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Mostrando postagens de 2021

As preces e a pressa pela casa-grande de hoje

Por Gilvaldo Quinzeiro   No passado, não tão distante, as elites brasileiras, se orgulhavam de serem ‘devotas e senhores de escravos’. Isto é, com as mesmas mãos, que recebiam a hóstia sagrada castravam os seus escravos. Era a Casa-Grande se impondo, estendendo seus domínios tanto sobre os céus, quanto sobre o inferno. O chicote era as bordas, o limite do mundo real – nada existiria para além disso! Pensar ‘fora da caixa’, era um mal a ser combatido com o mesmo vigor que com o qual se rasgava o corpo de um escravo fugitivo. Isso era manter a fogo e a ferro a tradição, o que mais tarde, na república (dos coronéis) era traduzido para “ordem e progresso”. E hoje?     Os rancorosos negacionistas, os fundamentalistas entre os quais, bolsonaristas e fascistas, que marcham com muita ‘sede ao pote’ podem ser identificados facilmente     como aqueles que têm seu DNA fincado nos pilares da Casa-Grande. Em outras palavras, o Brasil pensado e desenhado por esta gente (hoje no poder) segu

2022. O Brasil e o trabalho de parto

Por Gilvaldo Quinzeiro   O Brasil marcha em pesadas ‘armaduras romanas’ pisando sobre casca de ovo em direção a 2022. Mas, até lá, teremos que mensurar os prejuízos das enchentes no sul da Bahia e aprender a distinguir os sintomas da influenza, dos da nova variante ômicron, que já   ‘encharca ’ os hospitais. Ou seja, são problemas, que se somam aos que ainda nem pensamos em resolver! Enquanto isso, os velhos espíritos se divertem com a babaquice dos homens! Deus sabe o quanto o seu nome é falado em vão... Não é preciso, entretanto, ser vidente -   2022 será um ano onde serão travadas decisivas batalhas! -   barbárie ou civilização eis o que estará em jogo! Mais do que fôlego e força, precisaremos ter sabedoria! 2022 acelerar, portanto, o nosso trabalho de parto! Mas, não se enganem:   é possível que as nossas ‘dores de parto’ se prolonguem, pois, teremos que enfrentar tudo na escuridão! E ainda, sem contarmos com as mãos prodigiosas das ‘parteiras’! Há muito tempo entramo

A polarização. As energias e o inferno. Uma reflexão às vésperas da virada do ano

Por Gilvaldo Quinzeiro O inferno não é outra coisa senão o ‘espelho’ em que somos sugados. Ou seja, a possibilidade de nos transformarmos naquilo que vemos ou ouvimos.  O inferno, portanto, nessas condições, está bem a nossa frente. Porém, falta uma condição para que este venha se constituir numa espécie da ‘caldeirão’: a polarização!  Então por antecipação você deve ter compreendido que essa é a uma  intrínseca   condição dos nossos dias. Isso mesmo: estamos todos sendo ‘fritos ou cozidos’. E digo mais. Perdemos a condição de ‘santidade’. Santidade aqui é usada para chamar atenção daqueles que se acotovelam na ‘fila dos que vão para os céus “ ou daqueles que acreditam que a coisa seja tão simples como apenas ir a uma igreja e depois postar uma foto nas redes sociais, e, ‘amém’!  Não. A coisa é bem mais complexa! O ‘caminho’, que nos leva até Deus pode, ao longo do seu percurso, nos transformar no seu ‘contrário’. Isso é perfeitamente compreensível quando conhecemos a lei da polaridade

A cápsula do tempo

Por Gilvaldo Quinzeiro   O presente é uma casaca de ovo eclodida pelo passado . E quanto ao futuro? O futuro é uma serpente prenhe de asas para retornar ao ninho! Se se   conseguíssemos   acessar a biblioteca de Nínive, e interpretar as suas tabuletas, enfim, chegaríamos a conclusão de que não passamos de barro amassado em narrativas nas quais somos  meros pintos pelados. Mais longe chegaram os egípcios na luta pela sua eternidade . E quanto a nós? – Investimos todo o nosso tempo e energia para nos orgulharmos das nossas curtas   memórias eletrônicas acessadas hoje   apenas quando do interesse dos nossos pastores em suas hábeis cobranças pelo dízimo sagrado! Enfim, meu peixe, o passado não é em si mesmo limpo. Nem todo o presente é   sujo. Às vezes estamos presos demais ao futuro!  

O pênis inflado da Avenida Paulista e os outros símbolos revelados no 7 de setembro

Por Gilvaldo Quinzeiro “O leão que se transformou em gato”; “o gato que se transformou em rato”. Pode até parecer títulos de episódios da série do “país dos bichos”, mas essas são apenas algumas das célebres frases que tentam definir, o indefinível – a tentativa de golpe no dia 7 de setembro à ressaca dos dias seguintes!   Sejam quais forem as conclusões, mas para o ‘ bom entendor’, poucas palavras bastam: alguma coisa murchou! Algum tiro saiu pela culatra – graças a Deus? Falar em recuo em tempo de guerra, pode até soar como alívio, mas não é. Os velhos espíritos ainda permanecerão armados pelo pior tipo de alimento: o ódio e falta de discernimento. O mesmo ódio e a mesma falta de discernimento, que por muito pouco não levaram o Brasil a se transformar no Dia da sua Independência – numa carnificina!   Veja só onde chegamos ou onde poderíamos ter chegados se não fosse o ‘desinflar da bolha patriótica’ pelo espinhar daquilo que podemos chamar de o mundo real. Afinal, que patriot

O Brasil, o 7 de setembro e a vergonha do ‘bem’ que nos fará tanto mal?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O ‘bem e o mal’, assim como o fogo e a água que, quem destes, não souber se apropriar respeitando as suas leis e propriedades, poderá morrer sapecado ou afogado! Eis o dilema do Brasil às vésperas do ‘7 de setembro’, suas marchas e convocações: o que afinal é o ‘bem’ pelo qual uma multidão poderá fazer tanto o ‘mal’ que ao bem só envergonharia?   Em outras palavras, aquilo que apressadamente podemos classificar como ‘bem ou mal’, dependendo das condições e do estado de espirito, é uma coisa só assim como água em seus vários estados na natureza.   Ora, o dito aqui é um apelo ao bom senso; um apelo a racionalidade! Entretanto, há muito tempo eu venho falando: vivemos uma escassez de homens; uma escassez de homens, que pensam! Isso explica porque o pior que possa vir ocorrer no Brasil nestes dias tensos, poderá ser louvado em hinos ou pelo riso na face dos hipócritas e oportunistas! Pautar o Brasil com uma agenda de confronto, de ruptura ou de uma guerra

Manifesto em defesa das coisas realmente belas

Por Gilvaldo Quinzeiro   O mundo ficou vergonhosamente feio de tanta gente que se acha bonita, mas que em um só olhar murcha todas as flores do jardim. Este é o peso de não nos dedicarmos com nenhuma força ao cultivo da beleza interior, e escovarmos apenas as coisas por fora; as coisas, que não nos dizem respeito, pois pertencem as outras faces. As outras faces que se afogam no mesmo rio pelo qual se apaixonou Narciso! Neste sentido, e também nos outros, é que precisamos nos inspirar    mais em Hefesto, o feio, o manco, mas que soube de dentro de si forjar como nenhum outro, as ferramentas utilizadas pelos outros deuses, sem as quais, poderiam estes ser rebaixados em suas pomposas exibições – iscas para os que só possuíam pele! Que os poetas com seus versos tortos; que os menestréis com suas vozes roucas e que os apaixonados com seus olhos em brilhos acordem as cidades afogadas em seus cimentos – sentimentos mesquinhos, e que em nada acrescentam ao sol, que entra de graça tod

Os homens, a feiura do nosso tempo

  Por Gilvaldo Quinzeiro Estudar o   homem sem levar em conta os tecidos do tempo que o veste é o mesmo que desconsiderar relação   do   saco escrotal na feitura de todos.   Tal comparação pode ser feia, levando em conta a tudo que se acha bonito sobre os homens, mas o belo também não deixa de ser uma   costura   de cada época. O dito acima é uma introdução para uma reflexão acerca da   razão   de termos nos tornados “os   sapos”   do nosso   tempo – é claro que tal comparação não significa nenhum desapreço pelos sapos,   pelo contrário, devemos   com isso lhes pedir   sinceras desculpas! Sim. Os “homens” se tornaram as criaturas mais raras do nosso tempo! Vivemos imersos numa época em que só   as coisas abundam , e afugentam os mais caros sentimentos humanos. Vivemos um tempo onde habitamos as fendas escuras , lugar do qual     cada um ver o     mundo se achatar conforme a sua visão! É aqui que envergonhamos os sapos   ao nos postarmos de cócoras diante da imensidão do m

A nova ‘Casa-Grande’ e o rugir das suas verdades?

Por Gilvaldo Quinzeiro Não é só porque a ‘Casa-Grande’ ficou saudosa dos sanguinários tempos, mas Brasil de hoje se tornou um engenho de duvidosos remendos e soltos parafusos. Mas uma coisa também é perigosamente certa: os lobos já não conseguem esconder sua pele ou o seu rugir! Ora, em tempos assim as ‘ovelhas’ não podem se passar por outra coisa:     essas estão também mais expostas do que nunca! E quanto a verdade? Ah a verdade! Não há verdade no ódio! Pois a verdade é de tal condição que que essa não nos aparece em uma face única. É preciso, pois, discernimento; um ferrenho exercício de consciência -   eis a nossa maior seca! Em tempos de abundante cegueira como os atuais: qualquer garrancho serve de bastão!   no Brasil a verdade   se eclipsou há muito tempo. Há falastrões se passando como portadores do bem ou da verdade. Contudo, o que vemos abundantemente são as arrogantes e enrugadas estampas das suas faces! Dizer que a ‘verdade liberta’ é a chave para muitos vex

O caso Lázaro. O anúncio de outras 'pandemias'?

Por Gilvaldo Quinzeiro O que o caso Lázaro Barbosa tem a nos ensinar? Essa é uma questão incômoda porque também nos remete a uma outra questão tão grave quanto e do mesmo momento: o que a pandemia da covid-19 tem a nos ensinar? As respostas essas questões mesmo as erráticas, nos apontariam para nós mesmos. Ou seja, falhamos!     Como assim? A resposta aqui poderia vir com outra questão provocativa: E se outros ‘Lázaro Barbosa’ estiverem brotando por aí     que forças policiais e que armas seriam suficientes para detê-los? Somos hoje mais do que nunca sedentos por armas! “ Armas em casa”! “Armas nas mãos”!   - Canta o coro dos enfurecidos – mas que armas? Não abandonamos os púlpitos? Enfim... É possível haver uma ‘pandemia de outros Lázaro Barbosa’?   Essas questões, para o bem de todos nós, merecem ser levantadas, não obstante já não termos fôlego suficiente para responder nem sobre a tragédia nacional, que é     pandemia da covid-19, e que ficamos velhos de saber: falhamos!

As máscaras das narrativas. O nosso inferno de Dante

Por Gilvaldo Quinzeiro   Usar máscaras ou não usar máscaras? Tomar vacina ou não tomar vacina?   Não aglomerar ou aglomerar?   Plantar dúvidas como essas na mente das massas em tempos de pandemia; pandemia essa que por aqui já ceifou a vida de quase meio milhão de pessoas, especialmente vindo de quem se espera uma conduta minimamente de ponderação ou de liderança é se tornar aliado do próprio vírus para não dizer outra coisa! As narrativas construídas em tempos de pandemia revelam o perigo de ainda permanecermos fixados nas sombras das nossas cavernas! Um vírus foi suficiente para expor a fragilidade não só da nossa constituição física, hoje sacolejada e devastada; como também da nossa visão do mundo! Afinal o que é o mundo numa visão ‘fritada ‘ por uma simples pandemia?   O que esperar dos céus do chão que não mais se sustenta? Os arautos do bem, hoje encurralados em suas apressadas preces, não sabem quão podemos nos transformar no mal a qualquer momento, sobretudo quando

Contra as opiniões, que nos afogam: a vara da ciência!

Por Gilvaldo Quinzeiro As opiniões por mais densas que sejam, não fazem chover – ainda bem!   Entretanto, elas podem facilmente nos afogar – é disso que o Brasil está se asfixiando! De uma noite para o dia, o que era redondo passou a ser quadrado; o que era tido como disciplinado, transformou-se em anarquia (no mau  sentido); o que era o centro, se tornou periférico; o que era ‘gripezinha’, quase meio milhão de mortos; O que era verde e amarelo, tornou-se o asco. E o resultado disso é o esvaziamento dos discursos; a institucionalização da idiotice; o murro ao invés do discernimento e da temperança! As águas turvas, nas quais mergulhamos hoje, já acendeu as fogueiras da intolerância em  outras épocas. Lá, como cá, a velha humanidade enfrentava o mesmo dilema: estar diante daquilo, que nos é puído ou poroso! O remédio para puído, o poroso ou duvidoso, não poderia ser outro, e nem menos doloroso, radical e decisivo:     a vara da ciência!   O Brasil de hoje se veste do pior teci

... Enquanto isso os conflitos palestinos X israelenses: joelhos das nossas incertezas!

Por Gilvaldo Quinzeiro Os conflitos palestinos X israelenses, que em apenas uma semana matou mais de 100, entre estes, crianças e mulheres, não é de hoje e nem de ontem, e nem significa que não haverá no dia de amanhã. Este conflito é que o que vou chamar de os ‘joelhos de todos nós’, ou seja, é aquilo que nos movimenta; com quais nos agachamos ou nos levantamos, mas que deles nada sabemos ou não queremos saber, pois, não seriam nada reveladores a respeito de onde chegamos! Palestinos X israelenses, respetivamente árabes e judeus; religiosamente islã e judaísmo lutam por ‘sagrados solos’ de pouca água, e de raríssimas riquezas minerais, mas, pelos quais se vertem muito sangue. Em outras palavras, conflitos, que, se pelos quais     voltássemos aos primórdios da velha humanidade, seria mais fácil compreende-los, mas que nos dias de hoje são ‘molas’ sobre as quais damos cegos saltos rumo aos nossos pulsantes desertos! Há ali naquela pequena faixa de terra, algo muito parecido com

Uma pane no software civilizatório

  Por Gilvaldo Quinzeiro  Na idade da pedra, onde todos os sistemas operacionais eram feitos à base de músculos, perder a força muscular, era ficar literalmente lascado conforme os dizeres de hoje. Eis o que eu chamarei daqui para a frente de desgaste no ‘software civilizatório’, isto é, de tempo em tempo a humanidade vive uma espécie da pane. Algo que eu acredito que estamos vivendo no momento atual. A intenção deste texto, portanto, é, ainda que forma superficial, chamar atenção para os aspectos da nossa crise, que é não só pandêmica, política ou econômica, mas relacionada ao nosso software civilizatório, ou seja, a toda nossa programação e condicionamento cultural, seja essa programação de caráter teológico, político, filosófico e cientifico – que chegou ao limite da sua capacidade operacional! Quem foi criado ouvindo rádio conhece bem a frase “trocar as pilhas “!  Ou seja, quando as baterias estavam desgastadas, o que tornava o som do rádio pouco ou completamente   inaudível - um d

As humanidades em nós

 Por Gilvaldo Quinzeiro   Seja com um fuzil, seja com uma bíblia na mão; seja em Jacarezinho ou em Copacabana – a humanidade de hoje, assim a do passado; seja a grega ou a romana – está diante de si mesma! Não há humanas diferenças entre um gladiador a degolar o pescoço do seu oponente em defesa da sua própria carne aos olhos esbugalhados de quem gritava por sangue do alto das arquibancadas de um coliseu – trata-se pois da mesma humanidade a repetir seus horrores hoje seja nos violentos games, que prendem nossos filhos em casas; seja na violência das ruas, nas quais matamos ou morremos sem glórias dos gladiadores do passado.   Assim como na pacata cidade de Saudades(SC), que teve seu “coração rasgado “ por uma espada de um jovem de 18 anos, os mesopotâmicos também se perguntavam “por quê” diante das suas humanas tragédias ... O mesmo “por quê “ , que hoje se ouve pelos becos e vielas de Jacarezinho(RJ).   Por fim, não atire a primeira pedra! Antes se certifique do espelho

O retorno das coisas! Das múmias aos messias. O que está por vir?

Por Gilvaldo Quinzeiro     Que o mundo está de cabeça para baixo, disso não temos dúvida!   Porém, não nos assustemos:   estamos diante da velha humanidade! Ou seja, o que temos que temer é o bicho em que nos transformamos, e que agora corre atrás de nós mesmos!   Ainda bem? - há algo mais revelador ou assustador do que isso? Ao longo deste texto iremos nos enveredar por atalhos e difíceis caminhos. Neste percurso iremos fazer paradas, mas não para fazermos descanso – trata-se pois de táticas para driblar as assombrações, que serão muitas!   Mas, enfim, acreditamos ter forças para ao menos nos colocar diante de impactante questionamentos ... Há poucos dias o mundo da internet quase desaba com duas notícias potencializadoras de provocar ‘tsunamis ‘; duas notícias aparentemente e escandalosamente antagônicas!   A primeira diz respeito à possível chegada do Messias judaico, fato este que está sendo celebrado com festas entre os judeus ortodoxos em Israel e no mundo!   A segunda

A demanda e o espelho

Por Gilvaldo Quinzeiro   1 – As vezes o que pedimos é da ordem daquilo que quando   o recebemos “não é   isso";   como também aquilo que há no pedido   não é   exatamente   da ordem que constitui o que   pedimos. Isso é a demanda, aquilo para a qual não há nada a se oferecer, posto que não se sabe também   o que se pede.. 2 – Entre o que se pede e o que se oferece há léguas de distância - são rastros apagados do nosso engatinhar em direção ao outro – o outro que também queremos ser. 3 - As vezes temos que ser o “pinico” do outro para que sua merda não seja para nós endereçada, e mesmo que fosse, ainda assim essa não seria nossa. 3 – Nas entrelinhas de uma demanda   não há nada oferecer e mesmo a pedir;   tudo que temos que fazer é permanecer de pé por nós mesmos do outro lado do espelho . 4 – Reinventar-se é preciso! 5 – O verdadeiro   espelho é aquele   que, quando   quebrado,   nos fixa a imagem do recomeçar... do ir além....do ouvir-se sempre!  

A pandemia, as vaidades e o nosso orgulho ferido

Por Gilvaldo Quinzeiro   Quando a pandemia da covid-19 chegou vestida dos seus invisíveis tentáculos e armaduras, nós andávamos ostensivamente como aquele rei vaidoso, que acreditava vestir -se de ouro; chamando atenção para si dos mais famintos olhos, mas que na verdade estava vergonhosamente nu. Isso explica porque as nossas feridas não serão facilmente cicatrizadas: fomos atingidos no ponto onde não se alcança  nem com a mais hábeis das costuras! Sim, de fato há outro tipo de ferida provocada pela pandemia para além daquela que é visível com as perdas dos nossos entes queridos: o orgulho ferido! É aqui em que os edifícios do ‘ideal de ser’ se desmorona. É aqui onde não fica pedra sobre pedra. Ora isso revela que se por um lado construímos ricos palácios e templos; por outro, não fomos capazes de colocar um remendo no lugar das nossas vaidades! Isso sim é uma espantosa vergonha! A covid-19 demonstrou a fragilidade das nossas crenças, e sobretudo, expos a mão trêmula em qu

Pérolas às onças

Por Gilvaldo Quinzeiro Estranho o tempo em que os peixes antes livres em águas claras e fundas, hoje são porcos em poças escuras e rasas a mendigarem   doses cavalares   de rações – razões dos nossos sujos   interesses que   transformam   tudo em vasilha limpas – onde se come cada vez mais pouco do que verdadeiramente nos   sustenta! Estranho o tempo de muitas fendas e poucos céus   – razão pela qual muitos profetas são   prisioneiros do que anunciam –   tsunami de suas   vaidades! Estranho o tempo em que muitos   se afogam na mesma água , que não enche um copo , mas se arrogam de detentores de poderes de abrirem caminhos por entre os mares! Estranho o tempo onde o bem   muda de endereço tão facilmente para se tornar inquilino dos dedos sujos , que apontam o mal tão bem e para todos os lados! Estranho o tempo onde a pressa dita a prece para se obter   apressadas bênçãos, que se diluem facilmente nas   pesadas mãos de quem não teve tempo para identifica-las! Estranho o   t

Os engenhos de si mesmo e o lado de fora

Por Gilvaldo Quinzeiro  O olhar para dentro de si é raiz! Não há, neste momento de tempestade, uma mão sequer do lado de fora! A força, a segurança e o amparo estão dentro de nós! O olhar para dentro de si é conexão com o universo!  Erga-te por ti mesmo! Faça deste momento suas lições! Não se torne mais estranho e nem inimigo de si mesmo! As condições atuais exigem sobretudo, o silêncio interior e a escuta profunda acerca do que somos!  É verdade, entretanto, que há muito tempo deixamos para trás a humanidade. Por isso somos árvores sem raízes a construir desesperadamente edifícios e templos, que não se sustentam por si mesmos, haja vista serem estes o lado de fora!  O lado de fora é a superficial retórica acerca do que as palavras já não mais alcançam. O lado de fora é o discurso falso e cheio de ódio. O lado de fora é a justificativa sem fundamento e a culpa como escapatória. Eis do que estamos farto!  Volte para dentro de si! Faça-te companhia!

A pandemia e o retorno à caverna? Uma introdução a psicanálise cabocla

Por Gilvaldo Quinzeiro   Nos meus primeiros escritos, quando eu era bem jovem (ainda não publicados, e talvez perdidos em algum lugar da minha bagunça); escritos estes que eu intitulei de o ‘retorno à caverna’, e, olhando para os acontecimentos de hoje, em tempo de pandemia, mas, particularmente no que diz respeito ao comportamento assombroso das pessoas, penso que em certo sentido, tais escritos são atuais. O texto abaixo é um esforço para colocar lenha entre as trempes no interior das nossas escuras cavernas!   As emoções são arcaicas armas disparadas pelo corpo antes mesmo do uso das primeiras ferramentas; do uso das palavras e da razão na luta pela sobrevivência, ou seja, em um contexto em que a comida poderia significar também matar ou morrer pelos mesmos motivos, bastando para isso só se colocar um pé fora da caverna.   Em outras palavras, no nosso passado remoto, uma simples busca por água poderia resultar em que ficássemos enterrados na lama na disputa com outros an

A velhice e a morte: mãos e pés no mesmo caminho?

   Por Gilvaldo Quinzeiro   É difícil lançar um olhar nas bordas da nossa realidade, sem nos sentirmos meros fiapos de uma costura mal sucedida, assim como um remendo em tecido puído! Como diriam os mais velhos: “em tecidos puídos não se prega remendo”. Ocorre, entretanto, que este entendimento nos dias de hoje com seus tecidos líquidos, não cola: há um desabamento do discernimento nas novas e nas velhas gerações para, as quais, tudo é músculos. Em tempo de ufanismo cinzento, é bom que se diga, república dos músculos! Bem, a realidade é parente das coisas mais brutais. Algumas destas coisas só nos batem à porta na velhice: momento em que nem pelados estamos livres do peso dos nossos olhos!   Sim. A velhice nos arranca tudo – ao mesmo tempo em que nos acolhe?   A velhice, meu caro, nos coloca vizinhos de tantas e tantas coisas indesejáveis, entre esta aquela que não desejo nem pra mim: a morte! Eu fico a imaginar como os idosos em tempo pandemia estão olhando para dentro de

Quão somos feios, primo!

Por Gilvaldo Quinzeiro A pandemia, que hoje no Brasil já ultrapassou 250 mil mortos escancara o que temos de pior e feio (ainda bem?): algo que encheriam os olhos apenas de uma plateia composta só por     insetos! Que me perdoe os insetos por essa feia comparação com aquilo que há de verdadeiramente mais assustador neste momento – o próprio homem! O feio ou pior aqui não é apenas em relação ao número de mortos, que a cada dia aumenta, e sem surpresa, mas sobretudo no que diz respeito a rapidez com que fechamos os olhos para isso, e continuamos nos achando bonitos e merecedores da graça de Deus! O dito aqui não é no sentido de fazermos escandalosas e chorosas procissões pelas perdas, mas acordarmos para o fato de que menos mortes ocorreriam se se nos protegêssemos... Ir bonito a uma aglomeração pode resultar na feiura dos caixões empilhados e sem velórios... Sim, é estranho como de todas as espécies somos únicos a acreditar que somos bonitos! O narcisismo é o centro disso. Neste

Na minha análise política: há muito mais ódio pela fé do que pelo bem do Brasil

  Por Gilvaldo Quinzeiro   O problema de qualquer cruzada contra o mal, seja esta travada nos tempos medievais ou nas ‘luzes’ dos nossos tempos, não consiste necessariamente no mal em si a ser combatido, mas na fragilidade das raízes que nos fazem acreditar que estamos fincados no bem. Neste sentido será em vão convencer uma multidão já nas ruas, e no meio desta, muitos dos nossos bons e bem intencionados amigos, de que não estamos travando uma batalha de natureza apocalíptica. Sim, já está em curso uma batalha apocalíptica! Muitas mentes estão seriamente alteradas, e, nestas condições, a ‘besta’ pode ser vista em todas as faces, exceto nos olhos de quem cegamente a ver.     Em outras palavras, não só os ares do nosso tempo exalam o cheiro de enxofre, bem como não há nada no chão da nossa luta diária que não esteja também impregnado por este teor apocalíptico. Enganam-se, pois, os mais sérios analistas políticos da atualidade se se em suas análises a respeito de qualquer

O novo normal e velha xícara de café

Por Gilvaldo Quinzeiro Não há como pensar o novo normal sem inserir neste o frágil habitat de cada um, que será a uma espécie de bolha ilusória, sob o qual estaremos todos inflados pelo ódio; pela soberba; pelo medo e pela solidão ao mesmo tempo em que lutaremos para conter a respiração para evitar a sua eclosão. Nestas condições, um simples ato de tomar café não ocorrerá sem que a leve fumaça que emerge da xácara se transforme numa figura fantasmagórica! Parafraseando    um velho ditado, no novo normal é preciso que se mantenha um olho aceso na xícara e o outro já apagado na fumaça! “A solidão de amigos”, lembrando aqui da melodia do saudoso cantor e compositor Jessé, é fruto dessa guerra fraticida e estomacal; guerra essa que só daremos conta dos seus reais estragos da mesma forma que Pirro, ou seja, sem que tenha sobrado ninguém para comemorar! Voltando a xícara de café. O velho quadro exposto há muito tempo na parede, haverá de ter mais sobre nós do que o simples hábito d

A escassez de homens em tempo de avalanches de vírus

Por Gilvaldo Quinzeiro   No tempo de Alexandre, o Grande, a percepção de uma possível ameaça, que não fazia o seu oponente dormir, estava a léguas e léguas de distancias à passos de cavalo, hoje, na imediatidade das coisas, já não temos mais a percepção das ameaças, posto que ou essas já se tornaram nossas velhas inquilinas ou já estamos há tempos adormecidos por essas. Marco Aurélio, o imperador filósofo, em suas Meditações, falava das rachaduras do pão no processo de cozimento. Hoje, já não temos a percepção das rachaduras que nos habitam, posto que em certo sentido já estamos fritos. Quaisquer análises das crises do nosso tempo poderão estar fadadas ao fracasso se não partir do pressuposto da crise da escassez de homens; de homens que pensam; de homens com a capacidade de perceberem e se anteverem a uma catástrofe. Os homens de hoje mesmo de joelhos não passam de uma mera caricatura ao tentarem compreender ou a conter o fluxo dos acontecimentos! Ora, dizer que o ponto

O jorro do leite condensado. Uma breve introdução psicanalítica

Por Gilvaldo Quinzeiro   Que é verdade que para habitar o mundo, temos que o antropomorfizar, pois, de outra forma não encontraríamos nele nada parecido conosco, isso é indiscutivelmente tangível!   A questão é quando a bolha, que acreditamos ser, estoura, e de repente o mundo que antes nos parecia tão familiar nos abocanha – isso freudianamente é pica, a grande! Ou seja, o horror a castração! Ora, ora, o estouro dessa bolha ilusória implica em outras coisas, numa espécie de coito interrompido, ou seja, nos tirou da nossa zona de conforto. E mais: há uma primazia do arcaico, do tribal; da perversão! Em outras palavras, quanto mais macho, maior o complexo de castração! Caso seja verdade a afirmação de Sigmund Freud que o nosso primeiro contato com a realidade é feito com a boca, então, isso também explica porque há tanta gente se sentido mordido – é que estamos usando a boca para, perigosamente termos conhecimento daquilo que nos toca! Sim, de fato tudo se transformou numa

O vírus das opiniões tóxicas

Por Gilvaldo Quinzeiro   Não se espantem, caros amigos, com os peixinhos que facilmente ‘morrem pela boca’, pois nós somos a única espécie que morre pela sua opinião – isso não é assustador? Agora imagine que tipo opinião! Algumas (opiniões) tão frágeis quanto uma folha de papel em branco sendo arrastadas pelas ondas do mar; outras, tão tortuosas quanto cercas de paus, que povoam o sertão. Mas, enfim, há quem esteja disposto a matar ou a morrer por elas! Aliás, tem gente que já perdeu a vida, e outros mais também a perderão por se ‘ensopar’ de opiniões tóxicas postadas, sabe aonde?   No grupo de WhatsApp da família! Quando uma opinião por mais tóxica que seja, parte de alguém querido ou que exerça sobre nós uma certa influência a exemplo de um pastor, de um padre ou um professor, então, é quase certo que fomos por ela intoxicados – um desastre! Meus Deus? Não!   Minha opinião!   Neste tempo de pandemia, que já matou só aqui no Brasil mais do que a população inteira de algum

Enfim a vacina! Mas em tempo de polarização haverá guerra contra seu uso?

Por Gilvaldo Quinzeiro Ufa! Enfim chegaram as primeiras doses de vacinas! Mas quem está comemorando? Quem dará braço para receber as doses recomendadas? Quem está torcendo contra? Quem está disposto a entrar numa guerra contra o seu uso? Eh!   pelo jeito nem bem resolvemos um problema, e já criamos outro. Sabe qual a causa disso?   A doentia polarização! Se no início da crise sanitária da covid-19   nos dividíamos entre aqueles que a chamavam de ‘gripezinha’ e aqueles que diziam ser uma grave     pandemia; entre os que defendiam o isolamento social e os que   defendiam   o retorno imediato das aglomerações; entre os defendiam o uso das máscaras e os que chamavam essa atitude de ‘maricas’ – com a chegada da vacina, diga-se de passagem,   depois de muita luta solitária dos cientistas, pois, estes não receberam o apoio por parte das nossas autoridades federias, bem como de uma parcela da sociedade -, assistimos mais uma vez a sociedade se dividir perigosamente entre os que   irão

Um verdadeiro lider não se faz nas pressas das nossas preces, meus irmãos!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Às vezes o que está bem a nossa frente não é o que desejamos ou que nos interessa, porém, se estar à nossa frente é o que devemos encarar pois se trata da mais dura realidade! E neste caso, o que desejamos ou o que nos interessa ao menos momentaneamente não faz parte da realidade. Isso significa, em poucas palavras que temos que aceitar as coisas como estas são, e devemos agir conforme a situação nos exige. O dito acima é um alerta a sociedade brasileira, em especial, as nossas autoridades. Subestimar os fatos porque estes não foram ‘pintados’ conforme a nossa linha de interesse (ideologia, expectativas ou crença), sobretudo quando estes fatos estão diante das autoridades competentes, não se espera outra coisa destas que não seja encarar a realidade dos fatos. E mais, cara pálida: gerenciá-lo! Um líder verdadeiro não é feito de maquiagem; nem das sofisticadas campanhas de marketing, e     muito menos das nossas apressadas preces! Um líder surge nas tr

Uma guerra apocalíptica? Salve-se quem souber!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Mesmo numa guerra real, que é alimentada por ódio, a estratégia para enfrentá-la e vencê-la exige o uso do racional, da logística, como uma das suas mais poderosas e eficazes armas. No Brasil atual, entretanto, o ódio, que cega as nossas principais autoridades, e uma grande parcela da população, no momento em  que estamos travando uma decisiva batalha contra o corona vírus que já matou mais de 200 mil pessoas – não há uma logística para o seu enfrentamento, e sequer uma rota de fuga! Assistimos, pois, uma guerra onde o alvo é o próprio pé! A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus em plena pandemia, não pode ser atribuída a outra coisa, senão como a falta de estratégia e planejamento do Governo Federal. A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus é o resultado de quem desde o início da pandemia a subestimou chamando-a de ‘gripezinha’, e que desencorajou o uso de máscaras, bem como o distanciamento social.     A falta de oxigênio nos hospitais de Man

Sem o crivo da razão, as preces apressadas nos ensanguentarão?

Por Gilvaldo Quinzeiro O atraso que nos faz implodir o relógio, não é em virtude do cavalo, que teve de ser antes pego no pasto, lavado com água retirado do fundo do poço; pelos aparados e selado por mãos grossas de outras pelejas – ainda assim ao destino se chegava!   A questão é outra: o tempo de hoje ganhou asas em nossas ricas preces apressadas. Estamos, enfim, todos ajoelhados, e com pressa para  que o tempo da nossa prece seja curto o suficiente para as milhares de rápidas postagens no grupo da família: também apressado pela nossa prece!   As cenas da invasão ao Capitólio ocorrida no dia 6, onde “seres com chifres e vestidos em pele de urso” parecem emergir de outros mundos não serão digeridas com o simples uso dos dedos ao clicar uma curtida ou compartilhamento de uma página do facebook. Precisamos fazer uso de algo cada vez mais raro e que nos exige um complexo esforço, a razão!   Mas estamos muito apressados em nossas preces ou entretidos com os ‘pisca-piscas dos últim

Coisas que precisam ser ditas à todas as idades, meus filhos!

Por Gilvaldo Quinzeiro A paixão costuma chegar abruptamente nas madrugadas; tira-nos o sono, mas vai embora do jeito que chegou, com os primeiros ventos gélidos do inverno.   O amor... bem...     o amor não é descoberto debaixo de um palheiro   ou encontrado em baile de gala como se costuma crer; este é uma semente, e como tal é colhido na mesma medida e intensidade com que plantamos. Não devemos apenas saber armazenar suas sementes nos mais caros vasos como também ser em quaisquer estações seu solo fértil! O sono dos bebês e o seu sorriso dependem tão somente das mãos de quem o protege, mas, este não se tornará adulto, se não lhe for ensinado a arte de  se levantar sozinho. Aliás, deveríamos ter aprendidos desde o berço que seremos sozinhos mesmo estando nos braços da multidão. A juventude é como um rio caudaloso, ou seja, é forte e apaixonante, mas já passou com a mesma rapidez... A velhice. Ah essa Senhora da qual nada sabemos, e que será para os   mais afortunados a sua

A vida e a morte. Uma experiência de reencontro?

Por Gilvaldo Quinzeiro Nesta semana, eu fui instado por uma amiga a falar sobre a experiência da vida após a morte. No momento falávamos da nova série da Netflix, que diz respeito a este assunto, e que teve estreia no dia 6. O texto abaixo (não é sobre a série!), é uma ilação acerca da vida e da morte. Um esforço para respirar para além das conhecidas águas... (...) Uma frágil ‘casca de ovo’, é isso o que significa cada fase da vida. Talvez por isso tendemos desesperadamente a nos fixar a que, em tese, acreditamos ser mais seguro.   Eis a ideia do eterno retorno ao útero. Entretanto, o mais seguro, se se ‘segurança’ é um termo apropriado para a vida -   é seguir em frente, isto é, habitar a casca seguinte. Em outras palavras, somos como náufrago que, no desespero de sobreviver agarra-se em vão a uma ‘folha de papel’ em pleno oceano!   A vida e a morte, penso, é como um ‘cano’ sem rolha ou entupimento: onde tudo se desagua no mesmo oceano. Porém, nos fixamos a primeira ‘folha

Invasão ao Capitólio. Pimenta nos olhos ou spoiler?

  Por Gilvaldo Quinzeiro   Não é à toa que os olhos do mundo estão voltados para os Estados Unidos. E se olharmos com muita atenção a invasão de ontem ao Capitólio pelos apoiadores do Presidente Donald Trump, onde 4 pessoas foram mortas, além dos danos materiais aos prédios públicos, veremos que o mundo entra definitivamente em grave período de instabilidade, pois o ato em si significa um ‘murro’ na democracia do mundo inteiro”! Para o Brasil então, tal invasão é mais do que pimenta nos olhos, trata-se pois de um ‘spoiler’? Eis a questão!   Parece um exagero o dito acima, mas não é. Não estamos falando de um país qualquer, mas dos Estados Unidos.   A contestação dos resultados das eleições por Trump, que deu vitória a Joe Biden; contestação essa que culminou com ato de ontem, não pode ser vista apenas como uma ‘cortina de fumaça’ – há que se olhar os pesados elementos que constitui o palheiro de onde expele o fumo – fundamentalismo, obscurantismo, negacionismo e racismo. Os m

O Brasil e o Mundo no contexto de pandemia. Qual é o cenário?

Por Gilvaldo Quinzeiro Nesta semana foram dadas duas declarações estarrecedoras por parte de duas autoridades brasileiras, e que apontam um pior dos cenários para o Brasil.     A primeira foi dada pelo coordenador do Comitê Científico ao Combate do Coronavírus do Consórcio do Nordeste, o neurocientista Miguel Nicolelis, que postou em suas redes o seguinte: “acabou. A equação brasileira é a seguinte: ou Brasil entra num lockdown nacional imediatamente, ou não daremos conta de enterrar os nossos mortos em 2021”. A segunda declaração veio do Presidente Jair Bolsonaro: “O Brasil está quebrado”. Bem, se é verdade que para um “bom entendedor, poucas palavras bastam”. Então, 2021 será um ano assombroso, caso as previsões contidas nestas duas declarações se confirmem. Mas, há entre nós quem ainda seja um de nós?   Essa pergunta não deixa de ser assombrosa!   Todavia, não pode haver nada mais espantoso do que     o nosso silencio sobre ela. Ademais, em certo sentido, aquela (pergunta),

O segredo do 'agora'. Cavalo da nossa pressa?

Por Gilvaldo Quinzeiro   ‘O agora’ é como rio de Heráclito. Ou seja, não nos espera passarmos o sabonete, pois, quando, por mais apressado que ao rio retornarmos, este não é mais o mesmo. Em outras palavras, o verdadeiro banho, aquele que pesca o rio é o ato de pensar, posto que não há outra maneira de nos anteciparmos ao ‘peixe’ em que o misterioso rio da vida acaba de também nos transformar. Para romantizar o assunto, ‘o agora ‘é como um beijo apaixonado, isto é, não é o ato em si o que verdadeiramente importa, por mais que neste nos fixamos, e sim seu vir a ser... ou seja, o que resultamos deste. ‘O agora’ também pode ser descrito recorrendo a uma áurea mais mística, como um misterioso cavalheiro de duas faces, mas prestamos mais atenção ao seu gordo cavalo. O resultado disso é a nossa eterna prisão aos espelhos:   passado ou futuro. Enfim, o agora é. O resto é o sabonete esquecido nos olhos! Um bom dia a todos!    

A oficina da vida. Os sofreres e os outros tipos de consertos

  Por Gilvaldo Quinzeiro   Não é preciso ser alquimista para compreender que o caldeirão da vida é o resultado da combinação de diferentes misturas. Algo que a vida moderna sob a promessa de nos oferecer um fácil conforto, nos impõe uma permanente cegueira sobre tudo, incluindo a nossa própria face; a mesma face (ou a outra) que acreditamos encontrar num salão de beleza!  O resultado disso, também, está facilmente percebido e na cara: o sofrimento! O mesmo sofrimento para o qual se oferece uma enxurrada de diferentes misturas (que paradoxo, não é mesmo?), soníferos, calmantes, analgésicos e até mesmo, pasme, anabolizantes: uma arapuca para a qual não há raposa esperta!   O que não se faz para não sofrer? Eis a razão pela qual paradoxalmente mais sofremos? E assim surgimos do nada, mas de forma cortante: “com quem você pensa que está falando”? Ora, não se pode chegar a outra conclusão após uma reflexão a respeito de frases como estas, que têm inundados o nosso dia a dia, infelizmente, q