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Mostrando postagens de março, 2013

O homem e o sabugo, uma breve reflexão sobre a nossa crise de identidade

Por Gilvaldo Quinzeiro   O amanhecer dos nossos dias,   já não se dá entre as mesmas “trempes”, e nem as pegadas humanas são   humanas só por serem pegadas,     logo, sem as referencias das cinzas e do carvão,   o homem desaprendeu como se acende a fogueira. E assim sendo, poucas são “as sombras” das quais escapamos sem ser por estas golpeadas. Ora, o homem já não tem mais uma identidade, senão aquela que está em crise. Logo, a pressa por uma “engenharia genética” nem assim, é uma solução, posto que, o que nos falta é a matriz, o sentido pelo qual existimos... Pois bem, este tal sentido ou esta tal matriz, escafedeu-se numa destas “curvas” em que deixamos escapar o fôlego por muitas destas coisas nas quais colocamos a nossa alma. Por isso, nestas condições, uma comparação entre “o homem e um sabugo”, nunca teve tão grande aproximação. Com uma diferença, o sabugo é parte de “um antes e um depois”; o homem só é “o agora com seus olhos arregalados”! Aliás, “o agora” nã

O cheiro e seus segredos, uma reflexão sobre o sagrado

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se repararmos bem a paisagem dos caminhos, a única coisa que fica é o cheiro das coisas.   Não das coisas quaisquer, mas daquelas que   nos escapam, e por isso mesmo nos fixam o encanto! Destarte,   a cruz que carregamos diariamente não deva ser utilizada como empecilho para, quando na solidão das nossas noites escuras, não   nos agarrarmos ao cheiro que se fincou no chão da nossa alma. Aliás, este é o chão que a rigor nos sustenta!... Por falar em   sustentação, a árvore que somos se fixa exatamente na infância, solo fértil, contudo, sem ausência de pedregulhos. É aqui onde todos “os cheiros” se fazem de parteira, e, nós grávidos do vir a ser do cheiro das nossas mãos!... Ah! Quantos caminhos e quantos cheiros desfeitos! Quantos serão necessários se reerguerem para nos sentirmos com os pés no chão? Isso tudo nos remete a uma reflexão   sobre a natureza do   sagrado. Não daquele sagrado pelo qual se comercializa a fé, mas, das coisas simples qu

Para não dizer que não falei das coisas que já nos engolem

Por Gilvaldo Quinzeiro   Uma coisa, no meio de tantas outras   pelas quais   perdemos alma, precisa ser dita: estamos mais “bichos”. Talvez a ideia de progresso a qualquer custo, esteja nos levando a perder a condição de ser gente, tal como estamos   violentamente perdendo o planeta Terra, em nome de um desenvolvimento que se mede pela quantidade de coisas produzidas. A violência nossa de todos os dias é o exemplo mais eloquente   de que a civilização não tem muito que comemorar! Pois bem, as enchentes no Sudeste e a seca no Nordeste no mínimo devem nos chamar atenção para outra coisa: somos sobreviventes! E, assim sendo, é cômodo demais esperar que a tomada de consciência de tais coisas, se dê milagrosamente pela chamada revolução das mídias. Esta espera seria correspondente ao uso do fogo provocado pelas tempestades, até o homem queimar literalmente a mão para enfim, obter seu controle. A questão é: temos mais tempo a perder? Ou será que amanhã, pode ser que não seja ma

Tudo é espelho

Por Gilvaldo Quinzeiro   Diante da vida, em quaisquer que sejam os passos, tudo é espelho. E assim sendo, tudo é da gente e para gente -, o sorriso que se nega, a sua ausência que se nota   é exatamente em nossa face. Quisera que   a imagem em estilhaços não fosse a nossa! A ferida do espelho, entretanto, só se cicatriza, quando as da nossa alma já não mais precisarem dos nossos dedos nelas fincados. A questão é saber se aos olhos do outro, os nossos não cegaram... Se afirmativo, ainda assim, nos resta a testa. Psiu!! Tudo, enfim, trincado?

Imbiras finas, canelas grossas!

Gilvaldo Quinzeiro   O homem e suas embiras. De todos os nós, o da palavra é o que nos enforca. Talvez por isso, nada de silêncio:   só os discursos sem amarradio ,   e o homem,    uma coisa assustadora solta no mundo!... De fato, os fatos: de pé,   os loucos!        

Em certa medida, faltam homens, e em outras, as coisas abundam

Por Gilvaldo Quinzeiro   " O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são." Protágoras de Abdera   Que fim terão os homens, quando as coisas como as que hoje vigoram, já não se medirem pelas medidas dos homens? Isto é, quando as coisas que são enquanto são, dos homens já não são coisas, pois, estas, enfim, estão além dos homens. Que homens? Pois, bem, Protágoras de Abdera, em certa medida estava certo, quando escreveu a famosa frase acima. Hoje, porém, esta equação, a meu ver, não seria aplicável; não, pelas coisas enquanto são, mas pelo que os homens deixaram de ser, para das coisas enquanto são serem iguais. Que coisas? Ora, isso implica falar em “escassez de homens, e da abundância das coisas”. Não de coisas quaisquer, mas daquelas em que em certa medida, destas, os homens já não se dão conta... Esta conta, entretanto, se já não se faz como Protágoras fazia,   então é da conta das

No tempo de vacas gordas, os homens seus currais!

Por Gilvaldo Quinzeiro   É sábio se afirmar que os homens precisam fazer parte do seu tempo, porém, são mais sábios ainda aqueles que compreendem que por isso mesmo, estes   homens poderão não só   serem ás presas do tempo seguinte, como as ferrugens do tempo em que se exigem que os   homens de agora   sejam de ferro. Então, em assim se sendo, no tempo de vacas gordas de hoje, amanhã a peleja dos homens poderá   ser exatamente   para derrubar todas as cercas e currais. Em outras palavras, a dos bois, e não as dos homens por seus regimes!... Ser-nos-á difícil, pois, compreender por que um míssil apontado para este ou aquele país, é, não tão distante assim,   o mesmo argumento feito   no tempo em que “o pastor dava sua própria vida pelas suas ovelhas”. Ou seja, os homens continuam sendo os mesmos, talvez, os seus   bois, não. O tempo de hoje, com tudo que   com “o novo” se ergue,   não é   tal qual aos outros, que também tiveram um dia que se enrugar,   isto é, “quanto m

O ovo, uma leve reflexão para ninguém sair da casca

Por Gilvaldo Quinzeiro   O ovo, que gracinha? O pinto, pelado. Pobre coitado!   O mundo lhe será o tempo todo avassalador:   uma vantagem ter deixado o ovo, quando este lhe era   tão quebradiço? Um caso a ser pensado! Estamos nós no ovo ou somos apenas “pintos pelados”? E o mundo: este sim é o galo cantando em nosso terreiro! Ainda bem que sim? E quando, a nossa noção de mundo, já do mundo nem “ciscar”? Eis que aqui todo ovo será goro! Que pena? E as penas? Isso é apenas, uma conjectura! Ou ainda bem que não? Por dentro: quem sabe de si? Por fora: do que nos damos conta? Ora, aqui não se trata de saber quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha? Mas, com quais grãos vamos de agora em diante encher o papo? Que papo? Bem, se o papo tá bom, mas, agora vou abrir a porta. Tem uma pessoa do lado de fora. E eu dentro de mim. Toc-toc! Pois, não? Aquele galo que cantou de manhã era o seu? Não, seu Pinto!          

Essa é boa? É de plástico!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Por essa só Freud nos explicaria: uma empresa brasileira vai leiloar a virgindade de uma boneca inflável. O lance inicial está alçado   em 5.000 reais. E mais: com direito a uma noite romântica num motel de primeira! E   quanto ao leilão daquelas meninas que também colocaram   no pregão sua virgindade? Perderam a concorrência? Ora, é   uma noticia desta que mantem Freud sempre   vivo, especialmente nos dias de hoje, onde sexo já se transformou em outra coisa ! Que coisa! Todavia, é provável que só numa coisa Freud nunca pensou: num   divã só para bonecas! Afinal do que as bonecas se queixariam? O mesmo não se poderá afirmar   em relação aos homens: estes nunca falham? Pobres bonecas ou pobres homens? Com a palavra, as mulheres! Por estas, Freud sempre coçou a cabeça!...                

O barco de Pedro, a fartura de peixe, e a falta de pescadores?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Nestes tempos difíceis “em que a fé se evapora”, conforme palavras do agora não mais Papa, Joseph Ratzinger, “o barco de Pedro”   segue em busca dos   peixes... Mas eis que o problema agora   é como fisgar   pescador! O próprio Pedro, não sua fome por comida, já havia desistido de lançar as redes ao mar, posto que, não havia peixe algum. Todavia, outro pescador, Jesus Cristo, lhe persuadiu a retornar ao barco e a jogar as redes!... Pois bem, o século XXI está grávido do vazio. Oferecer todo o mar como isca, poderá, no entanto, a afugentar os peixes. Então, temos mesmo que fisgar é o pescador! Mas, quem de nós, na nossa condição de meros espantalhos, saberá finalmente dizer: “você tem fome de quê”? Em outras palavras, estamos afogados no nosso vazio! Quisera que fosse no mar? Que paradoxo vivemos! Pasmem! A alma é exatamente aquilo que nos escapa! Tornar-se dela pescador é no mínimo fazer o papel de isca. A questão, porém, é quando se dá cont