A infância e seus engenhos: tempo de crianças trituradas?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A infância acabou (?). Enquanto isso, a realidade
chegou cedo demais com suas laminas afiadas presentes nos brinquedos quase
vivos com os quais as nossas crianças aprendem a se defender da rotina que
enaltece a morte. Aliás, quão caros presentes para tantas “baratas” no canto:
quem brinca do quê?
Os engenhos da infância: a família e a escola. Como
evitar que nossos filhos não sejam triturados, quando tais engenhos há muito
tempo se “enferrujaram”?
Tempos aqueles onde a fantasia despertava o medo -,
um preparativo para batalhas reais! Hoje, “despedaçada”, a criança se afunda na
realidade/fantasia para, na vida adulta viver de esperneio!...
É neste contexto, entretanto, que urge reinventar a Pedagogia – aquela que
eu a denomino de “Pedagogia de Fundo de Quintal”. Aliás, qual criança sabe o que
é um quintal?
Isso nos remete uma reflexão acerca da “territorialidade
da infância”: qual o espaço da criança, senão o de frente a televisão e seus similares?
Infância obesa. Eis uma das consequências do tempo
em que “correr” se não for por conta de uma prescrição médica, a imobilidade é uma
confortável rotina?
Por fim, neste “Dia das Crianças” só o comercio
ganha? Ora, quantas crianças foram esquecidas com tantas propagandas que só
nos “lembram dos seus brinquedos”!...
Confusos tempos estes, não?
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