A caverna, os paradoxos e o mundo das ideias.
Por Gilvaldo Quinzeiro
Que outro lugar
poderia ser o ‘útero’ das nossas piores condições humanas, senão a caverna.
Exatamente por isso nunca a abandonamos. Todavia, a caverna em si não tem nada
a ver com as nossas piores das condições humanas, é bom que fique claro isso!
Estamos falando da caverna enquanto matriz, lugar de parto
ou do retardo deste.
Entretanto, há uma ‘caverna outra’, dotada de ‘inteligência’,
e que nos envolve; nos aprisiona – esta é a caverna dos dias atuais, que no
filme Matrix é retratada. É desta caverna que iremos falar!
É um paradoxo: o século XXI ser marcado não pelas
conquistas que nos libertam (algumas sim, mas a maioria não.), e sim pelas que
nos aprisionam.
Outro paradoxo: os jovens estão se tornando velhos. Não
estou me referindo aos seus corpos, pois, estes são sempre belos e sarados –
estou falando do espírito, da atitude. Percebam os sintomas: esquecimentos,
sim, os jovens estão ficando esquecidos; muitos não realizam as tarefas
escolares ou domésticas por puro ‘esquecimento’. Estados depressivos, sim, a maioria dos
jovens estão padecendo de um vazio, de uma tristeza, um luto imenso. Sedentarismo,
sim, muitos jovens no auge da sua juventude estão sem praticar movimentação
física. Isso sem falar em doenças, antes típicas da velhice como a pressão
arterial elevada, entre outras.
Outro paradoxo: as escolas, conquanto dotadas de
profissionais qualificados e aparelhadas de novas tecnologias, não estão sendo
capazes de ensinar o básico aos jovens. Estou falando da realidade brasileira.
Veja os últimos dados auferidos pelo Índice de Desenvolvimento de Educação Básica
(Ideb) 2015.
Em outras palavras, estamos sem saber operar as ferramentas
desta ‘caverna outra’, e assim sendo, em condições semelhantes ou piores
daqueles primeiros hominídeos.
Imagine o atual contexto planetário: falta d’água, falta de
alimentos, guerras, alterações climáticas. Ou seja, tudo à espera de um
posicionamento humano inteligente e eficaz.
Por fim, isso nos obrigar a falar da ‘seca de homens’ ao
mesmo tempo que nos remetemos às fontes do pensamento de Platão. Como enfim
encontrar a saída desta ‘caverna outra’? O que é afinal a luz? O que afinal é
este mundo?
Já não estamos nós
nos ‘cagando’ com o excesso de informações?
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