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Mostrando postagens de dezembro, 2012

2013 e seus sinais: que nos façamos inteiros!

Por Gilvaldo Quinzeiro Mais um ano que termina... E com este as promessas feitas de um novo recomeço... O próximo amanhã virá... Teremos o mesmo tempo para nos refazer?... O tempo é implacável. È como cair dentro de um poço – o que nos sobra poderá ser também o que nos afoga!... O homem terá sempre que se refazer dos seus próprios espantalhos, do contrário, a noção de “tempo perdido” é como não se dá conta do próprio braço arrancado, ou seja, fria escultura, eis no que ao longo do tempo podemos nos ter transformados!... O fim deste ano, por muito pouco não significou também “o fim do mundo”. Aliás, se observamos bem, como negar que o mundo já não é literalmente outro, ao menos grávido está, porém, até este vir dá a luz “seremos suas dores e contrações”... Pena de nós? Nós quem se já nos transformamos em “ velhas e estranhas criaturas”? Pois, bem, 2013 já nos bate à porta, e com este também seus sinais: este ano (isso não é nenhuma profecia), os céus será visitado por um

O saco, e suas costuras: quem já reparou as do sujeito?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Tal como um saco, o sujeito para ficar de pé há de conter seu próprio rasgo. E assim,   muitos são aqueles que permanecem presos ao chão. Claro que tudo depende de como o sujeito é “costurado”. Às vezes alguns são porosos demais... Outros   sem emenda alguma... Enfim, um “saco” que não se segura em pé!...        

Pra se pensar além das raízes...

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo de muitas beiradas e poços rasos, a violência é a única coisa a ter raízes. Aliás, estas estão tão bem fincadas que, cortá-las agora é derrubar uma sociedade inteira presa apenas por suas superficialidades. Veja que paradoxo. Por um lado, a sociedade contemporânea é plantada como uma árvore de Natal, isto é, que em nada se segura, senão na própria aparência; por outro, a violência é plantada naquilo que existe de mais profundo. De tal maneira que seus olhos nascem dos nossos arrancados. Claro que “a cegueira” é um sintoma, sobretudo, das nossas autoridades que só têm olhos para as suas “vacas gordas”. Enquanto isso, quem sofre o cerco com os arames farpados é a população, especialmente a mais pobre. E pensar que “ o que se planta é o que se colhe”, imagine que safra teremos pela frente!

O amor e seus lençóis: com quantas facas se corta o peito?

Por Gilvaldo Quinzeiro O amor não nos poderia ser mais caro, isso Freud já nos chamava atenção no seu “Mal-Estar na Civilização”. A questão é que o Outro que amamos também é fruto das nossas imagens e imaginação, logo, o amor é construído com curtos lençóis – aqueles nos quais “o frio” é inevitável, e todo ato sob estes é solitário!... Dito assim, então, o amor é ilusório? Como não, se o umbigo destas coisas acima aludidas, não se arranca nem quando mais nos dói!... Não é, pois, de se estranhar que muitos só conseguem “amar” empunhando a faca sobre o próprio peito, e, quando se ferem o Outro, é também de si que lhe arranca o pedaço... Por isso, sem se ter amor próprio, o amor pelo Outro nos é tão penoso, quanto duvidoso, e o que vale são “as valas” que acabamos caindo dentro. E por fim, nas velas que nos velam (?). E quanto aos lençóis? Ora, sem nós por baixo são fantasmas apenas! Que pena? Pense antes de dizer: te amo!

Enfim, a face do fim do mundo? Ainda bem que não?

Por Gilvaldo Quinzeiro Muitas coisas temos que aprender. Uma delas sobre a vida, pois, da morte temos a única certeza (?). O homem na sua tortuosa caminhada se depara todos os dias com tantas faces que poderiam ser a sua, entre estas a da própria morte. Neste dia 21 dezembro de 2012 que, para muitos é considerado como sendo “o fim do mundo”, todas “as faces” se tornaram humanas, inclusive aquelas nas quais os maias esculpiram o que seria “a sua em carne viva”. Em outras palavras, quão frágeis somos, ainda que alguns se façam de pedras! Pois bem, “o fim do mundo”, pelo menos como a face que imaginamos ter até agora não se revelou.... Talvez por isso, precisemos remodelar as nossas ao menos na perspectiva de que dispensemos a maquiagem. Ora, como explicar que a face deste velho mundo continue sendo por muito mais tempo as nossas que já não mais suportamos? Tal o homem. Tais suas preces. Mas também tal o seu mundo; seu céu e seu inferno. Ou seja, o homem precisa se refazer, a

Estranhos são os lugares, onde buscamos a felicidade...

Por Gilvaldo Quinzeiro   Não há caminho de rosas para a felicidade, nem mãos que sejam impermeáveis aos espinhos, porém, se soubermos escutar os desertos e conversar com as pedras, ai sim, estaremos mais próximos dos estranhos lugares que há dentro de cada um de nós. As vezes um descanso debaixo de uma árvore, vale mais que uma caminhada durante o dia inteiro. A busca da felicidade é pra dentro de nós. A questão, porém, são os abismos que nos espreita como um caçador a sua presa! Entretanto, não se arriscar   ir ao fundo, é morrer no próprio raso, onde   só os urubus festejam.            

Os massacres, e o que neles se repetem: as mortes ou as explicações?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os atiradores e seus massacres: quem é   na pele de quem, quando na arma   que aponta é “o falo” que lhes falta,   e,   na cabeça do outro só são   olhos arregalados? Eis uma cena recorrente   através da     qual se acrescenta ao sujeito o   que   lhe falta? Ora, esta discussão nos levaria a falar do simbólico, e, por conseguinte do cultural. Lembram-se de como foi feita “a conquista do Velho   Oeste”? Quem era quem sem ter armas na cintura? Pois bem, por um lado a sociedade contemporânea, sobretudo na sua versão “globalizante”, valoriza o homem como algo abstrato -   uma mistura ambivalente de um cavalheiro medieval com a ostentação de um Napoleão Bonaparte; mas, por outro, no seu sentido real, o homem   não passa de   um   mendigo vivendo cercado por uma infinidade de coisas, todas longe do alcance das suas mãos! Neste último massacre, o da   escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, nesta sexta-feira (14),   o atirador queria colocar as

Abram-se as porteiras!

Por Gilvaldo Quinzeiro Que tipo de “gado” somos com todo este “pasto virtual” que nos engole atenção para as outras coisas que verdadeiramente nos nutrem? A resposta a esta questão nos atolaria no seco, logo, para que alimentar o que já não mata a nossa fome! Pois bem, eu quero chamar atenção aqui para dois fatos que me lambeu o juízo esta semana. O primeiro, ocorreu na cidade de Lakeland, Flórida, Estados Unidos, onde um pai, Jacob David Hartley matou seu filho com um soco( um bebê de apenas três semanas). Motivo: o choro do bebê, que atrapalhou o pai enquanto este jogava game. O segundo fato aconteceu com Thomas Paczkowski, um polonês de 32 anos que, distraído com um programa de televisão, usou um ferro quente de passar, no lugar do telefone, só se dando conta do erro, quando sentiu o rosto queimar... Engraçado? Não! É sério! Estes dois fatos se somam aos que vêm acontecendo quase todos os dias. Exemplo: “ a mãe que esqueceu o bebê dentro do carro, enquanto fazia compra no s

A civilização, e seu tampo arrancado!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Todo o conforto nos arranca um “tampo”. Todo “tampo arrancado” é uma imensidão de nós mesmo que não se exercita. Ora, isso é o mesmo que substituir um copo d’água por outro   de refrigerante -   o que nos   sobra entretanto,   é tempo demais desperdiçado onde não se acrescenta nem mesmo   a saliva! Pois bem, nada mais contraditório que a nossa busca pelo conforto. Este quando alcançado é tal qual a aposentadoria – do que nos vale tantas “poltronas” para sentar, se já perdemos corpo inteiro? Aliás, os médicos estão cansados de receitar que “correr” é o nosso melhor remédio! Eis o preço a pagar em nome de “ todos os confortos” oferecidos por uma civilização empanturrada de coisas que nada sustenta   e sem gente disposta a lutar por si mesma! Um mal-estar na civilização? Ora, Freud nunca se poupou de nos afirmar isso. Nós, entretanto, nos fizemos confortavelmente de surdos! E agora José? Estou sem tempo e sem tampo de mim!      

O barro do qual somos o seu silêncio

Por Gilvaldo Quinzeiro   Somos feitos de palavras... Não daquelas ditas, mas das que nos entalam.   As palavras ditas são como espelhos, isto é, o que nele se ver é quase sempre a maquiagem que, quando retocada nos soa como eloquência , porém, naquelas em que estamos entalados, estas sim, são   substanciais   – material este   que nos faz “quebradiço”, assim como o   do próprio espelho. Em outras palavras, já disse aqui e agora vou repetir, não passamos de meros espantalhos. Uma pena sermos grudados aos olhos do Outro. Logo o Outro que também dos nossos olhos se alimenta. Ora, esta é equação do sofrimento: o que vemos no espelho não é outra coisa, senão os próprios olhos do Outro!... Psiu!                                                                                                                                       

As saudades do tempo de outras leituras

Por Gilvaldo Quinzeiro   Hoje me bateu uma saudade do tempo em que os jovens eram “jovens” também em suas atitudes -; tempo das utopias e do bem comum! Do tempo que a música era ouvida em volta das   fogueiras; e os sonhos   vividos no chão de   esperança... Amanhã, com os nossos fones no ouvido, quem ouvirá os gritos de socorros de outros tantos jovens sem sonho algum? Hoje me bateu uma saudade de mim, do tempo em que   sentir saudades era não ter a noção das perdas que ainda   haveriam de vir!... Amanhã que outras perdas virão para aumentar as minhas saudades? As saudades o que são, senão um tampo que se arranca   da gente, no tempo em que a gente se sentia vívido e inteiro? Hoje, enfim o que nos bate à porta? Flecha no peito que arde! Arte de sentir saudades, quem ainda a esculpe? Eu saúdo   todas as saudades, mesmo não podendo mais abrir porta alguma! Bom dia com saudades de outros dias!              

As lições dos desertos, nós pescadores!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Em nossos desertos, somos apenas pescadores de nós mesmos. Uma pena, porém, nem sempre vencermos a tendência de nos afogarmos!...Diga-se de passagem, que esta é   para muitos a única “isca”, antes mesmo de lançarem   as suas varas... Mas, enfim, somos “o grande peixe” que nos escapa, enquanto atravessamos os   nossos desertos diários!... A fome de nós mesmos, eis o que nos lança a procura de comidas Outras -, aquelas que também nos fazem de “comida”! Meu peixe, tá pensando em quê?    

A vida da arte é como a arte da vida?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A vida é como uma obra de arte, a face que a acrescentamos é exatamente a que nos é mais assombrosa. Ora, se não fosse à arte estaríamos condenados a não perceber na face do outro a loucura que é também toda nossa!... Talvez por isso, “o nosso céu” seja   mais próximo do que o dos outros, o difícil, porém, é quando nos pintarmos na condição de deus -, o outro, seria o deus de quem? “Assim na Terra, como no Céu”.   Poderia ser exatamente ao contrário, não? Ora, mas que artistas nos tornamos, quando   as músicas que cantamos são as mesmas que nos arrancam o tampo? Se assim também fossem as esculturas, tudo enfim, estaria tão duro? Ou já nos tornamos moles como a argila na qual imprimimos os calos das nossas mãos? Estamos sim, pálidos, eis a razão para retocar tantas e tantas vezes   a maquiagem! Bom dia pra arte de se viver bem!      

O andarilho

Por Gilvaldo Quinzeiro   Que pedaços de mim,   quando jogados fora, ainda assim, por mim pulsam?   O que me é inteiro, quando do outro tudo é estilhaços? O que posso, quando já não me arrasto? Tudo é   vidro, quando os pés já não suportam andar   de carne viva! Ah! o quanto há ainda por caminhar? Quem de mim quer seguir em frente? Quem de mim já desistiu tanto?

A terra, a maçã e a fartura de bocas

Por Gilvaldo Quinzeiro Da maçã que caiu sobre a cabeça de Isaac Newton, a terra toda ficou suspensa pelas forças antes desconhecidas quando todos só tinham fome de comida - um paradoxo para quem, ao invés de comer a maçã, devorou seus próprios pensamentos!... Que fome a dos nossos dias,quando já não se tem cabeça alguma onde a maçã cair! E quanto a terra, esta sim está mais do que abocanhada!... Ora, como evitar que a terra seja por nós devorada, quando, com todo esforço que fazemos só se cresce “a boca” ? Diga-se de passagem, “as bocas” que se escancaram pelas ruas, enquanto a civilização fecha os olhos para o parto de uma geração sem face alguma.

Tantas coisas. Tantos espelhos... Mas de quem são mesmo as faces?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O que sãos “ as coisas” sem que os homens as tornem suas próprias   faces? Ou o que são homens quando as coisas são de tal ordem que não se antropomorfizam? Eis o tempo em que somos apenas “as trempes” de um fogo que já se apagou? Estas questões nos levam a falar do “espelho” ou, mais precisamente do seu excesso ou da sua escassez.   O fato, porém, é que “os espantalhos” espatifam-se em nós, do mesmo jeito que,   com estes, a nossa imagem se escapole. Dito com outras palavras, estamos cegos de ver, o que qualquer espelho se assusta. Vivemos, pois,   uma época na qual “ as coisas”, de tão complexas ou de tão precoces, não têm face alguma, senão, a nossa de espanto! Ora, isso seria   tal e qual   “a face dos nossos mais antigos ancestrais”, quando tudo era para apenas “mão na boca”? A grande questão, entretanto, é a seguinte: atualmente temos mais “coisas”, e poucas mãos   que diferem da boca.   Isto é, o que ainda não se estilhaçou é “espanta