A globalização, o ovo e o indivíduo: somos todos filhos da ‘galinha dos ovos de ouro’?


Por Gilvaldo Quinzeiro


O sonho de um mundo globalizado é como o ovo, isto é, se esbarra e se quebra no exato momento em que nasce ‘o indivíduo’. Ora, o indivíduo, ‘ o pinto’, ao mesmo tempo que deixa o ovo, há de ciscar sobre o mundo que lhe esmaga.

A globalização ou a ordem mundial vigente   é em certo sentido, uma espécie de ‘galinha dos ovos de ouro’. Isto é, útil para se contemplar, mas potencialmente perigoso para os poucos que se aninham com ela.

Ora, o que assistimos hoje protagonizado pelo Estado Islâmico, mais especificamente, no que se refere a violência praticada por ‘franceses que não se sentem francês’, tal como o que ocorreu nos últimos atentados em Paris -     é o indivíduo no seu afã de pertencimento se rivalizar com o global -, que lhe transcende ou que nega a sua individualidade.

Em outras palavras, o mundo é de uma complexidade tal, que no ‘frigir dos ovos’, o indivíduo não passa de um pobre pinto pelado!

Quem somos nós no mundo que, por ser global, nos nega a individualidade e a diferença?

O dito acima é para chamar atenção do quão a civilização atual se fez passar pela a ‘galinha dos ovos de ouro’. E, enquanto tal, se ver agora ameaçada de ‘morte’, revelando assim, todos os seus segredos.

A intolerância, a xenofobia e outras ‘ias’ correspondem a uma espécie do despertar da raposa diante do galinheiro.

Estamos nós diante do fim de mais uma utopia? Caso a resposta seja sim, então, que tenhamos dó da nossa ‘carne viva’!

O fato é que não há como negar a existência de uma ‘avalanche’ que soterra o indivíduo. Ou seja, diante da ‘ordem global’ vigente, não ser como todos os outros é cometer uma heresia. O que vem em decorrência disso? A punição!

Pisar nos próprios ovos, e ainda assim acreditar que isso não impedirá o nascimento dos pintos, é sim o que tem constituído a tal ordem global vigente. É isso, em contrapartida, exatamente o que incomoda as raposas famintas.

Por fim, pouco importa se “ quem nasceu primeiro, se foi o ovo ou a galinha”. O fato verdadeiro é que estamos todos fritos!




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