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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Um voo para além de 2011

Gilvaldo Quinzeiro Tombar, certamente tombaremos; erguer-se do tombo, só nos refazendo, e para nos refazer do pó, há que se ter uma força tripla de uma fazenda! Impossível? Não, tudo é exequível, a medida do alcance da nossa mão interior; aquela que nasce como as árvores, isto é, das condições improváveis! Aliás, temos muito a ser como as árvores, sobretudo, no momento em que se dão as tempestades. Tempestades que, mesmo com a força de devastar uma floresta, são pelas árvores enfrentadas com plena serenidade! Ser árvore de nós mesmos. Eis o que precisamos ser, na exata medida necessária a nos refazer do tombo! Serenidade, quão devemos aprender a ter, face ao mundo que nos racha em lenha! Mas, o fogo com sua força destruidora, não é capaz de destruir as cinzas, das quais e com as quais nascem a fênix! Um voo para além do que lhe prende aos velhos troncos! A todos os nossos leitores, força que nos refaz todos os dias, um feliz voo para além do Ano Novo! Grato pela sua com

O verão, virá com as nádegas de fora!

Gilvaldo Quinzeiro O Ano Novo já quase nos mordendo, e as celebridades ainda com as nádegas de molho. Rezem para que nas enchentes de verão as piranhas não apareçam! Mas, as nádegas não são nada atraentes, aquilo que fica boiando, isto sim, é suscetível de ser abocanhado. Colocar “as barbas de molho” pra quê? Ora, injeção se toma nas nádegas, na bunda, só tatuagem da cara de gente famosa! Pensando bem, é no traseiro do Ano Novo que a cara do velho se enrugará! Mas, o ano que vem é apenas a véspera de 2012, isto é, as “caras novas” já abundam! Quem ainda não as viu, nem no verão verá, posto que já estão enrugadas!

O fundo do mundo

Gilvaldo Quinzeiro O mundo perdeu a tampa, e os que pensam estar sendo cozidos, ainda nem   aferventados estão. No frigir de tudo, estamos comendo o galo, os apressados é que gostariam que fosse o contrário; uma pena com tanta gente roendo as unhas!.... Nem Da Vinci, nem Galileu conseguiram apontar o dedo para o fundo do mundo. O que nos falta é o “falo”. O falo que como a rapidez do gozo do galo se dissipou! Ora, Freud morreu nos explicando isso. Hoje, nos tornamos cães que cheiram no outro aquilo que supostamente perderam de si. O que descobrimos? As presas do outro! Mundo cão! Gente com as mãos nas pencas! Outros já só cheirando os dedos. Na falta do falo, tudo é pó, e as ventas, nossas genitálias!... E a tampa? Ora, nada mais tem fundo!

sugestão de leitura: ler-se!

Gilvaldo Quinzeiro A leitura da vida é fundamental para quem quer abrir as portas que para outros livros permanecem fechadas. Um leitor atento de si mesmo, eis uma dica de leitura! Nada melhor do que iniciar o ano novo sabendo mais de si, e com disposição de se adentrar às suas próprias teias de aranhas! Mas, cuidado: Tu podes te encontrar nas teias de outros! Para se desvencilhar destas, no entanto, só construindo um novo personagem de ti. Então, qual o final da tua história?

Belém, Belém, o outro do Pará

Gilvaldo Quinzeiro O Natal nasce para um bebê abandonado no quintal do vizinho, como uma esmola grande dado a um cego, isto é, só o tempo dirá com que olhos este verá seu nascimento para além do saco plástico que lhe caiu bem, no exato momento em que lhe faltaram os seios da mãe! Será se a vida lhe foi dada como presente? Que tipo de presente se dá dentro de um saco plástico? Simplesmente a vida, no momento em que a morte nos ronda, é cara demais para se jogar no mato! Ora, que mundo é este que no dia de Natal se recusa receber uma criança? Quem precisa de Natal para só então pensar em dá presentes? Há 2010 anos atrás, um outro bebê nascia em Belém num fundo qualquer de um quintal cujos presentes lhe foram dados por quem teve que andar escondidos. Mas, foi na terra dos faraós que o bebê finalmente pode respirar aliviado! O que nasceu em Belém do Pará foi salvo pelo faro de quem lhe facilitou a respiração para fora do saco, que já estava quase lhe embalsamando! Eu p

Quem nos esperará depois de nadar o mar inteiro?

Gilvaldo Quinzeiro Ontem, no pântano sobrevivi como pássaro da boca dos jacarés, alçando voo mesmo estando com uma asa ferida. Hoje, no mar sou peixe fisgado pela rede de arrastão: desejo apenas ser frito, para do azeite herdar a sua oleosidade que permanece acima d’água! Ora, a esperança nos espera do outro lado, do contrário, nadar por quem? Então, isso é verdade, quem me espera sentado, enquanto luto contra o mar: sou eu mesmo naquilo que nem a fúria do mar consegue me  atingir! Nada como os alquimistas. Tudo tem da química para ser, e da física que nos sustenta, em especial, da quântica!

Um presente para ser

Gilvaldo Quinzeiro O presente sem a “presença”, isto é, sem o valor afetivo da pessoa que presenteia agregado, pode ter todo o ouro do mundo que o transforma em tudo, menos em “presente”. O pre-sente, portanto, pressupõe algo que a si o antecede sem o qual, não nos faria “sentir” a presença que está além. Em outras palavras, dar um presente é antes de tudo, do valor monetário ou do seu conteúdo, se de ouro ou de prata, é se fazer presente nele! “Quando a esmola é grande até o cego desconfia”. Ora, o presente também se insere a um contexto. Tal, como “uma esmola grande” a um cego, o presente pode ser portador de uma ausência, como é o caso daquele que leva o presenteado a desconfiar... Por isso, o verdadeiro presente é aquele cujo valor se faz da “presença” de quem presenteia. O que dou de presente doo de mim, ainda que neste esteja ausente o ouro que me faria “comprar” também a quem me contentaria com o seu “muito obrigado”!

Eu conto do Natal, na voz do caboclo

Gilvaldo Quinzeiro O nascimento Era uma vez, numa noite escura e fria na distante cidade de Belém, enquanto os homens dormiam, apenas os animais assistiam o nascimento de um rei. O trabalho de parto, realizado sem as mínimas condições foi feito milagrosamente pela parteira mucura que, como recompensa de Nossa Senhora recebeu a graça de não sentir a dor de parir, uma vez que seus filhotes se desenvolvem numa bolsa pelo lado de fora. E assim nas primeiras horas da madrugada do dia 25 de dezembro: O galo: - Jesus Cristo nasceu! A vaca: - a onde? A ovelha: - em Belém! Enquanto isso, os outros animais não satisfeitos com o acontecimento põem em ação um plano macabro. O pato: Esfola! Esfola! O capote: Traz a faca! Traz a faca! O peru: Logo, logo! Logo, logo! Portanto, o que era uma festa para uns, tornou-se numa ameaça para outros. O rei Herodes que naquela mesma noite tivera um pesadelo é acordado pela algazarra feito pelos bichos. E imediatamente grita s

Veja bem o que se diz

Gilvaldo Quinzeiro A grande notícia sobre Caxias, mesmo tendo saído na Veja é cega: o comércio que cresce aqui, só dos ambulantes, e, desorganizadamente! È claro que o de droga, mesmo sem uma estatística, e sem ser noticiado na Veja, mas este sim, está às vistas! Fora isso, o que deu na Veja sobre Caxias, só nos outdoors! Ora, vejam só qual a política séria do governo de Humberto Coutinho, senão aquela através da qual este cada vez mais se fortalece político e economicamente! Quem sabe o que faz o secretário de Indústria e Comércio? Vejam, estamos cegos! Eu posterguei este comentário esperando ver os de outros que têm informações de bastidores, e o que se viu? Não dar pra ver!... Hoje, véspera de Natal, o que se ver de gente comprando, só no comércio de Teresina. Nem os secretários compram aqui. Isso é tudo, menos o que se ver de política para desenvolver o comércio local! Como isso saiu na Veja? Ora, já estamos cegos de ver como se escreve em linhas tortas! Com tantos

Já para ser deserto

Gilvaldo Quinzeiro Baby já é mais de meio-dia, e enquanto você colhia tâmaras, a minha calça jeans desbotou. Logo mais neste deserto fará tanto frio de rachar a pele. Só espero que os gravetos sejam o suficiente para acender a fogueira. A minha gaita, já está bem afinada; só não sei se você vai gostar do blues que compus de ontem pra cá.Quando você retornar, o chá quente que preparei já estará posto... Mas, se você quiser que eu toque a harpa... as músicas já estão cifradas! Lá em cima, vejo uma sombra na areia. Não sei se é dos coiotes ou se é uma miragem distante. Mas, seja o que for, o que restou desta árvore me servirá de abrigo!... Já estou me acostumando a ter que correr risco. O que faço no chão é com o teu nome e o meu! Mas, se não voltar logo... então lhe peço que faça qualquer prece depressa!... Não sei por fim, se o tempo vai fechar mais tarde, mas por prudência fecharei a barraca!... Feliz, amanhã véspera de Natal!

Antes da ceia, proteja as trempes

Gilvaldo Quinzeiro O que comemos é pouco para o muito que engordamos. O que nos cega, claramente se ver no outro. Isto é, para cada trempe que se acende o fogo, há bocas que nem olhos têm para ver o que se come; o que me enche a barriga, no entanto, é o zunzum de quem diz: quero mais! Por isso, o outro que me ver comendo agora é o mesmo que, conforme as circunstâncias, me fará lhe esconder os ossos. Mas, se este também me carregar às trempes, ai sim, estarei sem “o fogo” que me come bicho! Tantos natais. Tantos presentes. Tantos “bichos”, e pouca gente!

A nova década, já passou, a segunda, quem viverá?

Gilvaldo Quinzeiro A primeira década do novo século, já se foi. Para nós do século passado, a segunda década, poderá ser a última de muitas outras já vividas, muitas vezes sem termos nos dado conta do quão foi tão breve, e do quanto deixamos de ter vivido as coisas que nos chegaram cedo e de graça!... A segunda década, a que começa já no dia primeiro, terá os seus quatro primeiros anos, para nós brasileiros, um fato inédito, o de sermos regidos pela primeira mulher a ocupar a Presidência da República. Uma incógnita, e muitas interrogações! Mas, aqui vai a nossa torcida no sentido de que sejam 4 anos de prosperidades! No segundo ano, da segunda década, 2012, a humanidade assistirá o “alinhamento galáctico”, que só acontece, a cada 26 mil anos. Será o fim do mundo? Se for, certamente este terá seu começo, e, como todo começo inevitavelmente, marcará o fim de alguma coisa. E nós que tipo de coisa nos tornamos durante estes 26 mil anos? Em 2014, o Brasil sediará, a sua segund

Pedras para a construção de novas catedrais

Gilvaldo Quinzeiro Neste natal, não quero mesas postas, nem fartura de presentes importados, eu quero apenas poder me sentar ao chão, e com um ou dois amigos relembrar do tempo em que se podia com os dedos escrever na areia fria dos terreiros, todos os sonhos possíveis!... Sim, eu quero ter sonhos, não aqueles que nunca vou poder realizá-los, mas os que me levarão a fazer o que sempre já deveria ter feito, mas, por sonhar grande demais, acabei por esquecê-los, como por exemplo, o de escrever cartas com felicitações de “boas festas”, e  enviá-las pelo correio a todos os meus amigos distantes! Não quero o brilho e as promoções dos shoppings, quero apenas deitar numa rede bem nordestina, e da varanda, contemplar o voo dos pássaros que sobrevoam as colinas. Neste natal, não quero ir ao cinema ou assistir os mesmos filmes das tvs; eu quero ouvir o locutor do rádio, dizendo alô aos seus ouvintes, que não se cansam de imaginar levados pelas ondas sonoras, a existência de uma ci

O nó da gravata

Gilvaldo Quinzeiro Ser-me-á difícil desatar o nó da gravata, quando vejo a cidade inteira marchando para forca. Não que eu pense também em me matar, longe disso, eu quero é viver mais e mais! Porém, há tantas estacas atravessando o caminho que nos tornamos gados, ainda que como porcos insistimos em viver... A racionalidade, antes a luz que contrastava com a escuridão, hoje uma vala comum onde todos jogam o que acreditam ser suas verdades. Ainda  nem terminei de vestir as minhas meias rascadas, o sapato já expôs os dedos... Que mundo é este que usa a máscara de Cristo para receber de volta o dinheiro de Judas!... Afinal quem escreverá em “linhas tortas” depois que os arautos da liberdade de imprensa se calaram diante da prisão de quem ousou revelar ao mundo às cartas cujos autores não respeitaram entre si, nem aqueles que confessam em público serem aliados?

O vômito da garça

Gilvaldo Quinzeiro Como um pequeno coração de um beija-flor no prato, o que se come pode nos causar uma dor de furar os olhos. È que o nosso estômago se esvazia da estética que nos tornaria sensível à dor de ver como a civilização vomita o que se paga caro pra ter efemeramente!...

A face que devora a face

Gilvaldo Quinzeiro O tempo é o espelho, contra o qual não há maçã que matará o que do outro nos faz rugas. Mas, o que se quebra é raso dentro de nós; não cabe o que nos afunda! O poço cuja imagem no fundo, antecipa a nossa queda é a antítese ao espelho que nos despedaça. Isto é, o outro, a quem oferecemos a maçã para, sozinhos, nos apoderarmos da imagem do espelho, é o mesmo que abocanha a nossa face, tal como desejaríamos que este a maçã abocanhasse! Quão famintos somos da boca que engole o espelho e do veneno que deforma a face do outro, para a nossa ser perfeita!...

O pergaminho

Gilvaldo Quinzeiro O dedo dado a outrem, quando em substituição da palavra, porque esta no lugar de se dizer, se optou por se rastejar até o chão, quão é rico daquilo que abunda em nós: o que ainda nos entorta o corpo para fazer deste um “rebolo” atirado firmemente na direção de quem, como lobo, nos engole a voz. Sem a voz, que nos elevaria a dimensão do que para o outro seria a espada, só somos dedos. E quando de quatro, gente só se tiver o outro nos olhando no espelho! Assim caminha a humanidade: lentamente e na porrada!. Alguns como jabuti, quando trepado, é rei, porque os que lhe deram “asas”, ainda marcham de casco e de focinho socado lama. Mas esta mesma história é da entranha daquela que conta, que, um dia o sapo conseguiu ir a uma festa no céu. Lá também se encontrava o urubu... Ora, de fato o quão ainda somos tão bichos que “ser humano” chega ser apenas um ideal ou quando não, uma lenda. E quanto ao jabuti? Obrigado! Este é meu sobrinho! Fim!

Antes de conquistar o mundo, cheire-o!

Gilvaldo Quinzeiro Se o odor do outro nos ficasse impregnado, toda vez que com este transássemos, então não teríamos como esconder, o que de nós ficou no outro. Não seria assim nos tempos primevos? Não seria este o motivo da invenção do perfume, isto é, de tirarmos o outro de nós, no que este nos impregnou de si? O odor é o que temos, e que ninguém quer mais ter de nós, salvo se nós o impregnarmos, assim como o cão impregna a sua urina no mundo! O mundo. O mundo só é nosso, a medida do alcance do nosso odor. Em outras palavras, o cheiro do mundo é o nosso. Quer conquistar o mundo inteiro? Cuidado, você pode matar a todos, inclusive aqueles que lhe serviriam de parceiros!

O “u” das palavras, e o dia seguinte, quando ainda é noite

Gilvaldo Quinzeiro O “u” das  palavras, é como pitomba, se engolido, só sai rasgado dias depois pelas mãos dos outros. Mas, este ainda não é o “x” da questão, nem o purgante que substituiria o dedo encravado no afinco de desobstruir a boca pela qual escapole, não as palavras que nos serve de gancho, mas aquilo que quando pisado em cima, já não é mais nosso, nem de ninguém, mas de quem fede. Ora, o que me entala é saber que nos poderá faltar a água. Mas, a pintura de Da Vinci cujos cabelos, fizeram a onda inundar as telas, para assim anunciar o apocalipse, é dele o “x” que lavará a alma dos artistas. Quanto, ao dia “D”, este sim é hoje, pois ainda é tempo de se comer manga de fiapo!...

O balde, o poço e a criança

Gilvaldo Quinzeiro O balde que nos leva ao fundo do poço, em cuja fonte também contem a lama com a qual se esculpe o homem com sede, está para a corda, assim como a palavra está para nós adultos ao descer os labirintos da nossa infância, em cujo poço habita o nosso trauma – fonte de todos os nossos fantasmas – mar dos nossos naufrágios! Acordes! Puxes a corda antes que tuas palavras se sequem, e a tua criança interior se afogue!

Enfim, sem cultura, é asma!

Gilvaldo Quinzeiro A cultura é o chão, a raiz que nos sustenta. Os (e)ventos, são pós, a poeira, que alimenta a nossa asma, e contra a qual, se gasta tanto dinheiro para aliviar a nossa falta de ar! Doente é  povo que não assoviar as cantigas de rodas, este terá que “entrar na dança” dos enforcados cujos filhos não lhes deixarão mais sementes, apenas gestarão uma “civilização só de macacos”! A falta, pois, de uma política cultural comprometida com a preservação e a valorização das tradições locais, não só revela a face macabra dos nossos governantes, como faz aumentar o número de mendigos a pedir esmolas. Esmolas estas que se transformarão em votos para perpetuar no poder os inimigos da cultura! Enfim, quem se candidatará a defender a cultura de Caxias, em prejuízo dos (e)ventos, tipos “Micaxias, Caxias Folias e outros tantos me caguei?”

O conto do jumento

Gilvaldo Quinzeiro Uma aliança para um casamento, um balde para tirar o leite, um sobrinho para agarrar as tetas, e uma família inteira chorando de “barriga cheia”. Assim começa o conto que conta à história de uma Princesa e seus inúmeros pretendentes. Ora, estamos no “sovaco da jumenta”, então pra que pau pequeno, se o que nos aguarda é o grande? Quem tem ouvido para ouvir que ouça o Tiririca. E quem ainda tiver olhos para veem que os fechem para as tvs: no ar o programa a grande família!

Violência juvenil: quando ser galo é melhor do que ser peru

Gilvaldo Quinzeiro 33 mil jovens com idade entre 12 e 18 anos morrerão por homicídios no Brasil até o ano  2013. Estas são estimativas da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, em pesquisa feita desde o ano 2007 e publicada recentemente. O estudo revela também que a maioria dos jovens que sofrerão homicídios é do sexo masculino. Se temos hoje uma infância cada vez mais curta, sem tempo e espaço para ser criança, ou sem representação dos pais para impor os limites, morrer jovem pode ser velho demais! E quando a violência que mata é a mesma que nos torna “adultos”, então como não morrer ainda jovem nas “brincadeiras” cujo vencedor é aquele que decepa a cabeça do outro? Pensar em redução da imortalidade infantil, sem uma política que assegure aos jovens a “vida” antes destes atingirem a fase adulta, é o mesmo que passar o ano inteiro engordando o peru para ceia de natal!.... Isso tem alguma explicação? Ou os dados já falam por si ? Pois be

Se eu fosse o Cazuza

Gilvaldo Quinzeiro Se a explosão homofóbica da Avenida Paulista, onde jovens da classe média caçam gays para matar, com a libido de quem também quer transar, fosse em pleno sertão nordestino então no dia seguinte a “barbárie” já tinha nome e endereço certo nos noticiários das tvs, como não; vira apenas sotaque de paulistano!... Se a menina em cuja veia foi aplicada vaselina, em vez de soro, fosse morta em um hospital do Leste maranhense, como muitos que nem algodão têm, então, os jornais de cá que são pagos só para falar bem de quem enriquece com o dinheiro da saúde -,  tudo também seria igual aos mortos que lotam os IMLs de lá!... Tudo igual na desigualdade. Na educação ainda somos os campeões entre os que não aprendem nada!... Por isso o “primeiro herói brasileiro” é da Tropa de Elite. Aqui o “tempo não para”, só as piscinas permanecem cheias de ratos!....

Um símbolo para o natal

Gilvaldo Quinzeiro Se de repente o mundo todo se transformar num só quintal, o vizinho cuja cerca for de talo, falará em “fim do mundo”, quando, a do outro for toda elétrica. Ou seja, “o fim” já chegou cedo demais, tarde é agirmos como cães na defesa do osso que nos escapole por entre os muros que de nada nos protegem! Logo mais é Natal, e os presentes já nos agradam mais!... “Bom e bonito”, só os dos outros, barato é apenas uma gíria de uma tribo que não deu certo, depois que ficou caro demais dormir no chão. Ora, seria melhor um canto natalino, a ter que  ouvir nas lojas uma música só de enfeite, destas que falam só em “bundinha”. Bundinha aqui, é apenas eufemismo, as que se ver mesmo por ai são de presentes!... Pois bem, quem ainda tem um quintal que faça deste um lugar para uma árvore. Esta sim, com ou sem frutas é um símbolo para além de todas as festas!

A gazela

Gilvaldo Quinzeiro A felicidade bebe água no rio, uma vez a cada mil anos. E quando acontece do rio secar, então esta evapora para só retornar em forma de dúvidas. Mas, os homens a procuram desesperadamente todos os dias. Alguns debaixo das pedras, outros na curvatura do ribeirão. Todos afirmam já tê-la encontrada, porém, sem nunca poderem lhe pôr as mãos. Eu a vi descendo vagarosamente, tão faceira quanto uma gazela, e quando me mexi de trás de uma moita, eis que esta me sorriu, porém, a tal felicidade atravessou o rio, e foi beber na parte mais funda. Pensei comigo: afogar-me-ei no afã de ser feliz ou aguardarei mais mil anos? Por fim, como resposta, acordei!

Tempo de prece

Gilvaldo Quinzeiro Num templo budista fincado nas rochas, a minha prece apressa o meu encontro comigo. Daqui para o Everest, tudo é neve, e nuvens no chão. Eu, pescador do meu próprio silêncio!... O sentido da paz, não é o que se pode dizer em palavras. Viver já é o bastante. Tesouro quando encontrado, já é perdido. O melhor que se faz é perolas, e o que se deixa de fazer é o que nos enforcará amanhã pelas palavras dos outros. Uma forca de palavras. Quem tem força para dizer tudo que nos mata por dentro? A hora agora é de fechar o templo. A noite, quem sabe haverá estrelas!...