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Mostrando postagens de outubro, 2017

A metáfora e o ninho

Por Gilvaldo Quinzeiro A raposa e o ovo. Este quadro pode até parecer uma pintura de um surrealista, mas é apenas uma representação do real quadro político brasileiro. Não é preciso ser um bom analista para se prever facilmente quem no final irá abocanhar o outro. Mas, o que se ver não é tão claro assim. Ou seja, quem espera sentir o prazer em ver a raposa abocanhar o ovo, é porque não soube de fato acompanhar o frigir dos ovos. Ou seja, a algo adiante já! Em outras palavras, a situação é bem mais complexa. Estamos diante de uma alquimia política.  E no final, não será a raposa de todo o perigo, mas os eloquentes cordeiros que, aos poucos tomam de conta do galinheiro! Meu Deus! Sim, é o que muitos dizem... Mas, se observamos bem, o ovo está ficando goro!... Amém?

A repetição. O retorno da coisa outra.

Por Gilvaldo Quinzeiro O universo tem infinitas ‘portas’. A uma delas podemos estar retornando neste exato momento. Quão bom seria se tivéssemos em nossa sã consciência e inteiros ao atravessarmos a cada uma delas! Apesar de que possamos dispor de inúmeras ferramentas, somos como aranhas a tecer repetidamente suas teias. Em outras palavras, estamos diante da questão do ‘retorno e da repetição’. Se para a aranha o seu retorno seria a sua teia, aos homens seria a caverna? Uma possível guerra nuclear poderá enfim, confirmar este retorno da ‘aranha’ a sua teia, no caso dos homens, a escuridão das cavernas. O dito aqui nos faz pensar na necessidade recorrente dos homens do retorno ao ‘útero’, ainda que isso implique em bloquear o próprio caminho – se colocar como pedra sobre si mesmo! É neste contexto que a ‘pulsão de morte’ pode ser interpretada. Ou seja, a morte, em que pese o paradoxo, utiliza-se para o seu propósito, um ‘sopro’ de vida que seja. É claro

O Ser Professor

Por Gilvaldo Quinzeiro A vida é como o pé no sapato de uma Cinderela, isto é, não há como calçá-lo sem antes ter trilhado léguas e léguas de merecimento! Os tempos atuais, não são dos príncipes e nem dos sapos, mas da maquiagem, que lhes ocultam as diferenças. E no meio das aparências, dos talhos ocultos das faces, se refazer dos cacos e das cinzas, é um milagre necessário! O milagre de se viver dignamente bem, do muito pouco!  O milagre de se continuar fazendo o melhor de si, sem ouvir o som dos aplausos! O Ser professor é um desses milagres, nos tempos difíceis de hoje!

Os tecidos, as costuras e as pregas.

Por Gilvaldo Quinzeiro Os profetas não são do tipo daqueles que colocam o dedo na ferida, mas a boca – a boca metaforicamente! Pois bem, neste tempo humanamente puído, onde os nós se afrouxam; os remendos se descosturam, eis que podemos estar desperdiçando o que ainda nos restou do último tecido, cosendo os nossos demônios! Existe hoje, pelo que nos parece, uma demanda por demônio, em razão de, talvez, da fé já amarrotada! Um exemplo disso é a ‘demonização’ da arte! Ora, enquanto usamos as nossas energias demonizando isso ou aquilo, que também é humanamente nosso, podemos estar desperdiçando o ultimo fôlego para erigir os nossos deuses. Especialmente diante de tantos “diabos tecidos”? Portanto, há um botão fora da casa. Há uma prega fora do lugar. O que tudo isso pode significar: um boi encaretado correndo solto nas ruas!

O nosso rastejar pela boca!

Por Gilvaldo Quinzeiro A boca, que suga o leite é também mais tarde, quem triturará o seio materno em um ataque de fúria. A boca não é só lugar de passagem. É também um lugar de identificação e fixação. O pai da Psicanálise, Sigmund Freud, apesar dos seus gigantescos passos no tocante a conquista da nossa mente profunda, não foi capaz de se livrar do charuto, que mais tarde vem lhe vitimar de um câncer na boca. O velho ditado de que o “o peixe morre pela própria boca”, talvez, seja um dos motivos ainda que Inconsciente para que o mesmo tenha se tornado em um prato sagrado na boca dos homens. A boca é em Psicanálise, mais especificamente no tocante a fase do desenvolvimento psicossexual, não só a primeira fase do sujeito, isto é, a fase oral,   como é por assim dizer, o nosso primeiro contato com a realidade; tanto a ‘realidade’, que  engolimos literalmente, como a ‘realidade’ por nós repelida. O ato de morder, inclusive o mesmo seio que alimenta, revela o quão co

A nossa concreta finitude, e a frágil construção da eternidade.

Por Gilvaldo Quinzeiro A despeito de seus deuses, alguns com a cabeça de cachorro; outros com a cabeça de pássaro; nenhum outro povo soube erguer a ‘eternidade’, ainda que de pedras, mas, antes de tudo, em seu pensar, como os egípcios! Sejam quais forem os seus segredos ou razões, aqueles que engenharam as grandes pirâmides egípcias, não se deixaram ‘fincar’ na efemeridade! Hoje, a despeito de sermos a “imagem e semelhança” de Deus, como explicar a finitude daquilo que erguemos, para logo mais ser vorazmente consumido e descartado? Tudo isso com o emprego da mais sofisticada das tecnologias! Há coisas pelas quais matamos ou morremos, e cuja existência é tão efêmera, quanto o curto ciclo de vida um inseto numa noite em um pântano.   Toda a nossa existência se tornou numa frágil finitude de uma bolha de sabão, a qual estamos todos nos afogando, e, para desta bolha nos desvencilharmos, perigosamente estamos apenas nos inflando: o estouro é inevitável! Assim co