A nossa violência é filha de quem?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A violência que se assenhora do Brasil, é neta de todos
nós “cidadãos de bem” – tudo não passou de um simples descuido, enquanto
pregávamos os olhos em difusos interesses!
E agora, vovô?
Acaba de chegar ao aeroporto Petrônio Portela, em
Teresina, o caixão com o corpo do piauiense Eduardo de Jesus Ferreira, de
apenas 10 anos de idade, morto em um tiroteio no conjunto de Favelas do Alemão
no Rio de Janeiro. Em vez de ter sido um feliz retorno, como se espera dos que
fogem da seca, as flores ressequidas velam as lágrimas de tristezas!
Até quando?
Saber que a violência, que vitimou o pequeno Eduardo,
está apenas entrando numa nova fase, é chocante!
Todavia, a violência não se limita aos rincões
fluminenses. Até mesmo a nossa pacata zona rural (estou me referindo a Caxias e
seus arredores), perdeu o sossego! Pobre Semana Santa de jejuns, mas rica de “féis” ajoelhados de frente para seus pancadões!
Domingo de Páscoa, numa biboca, aqui, outra acolá, meninos fazem farras, os mesmos que
faltaram à escola no dia seguinte – tirando gosto com a orelha do outro!
Cordeiros de Deus? – Não, Pedro é simplesmente a minha
mão sapecando!
Por fim, nada mais atual do que Chico Buarque, com o
seu “pai afasta de mim este cale-se”! Ou
“o que será que será”?
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