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Mostrando postagens de julho, 2015

O que alavanca a nossa prece?

Por Gilvaldo Quinzeiro     Em tempo de seca, avistar uma rudia não é de todo um péssimo sinal. Porém, numa realidade cercada e tecida por teias de aranhas, do que adiantam as nossas preces    por alavancas? Saber de que “cimento” a nossa realidade é construída, é uma tarefa chave, inclusive para a sua desconstrução, como também para o discernimento do que pedir em nossa prece. Por dinheiro e não por Deus, tem sido grande parte dos motivos da nossa prece. Claro, muitos estão de joelhos em agradecimento à “graça recebida” – não sabendo estes, ser esta a razão de tanto adoecimento! O que esperar de uma sociedade cuja alavanca é o dinheiro? O dinheiro, se não é um deus de papel, mas é a herança filogenética de muitas religiões dos tempos atuais – as mesmas que exigem sacrifício de carne e osso dos seus fiéis! O amor, que é um dos símbolos do cristianismo, virou uma espécie de moeda de troca. Amar apenas por amar não nos parece ser tão vantajoso! ... De modo que, pri

...Por falar em coisas boas, a minha percepção do quanto sou ruim

Por Gilvaldo Quinzeiro   “O belo e o bom” não precisam de acréscimo de quaisquer temperos. Se hoje necessitamos de mais “sal ou açúcar”, é porque não aprendemos a nos tornar melhor por dentro. E o excesso de maquiagem apaga o sorriso! O sorriso é a mais cega necessidade do olhar do outro. Por isso, este, quanto mais natural, eloquentemente! Na dúvida, que paira sobre meu sorriso, hoje eu acordei decidido a me tornar pra mim mesmo, uma melhor companhia – lugar de acolhimento das minhas sombras e assombrações! E a minha primeira providência a ser tomada será:   convidar todos os meus fantasmas para o jantar de hoje à noite e abolir da minha vida todos os espelhos quebradiços nos quais, eu queria me ver inteiro! O espelho, ainda bem que é cego e mudo!   Contudo, os olhos ou as vozes que a ele se acrescentam, não impedem o nosso “desbonitamento”! O tempero para se tornar melhor por dentro, é aceitar o azedo da nossa maneira de olhar o mundo! “O belo e o bom” não

O principe e o sapo. A dielética dos nossos dias

Por Gilvaldo Quinzeiro   Cada época com seus “feitiços e milagres”. Mas um detalhe precisa ser corrigido, a saber, os sapos são anteriores aos príncipes, assim como o jumento, a cangalha, contudo, o tempo parece retroceder, e todo o povo se sente de cócoras, ao ver seu “príncipe” de uma hora para outra, ser transformado em “sapo”. “E agora José”? Não sei quem é mais infeliz, se a época em que “o sapo” se transforma em “príncipe”, ou se aquela em que seu “príncipe” é transformado em “sapo”. Em ambos os casos, o medo é filho do mesmo pântano. E a prece pela “salvação ou milagre” – soa aos ouvidos de cada época, tal como a cangalha aos ouvidos do jumento. Ou seja, afinal, para quem é a vantagem da pressa? Deixemos o jumento fugir com a carga? Que o Brasil de agora está entre a “cruz e a espada”, isso não é nenhuma novidade, pois, desde de 1500 que ambas nos foram encravadas. De lá para cá, tivemos tantos sapos, quanto, tantos príncipes -   todos alimentados pelo mesmo

A sociedade atual vive numa bolha de sabão: entrevista concedida a uma TV

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Por Gilvaldo Quinzeiro   Este texto é constituído de tópicos, que nortearam a minha fala/entrevista concedida ao jornalista Julimar Silva, no programa Debate Democrático exibido hoje, dia 25, na TV Sinal Verde. I Como o ritmo da sociedade atual interfere se positivamente ou negativamente na vida do jovem? 1 – Na verdade, para falar desses assuntos de natureza tão complexa, que exige um olhar multidisciplinar, isto é,  da filosofia, antropologia, sociologia e psicologia, não nos será fácil. E para facilitar a minha explanação, não há outro jeito, senão fazendo uso de metáforas. 2 . Assim sendo, para início de conversa, eu vou comparar a nossa realidade ou ritmo da sociedade atual, conforme a sua pergunta, a uma grande bolha de sabão, e nós, dentro desta enorme bolha de sabão, não passamos de escorregadios peixes, unidos por    um gigantesco esforço para conter a respiração a fim de evitar o estouro da bolha. 2 – De modo que, como resultado desse esforço de conter

A História está também no divã. Afinal quem não está em crise no mundo?

Por Gilvaldo Quinzeiro Cada vez mais, eu tenho interesse pelas coisas e o mundo. Como se sabe, o mundo dar tantas e tantas   voltas, que, “éguas” daqueles, que pensarem que para suas razões todo terreno é fértil, pois, contrariando as suas convicções, a próxima volta do mundo poderá ser de outras sementes. A bem da verdade, não há “verdade” sem que esta não seja contextual. E assim sendo, neste exato momento, eu posso ser a Maria Madalena sendo apedrejada. É espantoso como as redes sociais, têm sido espaço de “apedrejamento”. Todos apostos de pedras nas mãos. Porém, um detalhe me chama mais atenção, qual seja, aqui não há nenhuma Maria Madalena – só “Jesus”! Sim, a História também está no divã, graças a Deus!  Em conflito, os homens seus parteiros. O contexto atual: “de caça às bruxas “. O que se discute no tribunal – quem foi filho de “deus ou do diabo” no mundo passado? A propósito, eu vi uma postagem “metendo o cacete” no pobre do Karl Marx – uma verdadeira gene

Uma reflexão pela Paz!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se a humanidade quiser ainda permanecer de pé, neste planeta que lhe pede socorro todos os dias, precisa voltar seus olhos urgentemente para a cidade síria de Kobani; de modo especial, aos seus poucos sobreviventes, de uma população de cerca de 400 mil habitantes, grande parte destruída em sangrenta e louca guerra civil. Precisamos, pois, nos colocar na pele das suas mulheres e de suas crianças, que agora mesmo estão a vagar sob os escombros a procura do que antes lhes pareciam tão sólido -, se quisermos restaurar a dignidade humana!   Kobani chora, mas não mais pelos seus mortos perdidos em infernais batalhas, e sim, pelo seu recomeço. Ali, em Kobani, uma cidade de 7m², na fronteira entre a Síria e a Turquia, estão as marcas vivas daquilo que a civilização é capaz de fazer a si mesma, pasme! -   em nome de ‘Deus’ ou do poder temporal! Se a humanidade quiser pensar na Paz, não como retórica de livros de meditação, mas como algo vivido no dia a dia

Meu velho humor sobre a nova velhice

Por Gilvaldo Quinzeiro   Inspirado em Eduardo Dusek, mais especificamente em referência e reverência ao seu humor sarcástico, vou tentar escrever este texto para falar de algo sério: a certeza de que a juventude é um simples passo escorregadio a caminho da nossa duvidosa velhice. A velhice pode chegar nas frias madrugadas, enquanto acordamos sozinhos, após uma noitada de muitas batatas fritas, ou seja, de muito mastigado por nada! Ontem, uma amiga me queixou das suas insônias, dizendo-me que “ao acordar nas madrugadas não mais consegue dormir, pensando na solidão da velhice”. “O que devo fazer”? – Perguntou-me. Este texto, portanto, eu dedico a esta amiga e a todas as outras, que possam estar sem dormir, temendo amanhecerem mais velhas. Amiga, convide seu medo para tomar café com você, aproveitando-se do seu amanhecer antecipado. Mostre a ele o seu humor, e não sua cara feia! Sim, o humor, e não o amor, sobretudo, os perdidos, é quem deve nos alimentar por tod

Por falar em crise que nó me deu agora!

Por Gilvaldo Quinzeiro “Um nó na tripa”. Esta é a designação para a atual crise mundial. A sua superação, entretanto, dificilmente ocorrerá sem que não se mexa ou termine na própria “merda”. O mundo está caminhando à passos largos para isso! É possível que os supremacistas, aqueles que acreditam na superioridade de uma raça sobre outra, aliás, em escala crescente no mundo – se esqueçam de que todos nós, temos ao menos algo em comum - somos enrolados por tripas, que escondem nada mais e nada menos, do que merda, dentro de cada um. A crise grega, entre outras coisas, nos serviu ao menos para que olhemos para o próprio umbigo!   “O buraco aqui é de fato mais embaixo”. Aliás, tão mais embaixo que se constitui quase um retorno ao velho orgulho espartano! Estaria certo Heráclito ao dizer que “a guerra é mãe e rainha de todas as coisas”? – Eu espero redondamente que não! Porém, de uma coisa eu não tenho dúvida: a guerra é uma máquina com qual se aniquila e escraviza as pessoas.

A violência. Onde vim “amarrar meu burro”?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A pedido de um colega jornalista, que me desafiou a falar sobre os “novos tempos”, especialmente sobre as chagas produzidas pela violência, bem como o comportamento que possa estar por trás dela (a violência), resolvi escrever o texto que segue abaixo. Pois bem, um dos aspectos dos “novos tempos”, eu vou metaforizá-lo dizendo o seguinte:   “faltam-se “estacas” nas quais se deve amarrar o nosso burro, logo, o seu dono contem-se em vê-lo preso aos tênues fios de teias de aranhas – pilares invisíveis da nossa dura realidade! ” Ora, assim sendo, todos “os burros” estão às soltas, e o “dono” amarrado e acangalhado! Portanto, a violência é carne da nossa carne; o outro lado, é o arame farpado – tomar consciência – só ficando de olho enganchado! Falta-nos, pois, a figura do Pai, a nos mostrar o Princípio da Realidade.   De repente, no afã de se dá o melhor para os nossos filhos, tudo é “mãe”. Ora, o ato de se “passar meramente a mão sobre a c

Da morte ou de si mesmo, quem escapará?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Assim como da morte; ninguém escapará de si mesmo, não obstante, ser a fuga    o ‘abrigo’ mais visitado por todos. Contudo, o preço a pagar por viver em fuga permanente de si, é o de receber inoportunas ‘visitas’ -   todas sorrateiras e de dentro de nós mesmos, assim como também a da morte. Nos últimos tempos, eu tenho me dedicado a estudar ‘o esfacelamento do sujeito’. Para usar um termo mais próximo do que pretendo aludir aqui, o “espantalhamento”. Em outras palavras, se o sujeito foge de si mesmo, ainda assim, sua existência passará a ocorrer na condição de espantalho ou de algo fantasmagórico – as tais ‘visitas’ inoportuna que me referir acima. Pois bem, umas das coisas que precisamos fazer urgentemente é redefinir o homem. Dizer apenas que o homem é ‘racional’ consiste em “tapar o sol com a peneira”. Ou seja, é não fazer nada! Uma amiga me contou que numa certa palestra, na qual se fazia presente, o palestrante, diga-se de passagem, muito

Corrupto tem sexo? Eis um curto ensaio sobre a nossa metamorfose política

Por Gilvaldo Quinzeiro     Entre a cobra e a lagarta o ponto comum é o serpenteio. Porém, se pudéssemos comparar a lagarta à condição humana, certamente seu anseio seria em se tornar serpente!   A corrupção está para o brasileiro, assim como o ‘casulo’ está para a borboleta, isto é, tudo para um voo de pouco tempo, e ainda assim, desprovido de paraquedas.   Lá na frente rígidas teias de aranha à espreita! Os morcegos são como nós: cegos! Caxias na sua metamorfose política é ‘jaboti’, parada no tempo para si mesma; mas quanto aos interesses imediatos da sua classe política dominante é rápida e ágil como cobra. Em metamorfose: uma oposição calango? Por falar em metamorfose política, não posso deixar de me referir ao Raul Seixa – ele foi em certo sentido, o Antônio Conselheiro da curvatura do nosso tempo. Acrescento: o nosso tempo além de poroso é puído! Por onde andam “os malucos beleza” do nosso tempo? Que fim tomaram? Por qual metamorfose passaram? Nest

Em tempo de pressa, sexo ou achocolatado?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Neste tempo onde a pressa se mistura com a prece -   ambos se constituindo o nó do mesmo cordão -   tudo enfim, apenas se infla, e, apesar do passar das estações, nada amadurece. Tudo é um enverdecer sem fim! E quanto ao inflar-se, amigo, qual a razão da sua pressa por prece? Pois bem, o inflar-se no afã de apoderar-se da ‘bola’, quando uma só ‘bola’ há, significa não jogar nada em tempo algum. É antes, um jogar sozinho - um abocanhar-se de uma só vez a oportunidade do jogo coletivo. O sexo, digo, o ato sexual é da ordem daquilo que também se infla. Mas não um inflar-se antes do outro: é preciso muita tática e técnica para que no afã do gozo não se avance o tempo do outro. Às vezes, por uma questão de segundos, somos ‘driblados’ pela falta de fôlego. E o resultado? – fim de jogo! Não há, pois, melhor dicionário ou enciclopédia sobre sexo que não o ato em si, mesmo que isso signifique uma ‘escrita borrada’, um garrancho numa folha branca de p

Em tempo de vacas magras, gordas só as de presépios

Por Gilvaldo Quinzeiro     As vezes o melhor disfarce é sentar-se na própria merda, quando a porta do banheiro não se encontra a sua disposição.   A propósito, em sala de aula eu passei um sério aperto. Como de costume, sempre que termino a exposição de um assunto, eu pergunto aos alunos se entenderam? E quando sinto que tudo foi “esgotado” (a minha força principalmente) indago: querem mudar de assunto?   Eis que um dia, eu ao propor que mudássemos de assunto, um aluno lá do fundo da sala (como sempre os do fundo  mandam!), respondeu a minha proposição em alto e bom som - “vamos falar de merda”! Pasmem! Esta foi uma das melhores aulas da minha vida! Claro que se não fosse o mestre Freud, teria me ferrado todo! Freud como ninguém foi fundo na natureza humana -   Graças a Deus! Ai de mim se não tivesse aprendido um pouco sobre o assunto!   Portanto, tome cuidado. Antes de propor uma mudança radical de assunto, 'cheque' bem seus acervos ou à porta do banheir

O saco está nu: o que mais nos resta?

Por Gilvaldo Quinzeiro     “O rei está nu”. No varal resta apena fiapos estendidos. O povo começa a se dar conta de que a janela estava sempre aberta, e a bunda antes supostamente vestida, de fora! Não é à toa os sonhos recorrentes, “andando pelado” – um retorno aos primórdios da infância na qual a palavra dita, vestia a criança despida de tudo! Nem os faraós na sua pretensão de serem deuses, escaparam ilesos à nudez onírica. Pelas mãos de artistas renascentistas nasceram “anjos e demônios” pelados. O que isso tem a nos dizer? A resposta é simples: não há época vestida de conceitos rigorosamente “costurados”. Tudo é poroso! Veja só, não é de sonho o que estou falando: estamos todos nus em relação ao nosso tempo sem nó e amarradio!   No Brasil de agora abunda a realidade nua e crua! A aprovação da redução da maioridade penal pelos Deputados Federais, depois que este mesmo tema havia sido derrotado 24 horas antes, expõe “o fio dental” dos nossos parlamentares e po

De Ceres, um 'peixe' grande fisgado?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O tempo desabou? O espaço sofreu um nó? De repente, tudo se encolheu dentro da frigideira, e o gato perdeu de vista o peixe que pulou para dentro do pote de manteiga! Os olhos da comunidade cientifica, mais especificamente, a astronômica,   estão fisgados no   planeta anão Ceres. A sonda Dawn parece que ‘pescou’ algo por lá – trata-se   de uma foto enviada   no mês de junho; foto esta de uma suposta pirâmide. Não bastasse a surpresa de ‘pontos luminosos’ detectados   em fotos anteriores também em Ceres! O que será? Que ‘mares estranhos’ ainda teremos que pescar? Ou se desses mares não passamos de meras ‘iscas’? Enquanto isso, aqui na Terra os homens discutem uns com outros, alguns   com a cabeça de outrem já decepadas, afinal,   para quem se destina “as promessas de Deus”. Claro que é cedo para se saber o que a sonda Dawn ‘pescou’. Todavia, pelas vozes alteradas de alguns ‘pescadores’, em breve saberemos por que São Pedro em alguns moment

Os escaravelhos e os ajustes econômicos

Por Gilvaldo Quinzeiro   “Os faraós” desse mundo se agigantam ao erguerem pirâmides de dinheiro. Para estes, assim como para aqueles do passado, é muito fácil edificarem suas estatuas em ouro, diante de tantos que se afundam nos estercos!   Com uma diferença, porém, os “faraós” dos nossos dias, desconhecem o papel dos escaravelhos em efêmeros papeis carimbados. Os ajustes fiscais, o aumento dos juros, os cortes nos orçamentos, a perda dos direitos trabalhistas duramente conquistados em “nome” do que quer seja, significa o sacrifício para se erguer pirâmides para garantir a “salvação” de poucos – enquanto     se destina o inferno para a maioria! Em outras palavras, não há nada de   “novo” no mundo, senão o jeito de se matar em nome de velhos interesses! Por falar em velhos interesses, os gregos estão indo à forca sejam quais forem à decisão tomada.   Ficar ou sair da União Europeia é uma decisão que altera a     sua espinha dorsal. Para quem assiste esta crise de barrig