentes fogueiras e inquisições torturadoras! Nem os 1.783.146 mortos pela Covid-19 em todo o mundo foram suficientes para chamar a nossa atenção para a gravidade da situação. Vivemos tempos estranhos e assustadores. Mas o pior ainda poderá estar por vir. Se não tivemos uma guerra pelo uso ou não das máscaras logo nos primeir

A polarização. A crise e o inferno. Uma introdução a nossa perda de ‘santidade’.

   Por Gilvaldo Quinzeiro O inferno não é outra coisa senão o ‘espelho’ em que somos sugados.   Ou seja, a possibilidade de nos transformarmos naquilo que vemos ou ouvimos. O inferno, portanto, nessas condições, está bem a nossa frente. Porém, falta uma condição para que este venha se constituir numa espécie da ‘caldeirão’: a polarização. Então por antecipação você deve ter compreendido que essa é a condição dos nossos dias. Isso mesmo: estamos todos sendo ‘fritos ou cozidos’. E digo mais. Perdemos a condição de ‘santidade’. Santidade aqui é usada para chamar atenção daqueles que se acotovelam na ‘fila dos que vão para os céus ou daqueles que acreditam que a coisa seja tão simples como apenas ir a uma igreja e depois postar uma foto nas redes sociais, e, ‘amém’!   Não. A coisa é bem mais complexa! O ‘caminho’, que nos leva até Deus pode, ao longo do seu percurso, nos transformar no seu ‘contrário’. Isso é perfeitamente compreensível quando conhecemos a lei da polaridade.   Do con

Da série olhos nos céus (IV). A Astronomia Cabocla

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  Por Gilvaldo Quinzeiro Assim como os maias, os astecas, os egípcios, o sertanejo, refiro-me de modo enfático o nordestino, tem os seus sistemas de peso e medidas, como por exemplo, a ‘abraça’, o ‘palmo’, etc. É claro que como todos os povos agricultores como os aqui citados, o sertanejo também tem o seu calendário e consequentemente a sua ‘astronomia’. Em outras palavras, os céus para o caboclo, prefiro usar essa expressão porque também me homenageio, é o chão. Ou seja, não há um palmo de terra ou uma semente lançada a terra sem que antes se verifique as cores, os ares, os contornos dos céus. O caboclo acorda cedo, as vezes antes mesmo das galinhas, e não para ir logo passar o café. Não. O caboclo acorda cedo para consultar os céus: é disso que depende o seu plantar e colher; a sua caçada e pescaria; a fartura e a escassez; a cura e a doença. Ou seja, olhar os céus é tão importante quanto o próprio cultivo da terra! A Lua é um dos astro predileto do caboclo. É o que podemos

Da série olhos nos céus (III). Quem viu?

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Por Gilvaldo Quinzeiro Aos que viram um dos mais raros fenômenos astronômicos, a grande conjunção entre Júpiter e Saturno, que ocorreu há pouco a sua máxima aproximação, meus parabéns! Quem não viu, como eu, resta ‘pescar’ a foto dos outros! Essa por exemplo, acabou de ser tirada e enviada pelo meu colega, o astrofotógrafo e estudante de astronomia Pedro Henrique. Ainda dei uma volta em direção ao Morro do Alecrim, o ponto mais alto da minha cidade, Caxias, porém, nada!   – os céus estavam nublados!   Voltei para casa mais que apressado! Restava-me uma outra cartada?   Eis que de repente um amigo, que também estava de olho nos céus me ligou dizendo que enfim, estava vendo a conjunção do quintal da sua casa! Corri por cima de tudo para o fundo do meu quintal na esperança de também ver o tal fenômeno, mas quá, nada! Liguei de volta para o meu amigo querendo saber a exata localização.   Depois de fazer alguns questionamentos descobri que o mesmo estava usando o seu binóculo aponta

Da série olhos nos céus(II). Os caminhos. A pressa e a prece

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  Por Gilvaldo Quinzeiro   Os céus serviram sempre de ‘caminhos’ para os peregrinos desde os mais remotos tempos.    Andar pelos desertos ou pelos mares sem mirar os céus noturnos poderia significar se perder facilmente. Os melhores navegadores como Cristóvão Colombo e Vasco da Gama, por exemplo, não teriam chegado aos destinos que chegaram, sem ter um bom conhecimento das constelações.   Os céus, portanto, são a rigor os nossos olhos também, e que assim sejam sempre! A imagem da foto, que foi clicada por Pedro Henrique, a partir de Goiânia-GO, onde mora, vemos a Via Láctea. No ponto 1 Júpiter e no ponto 2 Saturno. Espantosamente linda, não? Pois é, eu imagino que os mais antigos não sofressem de ansiedade, nem de pressa: por isso sua prece consistia em apenas olhar para os céus! Hoje vivemos falsamente de preces apressadas. E o resultado disso? -   um sufocante viver como se os céus estivessem literalmente desabando sobre nossas cabeças! Voltando a ideia de céus como ‘caminhos

Da série olhos nos céus

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Por Gilvaldo Quinzeiro Não me pergunte por que eu sou fascinado pelas civilizações antigas, como a Mesopotâmia, a Maia, a Asteca e a Egípcia (para não citar outras).   Há uma coisa entre estas, que se constitui uma ponte até os dias de hoje (onde eu me encontro!), – a admiração e reverência pelos astros. Talvez, eu tenha sido em outras vidas passadas, uma espécie de sacerdote ou um aprendiz de alguma coisa... mas o certo é que eu me sinto parte dessas culturas! O dito acima é uma breve introdução para demonstrar o meu fascínio pelos céus; não aqueles céus que muitos estão buscando à qualquer custo, como algo que você tem que ser o primeiro da fila. Não. Os céus que busco são outros: é de puro conhecimento, ainda que não tão ao alcance das mãos! Isso não significa dizer, entretanto, que essa busca não seja pelo ‘sagrado’! O puro conhecimento não é outra coisa, senão o sagrado. Pois bem, por falar em puro conhecimento, isto é, no que nos é possível ‘pescar’ das leituras dos céus, e neste

Diego Maradona: considerações e reflexões

  Por Gilvaldo Quinzeiro Nestes tempos escorregadios como sabão, não lavamos as mãos pelo que apalpamos, e sim pelo que nos escapa. Maradona, o gênio da bola, nos escapou aos olhos! Fomos driblados pelos nossos olhos apressados – o gênio se foi, e ficamos nós a sós com a nossa a     mediocridade – cegos para os lances mais caros e preciosos da vida! Maradona, foi uma dessas raras estrelas, talvez, por isso, tão solitário, como é próprio das estrelas. Nos vídeos, que circulam nas redes sociais, vemos Maradona ‘dançando’ enquanto fazia aquecimento – sozinho. Aliás, até nisso ele era um surpreendente encanto! As estrelas pagam um preço elevado por serem estrelas: tensões, explosões e... solidão!   Talvez por isso Maradona teve também seus momentos de escuridão, onde tentava neste ‘escuros’ aplacar a imediatidade dos aplausos. Enfim. Hoje não só os argentinos choram. E não só mundo futebolístico ficou seriamente vazio, e mais pobres, o mundo político também perde uma das suas mai

A bruta realidade e a sopa de besouros. Uma teoria sobre as rachaduras do nosso tempo

  Por Gilvaldo Quinzeiro   A realidade, que já era um ‘prato de sopa quente, agora perdeu o fundo: de comedores pelas beiradas, passamos a ser a própria sopa derramada! Mas, não pense caro leitor que todos nós temos a noção disso. Não! Muitos acreditam ser o tempero da sopa, isto é, se acham indispensáveis a todo e qualquer processo. Mas, cá entre nós, eu não troco o meu ‘feijão com arroz’ por quem pretenda ter a     mais sofisticada das interpretações! O dito acima é uma breve introdução à teoria das rachaduras. Ou seja, a tese de que passamos a viver em fendas como uma espécie de besouro, de onde acreditamos ver tudo; compreender tudo; Poder tudo; ser tudo (qualquer ilação ao mito da caverna de Platão não será, enfim, mera coincidência). Ora, as chamadas teorias da conspiração que crescem como germes, e ameaçam como nuvens escuras a tomar conta de tudo, nascem do interior dessas fendas. Aqui os ‘besouros’ conseguem ver tudo, menos a morte da árvore em que estão encravados!

As eleições: os astros, os ares e os cenários pandêmicos

Por Gilvaldo Quinzeiro   Hoje, domingo, 15 de novembro de 2020. Há exato 131 anos era derrubada a monarquia e proclamada a República. O céu noturno daquela data está representado nas estrelas que adornam a Bandeira Nacional. No céu de hoje à noite terá início um fenômeno raro – a aproximação entre     os planetas Júpiter e Saturno, que atingirão a sua aproximação máxima no dia 21 de dezembro – a última vez que isso ocorreu, ou seja, com o grau de máxima aproximação foi em 1623. O que essa conjunção planetária entre Júpiter e Saturno ainda tem a nos dizer sobre o fatídico ano de 2020? Bem, se ainda tivéssemos hoje homens, políticos e republicanos do naipe daqueles que olharam os céus daquela noite de há 131 anos, coisa que não temos, talvez, os ares e os astros sobre nossas cabeças seriam levados em conta! Hoje, domingo, 15 de novembro de 2020 também ocorrerão as eleições municipais em todo o Brasil, exceto no Macapá. Eleições essas, que enfrentam tempos excepcionais devido a

As salivas que nos afogam e a falta de bom senso.

Por Gilvaldo Quinzeiro Que deixemos Biden ou Trump com suas guerras de interesses. Por aqui, somos derrotados diariamente pela falta de bom senso! No país onde sobram ‘salivas’, com quais se fazem sapatas onde nos afogamos e armas de guerras em trincheiras escavadas com a tanta burrice, é o mesmo onde falta bom senso e atitude para reconhecer o nosso fracasso em batalhas diárias, como o ‘apagão’ no Amapá e o preço exorbitante do quilo de arroz! O ‘apagão’ no Amapá é escuro demais para ser visto com bom senso! Pagar por um quilo de arroz, que a cada dia se torna     mais caro, e não se indignar, é ignorar a razão da queda na arrecadação do dízimo! É ou não é? Com tanta falta de discernimento e abstração, não é de se estranhar que há pólvora suficiente para travarmos uma guerra contra o uso da vacina e até mesmo desafiar a maior potência militar do mundo! Nunca estivemos tão mergulhados no ambiente     da Idade Média, como agora, com todo respeito aos seus bruxos e seus alqui

E aí primo, ainda ‘humano’ e apressado?

Por Gilvaldo Quinzeiro   É estranho que a mesma sociedade, que aprendeu que o lixo possa ser reaproveitado, e de fato, hoje sabemos que o luxo pode vir também do lixo, recorra cada vez mais a prática de demonizar e expurgar o outro como estratégia para assegurar o seu duvidoso conforto!   Ora, falar em salvação de almas, ao mesmo tempo em que se lançam outras nos ‘aterros sanitários’, mesmo que isso seja feita na intenção de ‘agradar aos céus’, é não se dar conta do fracasso de salvar a si mesmo, posto que há em nós o que é sim do outro. O outro é essa coisa estranha sem a qual nós não poderíamos dar conta de nós mesmos! De sorte que permanecer humano sem perder a empatia pelo conjunto da humanidade mesmo quando esta, independentemente dos motivos, ainda se encontre nas ‘trevas’, é, sem dúvida o maior de todos os nossos desafios!   Apressar-se para ser o primeiro entre os poucos escolhidos para entrar na Arca de Noé, pode até parecer razoável, mas deixar para atrás, os ‘ate

As eleições para a escolha do 46º presidente dos Estados Unidos e os contornos do processo civilizatório

Por Gilvaldo Quinzeiro Ganhar ou perder. Ganhar e não menosprezar o derrotado. Perder e saber reconhecer a vitória do vencedor. Mais do que polarizar, problematizar. Mais do que falar, também saber ouvir. Mais do que viver, conviver, e com todas as diferenças. Mais do que ter poder nas mãos, que podem ser ágeis ou trêmulas, saber governar... gerenciar...   Tudo isso só é possível dentro do campo democrático! Não há outra forma de governo que contemple mais o humano naquilo que em que este também é diverso, senão na democracia. As eleições para a escolha do 46º presidente dos Estados Unidos, mais do que testar a democracia norte-americana, irão também servir de sinais e medidas para traçarmos um esboço do que restará do velho mundo que, ainda em trabalho de parto, faz com que sejamos suas dores e contrações. Porém, mais do que isso, as eleições presidenciais dos Estados Unidos servirão de parâmetros para sabermos se ainda somos homens, o que é bem provável que já não somos. Ver

Senhor Jesus dos guaranás e da república do escárnio. Prelúdio ao discernimento!

  Por Gilvaldo Quinzeiro     Meu Senhor, a bolha estourou faz tempo.   Não há mais amarradios civilizatórios em nada. Os templos e os púlpitos se tornaram lugares não de adoração, meu Senhor, mas da ostentação das vaidades. Uns inflados porque acreditam que sua fé é a maior do que a dos irmãos; outros ajoelhados apenas para garantirem ‘curtidas’ nas páginas do Facebook. Enfim, a bolha estourou faz tempo!   Os que ainda preservam alguma consciência, são os mesmos que ignoram a sua condição de inquilinos do que restou das     gotículas daquela bolha ilusória! Há uma arca de Noé em partida.   Mas cadê os animais? Estes ardem no meio dos incêndios; onças sem garras; camaleões sem seus disfarces. Há uma arca de Noé em partida. Mas cadê os homens? Estes nunca foram tão somente sabugos, meu Senhor! Saudade, meu Senhor, do tempo em que o guaraná, a ayahuasca eram coisas dos espíritos da floresta – hoje qualquer um que beber ou por dúvida ou apenas por escárnio! E assim, vivemos h

O novo normal e a nossa falta de barro amassado

  Por Gilvaldo Quinzeiro   Quando as estruturas, que dão sustentação a normalidade, já não comportam mais nenhum ‘barro amassado’, embora tudo esteja visivelmente     esburacado, é sinal de que já não há mais nenhum edifício, senão a ostentação do seu desabamento. Ora, nestas circunstâncias, falar de um ‘novo normal’, pode até soar como uma parede erguida, mas esta estaria tão deslocada quanto uma bunda fazendo uso de um fio dental para se esconder. Ufa! Estamos todos deveras nus... Em outras palavras, a coisa é bem mais complexa para se encaixar com qualquer lajota.   Talvez não haja nada parecido com o que sequer imaginamos. Tudo parece visivelmente obscuro. Uns tentando pescar inspirações em lata de sardinhas. Outros tentando tapar o sol com a peneira. Lembra onde aquele Senador tentou esconder o seu patrimônio? Pois é... cada um é tijolo do seu próprio templo. Mas, voltando a falar das estruturas, que dão sustentação a nossa normalidade, essas estão cada vez mais a exig

Os terrivelmente perdidos

Por Gilvaldo Quinzeiro   1 – O terrível tempo em que as palavras se inflam no vão esforço para representar as coisas; as coisas que já não são mais representadas pelas palavras, dada a sua volatilidade. Este tempo não poderia ser outro senão aquele em que os homens já disputam entre si suas vísceras como fazem as aves de rapinas. Mas há entre nós quem ainda seja homem? 2 – Eis uma terrível dúvida! 3-   O ‘ão’ das palavras como safadão, pancadão, ou o ‘aço’ contido em outras, como panelaço, beijaço, revelam apenas a nossa falta de fôlego de tão inflados que estamos. Sim, estamos terrivelmente inflados pela pressa disfarçada de prece e pelas outras coisas que tais. 4 - O termo ‘terrivelmente evangélico’ tão usado na intenção dizer algo, para o qual não se tem palavras adequadas, é, por exemplo, uma espécie de ‘batismo’ do quanto estamos terrivelmente perdidos, e sem qualquer noção das bordas dos acontecimentos. Que acontecimento mais notório senão que estamos todos perdidos?

Covid-19: um milhão de mortos. E daí?

  Por Gilvaldo Quinzeiro O número de mortos pela covid-19 atingiu um milhão. E daí? Na Segunda Guerra Mundial(1939-1945), tivemos mais de 60 milhões, não é mesmo? Sim. Isso é um fato. Mas é pensando por esta ótica negacionista que enterramos também as lições e as estratégias de combate a um inimigo, que nos faz aflorar a cada dia os mais imbecis dos pensamentos. De modo que se os números de mortos podem ser relativizados ou comparados que ao menos levemos em conta ao pior dos males que poderá vir a nos acontecer: a idiotização dos seres humanos. O efeito disso, então, será apocalíptico. Como não? Para entender o que estou falando, é preciso lançar um olhar não para além, mas para dentro das coisas. Incluindo a visão para dentro de nós. É aqui pode morar os monstros apocalípticos , que poderão vir a nos atormentar dias e noites . Todavia, insistimos apenas em olhar para fora. As primeiras cenas das pessoas no ‘abre e fecha’ das cidades neste contexto de pandemia, têm revelada co

Atirem a primeira pedra!

Por Gilvaldo Quinzeiro   As condições forjadas, que levaram Sócrates ou Jesus Cristo, cada um em tempo diferente, a serem acusados, julgados e condenados, diga-se passagem, olhando pela lente dos olhares de hoje, injustamente, são as mesmas forjadas pelas trempes que hoje também nos dividem entre o bem e o mal, o justo e o injusto, a verdade e a mentira. Todavia, fazer a defesa de Sócrates ou Jesus é fácil, pois, naquilo que antes foi silêncio, hoje é o grito das massas também na defesa dos seus interesses. A questão que nos incomodaria mesmo é a defesa de “Judas”, pois este é da natureza que nos habita, a mesma que em Pedro o fez negar Jesus por três vezes: silêncio! Ora, o dito aqui nos chama atenção para o fato de que a ‘verdade’, é, humanamente contextual, e só é verdade à medida que se impõe pela força. É exatamente isso que presenciamos no momento, ou seja, a ‘verdade’ sendo imposta pelos que têm a força de nos esmagar; seja esta força pela opinião manipulada das mídias,

...enquanto isso ali nos bares

...enquanto isso ali  nos bares Por Gilvaldo Quinzeiro “Com quem você pensa que estar falando”? Se esta pergunta fosse feita nos primórdios dos tempos, a resposta poderia ser:  ou você é aquele que será o meu almoço quente do meio dia ou você é aquele que me desejará jantar frito mais tarde!  Ocorre, entretanto, que nos primórdios dos tempos os homens ainda não dominavam as palavras, logo, a boca era também os olhos a procura de carne; de carne, diga-se passagem de qualquer coisa, incluindo as já devoradas pelos urubus! “Com quem você pensa que estar falando”?  Para ser sincero, eu não sei! E as vezes me dá medo em saber quem seja. Eu só sei que tenho insistido em dizer que há entre nós quem não seja mais um de nós. “Com quem você pensa que estar  falando”?   No ninho do tempo, ao calor do nosso ódio, todo tipo de   ovos estão sendo chocados, uma simples ida ao barzinho, o barzinho, que não estará mais ali na esquina, a esquina, que não mais se parecerá com aquela   esquina de antes; p

Então, primo, satisfeito com o seu último gole de cerveja?

Então, primo, satisfeito com o seu último gole de cerveja?   Por Gilvaldo Quinzeiro   A precipitada volta aos bares, como a das cenas vistas no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, nos últimos finais de semanas, em plena pandemia da covid-19, revela quão bêbados estamos em querer tomar as atenções do outro à qualquer custo!   Os moradores de Pompeia também agiam assim tentando     recuperar o último gesto já petrificado diante da explosão do Vesúvio em 79. Lembram? Assim como em Pompeia, os bares não serão mais os mesmos. As ruas não serão mais as mesmas.   O mundo não será mais o mesmo. Não compreender que nós também temos que mudar, é se apegar ao mesmo copo sujo de cerveja do último carnaval vestindo-se da mesma fantasia! Talvez estes tipos de coisas, não pegariam os povos maias de surpresas, posto que, estes sabiam exatamente da existência do ‘talho’ no tempo! O mundo que se abre (ou que se fecha), não nos aguarda, ao menos sem as mudanças necessárias. Talvez neste ex

O trágico traços do tempo

Por Gilvaldo Quinzeiro Em tempo regido sob a égide da pós-verdade, somos inflados de opiniões, obesos de tanto orgulho, mas magricela quando o assunto é pé no chão!   Aliás, não há chão algum quando os pés se incham de inveja dos pássaros que ralaram o bucho no ninho feito de espinho antes alçarem voo; tudo se transformou em vagos territórios preenchidos pelas primeiras impressões. Ninguém ousa ir além das porteiras. Do gado não se distinguem  mais seus chocalhos; nem dos gatos, o olho frito do peixe. Dos porcos, estes sim se conhecem mais, pois a lama onde estes fuçam nos nivela por baixo – no fundo bueiro! Mas não pensem, meus filhos, que somos hoje mais livres, pelo contrário, a falta da busca da verdade, tornam-nos cegos gados dos currais das opiniões alheias! Pertencemos ardentemente ao outro, que não sabe quão arrogantemente se nutre dos nossos famintos olhos. O quão trágico é a falta de espelho!      

1 milhão. Os números da covid-19 e as inúmeras interrogações

Por Gilvaldo Quinzeiro O Brasil atinge na da data de hoje, 19 de junho, a marca de 1 milhão de pessoas contaminadas pela covid-19 e 48.427 mortos.   No dia 26 de fevereiro era registrado o primeiro caso. Parece que foi ‘ontem’. Mas se olharmos para o frente o que veremos?   O vírus agora avança sobre os municípios, atinge áreas rurais até então livres da doença e chega sorrateiramente até as aldeias indígenas. 2.085 índios contraíram a covid-19 e 82 morreram. E se olharmos para trás o que perceberemos?   No começo era uma ‘gripezinha’! Mas, e quanto ao presente?   Sem ministro da saúde.   Dois já caíram. Um interino que fez ‘nevar’ no Nordeste... Máscaras mesmo só no uso para mascarar os números? Enquanto isso o comércio reabre. Aqui os ‘números’ que nos impelem a correr altos riscos são outros – os do CNPJ? – talvez! Na matemática da pandemia só suas cifras e divisões macabras – nunca fomos terrivelmente divididos!   Uns marcham em preces para com tanta pressa atirar as suas m

Os protestos pela morte de George Floyd, a crise da covid-19: o que há para além disso?

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 Texto: Gilvaldo Quinzeiro  Ilustração: Oriel Wandrass  A morte do afro-americano George Floyd, no dia 25 de maio, por um policial branco em Minneapolis, Minnesoto, Estados Unidos, e que se transformou numa gigantesca manifestação antirracista em todo o mundo, marcou a ruptura da nossa ‘bolha ilusória’, já bastante afetada pela crise causada pela covid-19, e que não obstante termos atingido à assombrosa marca de mais de 7 milhões de pessoas contaminadas e mais de 400 mil mortas , continuávamos a fechar os olhos para o quão doentio é o nosso estilo de vida. Chamamos de nossa ‘bolha ilusória’ o nosso atual estilo de vida, que cada vez mais se afasta das mensurações raciocinais. Estilo de vida este, que é cada vez mais alimentado pela perigosa mistura de apelos consumistas, hedonistas, bem como de ideologias supremacistas, onde estas insistem em pregar a não divisão do ‘pão e da terra’ com os demais, pois se colocam acima de todos; somam-se a este quadro, as crenças de caráter fu

Onde estava a ‘tempestade’ antes desta se tornar tempestade?

Por Gilvaldo Quinzeiro O texto abaixo é um esforço crítico no sentido de levantar algumas questões a respeito das manifestações antirracistas, que ora ocorrem no mundo, relacionando-as com os possíveis desdobramentos em solo brasileiro. Terão estas uma coisa a ver com a outra? Quais as nossas condições que se assemelham com as dos Estados Unidos?  Ei-lo. Uma tempestade não nasce tempestade. A sua formação é a junção de vários fatores atmosféricos, por isso, esta pode ser previsível e anunciada. A declaração do Presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, em áudio publicado pelo Jornal “ O Estado de São Paulo”,  chamando o movimento  negro de “escória maldita, que abriga vagabundo”, bem como  outras declarações da mesma natureza  feitas por bolsonaristas ou  até mesmo por membro da equipe do atual  Governo, no momento em que o mundo todo assiste uma onda de protestos antirracistas provocados  pela morte de   George Floyd, por um policial branco, não  é atrair uma tempestade, que pod

Este é o jogo: todas as torcidas a favor da democracia! 

Por Gilvaldo Quinzeiro  O dia de ontem, domingo, 31 de maio, marcou o início na Avenida Paulista, a vitrine do Brasil, do jogo das nossas vidas. A grande final entre a Democracia X Fascismo! Portanto, esta é a decisão que interessa a união de todas as torcidas na mesma luta e entoando o mesmo grito, pois do outro lado da linha divisória do campo temos um inimigo, que quer jogar apenas o seu jogo, conforme as regras que lhe convierem. Aceitar isso é perder a bola e o domínio de campo! Aceitar isso seria o fim de todas as ‘peladas’! Esta arrancada de ontem, em que pese a truculência da polícia ao demonstrar por qual lado torce, não poderia ter iniciado melhor: no mesmo lugar onde nasceu a “democracia corinthiana”! Parabéns “Os Gaviões da Fiel! Daqui pra frente é ocupar todos os espaços do campo. Ter muita atenção em cada lance e fazer marcação cerrada. Daqui pra frente é jogar sério tanto na defesa, quanto no ataque, pois, o inimigo tem suas estratégias bem claras e definidas: calar

A palavra, os palavrões e o efeito bumerangue

 Por Gilvaldo Quinzeiro  A palavra, em certas circunstâncias em que o ambiente se torna um ‘barril de pólvora’, pode, mesmo quando dita sem a intenção de matar, provocar estragos que nem com o passar do tempo poderão ser cicatrizados. A palavra, portanto, tem um lugar gestador sem o qual não haveria a quem esta se destina! Ou seja, sem “o cheiro, as cores e os ruídos dos ambientes” não há como se engravidar das palavras. O anunciado acima serve apenas de uma breve introdução para o que queremos chamar atenção, no que tange ao momento atual vivido no Brasil, mais especificamente no se diz respeito ao ‘enrijecimento da palavra’. Quando se diz enrijecimento da palavra não se quer dizer que a palavra, enfim, passou a ter valor. Pelo contrário, se quer dizer que a palavra nada mais tem a dizer. O Presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, se tornou campeão deste tipo de “enrijecimento da palavra”. Com ele, Jair Bolsonaro, a palavra se torna enrijecida com a mesma natureza que um soco na

As rupturas e as cenas vivas das nossas últimas batalhas 

Por Gilvaldo Quinzeiro   Defender a ruptura institucional por mais que isso soe como prece aos ouvidos apressados é institucionalizar a barbárie. A barbárie que até agora está restrita ao campo dos palavrões. Os palavrões que por sua vez, já foram institucionalizados , e que por este motivo são repetidos até mesmo por aqueles que antes primavam e clamavam nos púlpitos à elegância das suas preces. Defender a ruptura institucional como remédio é ignorar os efeitos colaterais do ressurgimento dos cadáveres sedentos por vinganças . Defender a ruptura institucional é flertar com feridas que ainda nao foram cicatrizadas. Defender a ruptura institucional é externar as suas mais sólidas fraquezas ante um momento que exige o domínio das nossas tempestades interiores. Defender a ruptura institucional por mais que isso soe como uma resposta "divina" por conta das nossas infernais condições, nao nos levará a céu algum. Aliás o que são e onde ficam os céus no momento em que nos t

O Brasil na iminência de uma guerra civil?

 Por Gilvaldo Quinzeiro  Como se não bastasse os 22.291 mortos por um inimigo invisível e sem pátria, a covid-19, onde os cemitérios dão sinais também de entrarem em colapso a exemplo dos hospitais, o Brasil vive uma iminência de entrar numa ‘guerra civil’, ao menos é o que se pode perceber pelo aumento do tom dos generais que dão sustentação ao mesmo governo, que até agora não conseguiu dar uma resposta adequada ao enfretamento da crise da pandemia. Uma guerra seja ela qual for, principalmente contra ao próprio povo, não tem justificativa, a não ser que o ódio, que é combustível de todas, incluindo ‘as santas’, já nos tenha transformado nos piores dos bichos! Se isso se confirmar, eu espero que não, é a prova de que ódio invadiu os templos e as catedrais fazendo com que todos ali se tornassem os seus mais fiéis servos – isso sim é a descrição real do apocalipse! Se formos fazer uma espécie de sobrevoo nas condições atuais, usando um termo dos jornalistas, iremos constatar que os pr

O Brasil das "hemorroidas" e das outras revelações

Por Gilvaldo Quinzeiro Em vídeo da reunião ministerial do 22 de abril divulgado ontem pela autorização do Ministro Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, não só revelou o Brasil das “hemorroidas”, mas as faces assombrosas de quem repetem compulsivamente o nome de Deus, bem como de quem levantam o mastro da bandeira dos “valores”, conforme tão fervorosamente defende a Pastora Damares, ao mesmo tempo em que esta se silencia ao tom grosseiro do Presidente Jair Bolsonaro que manda todo mundo se “F”!  Parece algo irônico, circense, fortuito, mas foi uma reunião Oficial de Governo cujos participantes na sua maioria ou era evangélicos ou militares. Portanto, nada ali produzido deveria ser de natureza ‘antipatriótico’ a sua divulgação como defendeu alguns assessores do Governo.  Aliás, o que é ser antipatriótico senão produzir um conteúdo que provoque vergonha e nojo aos brasileiros como o que ocorreu na nesta reunião ministerial?  Esta é Moral dos que viviam travando uma guerra contra a ‘p

No caos: polarizar ou problematizar?

Por Gilvaldo Quinzeiro     A polaridade ou a polarização, que no Brasil de hoje se encontra violentamente visível com seus efeitos devastadores, dilacerando almas e corações, fato este já presente há algum tempo entre nós, mas que em época de pandemia abre todas as nossas feridas, é uma das 7 leis herméticas, conhecida desde à antiguidade, especialmente pelos egípcios. Atribui-se a Hermes Trismegisto, o seu criador. Diz a lei: “Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”. Conforme os antigos, a polaridade trata-se, portanto, de uma lei universal, ignorá-la é como levar à mão ao fogo, e se surpreender depois com a queimadura! A eletricidade com os seus fenômenos só é possível ao resultado da polaridade, ou seja, o polo positivo e o polo negativo.   O tempo e o espaço, por exemplo, forma o que poderemos chamar das condiç

A batalha entre CNPJ X CPF

Por Gilvaldo Quinzeiro Há 132 anos, em que pese a distorcida memória de alguns, a elite dominante brasileira aferrava-se com primor aos seus ‘arreios’ a despeito de maltratar à ferro e à fogo os seus ‘burros de cargas’.   Hoje, a nossa elite dominante também embrutecida e aferrada aos seus mesquinhos interesses, vai até ao STF em marcha cega e desajeitada, conduzida por um Presidente que a cada momento se torna menor e aquém -,     defender os seus CNPJ, não obstante, a guerra que já apagou sem chance de um recomeço para     mais de 9 mil CPF, isto é, indivíduos, contribuintes, CONSUMIDORES, gente que tiveram suas vidas ceifadas pelo coronavírus! Isso sem citar aqueles que já ‘foram’ sem sequer ter seus nomes e rostos reconhecidos!   Quem vai querer tomar ‘apetitosos sorvetes’, ainda que com todas as luminescências como atrativos dos negócios, no frio chão onde os     corpos estão sendo amontoados? É difícil acreditar no que estamos vendo! Mas, há entre nós quem envergonhe os

Os ares da vida em tempos de muitos espantalhos

Por Gilvaldo Quinzeiro   “Me desculpem, mas não deu mais.   A humanidade não deu certo. A impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este e com esse tipo de gente que acabei encontrando”. Estas frases estão contidas numa carta de ‘despedida’ atribuída ao ator Flávio Migliaccio, que foi encontrado morto nesta segunda-feira, 4, em um sitio em Rio Bonito (RJ), onde provavelmente estivesse passando a quarentena. Segundo a polícia, o ator que é um dos mais talentoso e experiente da televisão brasileira, cometeu o suicídio, e no local onde estava o corpo foi encontrado uma carta com a suposta motivação que o tenha levado à atentar-se contra a própria vida.   Flávio Migliaccio tinha 85 anos.   Que fôlego encontrou o velho ator de tantos personagens para escrever sua última obra? Que novos ares devemos extrair de notícias e atos como este?       O Brasil deixa escapar pelo ‘ralo’, uma das suas maiores expressões artisticas! Mais um artista que em curto espaço de tempo per

Brasil: os bêbados tempos de hoje, perde um dos seus mais equilibrados artistas

Por Gilvaldo Quinzeiro O Brasil na corda bamba dos terraplanistas, negacionistas e fanáticos que no sábado agridem profissionais da saúde, no domingo batem em jornalistas, todos       em desespero para tentarem salvar suas pálidas almas alçando voos rasos e sem se darem conta do abismo, perdeu nesta segunda-feira, 4 de maio, um dos seus mais sensíveis e inspirados artistas, o compositor e escritor, Aldir Blanc, uma das 7 mil vítimas do Covid-19. Artista da rua, inspirava-se na dor ou no riso do povo. O mesmo Aldir Blanc que em tempos tão cinzentos como os atuais, acalentou e inspirou uma geração no exilio na esperança de um dia voltar para a casa, em “O bêbado e o equilibrista”. Nos bêbados tempos de hoje, a sua morte é um soco profundo no pulmão da cultura brasileira, hoje, asfixiada por tanto falso moralismo, de quem tenta se equilibrar da sua embriaguez ideológica e da sua dose cavalar de idiotices. Vá com a sua consciência límpida tranquila Aldir Blanc! O Bras

Misericórdia!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O Brasil vive hoje no fogo cruzado de duas guerras. Ambas potencialmente destruidoras. A primeira já vem se arrastando há algum tempo. É a guerra político-ideológica-teológica que aos poucos, mas de modo violento, transforma e divide todos os brasileiros em ‘carne viva’, onde o espiritual foi substituído pelo político, o amor pelo ódio, a bíblia pela arma e Jesus Cristo pela figura do Presidente Jair Bolsonaro.   Ou seja, a fé transformada naquilo que há de pior e mais toxico: o fundamentalismo! Só aqui neste aspecto poderemos já apressar o nosso apocalíptico à brasileira e criar muros que separarão aqueles que “vão para os céus, daqueles que foram atirados pelas forças das circunstancias ao inferno”. Famílias inteiras foram divididas, inclusive em velório por conta do desentendimento no ritual funerário.   Amigos romperam anos e anos de amizades. Grupo de redes sociais, incluindo os de familiares, onde as discussões de puro ódio, despertam os piores pens

"E daí"?

Por Gilvaldo Quinzeiro Se o Brasil ainda no início     da maior crise que o mundo contemporâneo está enfrentando, a pandemia do Covid-19, que já ultrapassa mais de 3 milhões de contaminados e mais 200 mil mortos, vacilava entre os que veementemente negavam o perigo do vírus,   que foi batizada de “gripezinha” pelo Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que de certa forma levou os seus seguidores a boicotarem as normas adotadas pelos governadores dos Estados, no   esforço destes em amenizarem   o efeito da pandemia,   hoje com 5. O17 mortos, ultrapassando a China, o Brasil agora se ver diante dos piores cenários, que é o de saber onde e como enterrar seus mortos, pois, já não há cemitérios ou serviços funerários para atender o número de mortos, a exemplo do que vem ocorrendo em Manaus e em São Paulo.   Ou seja, enquanto as autoridades batiam cabeça uma com as outras; o Presidente da República incentivando manifestações que pregam o retorno imediata ao trabalho ou demitindo o

AI-5 ou ai dentro: uma análise sobre o complexo de castração e outras coisas do Brasil atual

Por Gilvaldo Quinzeiro Uma breve leitura do nosso tempo e do nosso cotidiano à brasileira com um viés psicanalítico (por que não?), especificamente focando no comportamento daqueles que apaixonadamente defende o uso das armas ou intervenção militar como solução para tudo. Para tudo o quê? O que é o tudo?     Por trás daqueles grupos de manifestantes, como os que foram ontem, domingo, 19, ao Quartel-General do Exército pedir entre outras coisas, a volta AI-5, a intervenção militar, etc., os mesmos que se “excitam” ao tocar uma arma (dorme com arma, sonhar com arma, flerta com uniformes...), há sim, um certo complexo de castração, isto é, uma angústia, um receio de que “aquilo” ou é muito pequeno, desajeitado ou este estranhamente não existe ou perde a sua função quando comparado com a de outrem. Por isso, um dos seus sintomas, a perversão, o sádico-masoquismo, o gosto pelo estraçalhar do outro – o Outro que lhe é uma assombra perturbadora – uma ameaça constante ao seu gozo! S