"Não dói o útero, e sim a alma".
Por Gilvaldo Quinzeiro A frase acima é de uma garota de 17 anos, vítima de um estupro coletivo (30 homens), ocorrido no Rio de Janeiro. O caso vem ganhando muita discussão em todos os setores da sociedade. O número de estupro vem aumentado significativamente no Brasil. O que dizer sobre este assunto? Este é o propósito desse texto. “Não dói o útero, e sim a alma”. Esta frase é por si só perfurante: nela não há dor que não seja sentida. Bem, o dito aqui não pode ser interpretado de outra forma: estamos em ‘carne viva’. Ora isso implica em muitas coisas: Primeiro, estamos vivendo sem a pele protetora. Isto é, somos ‘minhocas’ a perfurar o chão. O chão onde somos todos expostos. Segundo: o gozo se tornou o ‘parafuso’ das nossas dores. Terceiro: os olhos, não os nossos, mas os dos outros, passaram a ser a nossa genitália. Ou seja, nada que não for feito à luz dos olhos dos outros, não nos oferece o ‘gozo’. Sim, estamos falando também do ‘deslocamento...