E aí meu cão, pensando pela minha cabeça?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Cada vez mais eu ouço, entendo, aprendo e me torno mais amigo
do meu cachorro. Sabe por quê? Porque ele permanece cachorro! O mesmo, eu não posso
afirmar com tanta certeza em relação aos meus outros amigos – os homens!
Por que será que em muitos mitos, como o da origem da cidade
de Roma, duas crianças são alimentadas por loba? Por que será que algumas religiões
antigas, como a egípcia, seus deuses tinham a forma de animais? Por que será que
no meio do Jardim do Éden passeava à espreita uma serpente? Será isso mera
coincidência? Eu acredito que não!
A este respeito, eu conversava ontem com uma amiga quando
ela me pedia para analisar um vídeo, que tinha uma cena entre uma mãe e seu
filho de aproximadamente 5 anos. Mas não vou aqui entrar em detalhes sobre o vídeo.
Pois bem, se olharmos atentamente a nossa realidade, e nos
darmos conta que os homens estão simplesmente se desmanchando, perdendo os seus traços humanos, e por conseguinte, também
está a se desmanchar tudo aquilo que
ousamos chamar de realidade, entenderemos, por exemplo, porque que na versão
cabocla é o galo, e não nenhum profeta
que anuncia o nascimento de Jesus Cristo! Aliás, na dita narrativa, a mesma que
vemos representada nos presépios não são os homens, que presenciam o nascimento
do menino Jesus, e sim os animais – ainda bem? Sim. Já imaginou se fosse um grupo
de pessoas? Cada uma destas anunciaria o que exatamente?
Isso me faz a pensar, olhando para os alvoroços dos nossos
dias acerca da verdade; acerca das interpretações das leis – não é exatamente
aqui que se revela o quanto estamos grávidos do nada? Mas o que é nada? Ora, o
nada é exatamente aquilo que nos ampara quando da sã consciência já perdemos
tudo!
Meu Deus!
Não foi eu, e sim Platão que pela primeira vez chamou esta
nossa dita realidade de ilusória! Mas do que será mesmo que ele estava falando?
Estaria Platão falando dos nossos puídos
amarradios e dos nossos tortos dedos a apontar para as nossas próprias sombras?
Ora, meu primo, então é chegada a hora de colocarmos os
pingos nos is ou não mais absolutas das incertezas sentarmos com a bunda pelada
na areia?
Ó!
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