O ‘rio doce’ da nossa lama política!
Por Gilvaldo Quinzeiro
A vassoura e a filosofia. Afinal, qual destas duas ‘ferramentas’
nos faz mais falta? O fato é que a lama política, que soterra o país inteiro, assim
como a lama que escoa bruta sobre o Rio Doce, tanto
uma, quanto a outra, não tem mais volta: tudo foi para o fundo da nossa falta
de vergonha!
A natureza política também tem seus limites. Toda a lama
acumulada ao longo de uma história, um dia há de estourar para o espanto de quem
acreditava ter todo sob controle. De modo que a lama que hoje se sobrepõe as
águas do Rio Doce e a lama da nossa política é uma só. Tudo é uma fusão do
nosso tempo. E que tempo é este? – O tempo da matança da nossa esperança!
Eu tenho falado reiteradamente da ‘seca’ de homens. A cada
dia, eu me convenço desta assertiva. Faltam-se homens para pensar a
complexidade do mundo, bem como para erguer as cercas que impedem os passos
seguintes.
No Brasil de hoje, com raríssima exceção, os homens envergonham
os ratos. Nunca o dinheiro, a grana, assumiu um status tão grotesco a ponto de
transformar os homens em ‘moradores de esgotos’, tais como os ratos e as
baratas.
Antes, tal afirmação se referia apenas a classe política.
Hoje, onde estão os nossos maiores empresários e até banqueiro?
Pois bem, a política brasileira se tornou um ambiente
nojento cercado de pessoas sujas! Todas pensando apenas no seu ‘umbigo’, a
despeito da miséria recorrente; da agressão ao meio ambiente; da violência que
toma conta das ruas, enfim, do abandono.
Como eu também já tenho falado, precisamos de uma ‘nova
antropologia política’, e até de uma ‘pedagogia para o fim do mundo’.
Portanto, filosoficamente falando, precisamos mais do cabo
da vassoura, pois, talvez com este possamos gestar uma nova geração que, a
despeito de toda sujeira, se lembrará certamente da sua outra extremidade.
Será?
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