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Mostrando postagens de setembro, 2015

A água em Marte, e o velho jeito de matar a sede

Por Gilvaldo Quinzeiro A cada nova descoberta muda-se o homem e o mundo por conseguinte. Foi assim com a descoberta do fogo; a invenção da roda; da escrita; do rádio, do telefone, da televisão, da internet, enfim, um verdadeiro banho de significado. Com a descoberta de água em Marte, não será diferente, ou seja, parafraseando Heráclito: “nunca mais o homem tomará banho do mesmo jeito e no mesmo rio”. Entretanto, há um ‘porém’, um detalhe importante a ser dito: a cada descoberta nasce um novo homem sim, mas das entranhas do ‘velho’ que ainda nem chegou a conhecer a si mesmo.  Ora, é como colocar uma roda nova numa engrenagem enferrujada – do que adianta? A velha sede de si mesmo, eis o a questão a ser levantada neste breve ensaio. Pois bem, é desse ‘velho’ que ainda nos habita, não obstante, o nosso desconhecimento sobre ele – que brota a nossa sede de tudo! A descoberta de água em Marte, poderá nos soar tão distante, quanto as novas descobertas a respeito do cé

As pedras e a loucura: quem ajunta quem dentro de nós?

Por Gilvaldo Quinzeiro A loucura é o esbarrar consigo mesmo juntando ‘pedras’ – as de fora - pois, as de dentro se desmancharam no primeiro esforço de se erguer as paredes do edifício egoico. Sim, a loucura é uma daquelas situações em que podemos dizer: “a casa caiu”!   O que restou? O gesto tardio de juntar as 'pedras'! As pedras em nosso caminho. A rigor, a vida é um ajuntamento de ‘pedras’ sem fim – o carregar a casa sobre as costas! Ai daquelas loucuras que não se contem no ajuntamento das ‘pedras’ – seria enfim, o desmoronamento da própria loucura. A loucura é, portanto, a mais humana das condições humanas. Por ela se aprende, quão tênue é a linha divisória que separa a loucura da ‘normalidade’ – uma quase não separação! O dito acima se deve a um propósito, qual seja, o de alertar no sentido que ajuntemos as nossas coisas, algumas soltas; outras amontoadas e aquelas que estamos sentados em cima para não escapulir todas as nossas ‘verdades’! Que ‘

Socorro! Foi encontrado água em Marte!

Por Gilvaldo Quinzeiro Até que enfim, uma notícia que poderá mudar os nossos velhos paradigmas, ao menos, em relação ao planeta Marte. Nesta manhã de segunda-feira, 28, numa conferência de imprensa, a NASA revela: há água liquida em Marte! Oba! Pode parecer pouco, mas este anuncio vai aumentar as pesquisas, especulações e as expectativas sobre a existência de vida naquele planeta. Qualquer que seja, a vida encontrada em Marte ou outros planetas, ainda que, microbiana, será motivos de celebrações – uma prova que temos ‘vizinhos’! Que maravilha! Por outro lado, a tão esperada notícia chegou bem na em que a água na Terra fica cada vez mais escassa. É claro que ninguém vai poder sair daqui com uma cabaça na mão para ir pegar água em Marte, mas, esta informação já mata a sede de curiosidade! Aguardemos então, as próximas revelações!

O eclipse nosso de cada dia. Este sim é total!

Por Gilvaldo Quinzeiro O cedro e o centro das coisas. Qual a paisagem mais característica do mundo atual? Salomão, que é considerado biblicamente, um homem ‘sábio’, era também mulherengo, gastador e coisa e tal. É possível uma ‘clonagem’ do templo de Salomão? O que não é profano hoje em dia, em que pese a busca pelo sagrado? Enfim, o cedro e o centro das coisas. Vivemos em um tempo muito parecido com os medievais: a fragmentação política e líderes sem a visão para além dos seus palácios – todos de olho em seu próprio umbigo. Enquanto isso, assistimos o protagonismo do novo Papa a ensinar “que todos os caminhos nos levam à Roma. Uma Roma ‘renascentista’ esculpida pelas mãos de Francisco!  Ah, que Michelangelo lhe seja inspirador! O cedro e o centro das coisas.  A filiação partidária de Marta Suplicy ao PMDB num evento que reuniu todas as suas estrelas, nos aponta para o nascente, o surgimento de “dois sois” em uma inevitável colisão nos céus do Governo. Será este o fi

Alinhavando a realidade

Por Gilvaldo Quinzeiro A palavra é costura, e como tal,  depende do alinhavar do contexto em que e do que se fala. Antes da palavra, portanto, toda realidade se apresenta sem remendo – é ferida aberta. É aqui onde a mão se antecipa ao ‘cambito’, e fica sem os dedos! Pobre boca! -  engoli a realidade como se fosse comida! Por falar em boca, por que será que no atual contexto nos sentimos “em carne viva”? Se há um ‘discurso’ feito com as dobras da nossa pele, este sim é o da violência -  um sinal de que a palavra, ao menos momentaneamente, não é oferecida como uma saída. Por fim, se a palavra não representa mais nada, então que se procure um cambito. Do contrário, conservar a boca e  os dedos, será tarde!

Enfim, todos nós temos 'útero' e andamos apressados como os sapos

Por Gilvaldo Quinzeiro Os homens morrem. Só os sonhos sobreviverão.  Os sonhos alimentados por vívidos desejos, estes sim, herdarão a terra, porque são inerentes a natureza. Há uma natureza nos homens que independe dos ‘nomes’, que estes deem a ela. Esta natureza não pertence a ninguém – é patrimônio de todo inconsciente coletivo. A infância não é uma fase apenas. Ela é o ‘útero’ de toda a nossa vida adulta, e como tal é um lugar de abrigo e retorno. Ai de quem rasgar este ‘útero’ pela pressa de querer pisar no chão!  Que mundo recepcionaria o pinto na sua pressa de sair do ovo antes do tempo? À priori qual o significado dos ‘arrastões’ protagonizados por aqueles ‘meninos’ nas praias cariocas, senão o ‘rasgamento do próprio útero’ e a transformação do “sabugo em milho”! O ‘milho’ que de agora lhe devorará a velhice, o que por conseguinte, significa não ter atingido a condição de ‘galo’. Enquanto isso, há um permanecer que a ninguém pertence, a exemplo, do sol e

O belo existe...

Por Gilvaldo Quinzeiro O belo existe, e está dentro de nós – o feio também. Somos os únicos a admirar o voo de uma borboleta, como também somos os primeiros a devastar todas as flores – fonte de vida e asas das borboletas. Bem-aventurados todos os   ianomâmis   e seus cantos de cura – templos erguidos sem a exploração dos nossos medos! Está escrito: ai de vocês que não aprenderem os ensinamentos de uma velha parteira! Milagres existem! E não precisam de quem os reconheçam! As borboletas não sabem se voam ou se há quem as admirem, e mesmo assim existem!   

...Pois é meu primo!

 Por Gilvaldo Quinzeiro Se os pilares da atual civilização se fincam em ‘bolhas’, como esperar que a mesma sobreviva ao seu próprio ‘bafo’? Nem as civilizações que esculpiram seus nomes, suas faces, suas leis e seus deuses em pedras, evitaram o seu desmoronamento! Ora, paradoxalmente, nunca tivemos tudo nas mãos, mas por outro lado, nos falta aquilo que sobrava nos homens primevos, a paciência!  Talvez por isso, jamais poderemos abrir mão de uma coisa tão cara a atual civilização: o papel higiênico! Não é o avião, e muito menos a internet.   A invenção que é mais apropriada   a nossa impaciência e a nossa pressa, é sem dúvida, o papel higiênico. Simples, não? Sabe primo, eu fico a pensar no seguinte. Por que tanta prece fervorosa por coisas que duram e valem tão pouco? Ainda bem que Deus sabe o que faz! Amém!   

Os 'arrastões' e outras novidades

Por Gilvaldo Quinzeiro “E a novidade que seria um sonho, o milagre risonho da sereia Virava um pesadelo tão medonho, ali naquela praia, ali na areia A novidade era a guerra entre o feliz poeta e o esfomeado Estraçalhando uma sereia bonita, despedaçando o sonho prá cada lado" Gilberto Gil / Bi Ribeiro / Herbert Vianna / João Barone   “Um drible por entre as pernas” em uma sociedade indefesa. “Uma cobrança de pênalti e o goleiro amarrado”. “Um gol escancarado diante de um artilheiro implacável”. É com estas gírias futebolísticas que descrevemos as cenas dos ‘arrastões’ protagonizadas nas praias cariocas, no último domingo por menores. E mais ainda:  é a face nua e crua do nosso paradoxo, como bem diz em “A Novidade”, o compositor baiano Gilberto Gil. Ver o trecho da letra acima. Quisera ao menos que a agilidade daqueles menores em saírem “driblando” a todos num espaço completamente povoado, fosse por exemplo, o nascimento de um “novo Garrinchinha”,

O relativo, relacionado a relação

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Por Gilvaldo Quinzeiro O mais difícil em um relacionamento é saber onde ficam as suas ‘alças’.  Sua descoberta, porém, não significa que as coisas se tornem mais leves, mas apenas facilitam o seu arrastamento. É aqui, na discussão sobre relacionamento, onde se abre um universo para a “teoria das cordas”. E como tal, a junção de tudo, incluindo a língua de Albert Einstein. Que outra língua entortou o universo? Mas voltando as ‘alças’ do relacionamento. Ainda bem que tudo é relativo, como a existência do universo. Talvez, por isso, todo fim ou começo está prenhe de uma explosão, e suas ‘alças’, depende do ponto de vista de quem apalpar seus nós, e, não os confundam com os calos das próprias mãos. A teoria relativista de Einstein, neste caso, nos serve ao menos de conforto. Contudo, no que tange ao relacionamento, só uma coisa contraria a teoria da relatividade, introduzindo a categoria do ‘absoluto’, a saber, a experiência. Ora, como saber a diferença entre a comida

Entre 'o grande e o cínico', quem pariu o mundo atual?

Por Gilvaldo Quinzeiro O mundo que se arde e se parte em crise nos tempos atuais, se pudéssemos traçar sobre ele uma linha filogenética a procura de suas origens, diríamos que o mesmo   não é o que foi ‘plantado’ por    Diógenes de Sínope, o cínico, com certeza, quando este andava com a sua lamparina acesa em plena luz do dia, em busca de homens honestos, mas aquele que triunfou pela espada sanguinária de Alexandre, O Grande. Em outras palavras, o vencido não significa ter sido o merecedor da derrota, e nem o vencedor, o melhor dos homens. A questão aqui tem a ver apenas com o tipo de ferramenta usada para convencer os homens. Ora, a ‘verdade’ é sim circunstancial, e só passa ser vigente pelo interesse de quem tem a força para impô-la. Por isso, toda ‘verdade’ tem que ser engolida como peixe, isto é, devagar e com muito cuidado. Pois bem, se estamos agora a procura do ‘parto’ das coisas atuais, temos que retroceder no tempo. E volver ao clássico encontro de do

As mudanças do tempo e as 'novas formigas'

Por Gilvaldo Quinzeiro Para o caboclo,  a natureza é o espelho. Observar as suas alterações é uma questão de sobrevivência. Muito são os sinais indicadores destas alterações. Por exemplo, o deslocamento do formigueiro. Quando as formigas mudam do morro para áreas mais baixas, diz-se que haverá seca; quando é o contrário, ou seja, o formigueiro se desloca do baixo para o morro, então, são sinais de que em breve terá início a estação chuvosa. Bem, nos últimos dias, estamos assistindo o deslocamento em massa, não de formigas, mas de populações inteiras. Homens, mulheres e crianças.   É o caso dos imigrantes, sírios, africanos, haitianos e tantos outros, que abandonam seus países e seus lares em direção a outras regiões. Como interpretar estes sinais? Que tipo de ‘formigueiro’ está se mudando? O mundo está em crise econômica. Este é um fato! Os recursos naturais estão chegando ao fim. Ao humanidade, sobretudo, no que se diz respeito aos países desenvolvidos, não f

O ego e o 'diabo' da identidade

Por Gilvaldo Quinzeiro   O ego é o nosso ‘sapo’ interior, e como tal é o espaço da alquimia. A sua transformação em príncipe, porém, é apenas o inflar-se diante da realidade que lhe diminui. A rigor, o ego é um lugar pantanoso -   ser ‘sapo’ é quase a sua única condição. Saber lidar com isso, ou seja, com o nosso ‘sapo’ interior, significa escapar aos desejos febris de se tornar, por exemplo, um boi. Ora, o pântano também é um lugar especular. Ver-se na condição de ‘sapo,’ e não na de um boi, pode naufragar toda uma imagem. A existência do ego é, pois, metafórica.   Isso não significa dizer, no entanto, um espaço vazio. O metafórico aqui se diz em relação aquilo em que o ego poderá se transformar na difícil missão de ser ele mesmo.   Só Deus sabe o quanto o ‘diabo’ quer em pessoa, ser também o ego! O dito acima é uma introdução acerca de um assunto que, nos últimos dias, vem me chamando atenção, a saber, da ocorrência de vários casos, nos quais, adolescentes, princi

E ai meu peixe!

Por Gilvaldo Quinzeiro   ... Não é que a coisa em si seja oca. A questão é a seguinte:     o outro lado de cada coisa é a face de quem a contempla. A rigor, não existe a coisa em si, senão a que deixamos escapar. O homem é o pescador de si mesmo. Do mar, nada disso podemos afirmar. A coisa que nos ‘sopra’ aos ouvidos, não é o mar, certamente, mas, ‘o peixe’ em que ainda não nos transformamos. Por fim, você certamente não dormirá, enquanto não se sentir abocanhado pelo ‘peixe’, que lhe fez de isca.    

A fome e a pose

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Por Gilvaldo Quinzeiro   "Saturno devorando um filho": Francisco Goya   O homem, na pressa de abotoar a braguilha, se tornou um soldado da sua própria pose. A batalha em curso se tornou secundária.   A pose substitui o homem por inteiro. A vida crua é compartilhada em fotos com dedos decepados – e se repararmos bem, sem seus anéis! Por falar em vida crua, a notícia sobre o corpo do menino Ezra, encontrado no freezer de sorvete, em um apartamento no centro de São Paulo, infelizmente não é única, isto é, nos últimos dias, têm sido noticiado vários casos de corpos encontrados dentro da geladeira. Por exemplo, o corpo de uma mulher de 44 anos, também em São Paulo, foi encontrado esquartejado em um saco plástico dentro da geladeira. O sobrinho de 22 anos, é o principal suspeito. No caso, do menino Ezra, a mãe e o padrasto estão foragidos. Poderíamos citar outros casos recentes nos quais famílias inteiras foram assassinadas por um dos seus membros. Mas vamos para

O 'achado': homem há no presente?

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Por Gilvaldo Quinzeiro   Foto: reprodução internet A notícia da descoberta na África do Sul, de um dos fósseis humanos mais antigo, batizado de homo naledi , o possível elo entre o homem moderno, é sem dúvida, um precioso achado -   a prova de que chegar onde chegamos -   foi um longo e duro caminho evolutivo. Mais uma ‘face’ a ser comparada com a nossa! Aliás, pelo “andar da carruagem”, a face do homo naledi não fica tão feia quando comparada com a nossa! A descoberta foi publicada nesta semana na revista Elife , e certamente vai dar muito o que falar! Eu falo. A tal descoberta, é como se estivéssemos encontrado o ‘falo’ perdido de Osíris. Pois bem, voltar ao nosso passado é tão importante quanto nos ‘acharmos’ no atual presente. O presente, que nos arrasta precocemente para o futuro. O futuro, este, nunca foi tão parecido com a face do passado.   A propósito, eu diria que o nosso maior ‘achado’ constituirá exatamente na ressignificação do presente.   Platão, v

Nada é realmente brega quanto a nossa crise

Por Gilvaldo Quinzeiro   Quisera que a crise pela qual passa o Brasil, fosse apenas a do “Chimbinha com a Joelma”, pois, na manhã seguinte, a saudade dos palcos os fariam reatar a relação antes que a foto do último show amarelasse! ... A crise do Brasil, embora seja um ‘divórcio’ há muito tempo anunciado, mas nunca se pensava que iria ter tanta choradeira por todos os lados – a casa caiu, meus filhos! A banda que mais tocará por aqui é mesmo a dos “panelaços”. Que porra! Mas, voltando ao drama de Chimbinha e Joelma, a traição aqui parece ser mais midiática do que os horrores da vida real: nada que uma boa maquiagem não resolva! Aliás, a minha torcida é pelo Sampaio Correia! Calma, não se trata aqui de uma terceira pessoa a separar o casal, mas de um time de  futebol maranhense a disputar a segunda divisão do campeonato brasileiro! Aplausos!   Ora, meus amigos, neste atual contexto brasileiro, duas palavras soam aos nossos ouvidos como se fossem a mais brega das m

Na vida, as mesmas 'imbiras'

Por Gilvaldo Quinzeiro   A vida, se repararmos bem, é um caminhão de repetições. No amanhecer de hoje, mesmo não sabendo direito o que eu fui no dia de ontem, terei que me repetir para continuar seguindo –, seguindo o quê, se no meu rastejar permaneço sentado nos meus defeitos? As flores continuam em botões se abrindo.   As mãos dos homens permanecem murchas e espinhosas na abertura dos caminhos! Não há novos caminhos, senão os velhos abismos a cortarem o nosso fôlego! Os homens substituíram as ‘imbiras’ pelas fechaduras nas portas, estas últimas foram trocadas pelo porteiro eletrônico – mas a insegurança permanece solta -, os homens, coitados são escravos dos novos estilos! As vassouras se tornaram ‘falantes’. Os ciscos e os monturos viraram ‘praias’ para os novos discursos! O retorno de ‘Deus’, assim, como no passado, hoje, é o acontecimento mais aguardado: a fila dos apressados se repete – “os primeiros” se esquecendo de que os “últimos” poderão ser os primeiros.

A crise dos imigrantes: o 'naufrágio' da civilização

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`Por Gilvaldo Quinzeiro   (Foto: AP/) Para além das vitrines dos shoppings centers, que nos atraem como moscas pela carne exposta ao sol,   a realidade enfrentada pelos    milhares de imigrantes,   que estão a fugir dos seus países em guerras – muitas   destas guerras por questões religiosas -   revela o quanto a humanidade permanece presa as suas antigas cavernas! A chocante foto de Aylan Kurdi, uma criança   síria, de apenas 3 anos de idade, encontrada morta   numa praia de Turquia, depois de escapulir das mãos dos seu pai, enquanto sua família, a exemplo de milhares, tentava fazer a perigosa travessia do mar – afoga toda a humanidade!   A ‘civilização’ não passa de uma aparência   - um instante do “pé sobre o pescoço do outro” – o tempo da duração   em que um sorvete leva para ser derretido.   O risco de devorarmos os próprios dedos está chegando perto demais! A foto do corpo menino Aylan Kurdi estendido no praia,   me fez lembrar as cenas de “sacrifícios” ao