Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2016

Mudam-se os anos e as estações, e nós?

Por Gilvaldo Quinzeiro 2016 o ano em que pintamos a cara, usamos as máscaras, ‘soltamos às cobras’, e descobrimos para a sorte dos gatos que temos muito mais dos ‘ratos’ do que de ‘homens’! Desejar um “Feliz Ano Novo”, é fácil. É clichê. O problema é ter quase a certeza que vamos repetir tudo de ‘velho’ – como fizemos em relação ao ano, que se finda! Ah! 2016 quão velhos fomos! Ah! 2017 quão novos seremos? Meus caros ‘ratos’, como desejar que sejam homens? No meio da dúvida, uma descoberta astronômica – as ondas gravitacionais – novas para quem se elas já estavam lá? Aliás, estas ondas gravitacionais são vibrações do espaço-tempo – que antigo isso, não? No tempo dos gregos, os antigos, Zeus fez nascer Dionísio da barriga da sua perna. Nos tempos de hoje, a ciência ainda pesquisa para saber o que fazer com as células troncos! À medida que avançamos, descobrimos o quão somos dos redemoinhos: os buracos negros de nós mesmos! Os nossos meninos, já ‘homens’,

Pois é.... o tempo é implacável!!

 Por Gilvaldo Quinzeiro O tempo é o espelho de todas as verdades; das que escondemos debaixo do tapete, e plantamos os olhos fitos nos céus; das que fazemos dela o ‘nosso cavalo’, e andamos o tempo todo com a bunda no chão e das verdades tão doloridas para as quais não se tem tempo algum. Estas últimas são as que verdadeiramente nos aguardam para os ‘acertos de contas’! Quem de nós, umas tantas mentiras que acreditamos ser, vai enfim, ficar de pé quando o espelho do tempo se trincar? Imagine o seguinte: alguém em plena academia de ginástica, onde todo mundo ‘rala’ para manter a forma física e imagética, e de repente, ao se olhar no espelho ou ao ouvir um comentário a seu respeito que “está feio ou velho” – é de matar! Com caso que vou relatar aqui, a pessoa ouviu de outra, pasme!, do próprio instrutor da academia – que estava ficando ‘careca’!!! Bem, a pessoa acima aludida, eu a encontrei num banco de praça nesta semana, com o qual passei a travar uma conversa.

E aí meu ‘peixe’, como vai a sua porosa existência?

Por Gilvaldo Quinzeiro A existência é como uma rede de pesca: tudo é muito poroso. Tudo por ela se passa. Tudo é muito passageiro, mas isso não significa dizer, entretanto, que não haja fixação; prisão – o peixe a se afogar! Há ‘janelas’ sim, mas por elas também nos lançamos com as pedras. Se não fosse pela ‘invenção da palavra’, não haveria mais o atirador da ‘funda’. Tudo seria um se jogar sem fim de corpo inteiro! Davi teve muita sorte (?)! A existência é engenho onde nos fazemos, e devemos nos dedicar todos os dias a mais importante das missões: a conhecer que ‘diabo’ somos? Há inclusive, aquilo que freudianamente se chama ‘o retorno do recalcado’. Este é o ‘peixe’ do qual não sabemos que somos suas ‘escamas’. Ah! quantos ‘olhos’ no escuro de nós a espera do ver o mundo do qual também somos reféns,   do lado de fora! Não seria esta a verdadeira ‘caverna’ descrita por Platão? Se isso for verdade, eu espero que não, que ‘diabo’ estamos fazendo e nos tornando

O amor é jogo complicado!

Por Gilvaldo Quinzeiro Assim como um bom jogador não é aquele que prende a bola o jogo todo, no amor, toda ‘retranca’ é sinal de que o jogo nem sempre vai terminar empatado: um já está se sentindo derrotado!  Nestas condições, a decisão mais sensata é pedir “pra ir ao banheiro”... É comum o amor ser confundido como ‘fusão’, fato esse que acarreta perda de identidade, e no final da história: um ‘engoliu’ o outro! O dito acima não significa que um tenha que ser a ‘bela’ e o outro, a ‘fera’. O amor só é rico, criativo, saudável, quando no âmbito da alteridade. Em outras palavras, por mais que nos amemos, eu nunca serei tu, e tu nunca serás eu, é preciso enfim, aprender a suportar o outro! Não me queira transformar em vascaíno, se eu sou flamenguista; não me queira transformar em sambista, se eu sou roqueiro. Amar é um exercício dos mais duros! Amar é driblar um time inteiro todos os dias, e as vezes, na hora do gol, dar um chute de canela: ufa! ‘Andou perto’!

Uma mulher não se conquista, desperta-se!

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo onde a maioria dos homens se autodenominam   ‘safadão’, termo que passou a ser sinônimo de galanteador ou mais contemporaneamente, ‘pegador’; a figura da mulher precisa ser exaltada.  Aqui vai, portanto, uma breve reflexão centrada na alma feminina. Uma mulher não se conquista, desperta-se. Engana-se quem se ‘gaba’ disso!  O máximo que se pode fazer é despertar sua atenção e seus desejos. É neste estágio, porém, que mora todos os perigos, e o mais comum desses perigos, é o cara se achar que está com a bola toda! Quase todas as mulheres nos dão ‘o fora’ nesta fase, isto é, quando despertado o seu desejo, e não têm, em contrapartida, uma atitude correspondente por nossa parte, os homens.   Tome cuidado, seus safadões! Uma mulher em seu estado pleno de desejo é a síntese de toda a força da natureza. Nós homens, ‘safadões’ ou não, deveríamos nos interessar mais por este assunto. O mundo seria um lugar apaixonante se déssemos mais

Em nome da ‘felicidade’, esquecemos de viver: que porra!

Por Gilvaldo Quinzeiro A ‘felicidade’ é lápide, isto é, aquilo que se decide ser enquanto aos olhos dos outros, nada significa. Tem gente ganhando a vida, fazendo do nosso sofrimento todo tipo de astucia para nos ‘ensinar a ser feliz’.  Impérios são erguidos sobre a promessa da felicidade. Tem gente que jura que faz de tudo para ser feliz.  E felicidade que é bom, nada! Tem gente acreditando que é feliz na sua foto mais ‘curtida’, e todo dia acorda insatisfeito, e então, o ciclo se repete. Tem gente seguindo à risca até receita balanceada, o que significa na prática, menos comida, e mais peso da vida para carregar! Muitos que investiram tanto ‘naquele amor’, como a razão, o caminho para a felicidade, hoje estão juntando latas pelas ruas – ficaram loucos – loucos por muito pouco! Ah!  a felicidade! Onde tu te escondeste? Deveríamos prestar mais atenção numa coisa: éramos felizes, quando não fazíamos nenhum esforço para conceituar a felicidade. Éramos mais fe

O estranho bebê humano e o esperto ‘cabrito’.

Por Gilvaldo Quinzeiro É estranho que entre todos os ‘filhotes’ da natureza, o bebê humano é o único que não se ergue por si mesmo em direção ao seio materno, não obstante a iminência de morrer de fome – o máximo que este faz, o bebê, é chupar o próprio dedo! Pelo dito acima conclui-se que, a evolução humana se não for entendida como sendo no âmbito espiritual, de outra forma, estaremos condenados a viver com menos mérito do que um cabrito, pois, este ao nascer é capaz de, mesmo cambaleando se erguer até as tetas da mãe – coisa que nenhum beber humano é capaz de fazer. Então, meus amigos quem somos nós aqui reunidos nesta ceia? Quem deveria estar no prato no lugar do ‘cabrito’? Não será por uma ponta de inveja que estamos a devorá-lo? É estranho que ao mesmo tempo que falamos na ‘vida eterna’, aprendemos muito pouco sobre a nossa curta existência! Talvez por isso, os espiritualistas consideram como quase certo, outros tantos ‘retornos’ nosso, em alguns desses na co

Tempo de muitas palavras, e de pouquíssimo ‘entendedor’.

Por Gilvaldo Quinzeiro Hoje cercamos o mundo de palavras, sem ‘estacas’ é bem verdade, mas não se planta mais quem de palavras nasça – tudo é ‘coisa’ – as que nos assustam por fora e as que nos engolem por dentro. O “bom entendedor”, não mais se faz presente em nossas conversas! Faltam-nos, pois, palavras para ‘pescar’ o significado das coisas, sobretudo daquelas para as quais somos apenas suas ‘iscas’. E assim, quando o pão e a palavra perdem a sua função de alimento, o primeiro, que nos mantem em pé; o segundo, que nos ergue acima das coisas, então, é chegado o tempo em que não mais existem homens, só ‘sabugos’. A pior das fomes, portanto, poderá estar em curso. A fome de ilusão. A falta de utopia. O mundo dos desesperados. Aleppo, cidade do Norte da Síria, depois de tantos bombardeios é hoje este retrato. Que palavra há que descreva aquilo ali?  Que sonhos serão capazes de erguer uma nova cidade apesar da ‘engenharia do medo’? Por falar em ‘engenhari

Do corpo e da alma. Seja você seu próprio ‘especialista’!

Por Gilvaldo Quinzeiro Outro dia, uma amiga se referindo a uma outra pessoa me disse o seguinte: “fulano de tal está podre de rico”! Não é primeira vez que eu ouço esta frase. Porém, desta vez, eu me pus a pensar sobre ela. Ora, se alguém está “podre de rico”, de qualquer forma, este, estar em péssimas condições, ainda que sentado em toda a riqueza. De sorte que nestas condições, a riqueza não lhe serve mais para nada (?)! O dito acima nos faz pensar a respeito daquilo que se chama de ‘estado de espírito’. E assim sendo, podemos estar ‘podres’, e não nos damos conta disso. Ver os constantes noticiários, através dos quais, somos informados de como os nossos agentes públicos levavam uma rica vida, de luxo e sofisticação, contrastando com a vida miserável a que está submetida a população – isso sim, é que significa ser “podre de rico”! Uma joia rara a ordenar um corpo bonito, mas de alma em estado de putrefação! Isso nos obriga a aludir a respeito da relação corpo

A 'antropologia' das necessidades!

Por Gilvaldo Quinzeiro O pote não foi feito pensando-se na rudia. Mas, a rudia foi feita pensando-se na cabeça de quem vai carregar o pote. O nó de tudo isso, entretanto, é a estranha coisa, que nasce da necessidade! Ah! quanta necessidade! Quantos nós puídos na pressa de suprir uma necessidade, com a qual nada se aprendeu! Que necessidade levou a se pensar na fabricação de refrigerante, quando toda a água era límpida e abundante? Esta é a estranha coisa com a qual não só nos acostumamos, como nos tornamos dela, seus dependentes. Ora, com o ‘mar de refrigerantes’, e de outras bebidas que tais a nos afogar, qual a necessidade de se abrir uma ‘boca’ numa cabaça? Ah! que  necessidade de uma sede de viver! Quanta gente aos milhões necessitando de um abraço, mas quantas ferramentas são construídas para nos manter distantes um do outro, mesmo estando do lado.  Esta é uma das tantas coisas estranhas, que nos mata de verdade! A necessidade que leva a formiga a

E aí meu irmão, ainda sem abrir a sua caixa de presente?

Por Gilvaldo Quinzeiro Nestes dias de festas e presentes, com a chegada do Natal, é também um chamado a reflexão. Aliás, é bom que se diga que esta, a reflexão, tem que ser feita antes como essência desses dias, e não o contrário, ou seja, as festas e os presentes assumindo o primeiro plano. E aí meu irmão, ainda sem abrir a sua caixa de presente? Somos nós mesmos ‘engenhos’ do maior de todos os presentes: a vida! Mas somos também os únicos a passar pela existência sem sequer abrir a caixa deste tal presente, deixando para os últimos segundos, que ainda nos restam, o ato que levaria toda uma vida, qual seja, o de conhecer o seu conteúdo – a nossa vida interior, isto é, a nós mesmos! A vida passa, e nós apenas entretidos com o papel de presente. A vida passa, e nós presos à superficialidade das coisas. A vida passa, e nós continuamos ‘estranhos’ a nós mesmos. A vida passa, e nós continuamos do lado de fora da caixa de presente. Que coisa estranha nós somos! Co

A ‘capacidade de odiar’ – que diabo é isso?

Por Gilvaldo Quinzeiro Muito se fala do ‘amor’ e da importância de se amar etc e tal. Porém, por mais paradoxal que seja, amar sem se dá conta de que antes é preciso lidar com a condição de ódio latente, é fechar os olhos para aquilo que é inerente a natureza humana. Vamos falar então da ‘capacidade de odiar’, ou seja, da capacidade de suportar o ódio em si mesmo, e de evoluir a partir deste –, coisa que pouca gente sabe, e por isso, a qualquer sinal, se desmancha. O ódio, ao menos em manifestação aparente é anterior ao amor, assim como antes da fala, o bebê encrava os dentes na própria língua. Exigir ‘amor’ de uma criança, isso acontece muito com os pais, e não lhe dar amparo, quando o que lhe abunda é o ‘ódio’, é tornar a cobra viva, sem cabeça, e antropomorfizar o pau, que ainda lhe machuca o rabo. Portanto, o bebê humano não se tornará   ‘adulto’ se as condições para isso não lhe forem asseguradas, entre estas, o de ser amado pela mãe, apesar de o bebê lhe

A coisa!

Por Gilvaldo Quinzeiro Um buraco negro ‘engolindo’ uma estrela!  Esta cena foi vista a pouco por potentes observatórios astronômicos.  A estrela, maior do que o Sol, foi sugada como um ‘macarrão’ por uma boca faminta. Diante de tal fato, pergunto: o que é a ‘materialidade’ do homem ante a escala cósmica? A propósito hoje eu tive que responder desconcertantes perguntas feitas por crianças de uma escola acerca de cosmologia. Entre as perguntas, uma que tratava a respeito do ‘fim do mundo’ marcado para o próximo dia 16. Esta notícia está sendo veiculada pelas redes sociais. Muitas crianças estão apavoradas, como esta que me fez a referida pergunta! É claro que o nenhum fenômeno nesta escala irá acontecer, pelo menos por enquanto.  Mas, quando acontecer, qual o problema?! Por acaso estamos nos dando conta da nossa existência? Faz mais sentido nos preocupar, portanto, com a ‘materialidade’ da Lava Jato – esta sim, vai significar o fim de muita gente! Mas voltando

Ame-se! Amanhã será tarde!

Por Gilvaldo Quinzeiro Em tempo de crise e tempestade, o melhor lugar para se estar no mundo é dentro de si. A questão, entretanto, é quem fez de si mesmo uma ‘morada’? Ora, em nenhum outro tempo a existência se fez tanto pelo ‘lado de fora’, quanto na época atual! Quantos acreditam que tudo na vida se resuma naquele sorriso estampado apenas para um momento de uma foto! Ao mesmo tempo em que se espera pelo retorno de Jesus Cristo, há quem nunca se visitou instante algum! E assim, como saber que uma das mãos que ‘apertam’ as de Jesus, é a sua? Que ‘gozo’ há em quem em si mesmo nada se sente? O ‘gozo’? Ah! este também se deslocou para o ‘lado de fora’! Gozar hoje é não se sentir gozando, mas, apenas sendo visto pelos olhos ‘famintos’ dos outros, gozando!  Ame-se, mesmo que isso corresponda ao último ato de juntar-se em ‘graveto’!

Para o bem de ‘Francisco', há muito mais ‘Chicos’ do que paus!

Por Gilvaldo Quinzeiro Quisera de verdade que o “o pau que se bate em Chico, fosse o mesmo que se batesse em Francisco”! Foi-se o tempo disso! Hoje, porém, o que se abunda mesmo são os famosos ‘caras de paus’! Mesmo advertidos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que“ o pau que se dá em Chico, tem que ser o mesmo que se dar em Francisco”, o STF por 6 votos a 3, decidiu pela permanência do Senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na presidência do Senado. Ora, o fato é que vemos toda a cabeça e o rabo da cobra de fora, mas o pau para matá-la, este, ninguém teve a coragem de erguê-lo. E assim, diante desses tempos estranhos, catar gravetos poderá se tornar em um disfarce para quem jura que matou a cobra! Mas “mudando de pau para cacete”, tem gente que está fazendo das próprias tripas, cobras, tudo isso na hora de justificar que não ‘meteu a sua mão em nada’! Imagine os dedos da mulher do ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral - Adriana Ance

O que ‘diabo’ está acontecendo com o mundo, só Deus sabe!

Por Gilvaldo Quinzeiro Em resposta a uma pergunta de um amigo feita a mim em uma mesa de bar acerca das transformações políticas pelas quais passam o Brasil e o mundo, e querendo este amigo saber do futuro das esquerdas, eu o respondi: “Quaisquer que sejam as análises e reflexões no que diz respeito a esta questão, temos que partir da seguinte premissa a de que o ‘mundo acabou’! Neste sentido, antes de qualquer coisa temos que saber o que de fato sobrou desse mundo? Ora, a falta d’água, por exemplo, além do esgotamento de quase todos os outros recursos naturais, incluindo as terras férteis; as tragédias climáticas – são sintomas de que todos nós somos ‘sobreviventes’ de tais condições. É neste contexto que temos que analisar o avanço da direita e a derrota da esquerda no mundo. Em outras palavras, a situação é tão complexa que resumi-la à tradicional luta de classe, tal como se fazia nos contextos dos séculos XIX e XX, é perder de vista a gravidade da situação. Ora,

"Força Chape"!

Por Gilvaldo Quinzeiro Uma cidade sem flores. Uma cidade em silêncio. Uma cidade verde. Uma cidade em seu dia frio e chuvoso. Assim é Chapecó, hoje, em seu último adeus aos atletas e dirigentes da Chapecoense! Pela primeira vez um estádio de futebol, a Arena Condá, é driblado por uma tragédia, e se faz ‘vazio’ daquele grito tão esperado por qualquer que seja a torcida – o gol. Por outro lado, nunca se viu uma torcida tão pacificamente organizada e unida em torno de um drama: “Força Chape”! Nasce aqui não um time, mas um sentimento. Somos todos chapecoenses, porque antes de sermos torcedores ou não, somos todos seres humanos! As manifestações de apoio vindas das diferentes partes do mundo, comovem-nos e promovem um gesto raro nos dias de hoje, o da solidariedade! Que aprendamos a torcer, mesmo quando estraçalhados pela derrota! “Forca Chape”! A voz de Cid Moreira em mensagem lida aos presentes na Arena Condá, não poderia ter sido outra melhor, quando as de mui

O problema é não aprender com o ‘calango faceiro’!

Por Gilvaldo Quinzeiro A questão não são os problemas de todos os dias: a falta do sal, do açúcar, do arroz e do feijão; ou os bois alheios, que derrubam a cerca para se alimentar das poucas espigas de milho; ou a lamparina a consumir o saldo restante do querosene.   Afinal, eu vi meu pai derramar o último suor da face ao plantar a derradeira semente em solo seco – sem nunca deixar de assoviar sua esperança! Três dias depois vinha a abençoada chuva para alegria também de todos os sapos e de outros bichos que moravam ou não à beira do lago. O problema é a ‘amputação’ dos desejos e das iniciativas! Precisamos iniciar a reconstrução do mundo com o que sobrou dele. Como diz o caboclo, “quem não tem cão, caça com gato”. Aliás, precisamos aprender mais com as resistências das baratas, pois, são elas, talvez, o único ser a reinar na Terra do futuro, e os homens, seus ‘dinossauros’. A questão não são os problemas presentes nos noticiários por mais chocantes que sejam.  O p

A curvatura da existência!

Por Gilvaldo Quinzeiro Do alto dos outdoors aquele olhar que nos contempla sem fitar em nada. Que olhar poderoso, mesmo sem olhos para nós, nos conquista! Aliás, um olhar lindo, mas fixo em sua cegueira. Belos tempos com suas ‘Medusas’! Enigmáticos tempos com suas ‘esfinges’, mas de escassez de decifradores! Enfim, estamos todos ‘cegos’ pelo olhar do outro, que vagueia à esmo, porém, sem nunca encontrar o nosso! É neste mesmo tempo em que o menino já ‘homem’, não consegue ser mais menino; é frouxa ‘imbira’ amarrada em frágeis estacas! É neste mesmo tempo em que o velho    se enverga todo para não mais envelhecer -, mas que pena! -  já não é mais nenhuma ‘vara verde’! Tudo pena com suas curvaturas, mas ninguém toca os pés no chão!

O trágico, e suas lições

Por Gilvaldo Quinzeiro ...Pois é quaisquer que sejam as tragédias, nos ‘inflamos’ de razões, que as teriam evitadas. E assim, logo, logo, tudo se murchará até que outras tragédias nos façam inflar novamente!  Como se não bastasse o ‘inchaço’ de tanta conversa, há até mesmo quem as prevejam, mas preveni-las que seria o esperado, ninguém! A tragédia provocada pela queda do avião, que conduzia o time da Chapecoense, além de profissionais da imprensa, da comissão técnica, bem como da tripulação, ocorrida nesta semana – nos coloca diante de nós mesmos, isto é, das falhas humanas! Ora, por mais sofisticados que sejam os ‘engenhos ou as engenhocas’ do nosso tempo, estes não anulam a nossa condição humana. Aliás, o que dizer dos engenhos egípcios quando o que lhes regiam eram o conceito de eternidade? Pois bem, diante do exposto, o que nos resta fazer é: refletir acerca da ‘volatilidade’ das coisas pelas quais nos apegamos! Imagine agora um egípcio antigo medindo a nossa f