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Mostrando postagens de agosto, 2016

Na Era da superficialidade: o que pescar?

Por Gilvaldo Quinzeiro Os nossos dias de vacas, magras serão as nossas esperanças: não haverá capim ou qualquer outra semente sem água!   Quão desgostoso ficaria Tales de Mileto ao saber que quanto mais progresso, mais nos abunda o ‘miolo de pote’! Mais marchamos com sede ao poço sem água: a vida em seus últimos suspiros! Em que pese a alegria do nosso carnaval, porém, todo o nosso fio dental será por demais superficial, quando a intenção for disfarçar o vão dos nossos  escorregos ! Ah! Grande Hermes  Trismegisto , quão raso ficou o mundo em que nós ‘pescamos’ Pokémon: sinal de que caímos de bunda na imensidão do abismo! Amanhã, mentes fisgadas – tempo de muitas redes, e peixe que é bom –nada nos olhos do gato!

Que me perdoem os canalhas, mas os sapos são mais bonitos!

Por Gilvaldo Quinzeiro Os homens são os únicos animais, aos quais se podem chamar de ‘canalhas’.  Podemos chamar um sapo de feio; podemos chamar uma cobra de venenosa, mas jamais de canalha! Por que então temos que nos orgulhar de sermos ‘homens’? A grande questão é a seguinte: os ‘canalhas’ propriamente ditos só se revelam em momentos cruciais como nas crises ou nas guerras, por exemplo. O Brasil vive um momento de crise econômica e política, uma das piores da sua história, portanto, um momento fértil para os ‘canalhas’. Há uma ‘fogueira acesa’ no Senado Federal por conta do processo de Impeachment da Presidente Dilma, em sua fase final, iniciada nesta semana. É fácil ser um ‘canalha’, o momento é favorável para comportamentos intempestivos -, o difícil, sim, é ser ‘homem’! Nas ruas das nossas cidades, uma campanha eleitoral cujos candidatos se comportam como se o Brasil não vivesse uma crise ética e moral. De novo: as velhas promessas jamais cumpridas

A coisa, a palavra e o feitiço

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Por Gilvaldo Quinzeiro Há coisas na palavra que se restringem ao âmbito   das palavras, e não diz respeito ‘a coisa’ propriamente dita –, aquela que grita em nosso silêncio, e que, portanto, não se ‘palavrisa’, é saliva, gemido, tremor ou desfalecer! Somos ‘ocos’ daquilo que a palavra não representa ou somos ‘barros’ daquilo em que somos fincados apenas com o emprego das palavras. Ora, o dito aqui é espantoso! E chama exatamente a nossa atenção para a nossa condição de meros ‘espantalhos’ – aqueles que representam o lugar dos vivos, embora não sendo coisa alguma; dos vivos que ora se fingem de mortos -,   têm a difícil missão de afugentar aquilo que pode trazer a representação da morte! Qual a  explicação da nossa atual tendência, que não é nova, a   de tatuar o corpo, senão a intenção de nos prender a alguma coisa que as palavras já não mais exorcizam? O feitiço o que é? Um misto da coisa/palavra. O que é um sintoma? A coisa plantada na condição de palavra

Seja homem ou seja pedra, primo?

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Por Gilvaldo Quinzeiro De todos os seres vivos, o homem é o único a sofrer ‘desmaio’ diante de uma cena, incluindo aquela na qual não exerce nenhuma participação. Uma explicação para isso seria: não estamos de jeito algum ‘fincados’ na Realidade, senão naquela em que nos sentimos confortáveis! Ora, o dito acima nos remete para o seguinte questionamento: então, assim sendo, os quadrúpedes estariam em relação ao real mais firme do que nós? O fato é que a natureza que também nos ‘habita’ é da ordem daquilo que resiste em se antropomorfizar, posto que, é exatamente neste ponto em que consiste o nosso desraizamento. Diante da Realidade em que nós não nos fincamos, mas que nos esmaga, resta-nos tornar tudo em nossa volta naquilo tão semelhante a nós. De outra forma quem se comoveria com o nosso ‘desmaio? Pois bem, não podemos avançar esta discussão sem introduzir outro assunto correlato: a morte. A morte, primo, não nos serve de nenhuma medida ou comparaç

Como esquecer da moça, se (a moça) é ele?

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Por Gilvaldo Quinzeiro Somos todos ‘espelhos’, e, enquanto tais, engolidores da presença de outrem. Por isso, é difícil não haver quem não se sinta ‘grávido’ daquilo que não se pode dar à luz! O dito acima é uma provocação ao discurso a respeito do luto e das perdas. Ora, como se falar de perda em relacionamento se a rigor ninguém de fato pertence a ninguém? A pouco eu presenciei a seguinte conversa: “o fulano de tal, mesmo após o fim do namoro, nunca esqueceu aquela moça, e, de vez em quando ele a presenteia”! Ao ouvir isso me veio a seguinte frase como resposta, “como esquecer da moça, se (a moça) é ele”! Às vezes o que não conseguimos esquecer na perda do Outro, não tem nada a ver com a perda deste, e sim, com aquela parte de nós que só se tornou ‘espelho’ enquanto outro! Por fim, este ‘fulano de tal’ ao presentear esta moça não estará dando o presente a si mesmo?

O feio é não plantar o belo!

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Por Gilvaldo Quinzeiro Umas tantas gerações antes do ‘papel higiênico’ cantavam em roda, um pegando na mão do outro em noite de luar, canções e com os gestos que hoje nos fazem tanta falta! A despeito de tantas conquistas, entre estas, o ‘papel higiênico’, fazemos hoje tantas coisas absolutamente feias! As borboletas não sabem que voam e nem que são belas. Somos por enquanto, a única espécie capaz de compreender, fazer e sentir as duas coisas! Que lancemos sobre tanta coisa feia, um olhar belo! Não que as borboletas precisem do nosso ‘espelho’ para continuar sendo belas, porém, se nós não as tomarmos como sendo nossas as suas ‘asas’, então despencaremos todos no abismo da nossa feiura! Tenham todos um bom dia para fazer tantas coisas belas: meus cumprimentos, a todos os pais!

Bom dia, a todos!

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Por Gilvaldo Quinzeiro O passar da vida de todos os dias e de todos os anos é como uma vida assustada de um goleiro debaixo das traves, onde todo jogo, faça chuva, faça sol, faça frio ou calor, ele precisa fazer repetidas vezes a mais bonita defesa! A vida é o jogo jogado; é o suor a escorrer pela testa; é a mão trêmula de tanto cansaço; é o grito quase silenciado a sobrepor o barulho das vozes dos que só ouvem a si mesmo; é o olhar bonito sobre tantas coisas feias; é a mais grossa das mãos a lapidar a mais fina das esculturas! Hoje, cada vez mais do que ontem, eu aprendo a admirar os sapos por, a despeito de não serem ‘espelhos’, ainda assim, continuam a ter olhos cuja visão das coisas, provavelmente, é a mais bonita do que todas!   A vida não é o que dela se pensa, ainda que pensar seja algo elevado, mas o que dela se faz por mais pouco que seja; por mais estéril o terreno em que venhamos fincar as sementes! Enfim, na vida nada somos e nada temos: v

Enfim, às favas e as bundas. Precisamos capturar a vergonha!

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Por Gilvaldo Quinzeiro Se a natureza com a sua força primordial inicia o seu retorno para ocupar o lugar que sempre foi seu, então, neste ínterim, o homem não se contentará na pele de homem, posto que, este, enquanto natureza, foi para aquela, o seu maior fracasso! Ora, o dito aqui exige a ‘captura do tempo’, tal como no Pokémon Go. Por falar em Pokémon Go, já estamos capturados. O difícil agora é se libertar desta prisão. Se antes, quando o mundo era real, já não podíamos sentar na porta de casa, imagine termos que nos lançar pela janela para capturar os ‘demônios’ – estes bichinhos pelos quais esquecemos da própria bunda!  Portanto, o estrago está feito! Abundam-se as mãos bambas, murcham-se as bundas sem assentos e sem asseios! Tudo se estica para o lado de fora: o lado de dentro se tornou o abismo! Lá vai aquele vaga-lume! Lá vagam aquelas mariposas! Lá embaixo da mesa quem agora rói os ossos? Precisamos, portanto, pescar os sinais dos t

Foi bonita a abertura dos jogos olímpicos Rio 2016!

Por Gilvaldo Quinzeiro Na era do novo Pokémon, bem que deveríamos capturar o ‘espírito olímpico’ de verdade!   Mas enfim, a abertura dos jogos foi bonita! Conseguimos um jeito de ‘pegar no pote, mesmo não podendo erguer a rudia! Os gregos, eles, os pais dos jogos olímpicos, bem que poderiam ter nos ensinados sobre a alavanca de Arquimedes – vamos precisar mais do que suspender a rudia!    A inda falta amarrar ‘chocalho no rabo do gato’!  O Presidente interino Michel Temer até que tentou, mas... foi descoberto e vaiado! A nossa primeira medalha, a de prata, conquistada por Felipe Wu (na pistola de ar), veio raspando qual uma bala perdida! Ufa! Que nos venham outras! Por falar em bala perdida, um projétil perfurou o centro de imprensa do hipismo, mas sem deixar feridos. O caso acendeu o sinal de alerta do serviço de segurança!  Isso hoje! Para tentar acalmar os ânimos, as autoridades explicaram: “o alvo era outro”! Ufa! Já na abertura, drones sem autoriza

A mecânica do tempo, e o ‘elástico’ esticado. Um olhar sobre os nossos dias

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Por Gilvaldo Quinzeiro Ao lançar um breve olhar sobre a ‘mecânica’ da nossa contemporaneidade, duas coisas têm me chamado atenção. Uma é o aumento das igrejas, bem como o de pessoas que a elas procuram. A outra é o aumento das prisões ou a menos a demanda por estas. Por outro lado, paradoxalmente, o papel das escolas, vem se declinando, incluindo, o seu fechamento. Por exemplo, aqui em Caxias, mais especificamente, no que diz respeito, ao turno noturno. Que encruzilhada é esta? Com que nos deparamos? Neste texto eu vou procurar falar de algumas das nossas feridas. Refletir sobre elas, ainda que não possa resultar em cura, porém, significa ao menos colocar a mão sobre. Não há como se compreender a alma de cada geração, se de fato isso nos seja possível, sem antes haver uma compreensão a fundo dos seus ‘demônios ’   ou a menos daquilo que se ‘demoniza’. Os ‘demônios’, é bom que se diga, já não se encontram presos pelo lado de fora – estes estão bem ‘livres