O desejo e a pintura da velhice
Por Gilvaldo Quinzeiro
O desejo é o fôlego de todas as realizações. Sem desejo, a vida passa ser um quadro encardido numa
parede; uma pintura cujo pintou morreu pra si mesmo...
Os desejos de realizações tardias. Estes são como cabaças velhas – o lodo impede que se beba
água pura. Contudo, é melhor desejar e ter tardias realizações, a morrer pela
precocidade!
O anunciado acima é para introduzir o assunto da velhice,
do “desejo”, mais precisamente. Hoje à
tarde, em conversa de família, foi levantada esta discussão – claro, rimos de
nós mesmos! Que situação?
Em seguida, ao retornar para minha casa, refletir mais
sobre o tema. E decidir que iria tentar escrever alguma coisa sobre.
Pois bem, de pronto, eu coloco a seguinte equação juventude X velhice: quem
pintaria de um só fôlego, “a origem do mundo”, de Gustave Coubert? – Aquilo sim
é um desejo de pintura!
Gustave Coubert, pintou francês, do século XIX, que escandalizou o mundo da sua época ao pintar
ostensivamente o sexo de uma mulher – “a origem do mundo”. Afinal, qual o
desejo do mundo da época de Gustave Coubert? – Estranho isso não?
Dando continuidade à questão, na juventude, pinta cada
desejo! Na velhice então cada desejo pintado – é borrão!
O leitor agora deve estar se perguntado: “que diabo este
cara deseja com isso”? – De tudo um pouco! Embora, tudo seja tão pouco para se
desejar...
Mas, por falar no diabo, há um quadro que eu desejaria
pintar, qual seja, a de uma mulher
cozendo um ovo nas chamas de uma lamparina, e o
diabo ó, encabulado!
Ufa!
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