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Mostrando postagens de abril, 2015

180 professores feridos e uma lição

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Por Gilvaldo Quinzeiro   O Brasil, com sua     “pátria quase educadora”: 180 professores feridos, alguns ainda se encontram hospitalizados é o saldo do confronto na manhã de ontem, entre a Polícia e professores, em Curitiba,   numa manifestação contra a aprovação de um projeto de lei, que promove mudanças na Previdência Social.   O Governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), por sua vez, justificou a ação da PM, dizendo que “a policia foi atacada”. O dia de ontem,   portanto, às vésperas do 1º de maio, deixou uma cicatriz na face de todos os brasileiros. Para uma “Pátria Educadora”, a lição de ontem, com cassetete e gás de pimenta, derruba qualquer esforço para se engenhar uma educação comprometida, não com as estatísticas  apenas, mas com o bem-estar de uma nação! Que o Brasil está caminhando nalguma direção, isso estar...   Mas, escolher os trabalhadores, quaisquer que sejam,   como culpados pelos erros dos nossos governantes; erros estes que não se restringem apenas

Meu primo, as coisas são como estão...

Por Gilvaldo Quinzeiro   A questão é a seguinte, primo, se endureceu não precisa mais ficar balançando e nem perguntar o que fazer – há coisas que só se aprende depois do rasgo! O rasgo de Picasso foi quando pintou Guernica!   Ali, naquelas condições, nem Salvador – imagine eu sem pinta alguma! Sabe, primo, ninguém come duas vezes, por mais faminto que esteja com a mesma paixão! Aliás, primo, a paixão é um dos mais puídos dos tecidos – mas quem vem reparar se na hora H se ainda nos resta o elástico? Pois é, primo, a arte também nos assombra, assim como aquela coisa que, mesmo no meio das pernas, mas tem gente que nunca se acostumou! - Meu Deus! Primo,   poupe também as palavras! Deus não gosta que se chame o seu santo nome em vão! Grande Picasso!    

...Falando em fantasmas, eu sou um!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se há um caminho em que jamais “trocamos os pés pelas mãos”, são os sonhos, isso não significa dizer, porém, que os sonhos não se utilizem de trocadilhos, contudo, não há outro lugar, senão nos sonhos em que “a expressão da verdade”, a língua pretere. O mundo onírico é, portanto, porta e travanca ao mesmo tempo, adentrá-lo   significa flagrar os seus fantasmas ainda “sentado no penico” – uma rara oportunidade, diga-se de passagem! Sempre que posso, eu arrisco tomar um café com meus fantasmas. Claro que às vezes, erro em que vasilha se encontra o açúcar – melhor tomar café amargo a passar a noite toda com seus fantasmas batendo na porta! A propósito, “o bicho que corre atrás de mim, sou eu”. Por isso, faço questão de me conhecer no mais escuro de mim. Sim, não vejo outra saída para não me parecer mais estranho, senão através do autoconhecimento. Neste particular, sou filho de Sócrates! Mas, voltando aos fantasmas, estou agora me lembrando do

A solidão dos brinquedos

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Por Gilvaldo Quinzeiro       Hoje,  eu quero tomar as dores dos brinquedos esquecidos; ser deles a sua voz, o seu grito e o seu olhar a esmo!... Na solidão de um brinquedo esquecido, não há voz e nem grito de socorro: há sim a indiferença absoluta! Um brinquedo esquecido, meu senhor, sobretudo, em condições ainda tão precoces – é sinal de que, ou a   infância está ficando curta demais ou o novo brinquedo a substituir o velho,   veio com o propósito de não se apegar afetivamente ao dono! Quisera o tempo em que um simples sabuco de milho, era recebido   como um intruso   em festa de bonecas de pano! Ah! meu senhor, no tempo em que os menino davam   o duro para esmerar uma simples “lata de sardinha” – não havia solidão para nenhum brinquedo!  Hoje, na pressa dos nossos dias, os brinquedos tiveram reduzidos drasticamente   o seu ciclo de vida   – alguns não duram uma manhã sequer! Outros, ainda são jogados fora a caminhos... Temo pela solidão dos adultos, qu

Nepal: um terremoto nos caminhos de muitos!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Um terremoto de magnitude de 7.8 pelos caminhos de Nepal pegou de surpresa no dia de ontem (25)   – quem ainda acertava os passos a   procura de “seus caminhos”   – peregrinos, turistas, aventureiros e a população local! Já na manhã desse domingo (26),   uma replica de 6.7, que provocou uma avalanche no monte Everest, se atravessou como mais um obstáculo no caminho dos que mantinham   acesa uma rota para a sobrevivência! Segundo informação   das agencias de noticias, o número de mortos já passam de 1.900, mas as previsões são as piores possíveis.   Cidades inteiras e monumentos históricos foram completamente destruídos: um rastro de destruição ao longo da caminhada de um terremoto de poucos minutos! Nepal, um país do continente asiático, de uma população estimada em mais de 30 milhões de habitantes, berço de Sidarta Gautama – o Buda – líder espiritual do Budismo. Nepal é também um dos caminhos pelo qual se escala o monte Everest, o maior do mundo!

O gozo, a morte e os nossos cinco dedos!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O gozo é da ordem daquilo que a palavra nada diz e nem a mão com todos os seus cinco dedos, aponta. Ora, isso é dizer que todo o “esfolamento” do sujeito é por   nada – pobre sujeito! Sorte nossa ser o gozo inefável! É graças a isso, que   ainda não “enlatamos” os sussurros – já pensou com quem ficaria os da vizinha? Portanto, não há sujeito no gozo, senão o mesmo que de si se desprende. Talvez por isso, não há quem do gozo retorne para categoricamente dele nos falar – algo assim só é similar à morte? Sim, a morte   é da ordem daquilo que também nos impele – pra nada! Aqui nem a palavra e muito menos a mão com mais os seus outros cinco dedos – alcançam! Ufa! Sem palavras! Gozei!      

O desejo e a pintura da velhice

Por Gilvaldo Quinzeiro   O desejo é o fôlego de todas as realizações. Sem desejo,   a vida passa ser um quadro encardido numa parede; uma pintura cujo pintou morreu pra si mesmo... Os desejos de realizações tardias. Estes são como   cabaças velhas – o lodo impede que se beba água pura. Contudo, é melhor desejar e ter tardias realizações, a morrer pela precocidade! O anunciado acima é para introduzir o assunto da velhice, do “desejo”, mais precisamente.   Hoje à tarde, em conversa de família, foi levantada esta discussão – claro, rimos de nós mesmos! Que situação? Em seguida, ao retornar para minha casa, refletir mais sobre o tema. E decidir que iria tentar escrever alguma coisa   sobre. Pois bem, de pronto, eu coloco   a seguinte equação juventude X velhice: quem pintaria de um só fôlego, “a origem do mundo”, de Gustave   Coubert ? – Aquilo sim é um desejo de pintura! Gustave Coubert, pintou francês, do século XIX, que   escandalizou o mundo da sua época ao pinta

O trágico é a nossa falta de arte. Meu Deus!

Por Gilvaldo Quinzeiro     Os deuses podem até rir de mim, mas o trágico mesmo é a gente sentar   a bunda na banalização do nosso dia a dia.   Em   quantas coisas sentamos em cima só para satisfazer aos olhos gordos   do outro! Isso sim precisaria de uma senhora abstração! Esta senhora abstração tem nome: a arte! Os gregos souberam como ninguém   metaforizar as suas tragédias. Vejo que a nossa falta de lidar com os símbolos e representações, tem nos levados a tocar a realidade com a carne viva. A consequência disso é, por exemplo, a violência.   Dai, portanto, a importância da arte no amarradio das coisas! Na nossa tragédia, de 10 brasileiros, 7 não leram   livro algum ao longo do ano passado. É o que revelam os dados de uma pesquisa divulgada recentemente. A mesma pesquisa revela   ainda que   os brasileiros participam minimamente de   atividades culturais e que a grande maioria passa  o  tempo  todo assistindo televisão. Ora, sem a intermediação da arte, a real

No Dia do Índio, o meu grito ancestral!

Por Gilvaldo Quinzeiro     No passado de outras vidas, eu fui as pegadas do meu cavalo. Tempo marcado de pó e orvalho. Tempo de vãs   pelejas     sem arco e sem punhal,   para galgar a condição das esporas.   Hoje, sonho sem a cangalha – o preço a pagar pela minha condição de cavalo! Porém, os calos mais doloridos ainda estão por vir!... Amanhã, se amanhã houver, serei índio agonizando as margens dos rios cheios de pedras e entulhos! Meus sonhos aqui serão em ser peixe... Ah! meu rio Itapecuru! Quantos Canelas Finas viajaram por ti em tosca canoa feito de tambori! Ah! o Roncador – hoje só o ronco ensurdecedor de motos em dias histéricos de domingo! Por aqui florescem muitas igrejas, como antes as imbiras, mas não nasceu ainda nenhum santo para evitar as mortes das nossas nascentes e riachos!   Quanta hipocrisia! Quantos de joelhos para agradecer o pão nosso de cada dia, rico em   agrotóxico e   pobres   de mãos   solidárias! As imbiras cantam. Ouviram o

...Falando em stress, as minhas sinceras desculpas!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O stress da vida moderna tem servido ao menos para justificar o que antes era considerado como “falta de respeito”. Isto é, a falta de respeito, ser mal educado, tratar mal as pessoas -, hoje tem outro nome – stress! No mundo dos famosos então, o stress tem servido de almofada e de tardias desculpas. O exemplo mais recente é do cantor Ed Motta que, depois de postar um comentário no qual se referia aos   brasileiros   de “gente simplória”, entre outros adjetivos, veio a público se desculpar   com a seguinte justificava: “ a forma que escrevi muitas coisas eu mesmo repudio, mas é fruto da minha cabeça lotada de revoltas, decepções na arte, paranoias, etc, que me fazem me entupir de um monte de remédios para ansiedade, depressão etc”. Esta é onda do momento, isto é, tratar mal as pessoas virou um rico estilo de vida.   Dos famosos   aos anônimos. E a justificava em comum vem na ponta da língua: stress! Na verdade, sem arrodeio e sem vergonha, eu

O bicho da goiaba: quem nunca dele fez abstrações e comparações?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Pois bem, a minha ilação de hoje é a seguinte, a economia mundial em nome de um crescimento desmedido e ambicioso – é o bicho da goiaba, isto é, quando se pensa que está no alto, eis que se encontra em queda livre rumo ao chão. Os países emergentes, os BRICS, como são chamados, o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul   são umas espécies de goiabas verdes que foram inchadas pelo bicho, de modo que, com o passar da euforia do mercado, parecem murchar. A Europa também padece do mesmo bicho da goiaba. Ou seja, a sua economia é devorada por dentro – por fora só muitas especulações! Os Estados Unidos, como sempre,   de olho no zumbir dos besouros. Por falar em zumbir dos besouros, as últimas crises econômicas, levaram o mundo para a guerra. Na crise atual, há um ingrediente a mais na fervura: a intolerância religiosa e racial. Na África, berço da humanidade, a intolerância religiosa entre muçulmanos e cristãos, começa a dar origem a out

O ovo da nossa reflexão

Por Gilvaldo Quinzeiro   O ovo é arquétipo do vir a ser. Se pudéssemos comparar a realidade de agora com o ovo,   a sua casca seria as nossas verdades momentâneas. Aliás, a este respeito, há muitos “galos”, mas poucos terreiros. Ser a “casca”, não é que seja a dita área de conforto, como de fato o é, mas, significa não conseguir de outra maneira habitar o interior do ovo. Portanto, a questão aqui levantada   é mais complexa: o ovo embora fechado para si mesmo, vive o dilema de, quando da sua eclosão, ser “fritado” pelo que o circunda. Ora, vivemos o tempo ditado pela pressa, isso significa dizer, entretanto, que já não temos mais a “casca” protetora, de sorte que, nestas condições, não passamos de “caldo derramado”. Sim, em outras palavras, no tom mais otimista, não passamos de meros pintos pelados! Tenha uma terça-feira inteira para uma reflexão! Bom dia!        

Misericórdia!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Em tempo de “redes sociais”, ou o nome Deus se tornou apenas uma grife famosa, uma vez que, de repente,   ficou tão fácil agregá-lo   as   nossas   quaisquer feridas, como se o próprio Deus também não se ferisse,   ou então,      virou um refrão   chamar seu santo nome em vão   por aqueles   que midiaticamente   querem a qualquer custo “postar” a sua   triunfal chegada aos céus! Sim, misericórdia! Há quem não consiga mais ir ao banheiro sem compartilhar o barulho da descarga,   assim como por nada, até por uma “vingança” se mete o nome de Deus! E   o que se faz em seguida? Compartilhar com o mundo inteiro a “graça” recebida!   Graças a quem a derrota do outro, tão filho de Deus, quanto os que agora comemoram   a sua vitória em Cristo? Ora, meus irmãos, a relação com Deus é intima,   – a quem interessa saber por qual das mãos de Deus, eu troquei a minha? Por fim, sentimos pelas   dores das nossas feridas que o mundo acabou! E agora a mu

A arché do meu autorretrato

Por Gilvaldo Quinzeiro   A palavra é o barro do Outro que me faz cego de mim. Quisera que desse barro,   eu fizesse do silêncio, meus ouvidos! Todavia,   em que pese, a permeabilidade da matéria-prima da qual eu sou feito,   ei de ser   o pote e água ao mesmo tempo. Assim sendo, sou a flecha arremessada para dentro dos meus escuros em cuja ponta arde o fogo! O fogo que, como dissera Heráclito, se acende com medida e se apaga com medida. Não é, pois, na água de Tales de Mileto que me   banho todos os dias,   mas no “fogo” das contradições que me faz inteiro! A palavra tem pernas curtas. Mas é no lugar da “coisa” que aquela substitui a mão, assim como todo e qualquer cambito! O Outro também é pó – motivo da minha risada! Quisera um giz feito das minhas salivas para redesenhar todos os meus   espantalhos.        

Como o tempo, a Garota de Ipanema

Por Gilvaldo Quinzeiro   Quem quer que tenha sido a “Garota de Ipanema”, hoje seus fios dentais, não me sorrir!... As cordas do tempo, meu poeta, dão o tom dos teus soluços!... A vida é como peixe: fora d’água acabou-se! As garotas, não sabem, mas não são os versos desta canção que envelhecerão – antes fosse!... De repente, a face do espelho é também a que mais temo: mas fazer o quê? Felizes, não os que se secam em busca da felicidade, mas os que conseguem sorrir com pouco! Pouca gente sabe sorrir. São muitos   os que só se maquiam – são destes os rostos estampados! Ah! a “Garota de Ipanema”! Fiu-fiu!      

A nossa violência é filha de quem?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A violência que se assenhora do Brasil, é neta de todos nós “cidadãos de bem” – tudo não passou de um simples descuido, enquanto pregávamos os olhos em difusos   interesses! E agora, vovô? Acaba de chegar ao aeroporto Petrônio Portela, em Teresina, o caixão com o corpo do piauiense Eduardo de Jesus Ferreira, de apenas 10 anos de idade, morto em um tiroteio no conjunto de Favelas do Alemão no Rio de Janeiro. Em vez de ter sido um feliz retorno, como se espera dos que fogem da seca, as flores ressequidas velam as lágrimas de tristezas! Até quando? Saber que a violência, que vitimou o pequeno Eduardo, está apenas entrando numa nova fase, é chocante! Todavia, a violência não se limita aos rincões fluminenses. Até mesmo a nossa pacata zona rural (estou me referindo a Caxias e seus arredores), perdeu o sossego! Pobre Semana Santa de jejuns, mas rica de   “féis” ajoelhados de frente para   seus pancadões! Domingo de Páscoa, numa biboca, aqui,

O pescador de almas

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se não são as sardinhas em lata, aquilo a flutuar no mar revolto, são as alpercatas de Pedro.   O mar é onde todo pescador por mais experiente que seja,   um dia poderá voltar   para a casa fisgado como isca! Pescar homens, então, o que é “meu peixe”? O mundo se faz hoje de gente como “sardinha em lata” – jogar as redes já não é mais preciso -,   almas a pescar só a dos peixes? Se ao menos o   mar onde    Pedro lança as redes,   fosse o mesmo   pescado por Dorival Caymmi – quão livres seriam todas as sardinhas e quão   livres   estariam os homens da condição de isca! Pedro pescador, que tal pescar com gato?