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Mostrando postagens de abril, 2021

A demanda e o espelho

Por Gilvaldo Quinzeiro   1 – As vezes o que pedimos é da ordem daquilo que quando   o recebemos “não é   isso";   como também aquilo que há no pedido   não é   exatamente   da ordem que constitui o que   pedimos. Isso é a demanda, aquilo para a qual não há nada a se oferecer, posto que não se sabe também   o que se pede.. 2 – Entre o que se pede e o que se oferece há léguas de distância - são rastros apagados do nosso engatinhar em direção ao outro – o outro que também queremos ser. 3 - As vezes temos que ser o “pinico” do outro para que sua merda não seja para nós endereçada, e mesmo que fosse, ainda assim essa não seria nossa. 3 – Nas entrelinhas de uma demanda   não há nada oferecer e mesmo a pedir;   tudo que temos que fazer é permanecer de pé por nós mesmos do outro lado do espelho . 4 – Reinventar-se é preciso! 5 – O verdadeiro   espelho é aquele   que, quando   quebrado,   nos fixa a imagem do recomeçar... do ir além....do ouvir-se sempre!  

A pandemia, as vaidades e o nosso orgulho ferido

Por Gilvaldo Quinzeiro   Quando a pandemia da covid-19 chegou vestida dos seus invisíveis tentáculos e armaduras, nós andávamos ostensivamente como aquele rei vaidoso, que acreditava vestir -se de ouro; chamando atenção para si dos mais famintos olhos, mas que na verdade estava vergonhosamente nu. Isso explica porque as nossas feridas não serão facilmente cicatrizadas: fomos atingidos no ponto onde não se alcança  nem com a mais hábeis das costuras! Sim, de fato há outro tipo de ferida provocada pela pandemia para além daquela que é visível com as perdas dos nossos entes queridos: o orgulho ferido! É aqui em que os edifícios do ‘ideal de ser’ se desmorona. É aqui onde não fica pedra sobre pedra. Ora isso revela que se por um lado construímos ricos palácios e templos; por outro, não fomos capazes de colocar um remendo no lugar das nossas vaidades! Isso sim é uma espantosa vergonha! A covid-19 demonstrou a fragilidade das nossas crenças, e sobretudo, expos a mão trêmula em qu