A civilização das imagens X o nascimento dos bebês
Por Gilvaldo Quinzeiro
O nascimento dos bebês. Diante de tantas mãos ocupadas; ocupadas com
outros partos – o dos flashes - nascer
hoje significa ouvir antes da pronuncia do seu próprio nome, ser batizado com uma fotografia! Fotografia
esta que a despeito da ausência de mãos
que amparariam o bebê – é acolhida pelo mundo inteiro!
Que lindo, não?
Visto por este ângulo, os bebês de hoje são mais bem recepcionados
do que os de outros tempos. Ledo engano!
A maquiagem do nascimento dos bebês de hoje, os tornam
apenas frágeis “pintos pelados”! Tempos depois, aprenderão que adquirir pena,
não é como revelam “as fotos” dos seus
pais! Tudo enfim, é duro demais!
Que pena?
Por outro lado, os meninos já “homens” não conseguem ser
mais meninos. Os quintais, por sua vez, cederam lugar para “bolhas ilusórias”. É aqui, isto é, nestas “bolhas ilusórias” onde poderão ser gestados os mais terríveis e
complexos de todos os “engenhos” – o dos
meninos assassinos!
A violência é uma fábrica de imagens. Muitos não se alimentam hoje de outra coisa!... Pois bem, são nestas
imagens que podemos nos dar conta não só
dos nossos corpos fragmentados, como também senti-lo de volta. De volta?
Como assim?
Lembrem-se que aquele outro (o corpo) nos foi roupado e só “cuidado” naquelas primeiras fotografias!
O novo corpo, o real, se descobre do mais bruto jeito: atirando-se violentamente contra a realidade desconhecida!
Um bom dia a todos para se pensar!
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