Há coisas que são. Outras que vão...
Por Gilvaldo Quinzeiro
A natureza de um rio, conquanto constituída da fluidez
das suas águas, só é um rio naquilo que de si permanece. Por isso, um rio não deve ‘chorar às suas
águas passadas’, mas, permanece sendo um rio das suas águas presentes. De modo que a diferença entre rios e riachos
está muito além das suas aparências, é, pois, algo relativo às suas essências.
O dito acima é uma pequena introdução ao que acabo de dar
como resposta a uma amiga em um bate-papo, quando falávamos a respeito da vida,
e de suas vicissitudes.
De fato, dizia eu a esta amiga, “o melhor em você não é
aquilo pelo qual hoje lamenta por ter perdido, a exemplo, da sua infância, da
sua a juventude ou do seu rosto bonito; mas, o melhor em você consiste
exatamente naquilo que hoje lhe restou”. E acrescentei: você está diante de si
mesma, assim como o Egito, está diante das suas pirâmides!
Por falar em pirâmides egípcias, eis um bom espelho a
respeito do que estamos falando. Ou seja, tudo o que restou da fase áurea do
Egito Antigo, foram aquelas (as pirâmides) que, para os olhos de muitos, não
passam de amontoados de blocos de pedras. Mas será que é só isso?
Ora, da mesma forma que para um olhar mais apurado, as
pirâmides egípcias representam muito mais do que um simples blocos de pedras, a
velhice, significa além do que ter ‘pele engiada’ – ela é o melhor de tudo que
restou em nós, depois de uma longa caminhada.
Mas, voltando à analogia ao rio, aquele mesmo no qual “não
se banha duas vezes”, a nossa vida é uma espécie de rio. Há coisas em nossa
vida que jamais voltarão, como a infância, por exemplo; os amores também.
Aliás, os amores, mesmo em um reencontro, estes são como rio, que acabamos de
tomar banho, ou seja, não são mais os mesmos! Todavia, aquilo que ainda destes,
os amores, permanecem, merecem um mergulhar fundo.
Então, amiga, está disposta a banhar mais uma vez neste ‘rio’
que lhe permanece?
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