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Mostrando postagens de 2010

Um voo para além de 2011

Gilvaldo Quinzeiro Tombar, certamente tombaremos; erguer-se do tombo, só nos refazendo, e para nos refazer do pó, há que se ter uma força tripla de uma fazenda! Impossível? Não, tudo é exequível, a medida do alcance da nossa mão interior; aquela que nasce como as árvores, isto é, das condições improváveis! Aliás, temos muito a ser como as árvores, sobretudo, no momento em que se dão as tempestades. Tempestades que, mesmo com a força de devastar uma floresta, são pelas árvores enfrentadas com plena serenidade! Ser árvore de nós mesmos. Eis o que precisamos ser, na exata medida necessária a nos refazer do tombo! Serenidade, quão devemos aprender a ter, face ao mundo que nos racha em lenha! Mas, o fogo com sua força destruidora, não é capaz de destruir as cinzas, das quais e com as quais nascem a fênix! Um voo para além do que lhe prende aos velhos troncos! A todos os nossos leitores, força que nos refaz todos os dias, um feliz voo para além do Ano Novo! Grato pela sua com

O verão, virá com as nádegas de fora!

Gilvaldo Quinzeiro O Ano Novo já quase nos mordendo, e as celebridades ainda com as nádegas de molho. Rezem para que nas enchentes de verão as piranhas não apareçam! Mas, as nádegas não são nada atraentes, aquilo que fica boiando, isto sim, é suscetível de ser abocanhado. Colocar “as barbas de molho” pra quê? Ora, injeção se toma nas nádegas, na bunda, só tatuagem da cara de gente famosa! Pensando bem, é no traseiro do Ano Novo que a cara do velho se enrugará! Mas, o ano que vem é apenas a véspera de 2012, isto é, as “caras novas” já abundam! Quem ainda não as viu, nem no verão verá, posto que já estão enrugadas!

O fundo do mundo

Gilvaldo Quinzeiro O mundo perdeu a tampa, e os que pensam estar sendo cozidos, ainda nem   aferventados estão. No frigir de tudo, estamos comendo o galo, os apressados é que gostariam que fosse o contrário; uma pena com tanta gente roendo as unhas!.... Nem Da Vinci, nem Galileu conseguiram apontar o dedo para o fundo do mundo. O que nos falta é o “falo”. O falo que como a rapidez do gozo do galo se dissipou! Ora, Freud morreu nos explicando isso. Hoje, nos tornamos cães que cheiram no outro aquilo que supostamente perderam de si. O que descobrimos? As presas do outro! Mundo cão! Gente com as mãos nas pencas! Outros já só cheirando os dedos. Na falta do falo, tudo é pó, e as ventas, nossas genitálias!... E a tampa? Ora, nada mais tem fundo!

sugestão de leitura: ler-se!

Gilvaldo Quinzeiro A leitura da vida é fundamental para quem quer abrir as portas que para outros livros permanecem fechadas. Um leitor atento de si mesmo, eis uma dica de leitura! Nada melhor do que iniciar o ano novo sabendo mais de si, e com disposição de se adentrar às suas próprias teias de aranhas! Mas, cuidado: Tu podes te encontrar nas teias de outros! Para se desvencilhar destas, no entanto, só construindo um novo personagem de ti. Então, qual o final da tua história?

Belém, Belém, o outro do Pará

Gilvaldo Quinzeiro O Natal nasce para um bebê abandonado no quintal do vizinho, como uma esmola grande dado a um cego, isto é, só o tempo dirá com que olhos este verá seu nascimento para além do saco plástico que lhe caiu bem, no exato momento em que lhe faltaram os seios da mãe! Será se a vida lhe foi dada como presente? Que tipo de presente se dá dentro de um saco plástico? Simplesmente a vida, no momento em que a morte nos ronda, é cara demais para se jogar no mato! Ora, que mundo é este que no dia de Natal se recusa receber uma criança? Quem precisa de Natal para só então pensar em dá presentes? Há 2010 anos atrás, um outro bebê nascia em Belém num fundo qualquer de um quintal cujos presentes lhe foram dados por quem teve que andar escondidos. Mas, foi na terra dos faraós que o bebê finalmente pode respirar aliviado! O que nasceu em Belém do Pará foi salvo pelo faro de quem lhe facilitou a respiração para fora do saco, que já estava quase lhe embalsamando! Eu p

Quem nos esperará depois de nadar o mar inteiro?

Gilvaldo Quinzeiro Ontem, no pântano sobrevivi como pássaro da boca dos jacarés, alçando voo mesmo estando com uma asa ferida. Hoje, no mar sou peixe fisgado pela rede de arrastão: desejo apenas ser frito, para do azeite herdar a sua oleosidade que permanece acima d’água! Ora, a esperança nos espera do outro lado, do contrário, nadar por quem? Então, isso é verdade, quem me espera sentado, enquanto luto contra o mar: sou eu mesmo naquilo que nem a fúria do mar consegue me  atingir! Nada como os alquimistas. Tudo tem da química para ser, e da física que nos sustenta, em especial, da quântica!

Um presente para ser

Gilvaldo Quinzeiro O presente sem a “presença”, isto é, sem o valor afetivo da pessoa que presenteia agregado, pode ter todo o ouro do mundo que o transforma em tudo, menos em “presente”. O pre-sente, portanto, pressupõe algo que a si o antecede sem o qual, não nos faria “sentir” a presença que está além. Em outras palavras, dar um presente é antes de tudo, do valor monetário ou do seu conteúdo, se de ouro ou de prata, é se fazer presente nele! “Quando a esmola é grande até o cego desconfia”. Ora, o presente também se insere a um contexto. Tal, como “uma esmola grande” a um cego, o presente pode ser portador de uma ausência, como é o caso daquele que leva o presenteado a desconfiar... Por isso, o verdadeiro presente é aquele cujo valor se faz da “presença” de quem presenteia. O que dou de presente doo de mim, ainda que neste esteja ausente o ouro que me faria “comprar” também a quem me contentaria com o seu “muito obrigado”!

Eu conto do Natal, na voz do caboclo

Gilvaldo Quinzeiro O nascimento Era uma vez, numa noite escura e fria na distante cidade de Belém, enquanto os homens dormiam, apenas os animais assistiam o nascimento de um rei. O trabalho de parto, realizado sem as mínimas condições foi feito milagrosamente pela parteira mucura que, como recompensa de Nossa Senhora recebeu a graça de não sentir a dor de parir, uma vez que seus filhotes se desenvolvem numa bolsa pelo lado de fora. E assim nas primeiras horas da madrugada do dia 25 de dezembro: O galo: - Jesus Cristo nasceu! A vaca: - a onde? A ovelha: - em Belém! Enquanto isso, os outros animais não satisfeitos com o acontecimento põem em ação um plano macabro. O pato: Esfola! Esfola! O capote: Traz a faca! Traz a faca! O peru: Logo, logo! Logo, logo! Portanto, o que era uma festa para uns, tornou-se numa ameaça para outros. O rei Herodes que naquela mesma noite tivera um pesadelo é acordado pela algazarra feito pelos bichos. E imediatamente grita s

Veja bem o que se diz

Gilvaldo Quinzeiro A grande notícia sobre Caxias, mesmo tendo saído na Veja é cega: o comércio que cresce aqui, só dos ambulantes, e, desorganizadamente! È claro que o de droga, mesmo sem uma estatística, e sem ser noticiado na Veja, mas este sim, está às vistas! Fora isso, o que deu na Veja sobre Caxias, só nos outdoors! Ora, vejam só qual a política séria do governo de Humberto Coutinho, senão aquela através da qual este cada vez mais se fortalece político e economicamente! Quem sabe o que faz o secretário de Indústria e Comércio? Vejam, estamos cegos! Eu posterguei este comentário esperando ver os de outros que têm informações de bastidores, e o que se viu? Não dar pra ver!... Hoje, véspera de Natal, o que se ver de gente comprando, só no comércio de Teresina. Nem os secretários compram aqui. Isso é tudo, menos o que se ver de política para desenvolver o comércio local! Como isso saiu na Veja? Ora, já estamos cegos de ver como se escreve em linhas tortas! Com tantos

Já para ser deserto

Gilvaldo Quinzeiro Baby já é mais de meio-dia, e enquanto você colhia tâmaras, a minha calça jeans desbotou. Logo mais neste deserto fará tanto frio de rachar a pele. Só espero que os gravetos sejam o suficiente para acender a fogueira. A minha gaita, já está bem afinada; só não sei se você vai gostar do blues que compus de ontem pra cá.Quando você retornar, o chá quente que preparei já estará posto... Mas, se você quiser que eu toque a harpa... as músicas já estão cifradas! Lá em cima, vejo uma sombra na areia. Não sei se é dos coiotes ou se é uma miragem distante. Mas, seja o que for, o que restou desta árvore me servirá de abrigo!... Já estou me acostumando a ter que correr risco. O que faço no chão é com o teu nome e o meu! Mas, se não voltar logo... então lhe peço que faça qualquer prece depressa!... Não sei por fim, se o tempo vai fechar mais tarde, mas por prudência fecharei a barraca!... Feliz, amanhã véspera de Natal!

Antes da ceia, proteja as trempes

Gilvaldo Quinzeiro O que comemos é pouco para o muito que engordamos. O que nos cega, claramente se ver no outro. Isto é, para cada trempe que se acende o fogo, há bocas que nem olhos têm para ver o que se come; o que me enche a barriga, no entanto, é o zunzum de quem diz: quero mais! Por isso, o outro que me ver comendo agora é o mesmo que, conforme as circunstâncias, me fará lhe esconder os ossos. Mas, se este também me carregar às trempes, ai sim, estarei sem “o fogo” que me come bicho! Tantos natais. Tantos presentes. Tantos “bichos”, e pouca gente!

A nova década, já passou, a segunda, quem viverá?

Gilvaldo Quinzeiro A primeira década do novo século, já se foi. Para nós do século passado, a segunda década, poderá ser a última de muitas outras já vividas, muitas vezes sem termos nos dado conta do quão foi tão breve, e do quanto deixamos de ter vivido as coisas que nos chegaram cedo e de graça!... A segunda década, a que começa já no dia primeiro, terá os seus quatro primeiros anos, para nós brasileiros, um fato inédito, o de sermos regidos pela primeira mulher a ocupar a Presidência da República. Uma incógnita, e muitas interrogações! Mas, aqui vai a nossa torcida no sentido de que sejam 4 anos de prosperidades! No segundo ano, da segunda década, 2012, a humanidade assistirá o “alinhamento galáctico”, que só acontece, a cada 26 mil anos. Será o fim do mundo? Se for, certamente este terá seu começo, e, como todo começo inevitavelmente, marcará o fim de alguma coisa. E nós que tipo de coisa nos tornamos durante estes 26 mil anos? Em 2014, o Brasil sediará, a sua segund

Pedras para a construção de novas catedrais

Gilvaldo Quinzeiro Neste natal, não quero mesas postas, nem fartura de presentes importados, eu quero apenas poder me sentar ao chão, e com um ou dois amigos relembrar do tempo em que se podia com os dedos escrever na areia fria dos terreiros, todos os sonhos possíveis!... Sim, eu quero ter sonhos, não aqueles que nunca vou poder realizá-los, mas os que me levarão a fazer o que sempre já deveria ter feito, mas, por sonhar grande demais, acabei por esquecê-los, como por exemplo, o de escrever cartas com felicitações de “boas festas”, e  enviá-las pelo correio a todos os meus amigos distantes! Não quero o brilho e as promoções dos shoppings, quero apenas deitar numa rede bem nordestina, e da varanda, contemplar o voo dos pássaros que sobrevoam as colinas. Neste natal, não quero ir ao cinema ou assistir os mesmos filmes das tvs; eu quero ouvir o locutor do rádio, dizendo alô aos seus ouvintes, que não se cansam de imaginar levados pelas ondas sonoras, a existência de uma ci

O nó da gravata

Gilvaldo Quinzeiro Ser-me-á difícil desatar o nó da gravata, quando vejo a cidade inteira marchando para forca. Não que eu pense também em me matar, longe disso, eu quero é viver mais e mais! Porém, há tantas estacas atravessando o caminho que nos tornamos gados, ainda que como porcos insistimos em viver... A racionalidade, antes a luz que contrastava com a escuridão, hoje uma vala comum onde todos jogam o que acreditam ser suas verdades. Ainda  nem terminei de vestir as minhas meias rascadas, o sapato já expôs os dedos... Que mundo é este que usa a máscara de Cristo para receber de volta o dinheiro de Judas!... Afinal quem escreverá em “linhas tortas” depois que os arautos da liberdade de imprensa se calaram diante da prisão de quem ousou revelar ao mundo às cartas cujos autores não respeitaram entre si, nem aqueles que confessam em público serem aliados?

O vômito da garça

Gilvaldo Quinzeiro Como um pequeno coração de um beija-flor no prato, o que se come pode nos causar uma dor de furar os olhos. È que o nosso estômago se esvazia da estética que nos tornaria sensível à dor de ver como a civilização vomita o que se paga caro pra ter efemeramente!...

A face que devora a face

Gilvaldo Quinzeiro O tempo é o espelho, contra o qual não há maçã que matará o que do outro nos faz rugas. Mas, o que se quebra é raso dentro de nós; não cabe o que nos afunda! O poço cuja imagem no fundo, antecipa a nossa queda é a antítese ao espelho que nos despedaça. Isto é, o outro, a quem oferecemos a maçã para, sozinhos, nos apoderarmos da imagem do espelho, é o mesmo que abocanha a nossa face, tal como desejaríamos que este a maçã abocanhasse! Quão famintos somos da boca que engole o espelho e do veneno que deforma a face do outro, para a nossa ser perfeita!...

O pergaminho

Gilvaldo Quinzeiro O dedo dado a outrem, quando em substituição da palavra, porque esta no lugar de se dizer, se optou por se rastejar até o chão, quão é rico daquilo que abunda em nós: o que ainda nos entorta o corpo para fazer deste um “rebolo” atirado firmemente na direção de quem, como lobo, nos engole a voz. Sem a voz, que nos elevaria a dimensão do que para o outro seria a espada, só somos dedos. E quando de quatro, gente só se tiver o outro nos olhando no espelho! Assim caminha a humanidade: lentamente e na porrada!. Alguns como jabuti, quando trepado, é rei, porque os que lhe deram “asas”, ainda marcham de casco e de focinho socado lama. Mas esta mesma história é da entranha daquela que conta, que, um dia o sapo conseguiu ir a uma festa no céu. Lá também se encontrava o urubu... Ora, de fato o quão ainda somos tão bichos que “ser humano” chega ser apenas um ideal ou quando não, uma lenda. E quanto ao jabuti? Obrigado! Este é meu sobrinho! Fim!

Antes de conquistar o mundo, cheire-o!

Gilvaldo Quinzeiro Se o odor do outro nos ficasse impregnado, toda vez que com este transássemos, então não teríamos como esconder, o que de nós ficou no outro. Não seria assim nos tempos primevos? Não seria este o motivo da invenção do perfume, isto é, de tirarmos o outro de nós, no que este nos impregnou de si? O odor é o que temos, e que ninguém quer mais ter de nós, salvo se nós o impregnarmos, assim como o cão impregna a sua urina no mundo! O mundo. O mundo só é nosso, a medida do alcance do nosso odor. Em outras palavras, o cheiro do mundo é o nosso. Quer conquistar o mundo inteiro? Cuidado, você pode matar a todos, inclusive aqueles que lhe serviriam de parceiros!

O “u” das palavras, e o dia seguinte, quando ainda é noite

Gilvaldo Quinzeiro O “u” das  palavras, é como pitomba, se engolido, só sai rasgado dias depois pelas mãos dos outros. Mas, este ainda não é o “x” da questão, nem o purgante que substituiria o dedo encravado no afinco de desobstruir a boca pela qual escapole, não as palavras que nos serve de gancho, mas aquilo que quando pisado em cima, já não é mais nosso, nem de ninguém, mas de quem fede. Ora, o que me entala é saber que nos poderá faltar a água. Mas, a pintura de Da Vinci cujos cabelos, fizeram a onda inundar as telas, para assim anunciar o apocalipse, é dele o “x” que lavará a alma dos artistas. Quanto, ao dia “D”, este sim é hoje, pois ainda é tempo de se comer manga de fiapo!...

O balde, o poço e a criança

Gilvaldo Quinzeiro O balde que nos leva ao fundo do poço, em cuja fonte também contem a lama com a qual se esculpe o homem com sede, está para a corda, assim como a palavra está para nós adultos ao descer os labirintos da nossa infância, em cujo poço habita o nosso trauma – fonte de todos os nossos fantasmas – mar dos nossos naufrágios! Acordes! Puxes a corda antes que tuas palavras se sequem, e a tua criança interior se afogue!

Enfim, sem cultura, é asma!

Gilvaldo Quinzeiro A cultura é o chão, a raiz que nos sustenta. Os (e)ventos, são pós, a poeira, que alimenta a nossa asma, e contra a qual, se gasta tanto dinheiro para aliviar a nossa falta de ar! Doente é  povo que não assoviar as cantigas de rodas, este terá que “entrar na dança” dos enforcados cujos filhos não lhes deixarão mais sementes, apenas gestarão uma “civilização só de macacos”! A falta, pois, de uma política cultural comprometida com a preservação e a valorização das tradições locais, não só revela a face macabra dos nossos governantes, como faz aumentar o número de mendigos a pedir esmolas. Esmolas estas que se transformarão em votos para perpetuar no poder os inimigos da cultura! Enfim, quem se candidatará a defender a cultura de Caxias, em prejuízo dos (e)ventos, tipos “Micaxias, Caxias Folias e outros tantos me caguei?”

O conto do jumento

Gilvaldo Quinzeiro Uma aliança para um casamento, um balde para tirar o leite, um sobrinho para agarrar as tetas, e uma família inteira chorando de “barriga cheia”. Assim começa o conto que conta à história de uma Princesa e seus inúmeros pretendentes. Ora, estamos no “sovaco da jumenta”, então pra que pau pequeno, se o que nos aguarda é o grande? Quem tem ouvido para ouvir que ouça o Tiririca. E quem ainda tiver olhos para veem que os fechem para as tvs: no ar o programa a grande família!

Violência juvenil: quando ser galo é melhor do que ser peru

Gilvaldo Quinzeiro 33 mil jovens com idade entre 12 e 18 anos morrerão por homicídios no Brasil até o ano  2013. Estas são estimativas da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, em pesquisa feita desde o ano 2007 e publicada recentemente. O estudo revela também que a maioria dos jovens que sofrerão homicídios é do sexo masculino. Se temos hoje uma infância cada vez mais curta, sem tempo e espaço para ser criança, ou sem representação dos pais para impor os limites, morrer jovem pode ser velho demais! E quando a violência que mata é a mesma que nos torna “adultos”, então como não morrer ainda jovem nas “brincadeiras” cujo vencedor é aquele que decepa a cabeça do outro? Pensar em redução da imortalidade infantil, sem uma política que assegure aos jovens a “vida” antes destes atingirem a fase adulta, é o mesmo que passar o ano inteiro engordando o peru para ceia de natal!.... Isso tem alguma explicação? Ou os dados já falam por si ? Pois be

Se eu fosse o Cazuza

Gilvaldo Quinzeiro Se a explosão homofóbica da Avenida Paulista, onde jovens da classe média caçam gays para matar, com a libido de quem também quer transar, fosse em pleno sertão nordestino então no dia seguinte a “barbárie” já tinha nome e endereço certo nos noticiários das tvs, como não; vira apenas sotaque de paulistano!... Se a menina em cuja veia foi aplicada vaselina, em vez de soro, fosse morta em um hospital do Leste maranhense, como muitos que nem algodão têm, então, os jornais de cá que são pagos só para falar bem de quem enriquece com o dinheiro da saúde -,  tudo também seria igual aos mortos que lotam os IMLs de lá!... Tudo igual na desigualdade. Na educação ainda somos os campeões entre os que não aprendem nada!... Por isso o “primeiro herói brasileiro” é da Tropa de Elite. Aqui o “tempo não para”, só as piscinas permanecem cheias de ratos!....

Um símbolo para o natal

Gilvaldo Quinzeiro Se de repente o mundo todo se transformar num só quintal, o vizinho cuja cerca for de talo, falará em “fim do mundo”, quando, a do outro for toda elétrica. Ou seja, “o fim” já chegou cedo demais, tarde é agirmos como cães na defesa do osso que nos escapole por entre os muros que de nada nos protegem! Logo mais é Natal, e os presentes já nos agradam mais!... “Bom e bonito”, só os dos outros, barato é apenas uma gíria de uma tribo que não deu certo, depois que ficou caro demais dormir no chão. Ora, seria melhor um canto natalino, a ter que  ouvir nas lojas uma música só de enfeite, destas que falam só em “bundinha”. Bundinha aqui, é apenas eufemismo, as que se ver mesmo por ai são de presentes!... Pois bem, quem ainda tem um quintal que faça deste um lugar para uma árvore. Esta sim, com ou sem frutas é um símbolo para além de todas as festas!

A gazela

Gilvaldo Quinzeiro A felicidade bebe água no rio, uma vez a cada mil anos. E quando acontece do rio secar, então esta evapora para só retornar em forma de dúvidas. Mas, os homens a procuram desesperadamente todos os dias. Alguns debaixo das pedras, outros na curvatura do ribeirão. Todos afirmam já tê-la encontrada, porém, sem nunca poderem lhe pôr as mãos. Eu a vi descendo vagarosamente, tão faceira quanto uma gazela, e quando me mexi de trás de uma moita, eis que esta me sorriu, porém, a tal felicidade atravessou o rio, e foi beber na parte mais funda. Pensei comigo: afogar-me-ei no afã de ser feliz ou aguardarei mais mil anos? Por fim, como resposta, acordei!

Tempo de prece

Gilvaldo Quinzeiro Num templo budista fincado nas rochas, a minha prece apressa o meu encontro comigo. Daqui para o Everest, tudo é neve, e nuvens no chão. Eu, pescador do meu próprio silêncio!... O sentido da paz, não é o que se pode dizer em palavras. Viver já é o bastante. Tesouro quando encontrado, já é perdido. O melhor que se faz é perolas, e o que se deixa de fazer é o que nos enforcará amanhã pelas palavras dos outros. Uma forca de palavras. Quem tem força para dizer tudo que nos mata por dentro? A hora agora é de fechar o templo. A noite, quem sabe haverá estrelas!...

Uma complexa imagem dos bandidos em fuga. Um Complexo do Alemão para ver por um outro olhar!

Gilvaldo Quinzeiro Um fixo olhar para trás, porque na frente não há espelho. Uma “ereção” para os pais veem. Uma arma em substituição ao corpo. Um corpo que falta pela ausência do olhar. Uma compulsão para chamar atenção, eis o que resume em palavras, uma “massa de bandidos” em ação! Mas, quando esta ação constitui em fuga, então temos uma imagem que a do herói, cega!.... Por fim, alguns bandidos “reconheceram” os pais não hora em que estes tiveram a “força” para lhes entregarem a polícia! Um enorme tempo, entre o “sim” e o “não”, que fizeram dos filhos um “sim para tudo!” Enfim, um momento de frente ao “espelho?” Homens sem corpos, mas de fuzil na mão. Quando o uso deste se tornou claramente inócuo, eis que o corpo em frangalho que padece em fuga - momento em que se conclui ser mais importante ter um corpo a um fuzil? Ora, este é um caso de criaturas que se transformaram em simples espantalhos. Portanto, exercem sobre nós um efeito de um tiro na alma!... Quem consegue

Por precaução

Gilvaldo Quinzeiro Com minha roupa rasgada, eu costuro a realidade que me abre em tantos pedaços, quanto um tanque de guerra vencendo as barricadas. No fim, não espere por mim!... Estarei ocupado demais montando a próxima escultura. A que lhe envie antes era a do Mestre Vitalino. A que faço agora é do João do Pife! Pois bem, ajunte os remendos e as rosas, dê milho as galinhas e encha bem o pote. Ainda não há previsão de chuvas pro sertão, mas por precaução tire toda a roupa do varal !... Se alguém perguntar por mim, diga apenas que eu fui me encontrar com o Belchior. Enfim, ainda estou na América Latina!...

Uma bandeira, e um braço tatuado!

Gilvaldo Quinzeiro Decepada a mão do tráfico, a face humana sorrir! Um domingo para se começar a semana pensando que o Brasil começa a tomar jeito. Não “o jeitinho” que nos fazia todo um Zé Carioca, mas, um jeito para ser civilizado, ainda que nos falta muito para compreender a importância de sermos brasileiros! Sim, o Brasil também tem uma bandeira, conquanto, ainda nos faz confusão a que bandeira hastear!... Mas, enfim, o Brasil tem uma bandeira, diga-se de passagem, idealizada por um caxiense, Raimundo Teixeira Mendes. Quem sabe disso, e tem o poder de fazer, mas, não faz nada para dá o merecido crédito à vida e obra de um brasileiro, contribui para que os nossos jovens tatuam em seus próprios corpos os nomes de bandidos! Que bandeira a nossa elite vai hastear daqui para frente? E que nome terá os jovens para dele se orgulhar?

Bundaísmo!

Gilvaldo Quinzeiro Pois é, pensar aqui em patrimônio é defender o seu próprio, nem que isso significa trocar o nome das ruas por outros que, garantam mais “poder” para que o patrimônio público, este sim, em nome do particular seja destruído. Caxias é assim, a elite política, toda ela, seja a da que faz oposição, seja a da que faz parte o governo, aumenta o seu patrimônio em detrimento do patrimônio público, inclusive o do já tombado. “Família” aqui é sinônimo daquela que tem no mínimo um bairro sobre seu domínio, e conceito de cidade é no mínimo estritamente relacionado a que um grupo possa exercer sobre a mesma, seu pleno controle. Falando assim, o leitor pode ser levado a pensar, que o texto está tratando de algum morro do Rio de Janeiro. Não, é a histórica cidade que um dia foi dos balaios. Hoje é dos donos de construtoras, mesmo aquelas em nome de laranjas. Uma operação em nome do exercício da cidadania, eis a resposta para o nosso “Complexo do Alemão”!

O Rio de Janeiro nosso de cada dia

Gilvaldo Quinzeiro Uma bota no pé da civilização e um tiro no coração de quem acreditava que a guerra era coisa só de outro mundo. Não, nós estamos em guerra!... E uma outra geração de bandidos, mais violentos, diga-se de passagem, estão sendo gestado como casulo a espera de sua eclosão. Quem trabalha no a dia a dia de sala de aula, sabe que a “primeira cartilha” das crianças é aquela que falta aos pais, a saber, a condição mínima de serem pais, e, neste vácuo, o que emerge é a barbárie! Ora, se a família, não têm condições mínimas de ser “família”, então a quem caberá o papel de substituí-la? A resposta a esta questão exige uma complexa operação de guerra que envolve toda a sociedade! O fato é que as respostas, se é que têm havido respostas, elas têm sido tardias ou simplesmente inadequadas. Enquanto isso, acontece o afundamento da civilização! Mas, chutar a barbárie por si só, não é um gol que nos levará a ter segurança na Copa do Mundo, e muito menos “nas pelada

Bem- vindo aos nossos olhos cegos!

Gilvaldo Quinzeiro O rio que corre o carioca, entala o Cristo Redentor na subida dos morros. Não resta muita coisa a fazer, se não se tornar “Esparta”, para como espartanos viver, não haverá mais o sofismo de Atenas, nem a copa no calçadão de Copacabana, onde os turistas desavisados assoviam para os malandros disfarçados de torcedores do Flamengo. Orai por São Sebastião do Rio de Janeiro, São Januário e Santa Teresa! Enquanto nós de Caxias, não a de Duque, mas do marqueteiro que maquia todos os dados que não esconde os lixos das ruas, e que na guerra que também faz vítima quem de fato está vencendo são os mosquitos da dengue! Aqui “resistência” só dos que aguardam o sobrenome de qual família, entre as que já são donas da cidade, substituirá o dono das vacas que cagam todo dia na cidade!

Paisagem urbana

Gilvaldo Quinzeiro O espelho arrasta para si, o que as chuvas planta nos caminhos, isto é, as pedras. Mas, nada mais estilhaçado que música ouvida em celular numa sala de aula. Ai sim, são pedras arremessadas em janelas de vidro!... Uma enchente de parafernália que inferniza o que antes já era um inferno. Como não ser arrastado pela fúria? Ou como servir de espelho, se já não há mais espelho sem ser estilhaçado? As pedras no sapato de antes, hoje seria convencer crianças para brincar de rodas na hora do recreio. Brincadeira mesmo é atirar a cabeça dos colegas contra a parede. Recreio? É hora de fugir das balas perdidas! Já foi o tempo em que goma, era só de chiclete. E “pó”, não o é o que cheira, mas o que cheirado. Mas, e as pedras? Ora, estas hoje formam uma paisagem de florestas humanas – raízes de plantas sem vasos! Tudo é poço, balde só para encher de fumaça!

Uma receita caseira

Gilvaldo Quinzeiro O pilão em cujo fundo a sopa do conhecimento é socada, é o mesmo que torna raso o fundo daqueles que já se consideram panelas! Ora, todo galo é duro pra se cozinhar, mole é o rabo da raposa que espera o tolo debulhar o milho, que atrairá as galinhas para o terreiro!... Todavia, panelas sem pé, é sinal de que os homens criaram outras, só com bocas. Então é sopa, não precisar mais usar o pilão, posto que o que antes correspondia ao pré-conhecimento, hoje é pré-cozido! Então, fartura de conhecimento hoje, é obesidade?

Uma janela aberta para o escuro

Gilvaldo Quinzeiro O mundo contemporâneo é tão delicado quanto um fio elétrico descascado, isto é, vivemos à mercê de sermos eletrocutados à medida que perdemos a noção do quanto o nosso dia a dia é um emaranhado de afazeres que não se faz sem o risco de que tudo mais pode entrar em blecaute. Uma caixa de isopor com uma manada de elefantes dentro, eis no que resulta a complexidade do mundo atual. Porém, isso não significa dizer que o mundo é tão frágil que não possa suportar nosso peso, mas que a natureza das coisas é de tal ordem que a sua “indigestão” pode começar antes mesmo de viermos a sentir fome. Pois bem, se este mundo é tal qual o que fora preconizado pelos iluministas, estes no entanto, não “raciocinaram” que o também excesso de luz pode resultar em escuridão. E se esta tese se confirmar, qual a diferença de mantermos ou nao a luz apagada?

O humano jeito de ser para além dos tecidos

Gilvaldo Quinzeiro Humanamente falando, é “pano para as mangas” ser feito do tecido cuja roupa não cobre todas as feridas. O tecido humano é um pano de fundo perfurado por todas as dores, inclusive, as que têm nas rosas, quando colhidas pela manhã dos jardins, o seu mais potente analgésico! Pensando bem, é pela brecha que separa um botão do outro, que o olho humano se finca, e como vidro que corta, abre a possibilidade de se tecer com as mãos uma história que se alinha na costura de outros tecidos. Mas, a agulha que fura o ponto estrategicamente chamado de “G”, que no outro pode está localizado logo no início do alfabeto, abruptamente se encolhe só de ver o “V” que se abre como pernas!... Na hora “H”, todo tecido humano não passa de um relógio cujo tempo é o biológico. Mas, e o ponto “G”? Para costureiro de primeiro tecido toda hora é “H”.

Sou negro!

Gilvaldo Quinzeiro Não quero vingança, só justiça! Não quero a lança, só a terra, pão e arte! Não quero pena e nem compaixão, só a igualdade! Não quero esmolas, só o direito e a liberdade! Enfim, eu sou negro!

Ave Maria pela África de cada um!

Gilvaldo Quinzeiro Que outra “civilização ocidental” arrancará uma África inteira de si para, só depois de esmagar a alma lhe consumar batismo em nome de Deus? Com que face a humanidade se ver no espelho, se ainda hoje, a face que prevalece é que apagou a outra que poderia vir a ser a sua? Por quanto tempo durará o tempo de quem ainda se sente acorrentado, enquanto os não acorrentados aproveitam sem pressa todo o tempo que passa? Que tempo é este de tantos chicotes, mas o esforço que vale é o de mascar chicletes?

As cracolândias na sociedade dos macacos

Gilvaldo Quinzeiro A “cracolândia” de lá, é igual às daqui e de todos os lugares. Isto é, são todas habitadas por “farrapos”, sendo os piores destes os dos humanos, pois estes regridem a condição de “lagartas” que estragam toda a plantação de algodão. Em outras palavras, no artesanato dos vícios o que se tecem com as mãos é o mesmo que se destroem com as cabeças! Mas, ao invés de lagartas, se fossem formigas, as cracolândias não seriam ao menos mais organizadas? Pensar nisto pra que se ainda somos todos macacos!

A felicidade.com leite de pedras

Gilvaldo Quinzeiro A felicidade está mais no que se fala sobre ela, do que se pode ser de fato feliz. Não que esta nunca tenha "batido a nossa porta", mas é o jeito de se colocar a mão sobre ela que a estraga como se fora leite. Porém, para quem tem muita paciência e discernimento se pode aproveitá-la na condição de coalhada! Ora, se a felicidade é da ordem do “dizer”, por que então não a falamos no plural, isto é, “as felicidades”, ao invés de apenas no singular? Isso ao menos nos conformaria diante de “todo o leite derramado”, porque o leite não é o só de vaca. Tem o de cabra; tem o leite de coco, inclusive e especialmente o de babaçu. Portanto, pluralizar a felicidade é torná-la mais acessível a condição humana, uma vez que esta, mesmo de “mãos fechadas”, ainda assim, é da ordem daquilo que é permeável. Ou seja, se a felicidade é para quem a “agarra”, nós nascemos sem. De sorte que além de falar a felicidade no plural, temos também que metaforizá-la. Pois

A sociedade, o sangue e o cordeiro: ingredientes para que prato?

Gilvaldo Quinzeiro As sociedades, sobretudo e paradoxalmente as que sobrepuseram as condições, as quais se não sobrepostas, em nada teriam contribuído para a “civilização” atual, a saber, a grega, a hebraica e a romana – fizeram do sangue, o que sem este derramado, não teria sido “estancado” a fonte da “barbárie” – a que somos todos ligados filogeneticamente. Em suma, o sangue pelo sangue. A violência de hoje não é em si, uma fartura de sangue?Quem de algum modo não se sente “saciado”? Em outras palavras, ai de nós sem os “cordeiros”! Ao menos nos dias de hoje, estes, os chamamos de “bodes expiatórios”. Aliás este termo se encaixa bem numa sociedade que tudo espia, mas, nada ver o que de si estar exposto. Que sociedade conseguiria viver sem o seu? Quem são os “cordeiros” ou mais apropriadamente, os “bodes expiatórios” da sociedade de hoje? Para responder esta pergunta, basta ver as manchetes dos jornais ou consultar as estatísticas. Ou seja, prostitutas, gays, negros e pobres

O trânsito que mata, pouca rédea e muitas esporas!

Gilvaldo Quinzeiro Uma noticia que aumenta: no último feriadão, os que não passaram, morreram. Mas, se fossem a cavalo, este, certamente, mesmo a galope os dirigia, mas como não, os cavalos dos “motoristas”, todos famintos por capim, se não morreram, mataram. Ora, sinal pra que se lhes faltam rédeas, e sobram esporas!

Quando a noticia não termina em pizza

Gilvaldo Quinzeiro Brasileiro é morto a canivete em Portugal porque urinava na rua. Aqui, se é daqui que se pode falar, “não é brasileiro quem não mija na rua”, salvo se tiver um canivete. Logo, cuspir à luz do dia, só a bala, mas, quem morre mesmo, somente os que andam perdidos na rua! Porém, quem lá estava perdido? O brasileiro que talvez por “pressa” não procurou um banheiro ou português xenófobo para cuja merda mandou o brasileiro?

O quão do quá quá quá!

Gilvaldo Quinzeiro Quão narciso somos. Quão escorpiões nos tornamos. E não obstante, o "martelo” da Neurociência, ainda assim, não passamos de patos cujas patas serpenteiam em terra, e no lago, nos servem de nadadeira. A novidade porém, é que nos sentimos pavões!

Quando a fala é substituta do silêncio

Gilvaldo Quinzeiro A palavra quando em demasia, isto é, quando dada no lugar do silêncio, tem como arremessado o próprio sujeito da fala, posto que não é o que a ouve que esta é endereçada. Mas, o sujeito em cujas vísceras não o contem. De sorte que este é pela fala espatifado. E, quanto ao que ouve no lugar do outro (a quem deveria se dirigir a palavra do sujeito) se não possuidor de uma “escuta” para além da fala – é o coveiro cuja missão consiste em apenas “enterrar o silencio”. O silêncio em cuja fala, não falava o sujeito! Nestas condições, no entanto, podemos falar num duplo sepultamento, a saber, o do sujeito que morreu “engasgado com a fala” de quem de si esta deveria vir, e o outro cuja fala deveria se constituir no para si.

O canto e a enxada

Gilvaldo Quinzeiro Num canto, um canteiro, no outro, um cantor. Meu canto é esparramado como grama! A voz, a enxada que corta, arada e acolhe! Canteiro de cérebros, eis o que este país precisa! E da política, menos blá, blá, blá!... Apar de tudo, de todos os acontecimentos, já os picaretas estes sim, com calos nas mãos!

Um balaio, e 3 contos de reis

Gilvaldo Quinzeiro Enquanto os lideres do G-20 discutem “a guerra cambial, o câmbio flutuante ou a cesta de moedas”, discussão esta que no final das contas pouco ou nada resolverá, em face ao estômago voraz da economia mundial, o vulcão Merapi sozinho envia uma nuvem de cinzas para os céus da Austrália e parte da Oceania. Aqui do outro lado do mundo, os guajajaras interditam rodovia federal, atiram em delegado de polícia, enquanto os lideres da segurança discutem entre si a competência para resolver o conflito. Isso sem falar na rebelião na Penitenciária de Pedrinhas, onde 18 presos foram mortos pelos “companheiros” de cela. Ou nas sequências de carros incendiados por bandidos na cidade maravilhosa! Ou ainda na matança diária que está acontecendo no México, na chamada guerra do tráfico. Em outras palavras, enquanto as atenções dos chefes de estado se voltam para o “dinheiro”, o humano, o social e meioambiente são atoleiros sem respostas. Educação e saúde retórica eleitorei

Na boca, um falo, na outra, o silêncio!

Gilvaldo Quinzeiro O falo do mundo é bem maior do que o meu. Motivo pelo qual eu me calo estreitando a boca da calça até a canela, antes era tão larga quanto à de sino. Saio no mundo edificando circo, fazendo graça de mim, colhendo a dor dos outros que riem da minha! Meu coração partido, pássaro preso, passos dados, cercas puladas. Calo na voz, outros tantos nas mãos, alguns para construir a minha prisão! Do falo, quando se fala, não é a mesma fala do falo. Logo quem tem um para expor, morre de medo de perdê-lo. A boca da calça quando de sino, cabelos compridos, tudo grande, pequeno só a mão suada, quando segurando um microfone para fechar a boca do mundo! Nas praças não se trepa, só alguns para exporem suas genitálias na cara do nosso maior poeta! Complexo de castração?

Meus cabelos brancos, os pretos são do meu filho

Gilvaldo Quinzeiro A cada nova geração, uma outra é pisoteada. A minha já zombou da do meu pai, e hoje a do meu filho está com o pé fincado no meu pescoço! O fato é que dialeticamente não há espaço para duas gerações. Como cobras, uma engolirá a outra. É claro que a mais velha, mesmo com a barriga maior, aqui está o paradoxo, e talvez por isso mesmo, terá a nova dentro de si. Mas, no final, o veneno da nova lhe será fatal!... As canções cantadas por diferentes gerações, serão para ambas o que a pele é para as cobras, isto é, algo que quando desvencilhado ficará esquecido pelo caminho. Mas, os caminhos tais quais como para as cobras, serão também para as diferentes gerações - , o que há de nos testar o “bote”! Perdoe-me meu pai, pelas picadas de quando eu era apenas uma cobrinha!...

A penitenciária pede liberdade para sua imagem!

Gilvaldo Quinzeiro 200 presos rebelados. Ao menos 14 mortos. Fora outros tantos feridos. Qual a lógica que move presos rebelados a matar seus próprios companheiros de cela? Quanto mais celas serão preciso para “libertar” os que se acham presos pela presença dos outros? Os outros? Não somos nós? Ora, todos presos são também prisioneiros da “imagem”, mas como esta é o que lhes escapa, logo o que vêem é o que morre em si na imagem estilhaçado do outro! Que tipo de imagem é a morte? Quem quer a morte por imagem? Estás preso!

Varal

Gilvaldo Quinzeiro Da varanda, uma palavra salta até a janela, e desce escorregando pela parede do lado de fora. São quatro frases. Um pedaço de mim. Mas, no outro canto uma vaca pasta!... Basta! Besta! Capim!

A barbárie é nordestina?

Gilvaldo Quinzeiro Nos últimos dias, após as eleições presidenciais, os nordestinos têm sido alvo mais uma vez de piadas e discriminação por parte daqueles que acreditam pertencer a uma “raça superior” ou a um grupo oriundo de um outro planeta. Trata-se de comunidades virtuais ou de pessoas que postam em suas páginas na Internet textos e comentários nos quais, o Nordeste e os nordestinos são mencionados como sendo os piores entre os brasileiros, seja intelectualmente, seja em outras áreas. È claro que o Nordeste é a região mais pobre do Brasil, vitima de uma política na qual os governantes ao longo da República têm esquecido. Mas, afinal, se a barbárie é nordestina, então os “civilizados” são quem? Os paulistas? Os cariocas? Os mineiros? Os catarinenses? Os paranaenses? Os sul riograndeses? O que os nordestinos fizeram para serem considerados bárbaros? Só por que ajudaram a eleger a primeira mulher a presidente do Brasil? Ou por que esta foi eleita na gestão e com o apoio de

Enfim, mamãos!...

Gilvaldo Quinzeiro Paradoxalmente, o ser humano é ávido por desertos. È como gado que mesmo estando com sede, mas marcha a galope rumo aos desertos escaldantes!... Qual a fonte desse nosso desejo? O ser humano é fonte que seca na abundância, pois a escassez é o que lhe faz rastejar como cobra. Mas, qual a antítese para o nosso veneno? Antes de nos transformarmos em escorpiões que vagam pelos desertos, que tal regredirmos a condição de minhocas? Pelo menos nos porões da terra há como nos esconder da careta que nos faz o sol! O sexto sol é o que virá em 2012? Se somos feitos da espiga do milho, amanhã, mulher melancia?

Na laje, toda pedra é uma visão!

Gilvaldo Quinzeiro O culto na laje é curto. È que na outra, o casal trepa. Já na de baixo, a mãe cozinha mocotó e feijão preto para o jantar do filho que passou o dia de “plantão” na outra laje cuja visão cega de ver o mar que nunca dá praia!... Só o tropicalismo não dá conta de cantar, o drama que não é urbano, mas, suburbano em cujas ruelas se não imitam o espaço curvo de Niemeyer, tornam futuristas seus sobreviventes! Corpos sarados carregam sacos de cimentos para construir o último quarto que fica sobre a laje, da qual se ver a vizinha ao lado, traindo o marido que saiu para vender balas na central. No peito esquerdo do “Ricardão” , ainda dá de ver uma tatuagem de uma calcinha preta na qual uma frase escrita em gótico: me come! Como não falar do Nordeste? Seca aqui é repente! Quente é o chão que se racha, igual o pé de quem pesca bodó!

As avalanches de imagens e o esmagamento do corpo, o anuncio de que estamos todos grávidos!

Gilvaldo Quinzeiro A imagem antecede ao corpo no que o corpo há de ser com a imagem de si. Logo, com as “avalanches de imagens”, estas uma marca indelével dos tempos atuais, há muito mais corpos esmagados, a corpos inteiros com a imagem de si. A discussão em torno de gênero e identidade, não estará devidamente aprofundada sem que a relação imagem X corpo, seja estudada. Mas o que a imagem ou o que é o corpo?  È o que vamos nos arriscar a responder ao longo deste trabalho. Pois bem, a imagem é uma espécie de nó especular, como resultado do que a cultura produziu especularmente sobre si mesma. Isto é, a face da face que se deseja como face. O “desejo” aqui é a ponte de ligação com o corpo na perspectiva de que este venha se “facificar”, ou seja, se constituir numa imagem de si, a face da face que se deseja como face. O corpo por sua vez, é uma herança filogenética, o resultado portanto, de milhões de anos de evolução. De sorte que enquanto a imagem é o presente, o corpo é o pa

Uma mulher para todos!

Gilvaldo Quinzeiro Num país estatisticamente de poucos homens(em relação a população do sexo feminino), a primeira mulher eleita a Presidente da República terá que governar em nome de todos. Sejam eles crentes ou ateus; negros ou brancos; heteros ou homos; índio ou pardos; dos contras ou dos prós ao aborto! Dito em outras palavras, uma mulher para todos ! A face Conquanto, muitos vêem em Dilma, uma figura máscula, uma espécie de sua “face oculta”, o que o Brasil precisa no entanto, é de transparência, e esta só será exeqüível quando os corruptos não só tiverem suas verdadeiras faces reveladas, como punidas com “mãos de ferros”. E neste contexto, não só vale a imposição das mãos ou da face, mas, “Deus tem que ser inteiramente  brasileiro”!... Mais do que o começo da era pós-Lula, Dilma Rousseff terá que iniciar a sua própria, e mostrar que não obstante ter sido gestada precocemente enquanto candidata - é madura o suficiente para enfrentar questões que os seus antecessores a poste

Nem lá dentro, nem lá fora!

Gilvaldo Quinzeiro A engenharia que edifica o sujeito, não tem cimento para evitar que a solidão lhe invada a casa. Logo, o sujeito que não tem um cajado, para ficar em pé, só de 4. 4 tamboretes, 2 potes sem tampas, 3 trempes e 1 abano. Para que mais? Nem lá dentro, nem lá fora, o ser humano é muito raso para se tornar um buraco de uma agulha. Porém, o seu afundamento é escavado todos os dias, não no clarão do sol, mas nas noites escuras de chuvas e tempestades! Então, tu queres ser a aranha que tece sua casa com a própria saliva ou o homem que quando cospe afoga a casa inteira?

Que dia lindo

Gilvaldo Quinzeiro Hoje amanheci com desejo de reescrever todas as cartas de amor, especialmente aquelas que nunca as enviei!...Ainda ouço a sonoridade das palavras, quase engasgadas outras cuspidas, bem como as batidas no coração partido! Uma pena se gastar todas as salivas para fechar um envelope cuja carta após lida, rasgada sem piedade e nem dó!... Dói não ter vencido a dor que me fez nunca mais escrever cartas de amor!

O alinhamento dos caminhos!

Gilvaldo Quinzeiro Quando todos os caminhos se alinham, e se enrolam nos passos do sujeito, então pra que dar no pé se se chegou ao fim da linha? Não me pergunte se é o meu corpo que faz sombra a mim, ou se é o contrario!... A questão é saber com qual dos meus fantasmas eu amanheci assombrado? Então, em assim sendo que tal na justa medida tomar uma xícara com café? Amanhã, dia 31 as bruxas estarão soltas, em quais delas você confiará seu voto? Eu vou ali e volto já!...

O pertencimento da criança a coisa

Gilvaldo Quinzeiro A criança é da ordem do pertencimento da “coisa”, posto que não pertence a si. De sorte que a infância é o lugar de retorno, não para ficar, mas para partir. O esforço da criança em pertencer a si, isto é, de se adultificar, pode ser representado por um náufrago num imenso oceano sobre o qual flutua uma bola inflada e escorregadia, na qual o mesmo tenta repedidas vezes se amparar e se equilibrar. O adulto que retorna a condição de criança, nunca deixou de ser um náufrago. Agora imagine o que é ser um náufrago na condição de criança!...

Encilhamento das idéias

Gilvaldo Quinzeiro Às vésperas das eleições presidenciais, e durante toda a campanha do segundo turno, em Caxias, o silêncio foi quase total. Os “aliados” de quem, não se sabe, só vão aparecer na tv, um dia após o resultado. É que aí sim, os “aliados” aparecerão.... Antes disso quem ousaria colocar a cara? Pois é, com dinheiro toda campanha é festa, e toda festa é uma vitória! “Obrigado meu povo pelos milhares de votos”! Com ou sem “cabresto”, o cavalo quando encilhado abaixa a cabeça!...

O pão sem as palavras

Gilvaldo Quinzeiro Eis que o mundo está literalmente grávido doutro mundo, mas até quando este dá a luz, seremos suas dores e contrações! Neste ínterim, as palavras tal como a água substituída por refrigerantes, ao invés de “prato principal”, serão apenas sobremesas, estas quando arrotadas, uma coisa!... E o “pão nosso de cada dia”, mais caro e sem trigo, restará uma bênção final! Bem-aventurados, aqueles que amarem uns aos outros sem precisar furar a “fila dos que vão para o céu”!

A tatuagem da minha cara, bunda sua!

Gilvaldo Quinzeiro A imagem que engulo para torná-la em mim o que de mim vai me escapar, é o peso cuja balança usa a cara do outro como prato! Ora, o outro cuja face eu a faço minha, “balança” só em pensar em atravessar a rua cheia de gente sedenta de imagens que se compram no camelô!... Tatuo a minha face na bunda de qualquer um, mas tenho pena de mim, quando todo o peso desta sentar em cima da minha fala!... Silêncio!...

Um pedaço da orelha de Van Gohg

Gilvaldo Quinzeiro Gauguin em mim é um Van Gohg sem uma das orelhas; um copo de vidro estilhaçado no chão!... O que me monalisa, no entanto, não é a perfeição de Da Vinci, nem Guernica fantasmarizada por Picasso, que nos dói de ver, mas todos os outros loucos a partir do “Frota”, que não puderam pintar suas faces, como eu pinto a minha aqui no escuro das minhas dores!... Ora, vejam só quanta arte para sobreviver do lixo catado com mãos trêmulas de fome! Não é para ficar de “orelhas em pé”? Gauguin e Van Gohg, hoje mestre da pintura, mas, enquanto vivos, tiveram seus quadros jogados na lixeira da crítica! O olhar humano sobre a arte,assim como todos os outros, não deixa pois, de ser hipócrita -, ver primeiro exatamente aquilo que lhe cega!.. Hoje quem não comeria um pedaço da orelha de Van Gohg? Mas, os hipócritas foram os que olharam antes ou depois da morte dos artistas? Arranque-me os cabelos, de preferência os brancos!...

A indisciplina em sala de aula, uma reflexão sobre a imagem do sujeito estilhaçada pela falta de espelho

Gilvaldo Quinzeiro 1 –Falar de indisciplina em qualquer que seja o espaço, nos obriga antes de tudo a nos remeter e a falar da natureza humana. 2 – Falar da natureza humano é nos “desmascarar”; é nos colocar diante do espelho, cuja imagem refletida, pode não corresponde a imagem que nós acreditávamos ter de nós mesmos, e isso no entanto, é humanamente impactante! . Daí, eu lhes pedir desculpa antecipadamente pelo desconforto que eu possa vir a causar! 3 – Pois bem, a natureza humana é conflituosa, e da ordem do animal e do humano; do inconsciente e do consciente, no qual o primeiro é prevalente, isto é, antes de sermos humanos, e só somos humanos nas condições humanas que nos favoreçam a sê-lo, somos animais. 4 – Portanto, o conflito entre a indisciplina X disciplina, nada mais do que o duelo entre o que é da ordem da natureza e da civilização; do animal X o homem; do inconsciente X o Consciente, e por que não dizer, da criança X o adulto; do filho X o pai; do aluno X o prof

Alexandre, O Grande

Gilvaldo Quinzeiro Quando nos tornamos “Alexandre, O Grande” conquistamos o "mundo inteiro” para dá de presente a uma criança humilhada, maltratada e ferida que trazemos no peito. Contudo, a conquista do mundo não nos curará e nem cicatrizará as feridas.! Por isso, Alexandre, O Grande está sempre com seu exército em marcha em busca de novas conquistas! Suas árduas vitórias entretanto, não são comemoradas com risos, pois, este é apenas, um “poço de lágrimas”. E mesmo conquistando a “babilônia” com todo o seu esplendor, Alexandre não passa de uma simples “criança”. Uma criança cuja imagem foi estilhaçada pela forte figura do pai, a qual tenta desesperadamente superá-la!...

Bolha de sabão

Gilvaldo Quinzeiro Não tem como evitar, a vida é “uma bolha de sabão” que nos encanta, mas num piscar de olho se desmancha! Se amanhã ou depois; se todos os dias ou nenhum, eu não estiver mais flutuando na “minha bolha de sabão”, quero apenas algazarra e tambores! Não quero choro e nem velas, apenas cachaça para entreter a caboclada!... No fim, sempre haverão outras bolhas! Mas, cuidado: assoprar demais estoura o balão!...

Deus e o diabo no segundo turno das eleições presidenciais

Gilvaldo Quinzeiro A discussão que ganha força nos dias que antecedem as eleições para Presidente da República, não é a que trata das questões politicamente centrais no que diz respeito ao desenvolvimento do país, como segurança, saúde, educação, ciência, e nem as “domésticas” nas quais se discute a “ocupação dos cargos públicos” como se esperaria. Ao contrário, o debate que se trava é uma espécie de maniqueísmo entre o “bem e o mal”. De sorte que tal discussão trás à baila a Religião X Política. Tema este nem sempre recorrente numa disputa presidencial, mas, quando presente suscita sempre o medo e terror!... Sem ter a pretensão de esgotar este tema complexo e merecedor de uma análise mais apurada, me proponho como cidadão ao menos expor a minha opinião, aproveitando deste espaço democrático que hoje é a mídia para suscitar mais reflexões por outras nuances. E como caboclo que sou, usarei de poucas palavras para entrar diretamente no assunto. A política e a religião nascem

Feliz todos os dias, professor!

Gilvaldo Quinzeiro O professor é um pobre coitado que tem como missão manter o “fogo aceso” entre trempes encharcadas, e depois de ouvir os trovões que anunciam vir uma nova tempestade, ainda assim, continua soprando as cinzas – o vir a ser da fogueira!... O restante da sociedade almoça churrasco ao lado... Ser professor é “doce”; amargo é não ser!... Triste da nação que não valorizar o professor, seu destino será pois, a escuridão – o churrasqueiro, o próximo que será comido! Professor, feliz o dia de amanhã também!

O pai nosso.com café

Gilvaldo Quinzeiro O pai que existe na “criança”, que não conseguiu ser criança antes de ser pai, não é adulto para ser “pai”, pois precisa da criança no filho para se “adultificar”, e não necessariamente ser pai, enquanto esta criança do filho é a “árvore” cujas raízes de tão superficial é grama se rastejando no solo. No fundo, nós pais, não passamos de “xícara” cujo café, se não nos queima a boca, nos faz falar menos enquanto o degustamos!

Pra cima da terra, lições que vêm do fundo com os 33 mineiros

Gilvaldo Quinzeiro Do deserto quente do Atacama, a 700 metros de profundidade, 33 mineiros “atacam de esperança” a humanidade soterrada por desafetos. O Atacama em si é o para si de quem vive “para baixo”, mesmo tendo toda a “superfície sob os pés”, e ainda assim, perde a cabeça ao deixar cair o copo no fundo do pote cheio de água !... Pura pressa de matar a sede?.... Recriar-se e renascer debaixo da terra!... Eis o que aprendemos aqui de cima com quem passou 70 dias entalado a espera da esperança que como argila se desmanchava!... A humanidade sedenta por lucros no escuro fundo da terra, há que garimpar a “esperança”!... Esperança só encontrada na força de um abraço forte, hoje, como o ouro, cada vez mais raro!... Bem-vindos a terra renascida!

A criança abandonada

Gilvaldo Quinzeiro 1 – Tão importante quanto discutir uma política para se prevenir e tirar as crianças abandonadas das ruas é também resgatar com urgência a “criança abandonada” no interior de cada um de nós. Aliás, em tempo em que se prega o “final do mundo”, o mundo dos que perderam o jeito feliz de viver como uma criança, há muito tempo já se acabou. 2 – O que fazer então para resgatar a criança abandonada dentro de nós? É o que ouso discutir neste texto. 3 – Antes, porém, um esclarecimento: não é que agora vamos deixar as nossas responsabilidades profissionais ou domésticas para brincar de bolinhas de gude ou de bonecas. Diga-se de passagem, que hoje em dia nem as crianças conseguem mais brincar, o que é sem dúvida nenhuma, um grande desastre! 4 – Pois bem, ao contrário do que se pensa, nos momentos mais apavorantes e difíceis, nós adultos, somos abrigados e protegidos exatamente pela criança que há dentro de nós. 5 – Isto significa dizer, entretanto, que, enquanto é a cr

A cor da poesia é amarela?

Gilvaldo Quinzeiro Meus ídolos, hoje de muletas não mais se sustentam das suas aparências e nem das idéias que lhes tornaram pop. Como eu, há muitos órfãos!... A minha tatuagem plantada no peito, já não brotam a “fonte da eterna juventude”, o dragão alado é do lado, eu sou do outro!... Meu caminho é pelo escuro, o claro é clarão que me ofusca avista com “óculos de fundo de garrafa”!... Meu fusca é verde! A terra é fogo!

O martelo das bruxas!...

Gilvaldo Quinzeiro O fantasma do “cavalheiro sem cabeça” fez vitimas no primeiro turno das eleições. Para o segundo turno, o tribunal da inquisição lubrificará suas máquinas de torturas e manterá acesas suas fogueiras!... Ai daquele que ousar pensar! Ai daquele que não estiver na “fila dos que vão para o céu”!..

O ABC do Tiririca

Gilvaldo Quinzeiro Uma das primeiras lições a se aprender com o palhaço Tiririca, hoje, o eleito mais bem votado do país, é que a nossa face enrugada de hipocrisia se deslocou para “ entre as pernas”, objeto do nosso primeiro grafismo e arranhões! Quem não se lembra? A segunda lição não é ortográfica, mas da ordem “especular”, isto é, quem se ver em Tiririca ou quem dos tiriricas não quer se ver? Aliás, quantos “tiriricas” estão estudando nas escolas do “Fantástico”, mas que as estatísticas não contam!... A terceira lição é a prova final – quem escreverá em “letras garrafais” a sentença que condenarão os “fichas sujas”, senhores bacharéis – ou o país levará à forca quem, como muitos outros ainda são vítimas da omissão do Estado? Afinal quem se responsabilizará pelo Tiririca? Que falta nos faz um Tiradentes!

O meu boi morreu!....

Gilvaldo Quinzeiro Os “bois” que ousaram saltar a cerca de arame farpado, se despencando morro a baixo até a fazenda do vizinho para, hoje lamber a mão do seu “novo” dono, atenderam os chamados dos outros sotaques das matracas ou dos panderões que soaram mais forte do que antes em seus ouvidos! Na terra das “encantarias” o grilo canta como galo a noite inteira, e o amanhecer de um novo dia não é para todos! E o mais “mimado” dos bois terá a sua língua cortada para saciar o desejo da negra Catirina! “Catirina que só quer apenas comer a língua do boi”! Pobres “pais franciscos”, vivem para morrer de vergonha ou de sentimento de culpa!

O “bundamento” da sociedade

Gilvaldo Quinzeiro “A cabeça que me desculpe, mas, ter bunda hoje é fundamental”. “Quem tem bunda, vai a Roma”, bem que poderia ser assim o ditado! Aliás, a cabeça é que pena, posto que só se usa a bunda. A bunda deixou de ser anatômica para ser um objeto de uso, como piercing e outras coisas que tais. De modo que os “sem-bundas” são uns pobres coitados que passam a vida toda mendigando uma!... Bunda, bumbum, bundinha e bundão, a bunda só abunda quando se compara com a cara do outro. Talco só no bumbum do bebê; injeção só nas nádegas, e olhe lá!... Ai!... Em tese, o “bundamento” da sociedade se deve em não se fazer o dever de casa. Afinal é em que casa que se lava a bunda a menos que esta tenha ficado exposta na rua. Já pensou a manchete do jornal: “fulano esqueceu a bunda na prateleira do supermercado” ou “procura-se uma bunda assim e assado, paga-se bem quem a encontrar”! Pensando bem, está tudo bundado! O mundo bundou de vez!

Vespertina véspera das eleições

Gilvaldo Quinzeiro Hoje, a tarde, véspera das eleições, fiz um breve passeio pelas ruas do centro da cidade, diga-se de passagem que todas estavam sujas, como certamente são sujos os bastidores político caracterizado pela compra de votos, troca de favores, e sabe lá o que mais?... Tudo para garantir à murro a vitória nas eleições que nem sempre se configura como a vitória do povo. Aliás, o povo muitas vezes é o mais derrotado!... Então, em tempo de “ficha limpa” que tudo mais seja limpo, a partir das ruas, praças e calçadas, mas sobretudo a consciência do eleitor. Que amanhã, dia D das eleições, a cidadania seja exercida em nome de um meio-ambiente limpo e respeitada; e que as crianças que ainda dormem como cachorros e gatos pelas ruas possam merecer um voto que as tirem de onde nunca deveriam estar! Por uma eleição limpa! Mãos unidas pelo melhor, não de uns apenas como tem sido, mas de todos!

Palavras ou a carne viva!

Gilvaldo Quinzeiro A palavra é o “pó” a qual se reduz o desejo, este quando não circunscrito ao âmbito das palavras é a flecha atirada por alienígenas a um alvo sem frases, ou seja, é nada. Mas, este quando fisgado pelas palavras, é presa a ser assada entre as trempes das significações. A palavra é pois, o moinho que adocica o excesso de sal, quando a palavra do outro nos faz em pedaços que nem o mais gélido dos frízeres nos pode aproveitar. De modo que a palavra é o cambito sobre qual a nossa carne viva está dependurada, a espera que o sol nos seque a mercê das moscas!

O rastejamento do corpo

Gilvaldo Quinzeiro O corpo é uma “coisa” que se contorce a procura de uma “imagem” com a qual se identificará. Um corpo sem uma “imagem” com a qual se identifica e se agarra, é como uma escultura barroca sem a “fé” que lhe dá “tripa e coração”. Mas, um corpo quando agarrado a uma “imagem”, pode também se transformar na “minhoca” que se afunda na escuridão dos subterrâneos. Trata-se pois, do corpo cuja fome de “imagem” lhe fez ser almoço de “escorpiões”, isto é, esmagado pela “imagem” que do corpo escapa para ao corpo retornar na condição de seus fantasmas. Em outras palavras, por traz do sonho sonhado, do sintoma que nos agoniza, do corpo que cai pro lado, pode estar o desejo por nós ainda não realizado; este é o desejo de uma parte de nós aliada ao desejo dos outros. Os outros que também somos, nos ocupam os espaços vazios; vazios que em nós tomam forma diversas, tal como a água nos cálices que se transforma em vinho.

A roda grande passando pela pequena

Gilvaldo Quinzeiro No imaginário caboclo, desde a fundação de Canudos no sertão da Bahia (1893-1897), onde a seca e a fome fizeram da “fé” a enxada que escavava a solidariedade de um povo sem chão, o mito “da roda grande passando por dentro da pequena” foi sem dúvida nenhuma uma das mais engenhosas invenções da saga de Canudos. A idéia de que uma “ roda grande passará por dentro de uma pequena,” é simplesmente assustadora e instigadora de uma reflexão. Seria esta passagem correspondente ao fim do mundo? Que roda grande é essa? Quem viverá para presenciar tal profecia? O fato é que ainda hoje este mito sobrevive no imaginário nordestino, sobretudo no meio rural provocando apreensão e “matuteza”. Canudos ainda resistem? Pois bem, às vésperas das eleições, o cenário montado, onde cabos eleitorais empunhando bandeiras e distribuindo “santinhos” dos candidatos, chamando atenção do povo - é de uma natureza tal que inspiraria um cordelista a escrever versos numa visão apocalípti

Palhaço, quem não é?

Gilvaldo Quinzeiro O que se ver no Tiririca é a face oculta daqueles que sempre “armaram o circo” para fazer do povo palhaço. Ou seja, os tiriricas de verdade não querem se ver na face sem “máscara” do palhaço Tiririca! Qual é a graça, palhaços!

As coisas na parede!

Gilvaldo Quinzeiro Os cavaleiros, as armaduras, as lanças, os castelos e a fé, em nome da qual se acendem as fogueiras em cujas labaredas ardem os corpos que não se curvaram ante os inquisidores e de sua fome por sangue. Os alquimistas, eis do que precisamos! O nosso tempo precisa de uma dobra, de um amarradio ou, mais precisamente, de um cambito em substituição as palavras que já não mais representam “as coisas” que, como morcegos estão dependuras nas paredes!... Psiu!

Um voto pra espinhar!

Gilvaldo Quinzeiro O meu voto é um “Dom Quixote” cuja lança aponta pra baixo das pesquisas, sem Rose, Dino ou Lago. Piso o chão sem as armaduras que fazem dos meus adversários fortes e escuros num mundo medieval. Meu voto é apenas um espinho de tucum!... Amém!

O complexo de ser filho de Deus

Gilvaldo Quinzeiro O espelho que reflete a nossa imagem, a nossa imagem que é a “semelhança de Deus”, também é o mesmo espelho que nos faz ver em nossa subjetividade, o quanto Deus não é verdadeiramente a nossa imagem. Deus criou o céu e a terra, sem contudo copular e nem se deixar excitar, mas ao empregar a Palavra, gestou em nós seus filhos, o desejo de não só tê-lo mais próximo, como também o direito de reivindicar a herança que nos foi prometida!...Mas como Deus não tem “sexo algum”, herdamos daí o “complexo de sermos filhos de Deus” com uma anomalia entre as pernas, que tende invadir todo o corpo e a própria alma, transformando-nos em seres que “poderão vir a ser ou não, digno do amor do pai”! De sorte que numa paternidade duvidosa como esta, há entre os “irmãos”, uma disputa fanática e suicida pelos primeiros lugares na “árvore genealógica.” E neste “universo das palavras”, quando estas se tornam inócuas tal como nos dias atuais , se constroem com o poder das pedra

A metáfora do espelho e o voto, uma reflexão quase psicanalítica

Gilvaldo Quinzeiro Freud explicaria o por que da categoria de professor não votar em professor, tal como ocorreu nas eleições municipais(em Caxias) de 2008, não obstante 21 candidatos ao legislativo serem professores? Ser-nos-á impossível responder tal questionamento, porém, podemos arriscar uma explicação à luz da Psicanálise – ciência criada pelo grande mestre – sem descartarmos as outras explicações de matrizes diversas, inclusive a política. Entretanto, para isso, vamos recorrer a “metáfora do espelho”, isto é, um professor é reflexo indubitável da imagem de um outro professor. E como a “imagem” do professor já é por si mesmo depreciativa, o que se ver no espelho nada mais é do que o nosso reflexo, ou seja, a imagem do próprio “fracasso”. Todavia, como resposta imediata a esta imagem especular (do fracasso) e da baixa auto-estima, surge o “narcisismo” representado em atitudes como: “ele (o outro professor), é pior do que eu”; “não vale apenas, pois, acreditar nele”... E

Pois é...

Gilvaldo Quinzeiro Pois é, sai ano e entra ano, promessas vêm, promessas vão. Eleições quase todo ano, e o pobre do caboclo sentado sobre um tamborete: “este ano não, mais no próximo se tiver um bom inverno as coisas irão melhorar!”. Melhora mesmo só na “televisão do patrão” que faz o caboclo enxergar bonitas as feias rugas das velhas faces sem ética, que, depois de bem maquiadas fazem ressuscitar do imaginário popular a saga do “sapo encantado”. E como todo “sapo encantado” no final da história vira príncipe – então as mais absolutas das monarquias são instaladas. E com estas, as forcas e as guilhotinas! Pois é, assim, assado ou cozido, no prato ou no pires. Antes princesa, hoje uma gata borralheira! Moral desta história: sapo é sapo, mesmo trepado. Mas, no final é o pobre do caboclo que conta todas estas histórias! .

A sua casa!

Gilvaldo Quinzeiro 1-O país é como se fosse a nossa casa. Levamos anos lutando, economizando aqui e acolá para construí-la, embora saibamos que a construção de fato nunca termina. 2 – As eleições é período no qual entregamos as chaves da nossa casa para outras pessoas cuidarem. 3 – Os candidatos são os “mascarados” aos quais temos a prerrogativa de escolher a quem entregar a chave. 4 – A chave corresponde o voto. Mas como entregar a nossa casa a pessoas que não conhecemos? 5 – Daí a seriedade de uma eleição. Para entregarmos a chave da nossa casa para um estranho, no mínimo temos que procurar saber se esta pessoa é zelosa; se é honesta; de onde vem; por quanto tempo ficará na casa etc. 6 – O partido político é família na qual foi criado o candidato. Ou seja, tal como a família, o partido político a qual o candidato faz parte poderá nos indicar a idéias; as propostas e o grupo social a qual o mesmo pertence. 7 – Estas informações é de capital importância, é através del

Eleições na reta final: na ponta, o povo?

Gilvaldo Quinzeiro As estatísticas sempre apontaram o Estado do Maranhão entre os piores índices, seja na educação, na saúde que, diga-se de passagem são as duas áreas estratégicas, isso para não falar em segurança, geração de emprego entre outras. Alias, em se tratando de empreendimentos que geram empregos, só para o “Sul do Maranhão”, o outro, o dos maranhenses pobres, do leste por exemplo, nada!... Pois bem, a pouco dias das eleições de outubro, as eleições parecem se concentrar só para os cargos majoritários, presidente e governador, e se esquece uma outra tão importante quanto a primeira, a do legislativo, isto é, dos deputados estaduais, federais e dos senadores. São estes que farão e aprovarão as leis. Leis fundamentais para regulamentar a vida de um país. Mas, o que se ver? Quais as propostas dos candidatos? Quem são e o que pretendem? As eleições também não é momento para se debater os problemas? Como resolver o problema da saúde maranhense que, de tão precária,