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Mostrando postagens de agosto, 2011

A vida nas suas águas, nós éguas de si

Gilvaldo Quinzeiro Mergulhar como peixe na funda existência humana é fácil, o difícil, porém, é encontrar um “raso” e não terminar como peixe de aquário!... Aliás, qual a diferença entre viver uma vida presa a um aquário e ser devorado pelos tubarões? Entre ser “frito ou cozido” se espernear é um sinal de que não se quer ir de jeito nenhum pra panela. A questão, no entanto, se esbarra em não se ter asas nas pernas – melhor, então, do contrario como ter pena de si? Eis, a existência pela água da sede em si...

...E assim a nossa cara se arranca...

Gilvaldo Quinzeiro A violência dos nossos dias nos impõe uma realidade que é irrefutável, a saber, primeiro, o esmagamento da “mão da justiça”; segundo, o acovardamento de toda a sociedade; terceiro, a farra dos criminosos contrasta ao nosso luto! Ora, como querer uma resposta imediata da mesma sociedade que vergonhosamente vem perdendo para o mosquito da dengue? Imediato, só o nosso afogamento por tudo que é midiático! O absurdo é o afrouxamento da lei sob a alegação de que há superlotação nos presídios – não seria este é o exemplo claro de que a justiça de fato perdeu a mão? Enquanto isso nas ruas como evitar que não se percam as cabeças?

Os pesos e as medidas da vida a dois

Gilvaldo Quinzeiro Na vida a dois, “1” não é ruim sozinho, e quem cai não se levantará sem ajuda do outro, ou seja, em toda dualidade o que pesa é “balança”, e o que se mensura corresponde ao peso de cada um. Em outras palavras, até a “imagem” que temos como sendo a nossa é grávida da imagem do outro – nosso mesmo é a missão de aparar as arestas que em nós impede a vida a dois!

A paz

Gilvaldo Quinzeiro A paz é   como as mãos ásperas de um peregrino que agride quem nunca se imaginou conversando sentado no chão. De sorte que manter as mãos estendidas apenas,   não é um gesto suficientemente   grande para construir a paz, num mundo onde gente é usada como o chão no qual ásperas mãos decidem a “paz” no chão que se tornou peregrino como gente que não tem mais a quem pedir a “paz”! A paz peregrina, precisa das mãos de todos!

As primaveras de hoje, verão amanhã pra quem?

Gilvaldo Quinzeiro È “aqui dentro” o mundo que lá fora nos torna frios expectadores das “derrotas ou vitórias” alheias. Dito com outras palavras, tudo ainda está muito cru o que para alguns já é servido como almoço - o sangue que nem coalhado estar!... Em pauta o “futuro” do mundo nas mesmas condições velhas de sempre: sanguinários guerreiros em que de novo, não palitarão os dentes!... Portanto, olhos de sapos nas cobras que nos engolem!....

As caras que o tempo corrói

Gilvaldo Quinzeiro Há tempo os jovens envelhecem cedo, porque tarde é a pressa que lhes roubam a juventude. Quiçá, o tempo em que a goma de mascar se desgasta, fosse mais custo que o tempo que se perde com ela... Ora que tempo é este de bocas secas e gente turbinada lotando os banheiros? Cara, a tua cara foi a minha ontem: a tua hoje vai ser a de quem?

Das pedras nasce a pele

Gilvaldo Quinzeiro A felicidade está na pele, não no toque de um celular com a sua voz que nos gruda, e muito menos nos anéis que nos poupam os dedos. Porém, como tudo que se planta, arrancar a pele pelos outros que não se tocam é devastar no “aqui e agora” as felicidades que nem sequer brotaram! Então ame sua pele no lugar da minha, posto que, do contrário, como evitar que a sua seja costurada, enquanto a que tenho estar sendo arrancada? Cada planta em seu habitat, cada pele para ser feliz com o que nela se plantar! Mãos plantadas na pele, tal como as plantas fincadas na terra! Salve-se a pele de quem puder!

Que pinte outras cabeças!

Gilvaldo Quinzeiro A faca, a bailarina e o prato com a cabeça de João Batista: como não se afundar na existência que na obra de arte é a faca que nos devolve a cabeça perdida? Ora, quantas cabeças Picasso tinha quando as de Guernicas   foram perdidas? Peça a Freud para explicar por que os que querem a cabeça de Obama nunca se sentiram na de Picasso, e muito menos nas de Guernica!... Não seria a de um jumento a que nos causa mais inveja? Então pense no quão a de Picasso foi dura! E a sua, está tal e qual a de João Batista? Que pinte outras cabeças, todas como a de Picasso!

A vida, a boca e o beijo: a continuação das tragédias gregas?

Gilvaldo Quinzeiro A boca que devora é a mesma que afaga com um beijo? Veja só em que “boca se entra” ao mesmo tempo em que se acredita que é pela vida que se luta!... Como contestar os gregos no que a vida tem de trágico, ainda que para outrem seja cômico o ato desesperador de perder a vida? Como no amor não ser espartano, se não há como fazê-lo sem, no entanto ser voraz?   Ah, como tudo é espantosamente contraditório, tal como a cangalha que se assenta no burro para do burro se servir de assento! Quantos cavaleiros burros! Quantos burros cavalheiros! Ora, não deixando tudo como dito qual a importância de se saber a cor do fio dental, se aos olhos dos olhos que de   tudo devoram, só se ver como comida o que na boca entala? Ah, se no mesmo instante que beijássemos, lembrássemo-nos da boca que devora, quais das comidas queríamos ser dentre tantas que se estragam pela fome que nos apressa? Grego o mundo que levou veneno a boca de Sócrates, enquanto este se tornava a boca do mun

Os ovos das vespas

Gilvaldo Quinzeiro Verde os tempos em que as mangas maduras se estragam,   enquanto as crianças se tornam   vesgas de perseguir   os ratos que devoram seus biscoitos roxos -, amarelos, só os pais com medo de serem comidos pelos filhos!                                                

As coisas que dão tripas as coisas

Gilvaldo Quinzeiro As mãos trêmulas sobre a “coisa”, já não é coisa comum de se ver, não que as coisas estejam ao controle das mãos, pelo contrário, há mais mãos decepadas pelas coisas que mãos nas coisas arranhadas.     Ora, besta é quem pensa que, com as mãos sobre a coisa se adentra as tripas das coisas. Aliás, coisa alguma é assim, nem os que se estripam nas coisas que pensam!... Pensar é ridículo quando o dedo que aponta as coisas, não leva em conta as coisas de si -, isso sim conta muito a - escassez de mãos coincide com as avalanches das coisas que em nossas tripas não se digerem!

Pais pirâmides, filhos arquitetos de si

Gilvaldo Quinzeiro No tempo em que tudo no mundo se desaba, o pai que se ergue na condição de “pai” é irrefutavelmente digno de ser chamado de uma obra gigantesca tal como as pirâmides egípcias sempre “presente” na inexorável passagem dos tempos. Dito de outra forma, a engenharia da qual os pais são os pilares, não se dobra ante os estilos passageiros que nos arrancam os olhos de ver, mas, não nos sustentam, quando o que mais se precisa é da firmeza dos pés para não se perder a cabeça que se afrouxa com aquilo que só aos olhos alimentam!... Quiçá, a arquitetura do mundo atual não substitua os pais pelas luzes de neon que já são os olhos dos nossos filhos nas noites escuras sem os olhos atentos dos pais! Aos pais, a luz que só a experiência do tempo acende, e que na lida com os filhos nos garante a sobrevivência no escuro   em que tudo são pedras no pescoço! Aos filhos, o tempo todo para, depois dos tombos se tornarem arquitetos de si!

Mais um dia para se viver!...

Gilvaldo Quinzeiro Viver é aprender sempre que a vida é um pulo pro escuro fundo da gente, e que a cada tombo temos que nos levantar inteiros, ainda que passado algum tempo para nos refazer dos pedaços!... Quiçá, aquele que nos espera do outro lado do mar, depois que as tormentas nos afundaram o barco,   seja exatamente a parte de nós que não se conservou inteira, mas, para a nossa sorte é o pedaço que nos acena com gestos de boa vinda! Por isso temos que   ser os tecelões das partes que em nós   com o tempo se   rasga – antes remendado, a não se sentir inteiro, conquanto, em fino tecido!... Por fim, viva a vida todos os dias para ser vivo no dia que lhe resta!

O tempo do gozo

Gilvaldo Quinzeiro Ora, o gozo é da ordem da qual não se “palavrisa”, e muito menos é da natureza que a mão alcança, e assim sendo, ascende à condição do fantasmagórico! Então o tempo do gozo corresponde o gozo que nos escapa.

A propósito do corpo que fala...

Gilvaldo Quinzeiro Se for verdade que o corpo fala, então faça sempre silêncio para ouvir somente os olhos. Todavia, não grite quando os seus estiverem eloquente demais ante aqueles que lhe fazem silêncio!... Ora, mas isso não é tudo diante das mãos que podem cantar, nem da magia que pode brotar quando nem uma palavra for permitida!... Quer ouvir? Então faça silêncio!... O corpo sempre se expressará, especialmente quando todas as palavras forem desnecessárias!...

As coisas e seus fiapos

Gilvaldo Quinzeiro As palavras são como embiras, o amor é como o nó na ponta. Isto é, ambos são da natureza criativa, e assim sendo, pode ou não ser o gancho no qual também nos servirá para a própria forca. Quiçá, quando estivermos embirando o amor com os mais cegos dos nós que não nos faltem às palavras ainda que em fiapos para evitar uma despedida! Então   que tudo finalmente   seja bem entrançado, mas, escancaradamente aberto como a boca de um paneiro!...                                          

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Gilvaldo Quinzeiro O sol pode estar hibernando, afirma o resultado de uma pesquisa científica sobre o sol. Tese esta sustentada por conclusões de três pesquisas diferentes que observaram a baixa atividade da estrela. O problema, entretanto, é que nenhuma das pesquisas sabe realmente qual o impacto que este fenômeno terá sobre a terra, ou seja, vamos continuar no “escuro” que pode provocar no mínimo frio na barriga. Não é este o mesmo fenômeno claramente previsível pelos maias? Pois bem, que tal agora aludirmos sobre a “passagem da roda grande por dentro da pequena”? A propósito, eu escrevi um texto postado neste blog a respeito desta passagem. Ontem, para minha grata surpresa recebi e assisti um vídeo-documentário sobre a luta dos índios xukurú cujo título é: “A Roda Grande Passando por Dentro da Pequena”. Para quem quiser ler o texto e assistir o vídeio respectivamente: http://nodivadaspalavras.blogspot.com/2010/09/roda-grande-passando-pela-pequena.html; http://www.youtube

O primeiro de agosto foi de desgosto para muitos

Gilvaldo Quinzeiro Hoje Caxias “comemora” a sua adesão à Independência do Brasil, data esta que muitos confundem com a do aniversario da cidade que se deu no dia 05 de julho de 1836, portanto, 13 anos após Caxias reconhecer o fim do domínio português sobre o Brasil. Pois bem, o que ainda não foi dito pelos articulistas que hoje escreveram sobre o tema é que a não à adesão de Caxias à Independência do Brasil revela um lado da nossa história ainda presente, a saber, o conservadorismo da nossa elite política. Ou seja, assim como aquela constituída pelos ricos comerciantes portugueses que também exercia o poder política através da Câmara Municipal, e que para seus interesses, Caxias deveria continuar sob o domínio de Portugal, daí a sua resistência, a de hoje também trava uma luta para que a cidade não saia das mãos de quem hoje a controla, isto é, que não se torne “boa para todos”, o que significaria o fim dos seus privilégios de, entre outros, o de perpetuarem esta ou aquela dinastia n

Um pó para evitar na velhice o crescimento do nariz?

Gilvaldo Quinzeiro “Pra frente é que as malas batem”, diz um velho ditado popular, hoje em desuso, e pouco refletido no que tange ao seu significado. Não seria mais contemporâneo substituir este dito por: pra frente é que o nariz cresce, quando tudo mais em nós estiver diminuindo? De fato, na velhice temos ao menos algo a nos consolar: o aumento do “pau da venta”. Se Freud não tivesse sido muito apressado, a sua grande descoberta seria a de que pelo menos na velhice ninguém sofreria do “complexo de castração”, posto que de todas as genitálias, só o nariz está literalmente na cara e crescendo. E nestas condições ter tabu é o mesmo que sentir a “falta de ar!”... Em contra partida, porém, o velho ditado “não meta o nariz no que não é da sua conta”, teria que ser lavado mais a sério. Alias, é exatamente na velhice que a gente começa a dá conta de tudo. Em outro texto, já escrevi sobre o “deslocamento das genitálias”, se aquele bate com este que escrevo agora não sei, mas, c