Entre o ‘achismo’ e os paradoxos!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Na História não há ‘parto’ definitivo. Tudo é uma dor sem
fim. Nem mesmo com a chegada do rebento,
as contrações cessam – sinal da sempre existência do porvir!
Feliz do tempo em que as dores do parto em curso unem as
parteiras em preces! Infelizmente, não é o nosso caso!
Quando, porém, as dores são anúncios não de um rebento, mas
da crise de paradigmas, logo, o hoje é puído; o amanhã, cordas por serem
atadas, e, o homem enrolado em si mesmo, a cobra a descobrir para que lado fica
a cabeça, porém, até que isso ocorra, o jeito de se acomodar não há outro,
senão mordendo o próprio rabo!
Este é o contexto gestado pela pior das dores, a saber, o
‘achismo’ e os paradoxos. É aqui onde não só faltam as parteiras, como também as
mãos que uniriam as preces.
Pois bem, vivemos hoje entre o ‘achismo’ e os paradoxos –
sinal de que que não sabemos em cima de que estamos sentados: se no rabo ou se na
cabeça!
Cito como exemplo de um paradoxo, o seguinte, se por um
lado, a humanidade está diante da real possibilidade de explorar o espaço
sideral; por outro, tem seu curso atropelado, ainda que momentaneamente por um simples
voo de um ‘mosquito’!
Que ‘diabo’ é a esta
situação; a despeito das dores, não há um parto em curso – senão o ato de
reconhecer que uma picada de um mosquito, a do Aedes aegypti, esteja fazendo a humanidade descer do seu pedestal
Em outras palavras, em que pese todos os ‘ismos’ do atual
contexto, isto é, fundamentalismo, racismo e outros que tais, não há como negar
que os riscos nos tornam mais ‘iguais’. Eis aqui o ‘achismo’ – parto dos que
não querem sentir dor alguma, incluindo, a de conhecer os sintomas de uma
época.
Por fim, voltando a metaforizada o homem na condição de
‘cobra’, que figura arquetípica nos remeteria às portas do paraíso ou as do
inferno? Eis aqui outro paradoxo como também
o ‘achismo’ das nossas palavras!
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