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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Em carne e osso pelos desertos: com quantas pedras se encurtam os caminhos?

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Por Gilvaldo Quinzeiro   Um dia é como a pele:   amanhã será outra com a qual teremos que   acordar. Já pensou amanhecer sem pele alguma? Ai sim seria sentir-se na pele dos desertos, onde as pedras fazem seus caminhos! Ah! as pedras!... Não há caminhos sem pedras. Há casos, porém, em que as pedras abrem caminhos! Estes são seguidos pelo silêncio: passos mais seguros para o entendimento. Ah! o silêncio é como passos curtos para o entendimento!... Entender   por que as pedras caminham e se encontram é sentir-se na pele dos desertos. Quantos desertos já não quiseram estar em nossa pele? Ah! sentir-se na pele dos desertos!... Os antigos usavam   pedras não como pele, mas para nelas deixar suas mensagens como “pele de cordeiro”. Os lobos, as hienas, os chacais, as serpentes, os escorpiões: quanta gente em suas peles só para não   perder as suas próprias peles para as pedras!    

A ponte é o que somos, como também as tempestades

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          Por Gilvaldo Quinzeiro   Somos a ponte e o outro lado, assim   também como podemos   “vir a ser” as tempestades. O choro de agora, pode ter sido   gestado ainda   naqueles “sorrisos fáceis” de ontem ou no passado mais remoto. Ora, se somos ao mesmo tempo a ponte e as intempéries   – então precisamos viver com os olhos abertos para dentro de nós. Todavia, o segredo está mesmo em quem de nós nos esperará lá do outro lado da ponte: se   aquele que nos receberá de braços abertos a despeito de termos andados cegos ou   se aquele que também se passará como o urubu dos nossos olhos! O hoje não é mais importante do que o passado, senão na condição de que agora estamos o aproveitando para nos refazermos.   Quem de nós está cosendo o outro que será a nossa “vestimenta” lá quando a nossa pele já se descosturar? A vida, meu amigo (fantasma) é um nevoeiro: descobrir a minha face nele é sim, ter conseguido atravessar    f

A realidade e suas fendas: a arte.

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Unique DESIGN Pedro Monteiro     Por Gilvaldo Quinzeiro     A   realidade é porosa. Esta é a condição com que aquela retém os conteúdos. Isto é, não há nada que a realidade não caiba. A arte é uma das suas intersecções. Por ela (a arte),   o homem respira por uma das fendas da realidade. Desde a pré-história, o homem fez da arte a sua armadilha para pescar, o mais escorregadio de todos os peixes – seus fantasmas! Os fantasmas e a arte sempre dançaram juntos – é a sombra projetada contra a parede. Porem, a arte não os elimina, apenas dialoga e adia o retorno dos seus ventos. O homem comum não se abstrai da arte. Por isso,   repete os passos dos seus fantasmas como se estivesse atravessando um córrego, isto é, cambaleante e com as calças arregaçadas até o joelho. A arte aqui é tratada como aquilo que fala aos seus ouvidos, e lhe põe em fuga. Mas voltando a porosidade da realidade. Na pós-modernidade, se esta é a expressão para os nossos dias rasgados, na

o falo de Deus?

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Por Gilvaldo Quinzeiro     A árvore que me inspirou a escrever este texto é a foto acima. Quanto a seu fruto, não sei se vingará, mas ao menos da sua sombra eu serei seu inquilino. Ei-lo. Quando a “seca” é de homens, a natureza que é fonte e fincada em si mesma, “trepa” no lugar do vir a ser. Amanhã o que será   dos homens com suas raízes de fora? O falo de “Deus” é bem maior do que todas nossas cabeças juntas -   estejam estas “pensando” ou não! Por isso,   a natureza brota todos os dias   do   que e por que   não se pensa ainda,   tal como   aquele galho de árvore (ver a ilustração) “assanhadinho” ! Você o viu ou viu apenas você nele? Veja quão é complexa a natureza: até a antropomórfica se finca!   Pois bem, sobre o homem há realmente o que se pensar: o que é ainda o falo? Eu falo: é a “massa argilosa” com a qual não se ergue mais parede! Em outras palavras, a natureza é o homem na sua bruta massa de fazer o pote, e como tal,   este também   é   rud

Mole como feijão cozido

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Por Gilvaldo Quinzeiro     Eu adoro Dali (e de acolá) porque ele me faz pensar no Salvador no mesmo instante em que eu me desmantelo. Salvador Dali andou mexendo com estas coisas que a mão de Freud pintou: “o desmantelamento do sujeito”! Nesta obra acima, ele (Salvador Dali)   se rasga “mole como feijão cozido”   na sua premonição da guerra civil espanhola. Tal obra me faz pensar na loucura e na morte: duas acompanhantes do homem que o acaricia   sem serem convidadas nem para sentar ou   tomar café – elas são mesmo invasivas! A loucura nos acompanha mesmo na arte que nos liberta. Por isso os artistas se pensam livres (mas não da loucura), e   moram no mundo. Já a morte vive sentada sobre nós com sua bunda encardida. Dito com outras palavras, a loucura e a morte não são silêncios absolutos, pelo contrário, são falas por nós esquecidas. Estas “falas esquecidas” nos obrigam a ressuscitar   Freud (pra mim ele nunca morreu e nem morrerá), ainda que na condiç

A ruptura das cordas

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Por Gilvaldo Quinzeiro     A ruptura das cordas. Eu já disse aqui que “o mundo acabou” – ao menos aquele mundo   do qual tínhamos tanta “certeza” que o pertencíamos! Só não sabíamos, no entanto, do quão eram puídos seus tecidos e do quão eram frouxos os nossos nós conceituais sobre aquele! Resultado: ficamos todos com a bunda pra cima fotografando a nossa cara lá no chão! A porta que antes era larga se fechou. Estreitos ficaram os caminhos com tanta gente sem saber para onde ir. Em muitos “carnavais” a Palavra do Senhor é só retiro -   adestramento para o corpo já espiado e espichado das coisas mundanas!   Pobre corpo que antecipa a quarta-feira de cinzas? Rico o mundo dos que do corpo se aproveitam em pele de cordeiro? A ruptura das cordas. Na politica brasileira muitos rezam apenas para proteger seus frágeis   pescoços, pois, quando   antes acreditavam estar segurando firme a corda com a qual se dava os “nós”, hoje descobrem tardiamente as noticias urgentes sobre

O dedo da Criação de Michelangelo

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Por Gilvaldo Quinzeiro         O dedo. Quem nunca o viu nu? A Criação tem destas coisas: nos leva a dolorosos partos reflexivos! Michelangelo Buonarotti quis que o dedo de Adão ( o não desnudo) aparecesse tão mínimo diante do Dedo de Deus! Eis a inveja daqueles cujos dedos não se pintam com a “pinta” dos homens? Michelangelo pintou Deus olhando nos olhos do homem -, ainda bem já pensou se aquele outro “dedo” do homem estivesse rígido? Santo Michelangelo!   este sim fez a paz com Deus!      

Por falar em Picasso... Que coisa a sua mão!

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Por Gilvaldo Quinzeiro       Falar a respeito da mão sobre a coisa é pintar Picasso – aquele que deu asas e imaginação   “a coisa” por obra   da sua mão! Picasso, enquanto pintor colocava a mão onde queria! Eu gosto de Picasso por isso: pelas coisas que ele me toca! É uma pintura a arte de Picasso! Na obra Le Revê (1932), onde será que ele quis colocar as duas mãos, enquanto suas duas caras dormiam?  

Nos céus da Mesopotâmia, e a terra nossa de cada dia.

Por Gilvaldo Quinzeiro     Em algum lugar onde no passado foi a Mesopotâmia (berço da civilização) hoje Iraque, a civilização se coloca na mesma encruzilhada de sempre: “em nome   de quem se   devorará outro para o bem de todos”? É na antiga Suméria, onde se deu a criação da primeira escrita, a cuneiforme, que, os jihadistas do Estado Islâmico (EI) e as forças ocidentais lideradas pelos Estados Unidos travam a última “cruzada”. É aqui onde uma “nova escrita”, um novo traçado do mundo está sendo feito! O “Crescente fértil” – lugar de estéreis lutas! Mas é aqui onde homem pela primeira vez se plantou olhando para os céus! Os céus da Mesopotâmia que lindo! É possível que os reis   magos – aqueles que foram visitar o menino Jesus tenham saído de algum lugar da Mesopotâmia seguindo a “estrela guia” – rumo a Belém. Não é à toa que Alexandre, O Grande por lá se apaixonou!   Agora mesmo acabo de ler   uma reportagem   do Jornal Folha de São Paulo assinada por Patrícia

O cheiro

Por Gilvaldo Quinzeiro   Istambul. De lá me veio o cheiro dos temperos que me inspirarão neste texto. Adoro as imagens dos mercados e seus mercadores. Tais cenas me remetem para mundos distantes, talvez ao tempo em que eu (em outras vidas) fui um aventureiro a seguir as caravanas de mercadores pelos desertos. Ainda hoje sinto o cheiro dos fortes temperos da antiga Constantinopla! Lembro-me como se fosse hoje, de ter enfrentado uma tempestade de areia. Aquilo sim é algo furioso: é como se o deserto inteiro resolvesse quebrar seu silêncio ao mesmo tempo! Foi em Istambul que me apaixonei pela primeira vez! Só Deus sabe o que fiz para seguir o cheiro daquela mulher.   Senti-me na pele de Aladim, entrando em becos e ruelas... Não a vi. Nunca a encontrei.   Mas o seu cheiro ainda permanece vivo em mim! Vivo como o cheiro do café matinal que me acorda todos os dias! A Istambul voltei inúmeras vezes. Todas pelos mesmos motivos: seus cheiros! O cheiro é como uma face. Isto é, a

Chá de leituras

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os chás e as leituras, dois   passos gigantes de um “pavão misterioso”. O mistério do amanhecer e do entardecer!... O velho Ariano Suassuna sabia como ninguém sobre estes mistérios. Mistérios estes   dos quais,   o sertão nordestino é fértil! O chá é o apalpar do cheiro das coisas. Coisas dos velhos xamãs   - os sábios das coisas da natureza.   As leituras todas são caminhos – pés fincados no chão! Mas somente a leitura de si mesmo é o mais poderoso e eficaz de todos os chás! Por falar em chá de leitura, outro dia eu vi um post de um amigo, no qual ele   dizia que “estava dando um tempo para os noticiários, e por isso estava lendo a revista do Tio Patinhas”.   Que inveja! Eu adoro ler Tio Patinhas!   A minha infância foi irrigada com as leituras de Tio Patinhas. Aliás, hoje eu me dou conta que esta foi uma das coisas mais profícua da minha vida – ler as revistas de Tio Patinhas! O verdadeiro chá de aventuras! A propósito, hoje estava ass

A linha e o cerol

Por Gilvaldo Quinzeiro     Educar é escorregar por entre as mãos “a linha com o cerol”. Ou seja, é correr riscos imediatos e tardios, tais como aqueles sofridos por uma pipa já em pleno ar. Educar é também  se encantar pela pipa! Porém, isso não nos tira a responsabilidade que o ato de empinar pipa, sobretudo com a linha impregnada de cerol, poderá trazer outros efeitos que não o lúdico. A pedagogia precisa se impregnar do cheiro dos quintais. Aliás, eu sou defensor da Pedagogia de Fundo de Quintal – aquela que parte da premissa que as maiores descobertas cientificas, não se deram nos laboratórios, mas no fundo dos quintais! Em outras palavras, as escolas precisam “pescar” seus gênios dando-lhes iscas para a sua criatividade. Um menino que confecciona um artefato e com ele explode um banheiro é, sem dúvida nenhuma um gênio. Porém, ele pode estar se sentindo acuado, por isso o seu ato destrutivo! Nesta semana, eu entrei numa sala dos alunos do 3º ano – o TERCEIRÃO c

A paz e a água. Que merda é esta?

  Por Gilvaldo Quinzeiro   As guerras têm a mesma idade do homem. Isso não significa dizer, entretanto, que ambos foram gerados do mesmo útero.   Não.   De jeito algum.   Todavia, se investigarmos bem, chegaremos à conclusão   de que as guerras e as fezes são oriundas do “intestino do homem”. É aqui onde reside a mais acentuada diferença entre nós humanos e os outros animais. Em outras palavras, de todos os animais, o homem é único   “a fazer questão por   merda”! Sigmund Freud ( eu sempre tiro o chapéu para ele!), mais uma vez tinha a razão, ao perceber a relação íntima entre   “fezes e dinheiro” . Mas Freud não pariu esta ideia sozinho, pois, o que ele   fez,   foi apenas confirmar o que nas culturas de diferentes povos, sobretudo, no tocante aos sonhos   “fezes e dinheiro são correlatos. Bem, mas o motivo desse texto é outro. O tema que vou escrever é: a paz e a água. O que um tem a ver com o outro? Respondo:   O começo e o fim! Ou seja, a humanidade que sempre disp

Quem nunca "petistamente" se apaixonou?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Nada melhor para   uma analogia com atual crise politica brasileira, notadamente no   governo do PT, com a paixão.   Ou seja, a paixão nos leva as mais lindas paisagens, e somente quando esta acaba, é que finalmente vamos nos dar conta, de que era no pântano que estávamos atolados! Eu escrevo este texto não com sadismos, nem com o oportunismo. Aliás, sem “ismo” algum,   mas, como diriam os jovens de hoje com muita   “sofrência”! Atire a primeira pedra quem nunca “petistamente” se apaixonou! Ora, este tom choroso desse discurso, lembra-me Lupicínio Rodrigues – aquele que sempre estava à procura de uma “nova paixão”. Pois é... O difícil é encontrar agora quem assuma que um dia morreu de amores pelo PT!   Veja o que é o contexto. Isto é, o que hoje   é a tampa, amanhã, o destampado. Ficamos nus somente agora ou “aquilo que antes era roxo” sempre vivia com a cara de fora? O discurso, meus amigos é como a água de um rio: só corre para o ma

Um "peidaço"?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Pensando bem, o mundo parece que encolheu alguns metros, e nós nos tornamos   seus apertos. A sensação de que estamos “engarrafados” nunca foi tão forte. Talvez por isso, o tom sufocante das palavras hoje tão usuais tais como: “apitaço”, “beijaço”, “sentaço”, “peitaço”, “panelaço” e outras que tais. Tal é o aperto que uma convocação para um “peidaço” não demorará ocorrer! De fato, não está dando para controlar os esficteres! Por falar em situação de aperto, veja que fato inusitado. Num concurso para a escolha da Miss Amazonas,   uma candidata   não satisfeita     com o segundo lugar, não engoliu a vitória da sua concorrente, e na hora da coroação da primeira colocada, simplesmente lhe tirou a coroa!... Que “feiaço”! O “aço” que vem pelas mãos dos nossos organizados anarquistas não é de graça. O ruir das nossas instituições, em especial,   os partidos políticos, sejam estes de esquerda ou de direita, é um alto preço a ser pago pelo conjunto d