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Mostrando postagens de julho, 2018

Os meios, as medidas e as conversas. Uma reflexão sobre os desperdícios

Por Gilvaldo Quinzeiro O que mede o mundo civilizado: o desperdício ou a reciclagem? O Luxo ou o lixo? O isolamento ou a interação? A inserção no real ou o “afogamento” no virtual? Qual a medida de todas as coisas: o homem, que só ver aquilo que antropomorfiza ou as coisas naquilo que esta a tudo coisifica? Neste breve texto vamos trazer algumas reflexões acerca do cotidiano, em especial, das coisas acumuladas como o lixo e da nossa tendência em perdemos o contado com a vida; com a vida na Terra, diga-se de passagem. Pois bem, se por um lado abundam-se as coisas, principalmente as artificiais as quais não se agrega     nenhum afeto, tal como as mensagens virtuais, em que pese o esforço e a dedicação de quem as envia; por outro, escasseia assustadoramente o “sinal de vida”, tal como uma velha e boa   prosa entre os amigos – coisa que na época da lamparina, era farta e útil. Em que gesto ou coisa há vida hoje? A cada novo estilo de vida ou modismo, menos s

Vida de passarinho também dá pena!

    Por Gilvaldo Quinzeiro Ontem, eu presencie uma cena rara. O voo teste de uns filhotes de passarinho. Para ser mais preciso filhote de “garrincha”. O ninho ficava no alto de um poste da rede elétrica – deste usado na ligação das residências rurais. Lá no alto havia uma cavidade, no qual, a mãe passarinho fizera o ninho. Era quase o cair da tarde mais escura. Havia ainda galinhas ciscando o chão, e, para a infelicidade de um destes filhotes, o seu primeiro voo terminou num bico de outras espécies, uma prima distante. Os outros, talvez mais espertos, tiveram que se esquivar de uns já crescidos filhotes de gatos, estes, já testando a sua habilidade de predador. Que coisa é a vida! Pensei! O texto que segue abaixo é o resultado de outro voo:   o meu rasteiro ato de pensar sobre as coisas. Espero que goste! Ei-lo! Criar asas é um longo e doloroso “parto”. Antes, a decisão de onde e como construir o ninho implica em salvar as próprias penas, pois, há predadores, que

O nome das coisas, os sintomas, e a nossa falta de remédio

Por Gilvaldo Quinzeiro Chama-me atenção no resgate dos 12 meninos a duas semanas presos numa caverna, na Tailândia, até aqui bem sucedido!,diga-se de passagem, o nome do time, “Javali Selvagem”. Por que o nome do time “Javali Selvagem”? O que este nome suscita no imaginário dos meninos? Por que escolher uma caverna para comemorar o aniversário de um dos atletas?   Nós não vamos aqui entrar no mérito da questão, e muito menos responder as perguntas aqui levantadas. Mas vamos falar dos “nomes das coisas ou das coisas sem nomes”, e assim propor uma reflexão possível sobre os lugares e as coisas, e se possível dá nomes aos nossos medos. Para começar, vamos continuar questionando:   qual à necessidade de nomearmos as coisas? O que significa para um determinado grupo social uma coisa sem nome? Pois bem, o nome de uma tempestade não a diminui ou a simplifica, mas apenas revela o nosso medo de ver aquilo que não seja a nossa própria face impressa nas coisas.   Em ou

Fome de bola!

Por Gilvaldo Quinzeiro No tempo de fartura de campo, todo terreiro era um campo, todo terreno baldio era um campo; mas de escassez de bola, usava-se palha de milho, meia, laranjas – eu era o dono do pé de laranja. Nota-se, pois, que de bola eu não jogava nada. O muito que eu fazia era implicar para garantir uma vaga no jogo! O bom do ‘futebol de laranja’, era poder literalmente comer a bola a cada bola furada! - o que era a todo instante. Tinha um menino ‘dono’ do time adversário, o Pedro Bodó, que chorava quando era derrotado no jogo. Dava pena de ver o Pedro chorar. Não sei se o choro do Pedro, de fato era em razão da derrota, ou se era com fome de comer a bola! Quando hoje eu encontro o Pedro Bodó, sempre me refiro ao nosso ‘futebol de laranjeira’, e é claro, ao seu chororô! Quando apareceu as primeiras bolas, isso para nós, meninos da roça, era as bolas Tostão, Pelé – artigo de luxo! Quando estas bolas furavam, ao contrario das laranjas, não se comiam: aprend

Abundam-se as coisas lá do céu?

Por Gilvaldo Quinzeiro Para quem engatinha, todos nós em certo sentido ainda engatinhamos, manter a bunda presa ao chão é a referência possível. Nem a boca escapa daquilo que também se rasteja. Até a mais alta das imagens é feita da nossa pobre poeira. Nós não deveríamos pensar no desconforto dos sapos, posto que em relação ao ‘chão’, não atingimos a escala que deles nos diferencia! Por falar em escala, no que concerne à astronômica, Marte está nestes dias se aproximando! O asteroide Vesta está se aproximando – podendo ser visível ao olho nu! E há quem fale que até um novo ‘sistema solar’ também esteja se aproximando! Enquanto isso, àquilo que é imanente as nossas profundezas estão se aflorando. O vulcão Kilauea, no Havaí, vomita rios de larvas, e ‘seca’ comunidades inteiras. Na Guatemala, o vulcão de Fogo, nos faz lembrar Vesúvio.   Há quem já não durma com a possibilidade de, a qualquer momento, a Caldeira de Yellowstone, nos Estados Unidos, dá o seu grotesco ‘r