A solidão dos brinquedos
Por Gilvaldo Quinzeiro
Hoje, eu quero tomar as dores dos brinquedos esquecidos; ser
deles a sua voz, o seu grito e o seu olhar a esmo!...
Na solidão de um brinquedo esquecido, não há voz e nem
grito de socorro: há sim a indiferença absoluta!
Um brinquedo esquecido, meu senhor, sobretudo, em condições
ainda tão precoces – é sinal de que, ou a infância está ficando curta demais ou o novo
brinquedo a substituir o velho, veio com
o propósito de não se apegar afetivamente ao dono!
Quisera o tempo em que um simples sabuco de milho, era
recebido como um intruso em festa de bonecas de pano!
Ah! meu senhor, no tempo em que os menino davam o duro para esmerar uma simples “lata de
sardinha” – não havia solidão para nenhum brinquedo!
Hoje, na pressa dos nossos dias, os brinquedos tiveram
reduzidos drasticamente o seu ciclo de
vida – alguns não duram uma manhã sequer!
Outros, ainda são jogados fora a caminhos...
Temo pela solidão dos adultos, quando arrependidos de,
quando crianças não terem se dedicados aos seus brinquedos. Tarde demais!...
Comentários
Postar um comentário