Uma "canção" de ninar para meu filho
Por Gilvaldo Quinzeiro
Quais foram os seus
sonhos de infância? Por quanto tempo você alimentou-se deles? Quais
deles ainda lhe insistem em manter-se
vivo, a despeito dos que você já desistiu ?
Os sonhos, meu filho, jamais se abandonam! Deles devemos fazer nossas pontes ou, por eles andar sobre as águas!
Se você desistir deles
agora, por quem você haverá de viver, meu filho?
Acorda e venha lutar por seus sonhos!
Ouça a voz do seu “índio interior”!... Acenda uma fogueira,
e assobie suas canções da infância, dançando
em volta dela! Deixe que o dia
amanheça por si mesmo!
Saiba que, a solução para os nossos problemas, se
assim lhe posso falar, meu filho, não consistirá em nos amarrar
no “ rabo do cavalo alheio”, e sim em sermos o cavalo da nossa própria
carga!
A questão, porém,
de sermos “o cavalo” de nossa carga, meu filho, é nos vermos a partir
dos olhos do Outro, e assim, o que era para ser apenas um cavalo, transformou-se
num elefante ou numa formiga.
Ouça, portanto, o seu “índio interior”, meu filho!
Dialogue com qualquer que seja o seu fardo! Faça deste o seu aliado, e assim,
no final da jornada, você terá se transformado sabiamente, ao invés de lobo - no cavalo de si mesmo!
Acorda! O dia já
raiou! Ouça o cantar dos passarinhos! Levanta
e venha lutar por teus sonhos, meu filho!
(De um velho índio ao ouvir o sopro dos ventos)
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