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Mostrando postagens de janeiro, 2019

A geologia e a lama dos discursos. Os tempos urgem pressas e ações!

Por Gilvaldo Quinzeiro Em solo propenso às tragédias, os discursos se não acompanhados de ações concretas, não passam de lamas. Precisamos ao menos aprender com as nossas tragédias anunciadas – isso é o mínimo, diga-se. Há cerca de três anos atrás tivemos o rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais. E nada foi aprendido para evitar uma outra -a de Brumadinho, também em Minas Gerais! Esta coisa da política de “emburrar com a barriga”; de fazer vista grossa à uma fiscalização, que deveria ser rigorosa, é o que leva a repetição destas tragédias! A tragédia de Brumadinho, até agora com 99 mortos, destes, 57 corpos identificados, e 259 ainda desaparecidos - rompe os falsos amarradios     e revela o quanto de lama podre pode haver por trás daquilo que sustentam os interesses econômicos, bem como expõe a fragilidade das estruturas, que teoricamente serviriam para amparar ou evitar tais acontecimentos. Ver vacas, cães e homens se somando aos destroços levados por uma corre

A geologia e geopolítica. Afinal que bandeira nos unirá?

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo de geologia escorregadia, erosões e rachaduras gigantescas; marchas em massa de imigrantes a se descolocarem por sobre muros que, os que ainda não foram erguidos paralisam uma nação inteira;     tsunamis de fake news colocando em polvorosa outras massas   cujos discursos são tão cortante quanto faca, enfim,   neste contexto de tantas descosturas que Bandeira nos unirá? Sejam quais forem as repostas a questão acima, isso não muda o ‘cimento’ do nosso tempo:   o ódio! Esta é uma das chaves para a compreensão de muitos acontecimentos. O ódio tem inflado as pessoas, inflamado os discursos, incendiado as ruas e enchido os templos de flores – que absurdo! Não há ‘homens’ quando o ódio é a mesa onde todos jantam ou conversam! A decisão de Jean Wyllys, de não assumir o seu terceiro mandado como Deputado Federal por conta das ameaças de morte, em que pese todas as divergências no campo ideológico, ou no que quer que seja, não pode ser comemor

E aí meu peixe! Estás vivo ou morto em seu relacionamento?

Por Gilvaldo Quinzeiro O texto que escrevo agora não é só de natureza espinhosa, é também escamosa e de difícil degustação: relacionamentos!   A “isca”, a sugestão, me foi dada por uma amiga preocupada com a onda de feminicídio. Eu, despois de muito relutar, como peixe mordi a isca.   Mas não vou me atrever a falar deste assunto (o feminicídio), porque este reside em água mais profundas e escuras. Vou apenas me ater a pescar na superfície destas águas. Ei-lo. Primeiro. Os relacionamentos mal atados, não só se constituem os mais pesados como também aqueles nos quais perdemos mais tempos enrolados, e as vezes asfixiados pela sua natureza puída. E tudo começa com um simples: “caiu na rede, é peixe”! Segundo. A questão é exatamente o que fazer com o “peixe pescado”? Muitos sem se darem conta de que a mesma a rede, na qual, “o peixe caiu”, é a mesma que também lhe fisgou (o orgulho, a vaidade, o narcisismo), preferem colocá-lo no aquário como troféu a ser exibido aos amig

Repensando os passos e os fantasmas da civilização

Por Gilvaldo Quinzeiro Vivemos quase que exclusivamente fazendo um gigantesco esforço para retornar aos instantes passados; especialmente aqueles em que nos fincamos na ilusória condição de ‘devorador’. Um desses instantes é o da primeira mamada – é aqui que renunciamos até os primeiros passos para nunca descer da árvore- mãe! Este instante de uma forma ou de outra permanece em cada um de nós.   Engana-se, pois, quem pensar que o que mais nos atrai sejam os estágios posteriores, como o dos primeiros passos em relação ao engatinhar; o da civilização em relação à barbárie. Sigmund Freud (1856-1939), foi um dos primeiros a fincar os pés nesta questão. De um certo modo, a saga humana não passa de uma compulsão ao retorno. Considerar que passamos mais tempos presos às cavernas, do que hoje à chamada modernidade, não nos deixa dúvida para onde estamos caminhados(?).   Os gastos na corrida armamentista, não obstante, partindo do que é mais avançado no campo da pesquisa cient

SÉRIE AMOR E DEGUSTAÇÃO

Tempo, sabedoria e elegância Por Gilvaldo Quinzeiro Diga-me não o que procuras, mas por que caminhos chegaste até aqui que eu te direi o que exatamente te moveste. É inteligente duvidar que não foi exclusivamente por você ou por mim! Um novo amor pode não só ocultar a face do ódio pelo(a) ‘ex’, como revelar as outras – é isso o que as vezes nos leva a ouvir – eu te amo! Assim como não pensamos na água enquanto mistura do café quando o degustamos, também não nos costumamos a pensar no quanto há de ódio no ‘acorrentamento da pessoa amada’ sob alegação de proteção. Amar pode ser tão perigoso, se desconhecermos a rapidez com que o esfriamos, assim como o café. O ódio e o amor são tão agregadores um do outro, quanto o fundo de uma xícara.   A maneira de como se degusta é o que faz a diferença. A recomendação é: não se queime e nem se congele! Seja paciente, e dê o tempo certo para a degustação! Sentiu o sabor indigesto – não repita, e saia discretamente e com

SÉRIE SOBRE O MAR

As nossas ondas de vaidades Por Gilvaldo Quinzeiro Em tempo de pouca ‘terra firme’, e de tantos barcos à deriva, não se afogue nas palavras do outro; nem se enforque com as suas ou as use como pedra em atiradeira – todos estamos em carne vivas, incluindo os nossos melhores amigos! Este é o tempo da genuína falta de escuta! De uma hora para outra todos nós nos tornamos em ‘pregadores’; em apontadores de caminhos, mas não há ninguém capaz de fazer um simples gesto de solidariedade sem que este se transforme em ‘estrondos midiáticos’ – um tsunami de vaidade! Tudo é feito para aparecer! Por isso estamos todos nus, com a bunda de fora, diga-se, ao mesmo tempo que trovejamos em nome da moralidade!     De repente tudo se transformou em traiçoeiras ondas. Há quem diga que uma simples selfie “esteja matando mais gente do que por ataques de tubarões”. Não culpemos as praias ou as cascas de bananas...

Série Universo

Por Gilvaldo Quinzeiro O universo é interior.   Como não há nada fora, o universo engole a si mesmo, isso inclui como cardápio as estrelas, e, o mais indigesto de todos: a nossa arrogância! Por isso, no jantar de logo mais sejamos ao menos silencioso, e se possível gratos por não estarmos fora do universo! “O lá fora” existe e é devorador:   você sem o mínimo de si!

Café por si mesmo em tempestades

Por Gilvaldo Quinzeiro A coisa mais difícil, porém, paradoxalmente, a única coisa que podemos humanamente fazer, é estar diante de nós mesmos! Muitos não chegam nem a cogitar a se veem sem o sabor adocicado dos açúcares, e erguem de si estátuas doces! Uma pena, porém, saber que nenhum gesto nosso evitará as chuvas e as tempestades! Viva o bule sentado confortavelmente em chamas   de acampamentos improvisados!

Café quente de sabedoria

Por Gilvaldo Quinzeiro Em tempo onde a língua queima as cores de todas as estações, uma xícara de sabedoria vale mais do que a fé ostentada com o grosso objetivo de tornar o café branco. Ora meus primos, ‘irmãos’ só para quem têm honraria destacado na lapela, na terra onde deus é usado como o porrete da política – é inteligente no mínimo se economizar o fôlego e as salivas; as palavras e as energias, mas sem perder de vista os horizontes!   Mantenhamos os ouvidos atentos ao cantar do galo e os olhares voltados para a nascente, pois é daqui que o Sol ainda nascerá todos dias!

Café com a arte do olhar

Por Gilvaldo Quinzeiro Nenhuma arte se veste de si mesma, senão quando à luz dos olhos do outro se despe.   O dito aqui poderia ser resumido assim:       quando mais envergonhados os olhos, mais nus, contudo, isso não significa dizer que arte pelos olhos se excita. O olhar quando não domado, este nos escapole, e passa ocupar às vezes até lugar das genitálias – o gozo, portanto, é de natureza duvidosa! A arte de amar – ah esta é da ordem em que os olhos também costumam se enganar!   -,     exige apurada técnica, domínio de conceitos e da respiração.

Pois é com café

Por Gilvaldo Quinzeiro As vezes o que nos prende a uma coisa, não é a coisa em si, mas apenas a ideia que fazemos desta - muitas prisões, vícios, cavernas e fantasmas residem e resistem nisso! Assim são os botões, os pregos, os lençóis... e os perfumes! Ora nos fazemos de gente, ora nos fazemos de trouxas.   Juntar tudo isso à mesa para tomar o café da manhã é impossível – há muito de nós adormecido!

Café puro reflexão

Por Gilvaldo Quinzeiro Pelas vias das dúvidas, e não há vias sem dúvidas, use um fio de cabelo,   uma colher, uma mancha de um pingo de café, como marcador de texto, mas dê um passo   até o fundo do quintal para ver com que as galinhas estão se espantando – eu suponho que não lhe será uma perda de tempo – ademais o livro a ser lido é o mundo! E o mundo hoje, uma nervura só, pode ser travado ou despertado por um simples espirro! Em outras épocas, o caboclo não lançava uma semente sequer ao solo sem antes pregar os olhos às nuvens. E quando as galinhas destoavam no galinheiro, nada ficava sem o alcance de uma interpretação. Eu não digo em relação à política, mas os céus passarão por profundas mudanças. Se compreendêssemos a força criadora de um simples olhar, renunciaríamos tudo aquilo no que o dinheiro nos deu ‘razão’ para nos transformar – até mesmo em elegantes esculturas – mas todas mudas e cegas de si mesmas! Um bom   Ano Novo a todos!