Postagens

Mostrando postagens de 2022

Oxente! Os diabos dos “homens de bem” voltam atacar em Brasília

  Por Gilvaldo Quinzeiro   Ontem, 24 de dezembro, véspera de Natal, em Brasília, a mística capital do Brasil, um lobo, disfarçado de cordeiro, como muitos que andam à espreita por aí a uivar em frente aos quarteis, por muito pouco não provocou uma das maiores tragédias na história do Brasil manchando de sangue e dor as festas natalinas de inocentes ao plantar um explosivo num caminhão tanque, que transportava querosene para os aviões   nas proximidades do aeroporto internacional Juscelino Kubistchek. Por muita sorte e habilidade da polícia, os explosivos foram desarmados e o suspeito preso com uma enorme quantidade de armas e munições! Ufa! Escapamos por muito pouco de um violento atentado!     O suspeito, um empresário paraense, e declaradamente ‘patriota de frente dos quarteis’     viajou a Brasília, possivelmente acompanhado de outros, com a clara intenção de provocar uma tragédia! Como isso se chama? Terrorismo! Ódio! O mal disfarçado de bem!   O episódio de ontem s

O terror em Brasília e a mão da direita e dos homens de bem: amém?

  Por Gilvaldo Quinzeiro Na segunda—feira, 12, à noite em Brasília, data da diplomação do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva, os ‘cidadãos de bem’, ‘os defensores da família’, aqueles que como crianças mimadas não sabem perder, acenderam a fogueira do caos colocando em risco a segurança até dos seus ‘bonitos filhos’ – um vômito em plena mesa de jantar!   Carros e ônibus incendiados; botijão de gás espalhados pelas vias públicas -   o terror feito por mãos e mentes de quem acredita estar ao lado direito de Deus! Meu Deus? Não!   O deles mesmo – furioso e sanguinário!     É a extrema direita brasileira com ramificação internacional a levar o terror ao Brasil! Na semana passada, na Alemanha, 3 mil policiais foram à caça de extremistas, que tentariam derrubar o governo alemão – alguns dos envolvidos foram recebidos com pompa pelo atual presidente Jair Bolsonaro!   E daí? Tantos os extremistas de direita de lá como os de cá vivem em realidades paralelas: mundos nascidos d

Sobre a seleção brasileira o lance é o seguinte: perdemos?

Por Gilvaldo Quinzeiro  Na terra que já foi chamada de a " pátria de chuteira", o futebol também se transformou numa espécie de fanática seita com seus salvadores , aproveitadores e delírios - razão pela qual se esperou tanto pelo hexa , sem que de fato tenhamos feitos por merecer! Não estou condenando "o bife recheado a ouro" que os nossos jogadores comeram, nem das suas chuteiras personalizadas e muito menos das suas dancinhas. Eu  estou me referindo a nossa fé em "sabugos"!  Sim, meus amigos do futebol clube, o hexa se tornou uma espécie de a nossa terra prometida! Pelos menos  no campo da publicidade ( das falsas  profecias) conquistamos! Há hoje no Brasil uma fé tóxica tomando conta de todos os nossos tecidos sociais, e que no futebol está inflando a nossa bola, assim como aquela (fé) que infla os músculos dos que agora se seguram nos muros dos quartéis!   Nada a comemorar? Perdemos? Daqui pra frente serão 4 longos anos de espera! Até lá quem serão os

Bolsonaristas em pânico? Uma reflexão sob a ótica freudiana

Por Gilvaldo Quinzeiro A Deputada Federal Carla Zambelli (PL-SP) num vídeo em que pede para “os generais salvarem nossas almas” (a alma dela e as dos bolsonaristas), embora esta frase possa ter passada desapercebida para muitos, porém, ela será usada por nós como ponto de partida e atenção da nossa análise, a saber, o ‘salvador’ não é mais Jair Messias Bolsonaro.   Pelo contrário, Jair murchou a bola, e já não mais faz parte do jogo. Isso reforça a tese de que os bolsonaristas não só perderam o seu eixo, isto é, o seu ponto de aglutinação e de equilíbrio, como estão à procura do que se agarrar:   nos muros dos quarteis! Em outras palavras, órfãos do seu líder, e é bom que se diga órfãos também das profecias, que anunciaram a vitória de Jair Bolsonaro, agora, como não poderia ser diferente, os bolsonaristas estão em pânico, logo, o que se ver são ações destrambelhadas para salvar-se quem puder!   Isso sem falar que foram derrotados tanto no primeiro, quanto no segundo turno das el

Há entre nós quem ainda seja um de nós? Uma reflexão sobre as atitudes dos golpistas brasileiros

  Por Gilvaldo Quinzeiro Quando os Estados que se orgulham de serem os maiores produtores agrícolas do Brasil, a exemplo de Mato Grosso, e que por isso se acham no direito de bloquear as rodovias federais impedindo de chegar aos seus destinos entre outras coisas, comida, significa dar aos outros Estados o mesmo tratamento dispensado aos ‘porcos’. Ou seja, o orgulhoso aqui é também padrinho das mais sujas atitudes! Este é o Brasil que não tem nenhum pingo de vergonha de se colocar na pele dos que sempre esfolam! Mas não é só comida que está sendo impedida de chegar ao seu destino pelos atos golpistas: gente a caminho dos hospitais para receber um transplante de órgão ou submeter a um procedimento cirúrgico!   Um golpista disse a um pai que implorava para seguir viagem rumo ao hospital em que faria uma cirurgia no olho do seu filho: “que ele cegue”! Qual é o “bem” defendido por esta gente? Que Deus se colocaria disposto a ouvir suas preces? Que preces?   Como defender a família q

Quando a fé não auxilia a si mesma, serve-se dos muros e da espada

Gilvaldo Quinzeiro   Em 1453, na queda de Constantinopla, não obstante, a fervorosa fé invocada tanto pelos que estavam do lado de dentro dos muros (os bizantinos – cristãos) quanto por aqueles que se encontravam do lado de fora (os otomanos - muçulmanos) não evitou, contudo, o massacre de milhares de pessoas -, piedade aqui foi a primeira coisa a desaparecer – junto com as cabeças! Do lado bizantino o imperador Constantino XI; do lado otomano, Maomé II. Em comum entre ambos não só os muros, que lhes separavam, como também as profecias. O que isso tem a ver com o Brasil de hoje? Nada! – pelo menos até agora! Mas depois do dia 30 de outubro pra cá, ou seja, depois de que o resultados das eleições presidenciais não atendeu ao fervor da fé de muitos, já nos sobram motivos para saber de que lado estamos dos muros. Há vergonhosos muros sendo erguidos e que já nos separam. Há inclusive os ‘muros das lamentações’, mas piedade que é bom, nada!   Hoje, no Brasil pós-eleições, ‘fervo

Em que pese o emagrecimento de muitos a eleição presidencial teve um vencedor: Luís Inácio Lula da Silva

Por Gilvaldo Quinzeiro   Em que pese o clamor, os chiliques os jejuns, as orações, as ameaças armadas dos patrões, ‘’as blitz da PRF”, as eleições presidenciais do Brasil realizadas no dia 30 de outubro foram decididas e pela vontade da maioria do povo brasileiro. Ou seja, o Presidente eleito foi Luís Inácio Lula da Silva – com 60,3 milhões de votos – ponto final! Não reconhecer a derrota é se colocar despido da grandeza de que se vestem os verdadeiros homens, expondo, por conseguinte, a inveja recalcada (coisa infantil no sentido psicanalítico) daqueles que têm ‘aquilo’ avantajado em que pese o uso da Bandeira Nacional!   Em outras palavras, o raivoso conservadorismo do Brasil de hoje, é arvore, que cresceu no fértil asfalto das suas distorções, logo, suas raízes matam tudo em que se fincam. Trata-se, pois, dos mesmos pés que em nosso passado escravagista se sustentavam sobre o corpo ensanguentado dos escravos. Fazer dos quarteis um ‘novo muro das lamentações’ implorando pel

O bolsonarismo e o medo de barata

  Por Gilvaldo Quinzeiro   O medo para ser medo precisa de um objeto que justifique o medo, mesmo que este objeto seja um cabo de vassoura. Simples assim? Não! De jeito algum! Há mares e males dentro de nós que, sem estes, o cabo da vassoura não nos pareceria tão devorador. Assim como uma pequena e inofensiva barata se agiganta naquilo em que nosso medo transborda! As pessoas que estão indo para as ruas em alvoroço pedindo intervenção militar padecem desse medo! Ou seja, não adianta lhes explicar que a barata é inofensiva ou que o cabo de vassoura permanece quietinho em algum canto da casa. Ora, este tipo de medo ou de situação, é o que Freud chamaria de um medo castrador, logo, este medo, nos faz regredir aos primórdios da infância, onde a figura do pai é vista e ouvida como ambivalente, ou seja, ora como aquele que é portador do castigo, ora como aquele que é o protetor. Lembra-se do discurso de ontem, terça-feira, do presidente Bolsonaro? O que afinal ele disse? Para que

Viva as mãos que fizeram o parto de um novo Brasil

Por Gilvaldo Quinzeiro   O Brasil, que renasceu das urnas eleitorais, no segundo turno, domingo, 30 de outubro, sim, tem um dedo a menos!   Fruto dos sangrentos engenhos que já amputaram tantos braços e pernas! Por isso, como não poderia ser diferente, no meio de tantas indiferenças, seu parto, diga-se passagem muito sofrido, foi feito por escancaradas mãos nordestinas – as mãos das nossas misturas; as mãos das nossas raízes; as mãos das nossas benzedeiras; as mãos da nossa gente mais humilde, mãos que não negam uma xicara de café – por quais outras mãos este parto poderia ter sido feito?   Eis a mais perfeita das rodas de capoeiras! Eis a mais belas das cirandas! Somente para quem arrogantemente não gosta de se misturar; somente para quem arrogantemente ostenta as suas frágeis e falsas aparências em orações nas redes sociais; somente para quem arrogantemente se sente e se senta acima dos outros, o dia de hoje não é de poética alegria! Mas... é assim     mesmo, a casa-grande

Quem venceu o debate de ontem na Globo? Quem teve cérebro!

Por Gilvaldo Quinzeiro   A respeito   último debate presidencial de ontem na TV Globo. Vimos que o cérebro quando acuado, desce aos pés, e como este não se adapta ao chão, os pés por sua vez, num movimento que nos lembra os da ameba, sobem a cabeça. E qual o resultado disso?   Bolsonaro em claro momento de tontura e apagão, e que por muito pouco não caiu ao chão! Uma espécie de “ jogar atoalha” diante dos resultados do primeiro turno e das recentes pesquisas eleitorais para o segundo turno:   nem a ‘pesca’ (captada de propósito pelas câmaras) na mão o ajudou a obter qualquer alivio!     Parabéns aos assessores da campanha de Lula, que corrigiram a tempo a postura do seu candidato: Lula soube se posicionar no debate ao não servir de referência visual para Bolsonaro; soube controlar o fôlego e as mãos diante dos ataques do seu adversário; não entrou na provocação (última arma de Bolsonaro em desespero!), e soube, como um bom guerreiro espartano golpear Bolsonaro. Aquele discurso

Da série antropocrise (II)

A crise dos altares: o agravamento do ‘cisma católico’ em tempos eleitorais? Por Gilvaldo Quinzeiro Missas interrompidas por “ católicos”; padres e bispos sendo vaiados por “católicos” diante de gritos furiosos como “eu sou a igreja”! Igreja?   Que igreja é essa que se lança contra a própria igreja?   Afinal o que está acontecendo com o maior país católico do mundo? A quem interessa o esfacelamento da igreja católica? Os católicos estão se dando conta das ciladas em que estão caindo jogando uns contra os outros?   O vídeo em que o Deputado Estadual Frederico D’avilla (PL/SP ) aparece discursando “metendo o pau” na CNBB e no próprio Papa – pilares da igreja católica -   é um alerta claro para uma guerra que está em curso, e que terá como alvo os católicos. Ou seja, aos que temem o fechamento das igrejas têm que compreender que tal fechamento está se dando não através de decretos presidenciais, mas por atitudes de intolerâncias dos próprios religiosos. De onde vem a perseguição

DA SÉRIE A ANTROPOCRISE (I)

  “Deus”, os cabos eleitorais destas eleições, e a vara com que se mede as coisas Por Gilvaldo Quinzeiro Em que pese as preces e a pressa para que nos elevemos aos céus, nunca tivemos em tempos tão rasteiros a nos assemelhar não aos deuses, mas aos calangos. Por que será isso? -   Como nos diria Protágoras de Abdera, “o homem continua sendo a medida de todas; das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”.  Em outras palavras é da natureza humana querer medir todas as coisas com o tamanho da sua língua ou encontrar na estranha realidade, que nos abocanha as faces que sejam semelhantes às nossas. Mas quando a face humana é o que mais nos assombra como medir o tamanho do nosso medo? Ora, o que estamos vendo neste “Brasil acima de todos e de Deus acima tudo” senão o emagrecimento da fé e da espiritualidade. Por que? – Porque a medida de todas  as coisas continua sendo o mesquinho interesse dos homens! Observe, por exemplo, como as pregações nos templos de hoje

A antropologia do voto e a importância de ser nordestino!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se de fato somos capazes de perceber “o barro “ do qual são erigidos hoje os edifícios da nossa subjetividade, então, haveremos     facilmente de identificar a presença nociva do poder que emana dos “coronéis da fé” na formação mental daqueles que, em tempos coloniais se chamariam de “moleques de recados”.     É a partir daqui que devemos refletir o significado da importância do voto dos eleitores nordestinos em Lula no primeiro turno das eleições presidenciais – sim, fomos desobedientes!     É a partir daqui devemos ter orgulho da cor do nosso voto e de sermos nordestinos! Sim, os nordestinos não só conseguiram dar a vitória ao candidato Lula no primeiro turno, mas para além disso passaram por cima das “ordens” de gente muito poderosa!   Sim, os nordestinos contrariaram as ordens dos coronéis da fé; desafiaram os senhores da soja; não se intimidaram com as ameaças, inclusive daqueles que ostensivamente portavam armas, e nem com os achincalhamentos dos

Rascunho sobre os tempos difíceis em fáceis templos lotados

  Por Gilvaldo Quinzeiro A fé que se escora na mão de um torturador para, em tempo de visíveis dificuldades, se colocar como a única salvação para uma multidão de desesperado, é a lama, que “lambrega” e escorrega as nossas almas do sagrado sentido de se ter uma fé! Não é o que estamos vendo nos últimos tempos no Brasil em especial nestas eleições de 2022? A fé  se que mede pela quantidade de templos erguidos é duvidosa quando a “água, que pode se transformar em vinho”, vazar pelo teto abaixo testando dos seus líderes conhecimento em alquimia! Que engenhos do tempo não colocaram em prova a fé dos povos em diferentes períodos? Afinal qual o lugar da fé senão no interior de cada um? Imagine o povo judeus a depender templo de Salomão destruído há milhares de anos, e ainda hoje não reconstruído!  É confortável esperar a chegada do Messias dos portões luxuosos dos templos ou do trocar de carros e mansões todo final de ano, o difícil mesmo é peregrinar nas difíceis travessias rumo ao espiritu

Um brasileiro na Argentina e um gol da nossa seleção de ódio

Por Gilvaldo Quinzeiro Fernando André Sabag Montiel, 35 anos, brasileiro, preso por tentativa de assassinato a vice-presidente da Argentina,   Cristina Kirchner, parece ser destes muitos   brasileiros,   que nunca deixaram   de ser “vira-lata “, mas fazem questão de posar   espalhafatosamente de pitbull   - seres humanos com seus complexos superioridades forjados no território das redes sociais. Cristina Kirchner escapou ilesa graça a falha da arma usada pelo atirador. As autoridades argentinas atribuem o ocorrido ao “discurso de ódio “. O Brasil, infelizmente se tornou um solo fértil para o discurso do ódio. Pelas mãos de   Fernando André Sabag Montiel, a seleção brasileira do ódio fez seu primeiro “gol" em campo alheio. Amém?        

A violência, a laranja política e o lado já podre da sociedade

Por Gilvaldo Quinzeiro A ‘civilização’ é uma mera maquiagem, que esconde por algum tempo a face monstruosa de uma sociedade. Quando aquela cai, é porque as vísceras dos homens já atropelam os pés dos transeuntes pelas ruas. Todas as civilizações ruíram assim: sem nós e sem costuras para estancar suas feridas intestinais. E por que com a ‘civilização brasileira’ será diferente? A leitura de Totem e Tabu, Sigmund Freud, em nossos dias é mais do que necessária para compreendermos     que todo o processo civilizatório nasceu em “lençóis sangrentos”, para, depois se instalar um sentimento de culpa – pai/mãe de toda a nossa religiosidade ou de toda nossa ‘santa neurose’.   Assim, não há, pois, como negar que somos todos lobos disfarçados em pele de cordeiro! Amém? A violência política, diga-se a fanática e brutal intolerância, ocorrida no último final de semana, em Foz do Iguaçu, quando o policial, cristão e bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, invadiu uma festa de aniversário

A xícara política e o meu café com psicanálise

Por Gilvaldo Quinzeiro   A Política como tudo que há no mundo é tal qual uma xícara, isto é, tem dois lados. Nisso não reside nenhum problema! A questão é quando o lado de dentro ou lado de fora decide ser uma outra coisa – aí o bicho mostra a sua cara feia – a ‘asa’ da xícara que até então se comportara como dela se espera, resolve para espanto de todos fazer voo solo! Um estardalhaço, digamos assim! É neste estardalhaço em que a xicara por decisão da sua ‘asa’ em voo tortuoso ameaça cair e servir de trempe em que se ferve o café que estamos tendo que lutar em vão contra o aparecimento brutal da nossa outra face – o lado de dentro que nunca foi convidado a participar de banquete algum! E quando isso ocorre é porque o cardápio a ser servido no próximo banquete poderá ser recheado de ‘cabeça dos nossos inimigos’, entre estas, a nossa! O dito acima é uma introdução ‘psicanalítica’ ao obscuro cenário que já precede às eleições presidenciais no Brasil. Obscuro não considerando a

As fomes e os pratos de narrativas

Por Gilvaldo Quinzeiro   O mundo é um banquete de falsas narrativas! Por isso temos fome de tudo.   Na guerra da Ucrânia, por exemplo, há sopas e arapucas oferecidas de presentes aos incautos – muitos com a fome de justiça ou sentimento de heroísmo – outros com a fome do nada fazer. E ao chegar no campo de batalha se dão conta tardiamente de que as chuvas que ora caem por lá não fazem nascer prato de comida algum: só corpos apodrecendo em covas rasas! Brasileiros, britânicos, franceses, marroquinos e outros tantos de nacionalidades diversas, a maioria jovens, foram iscas ou sobejos de comida     em banquetes de gente grande! Muitos jamais poderão sentir outro tipo de fome, incluindo a fome de viver, pois ficaram em solo frio plantados! Culpa de quem? No Brasil, a fome de 33 milhões de brasileiros se analisada apenas do ponto de vista de mera estatística, é prato frio, como o frio da nossa bruta indiferença! Mas essa é a fome de um país assentado nas sombras das suas cavernas, t

Recado aos bichos, primo

    Por Gilvaldo Quinzeiro    A violência é  essa nossa velha mão de matar muriçoca. Hoje  qualquer grilo nos faz despejar toda a munição de uma pistola automática!  Perdemos, enfim, o senso do sossego sem que nos certifiquemos de que a  casa do vizinho estar sendo consumida em chamas.   O efeito disso, entretanto, não poderia ser outro, a solidão das bonecas é quebrante,    mesmo quando nos casamos com estas, pois   padecem da nossa péssima  companhia!

O mundo a caminho da Terceira Guerra Mundial

Por Gilvaldo Quinzeiro Os marcianos ou outros seres em algumas galáxias que nos perdoem o adiamento do nosso tão sonhado encontro, mas por aqui, a velha humanidade, que nunca deixou de cuspir no próprio prato, hoje, para o real assombro de todos, desperta o seu antigo instinto de comer carne crua (a sua!). E     se os odores da guerra na Ucrânia, hoje, no seu 66º dia, continuarem a se espalhar com a mesma rapidez com que a nossa imbecilidade     formata o nosso imaginário, então, em menos dias do que se espera, somente poucos insetos terão conseguido a graça de ver o sol nascer neste planeta tão chafurdado pelas mazelas humanas! Pelo andar da nossa marcha, não haverá tempo para qualquer tentativa de ‘resgate’ por quaisquer naves alienígenas! A Terceira Guerra Mundial, portanto, é hoje, mais do que nunca uma possibilidade de vermos o último “ homem a ser enforcado com suas próprias tripas”! A fábrica de Azovstal, com 10 km2 de extensão, em Mariupol, reduto de uma desesperada r

O Brasil com suas chagas abertas diante de um novo ciclo constitucional?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O caso em que o Presidente Bolsonaro concedeu indulto ou tecnicamente – Graça -   ao Deputado Federal Daniel Silveira, logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) tê-lo condenado a 8 anos e 9 meses de prisão, em que pese os mais embasados argumentos jurídicos contrário ou a favor, revela um país já em carne viva marchando em passos acelerados para o pior dos cenários -   um Brasil sem a proteção da ‘pele institucional’.   O que está em curso no Brasil, portanto, não é de hoje, e nem se limita aos embates da disputa eleitoral do ano de 2022.   A questão é bem mais complexa. Se olharmos a História do Brasil constataremos que vivemos de ‘ciclos constitucionais’.   E um ciclo constitucional deve ser entendido pelo período em que as normas civilizatórias sejam respeitadas pelo conjunto da sociedade. Em outras palavras, – o Brasil defendido bravamente por Ulysses Guimarães (1916-1992) e da vigência da Constituição por ele tão bem conduzida, a de 1988 – acabou(

Três considerações sobre o sujeito na guerra da Ucrânia

Por Gilvaldo Quinzeiro   Que guerra nos fere mais? A guerra midiática na qual plantamos a nossa autoimagem alimentada todos os dias com o desejo de que sejamos invejados pelo outro ou a bruta guerra onde fincamos os nossos pés esquecidos? Seja em que guerra for, estaremos espedaçados! Ora o dito acima não é só uma provocação, como também uma introdução à consideração da constituição do sujeito em tempo de guerra como a que ocorre na Ucrânia, hoje no seu 57º dia, e numa escalada cada vez mais crescente.   Mas o que essa guerra da Ucrânia tem de diferente das outras guerras? Primeiro.   A guerra da Ucrânia tem nos revelados ‘pedagogicamente’ entre outras coisas que o sujeito está fincado em ‘bolhas’, logo, o inquilino destas bolhas, o sujeito, é uma espécie de produto do sopro dos outros. A bolha do conforto. A bolha do consumo. A bolha da prosperidade. Eis a trempe, que nos faz esquecer que nossos pés estão fincados em alguma realidade – quaisquer que sejam essas realidades, o

A guerra na Ucrânia é o ovo gôro da civilização

Por Gilvaldo Quinzeiro A guerra na Ucrânia, hoje, no seu 44º dia, não é uma guerra que nos faz pior ou melhor do que dos nossos antepassados, quando, por exemplo, estes viviam do     assombro pelo fogo, para, em seguida, passarem a fazer guerra pelo seu controle. Hoje, numa Europa na iminência de ficar às “escuras” pela possível falta de gás – constatamos que escuridão maior poderá abater toda a humanidade não só pelos atos de crueldades como os do massacre de Bucha (que coisa horrível!),   como também pelos atos também insanos daqueles que, em resposta aos invasores da Ucrânia, os russos, querem privar o mundo de ler os belos clássicos de   Dostoiévski; dos encantos do balé Bolshoi; dos feitos espaciais de Yuri Gagarin ou até mesmo, pasme, de degustar o   estrogonofe ou a vodka!   Quem de pior faz a si mesmo em que pese a intenção de corrigir ou de reprimir o outro? Que sinais são estes que nos apontam para um mundo sem a noção do ridículo? Que tipo de paz nos é oferecida? Ora

O homem, as circunstancias e o barro. Uma análise para além da geopolítica

Por Gilvaldo Quinzeiro Na introdução do seu livro “6 Tipos psicológicos”, C. G. Jung fala o seguinte: “quando observamos o desenrolar de uma vida humana, vemos que o destino de alguns é mais determinado pelos objetos de seu interesse e o de outros pelo seu interior, pelo subjetivo. E, com como todos nós tendemos mais para este ou aquele lado, estamos naturalmente inclinados a entender tudo sob ótica de nosso próprio tipo”. Partindo dessa premissa, eu acrescento que o homem só é homem até as circunstancias precisar dele. Daqui para frente este será apenas “o barro” nas mãos dos que sopram o seu destino! Foi assim no passado para Alexandre, O Grande, Júlio Cesar, Napoleão Bonaparte, Adolfo Hitler assim como está sendo hoje para Vladimir Putin. Talvez por isso muitos prefiram o conforto de evitar os sacolejos das circunstancias para concordar facilmente com a opinião daqueles que nunca pegam no pote, mas apenas ostentam a ‘rudia’! O dito acima é uma introdução a respeito do lado ‘

Em tempos de guerras, uma carta a Sigmund Freud

Por Gilvaldo Quinzeiro Meu caro Sigmund Freud, a medida em que a guerra entre Rússia e Ucrânia avança, hoje é o 11º dia, nos afloram os instintos mais animalescos. Os mais obscuros e os mais pervertidos sentimentos ficam nus. Nestas condições, entretanto, não há como manter o controle dos esfíncteres – e com toda as desculpas que devemos pedir aos sapos -   estamos de cócoras com estes!   As recentes declarações compartilhadas em áudio entre “amigos” pelo Deputado Estadual Arthur Duval (Podemos-SP) a respeito das mulheres ucranianas -   em fuga para longe dos horrores da guerra – revelam, entre outras coisas, porque a humanidade chegou às condições pantanosas.   Sim, meu caro Sigmund Freud, os filhos das nossas elites – meninos criados nas tetas fartas do sistema - querem a todo custo se divertir com a vida dura dos outros. Mas o máximo que conseguem é ostentar “aquilo” tão pequeno! Ora, é fácil ostentar a massa muscular numa situação em que a fragilidade das “canelas” do out

O lado racional numa guerra é o cavalo

Por Gilvaldo Quinzeiro   1 – Sem os cavalos, antes selvagens, ‘a civilização’, se é que algum dia nos civilizamos, teria nos chegado mais tardiamente – em passos que talvez a nenhum lugar teríamos chegado ou sem força suficiente para conseguirmos curvar as tribos. 2 -    Mas para o cavalo servir de montaria aos homens; mas para o cavalo ceder os lombos aos homens, foi preciso lhe abrir sangue com as esporas; lhe fazer sair fogo pelas narinas e lhe fazer curvar – um quase se ajoelhar -   aos sotaques enlouquecidos dos chicotes.     3 – O dito aqui não é nenhuma justificativa para se usar da crueldade em quaisquer que sejam as cruzadas ou as justas guerras santas. 4 – Mas apenas para dizer a respeito do bruto cavalo que somos e de que quão  grande selvageria se oculta nos belos traçados de qualquer arte humana. 5 – O menos bruto aqui seria o próprio cavalo.   6 – Todavia, O cavalo teria melhor nos civilizados?   Essa é uma pergunta difícil de responder. Mas para efeit

Ucrânia: um rasgo na última peça que nos vestia, primo!

Por Gilvaldo Quinzeiro De ontem para hoje, o mundo perdeu “o cós da calça”. Não há, pois, como esconder que tudo de repente ficou com a bunda de fora! O dito aqui parece gaiatice, mas não é! Trata-se das costuras geopolíticas para as quais cada pedaço de terra é visto apenas como um tampão ou remendo – na perigosa arte de tecer o processo civilizatório. A questão da Ucrânia, é, por assim dizer, um rasgo no velho tecido da ordem mundial que, agora, “estraga” a festa da falsa paz dos interesses belicistas. Ou seja, tudo ia bem demais da conta para quem não tece outra coisa senão o infortúnio, a beligerância e a guerra.   Já vimos essa história no passado? – Claro que sim! Não quero aqui jogar confete em ninguém, pois neste baile não há santo por trás das suas máscaras.   Mas, enfim, perdemos não só os tecidos, que nos vestiam como também a capacidade de produzir fantasia. Em outras palavras, viveremos em tempos duros demais! O preço do gás, que já nos fazia pensar na lenha, ago

Que ódio é este meus caros “cidadãos do bem”?

Por Gilvaldo Quinzeiro Onde estava o ódio, que hoje nos faz encharcado de tanta intolerância? É claro que o ódio é um velho inquilino da nossa alma, assim como aquilo que convencionamos chamar de amor. Tratando a respeito dos horrores da guerra, em resposta a Albert Einstein, Sigmund Freud disse o seguinte: “Como o senhor vê, isto não é senão uma formulação teórica da universalmente conhecida oposição entre amor e ódio, que talvez possa ter alguma relação básica com a polaridade entre atração e repulsão, que desempenha um papel na sua área de conhecimentos. Entretanto, não devemos ser demasiado apressados em introduzir juízos éticos de bem e de mal”. Concordamos com a resposta de Sigmund Freud, e faremos desta, a nossa trilha neste esforço de pensar a realidade brasileira. A realidade brasileira que, a despeito de tanta gente de “fé e do bem”, está sendo envenenada não só pela retórica do ódio, como pelo mal que tanta se pratica.   Pois bem, o problema desta oposição entre o

Enquanto isso a natureza nos ensina

Por Gilvaldo Quinzeiro Enquanto a humanidade perde o controle dos seus esfíncteres em discussões, que só nos afundam na merda – tipo se a terra é plana ou redonda;   se a vacina é maléfica ou se é benéfica; se o comunismo come criancinha ou se é o padre; se o velório do nosso ente querido leva vela ou apenas orações; se os do bem são apenas aqueles que   ‘moram’ na igreja ou se a verdadeira igreja é a que ‘mora’ dentro de nós; se     o chip, que nos enfia é o da besta ou se é da besta fera tudo aquilo que por dentro de nós já nos irrita. Por outro lado, a natureza segue dando o     seu pedagógico recado. O mais recente veio na forma de uma gigantesca explosão do vulcão de Tonga, que ocorreu no último sábado, 15, – seu estrondo chegou a ser ouvido a 800 quilômetros e, logo após foi desencadeado um tsunami cujas ondas mataram duas pessoas no Peru e provocaram estragos em países como Japão e Estados Unidos.   Na ilha de Tonga, local da explosão, 80 mil pessoas foram afetadas. As com

A distância geopolítica entre o Brasil e a Ucrânia

Por Gilvaldo Quinzeiro A distância entre o Brasil e a Ucrânia é em torno de 11 mil km e alguns ‘quebrados’ – em voo cerca de 23 horas. Mas em geopolítica o que isso tem a ver? Bem, em matéria de política é aqui que as distâncias entre estes dois países se encurtam. Em comum: dois governos de extrema direita. Quer mais? No auge da febre bolsonarista no Brasil era comum ver entre os seus seguidores o uso de algum símbolo ucraniano.   Por exemplo, “os 300 do Brasil”, grupo, que pregava a desobediência civil e liderado por Sara Winter (lembram?), e que passou dias acampados nos arredores da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O citado grupo além de defender a “ucranização do Brasil” utilizava     nas suas manifestações símbolos ucranianos, incluindo de extrema direita.   Ou seja, há entre nós quem nos deseje ser     a ‘imagem e semelhança’ da Ucrânia atual. Mas quem é mesmo a Ucrânia? Ex-república soviética, hoje com cerca de 42 milhões de habitantes, a Ucrânia é o segundo maio

O Brasil que não existe mais, e os desafios para o novo presidente

Por Gilvaldo Quinzeiro Quem quer que seja o novo presidente do Brasil a ser escolhido nas eleições deste ano, precisa levar em conta que o Brasil e os brasileiros não serão mais os mesmos. Aquele Brasil da ‘democracia racial’, por exemplo, se é que algum dia houve, e que servia de orgulho para muitos – foi um cristal que se quebrou!   Da mesma forma que o Brasil da ‘seleção brasileira’ com o seu futebol arte – ficou para trás! O Brasil, que emergiu nos últimos anos é e será cada vez mais parecido com o ‘Oriente Médio’, e seus complexos problemas de natureza política, étnica e religiosa. Navegar por estes mares exigirá sabedoria, empatia e liderança – não é, portanto, tarefa para qualquer um. O Brasil, que emergiu nos últimos anos, é e será de pouco diálogo e de muita intolerância – um barril de pólvora!   Em outras palavras, se não bastassem os nossos velhos problemas acumulados e aos quais já nos ‘acostumamos’, agora precisamos lidar com fake new; guerras cibernéticas; negac