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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Que troquemos a face pelos pés!

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Por Gilvaldo Quinzeiro Os pés são por outros princípios e caminhos, a face esquecida. Nos primórdios dos tempos, onde caminhar era antes de tudo, sobreviver a qualquer custo, cuidar dos pés, foi um gesto pelo qual não só se antecipou ao espelho, como a abriu caminho também a necessidade de maquiagem. Se aqui chegamos, onde quer que estejamos, não foi pelos motivos que nos fazem plantar os permanentes disfarces da face, mas, pelo esfolar dos pés sem disfarce algum! Ora, hoje toda e qualquer ostentação é ‘caminho’, paradoxalmente, em muitas faces, que não sabem o quanto doe ter minimamente, os pés no chão! O gesto de Jesus Cristo lavando os pés dos seus discípulos, são ‘os olhos’ para muitas reflexões. Aprender não só sobre o ato simbólico de Jesus, mas sobretudo, com a sua concretude, seria quase um caminho andado! De todos os gestos humanos, ou que dos humanos se esperam, a humildade, certamente, é único que não exige retoques. Os caminhos, quaisq

Enfim as ‘redes’, e as dúvidas do pescador

Por Gilvaldo Quinzeiro O ‘pano’ da realidade não é remendo para a multiplicidade das ‘redes’, nas quais muitos acreditam dormir um sono seguro. Porém, como diria a sabedoria cabocla, que tanto nos faz falta, “em rede puída, todo sono se rasga facilmente”. O rasgo das nossas vidas, meu senhor, é bem mais embaixo! A multiplicidade do ‘eu’, tornaria a pescaria de Pedro, quase impossível de almas. As religiões têm pescados como nunca, algumas, só calambanjos; outras, apenas a sede de si. No que as ‘iscas’ se transformaram e em que mares vivem os ‘peixes’, meu senhor? Por incrível que pareça, não é a dúvida que tem nos movidos, mas a ‘fé’. A fé, diga-se, pescada pelo medo! O medo, este sim, tem sido indubitavelmente, o ‘salvador’ de muitas confrarias! A realidade na sua infinita complexidade, tem sido o abocanhar de tudo!  Pobres dos homens em seus ‘fios dentais’ – pesca do quê? Para quem pescar? Enfim, a boa ou a má notícia, vai depender do que

Os ‘sapos’ e os ‘narcisos’. Como explicar as nossas queixas?

Por Gilvaldo Quinzeiro Este texto é um esforço para falar de alguns dos nossos maiores problemas e os sintomas deles decorrentes. Entre estes problemas, aquele que não é de hoje, e que remonta ao mais antigo passado; narrados em contos e lendas: o que trata do narcisismo.  Em outras palavras, da nossa busca pela beleza e juventude eterna - dois ‘pães’ para os quais a nossa fome não se sacia! Sigmund Freud se viu ‘acuado’ diante da complexidade dessa questão. Seus escritos sobre esta temática, a despeito de todo o seu esforço e dedicação, são espelhos trincados. Contudo, é um adentrar a uma das portas do labirinto humano. No nosso esforço, entretanto, vamos flutuar sobre o bote das metáforas. O que concluiremos de antemão, não passar de ilações. O espelho não é por escolha, morada de sapo, o mesmo não se pode afirmar em relação aos ‘narcisos’. O que ambos possuem em comum?  O punhal do tempo! Para o punhal do tempo, as faces são passageiras. Só os sapos não pode

E o homem o que será?

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Por Gilvaldo Quinzeiro O lago Poopó virou um deserto (Foto: Reuters/David Mercado) A humanidade viveu duramente sem o fogo grande parte do tempo da sua existência; a outra grande aprovação, foi viver sem energia elétrica. De lá para cá, o tempo foi passando, novas invenções foram se incorporando ao dia a dia. Hoje, estamos ‘conectados’ ao mundo por aparelhos que cabem na palma da mão – estamos todos muitos felizes por isso! Todavia, a maior de toda aprovação, será enfim, enfrentada pelo homem atual, isso não significa de dizer, entretanto, que estejamos mais preparados do que os homens das cavernas, pelo contrário, homens há entre nós que não passam de ‘panos’. A tal aprovação de que estamos falando é a escassez de água! Se tudo no mundo atual, tem que obedecer a rapidez das novas máquinas e estilo de vida, também com a velocidade máxima, estamos perdendo os recursos hídricos. Nesta semana, os jornais do mundo inteiro nos chamaram atenção com a notíci

Separando as vírgulas...

Por Gilvaldo Quinzeiro A vida é uma longa carta a ser decifrada a cada falta de fôlego. De sorte que, quanto mais se complica em sua rebuscada escrita, corre-se o risco de nada se decifrar, e postergar suas reticências.   É melhor, pois, se contentar com os rabiscos! Neste exato momento pelo turvar da vista, interpreto já sem levar em conta os sinais de pontuações, a minha seguinte escrita: verdadeiramente, nada sou daquilo que longamente pensei ser, e pelo correr das linhas tortas, também não serei nada daquilo que ainda me resta.     Definitivamente, tudo é borrão; erros e tentativas de recuperar o fôlego, para, assim, recomeçar desde o cabeçalho!

A simplicidade como a elegância de todos os presentes!

Por Gilvaldo Quinzeiro O passado é a janela sem a qual não se veria o presente. Vendo a elegância de Bibi Ferreira, não há como não se pensar o quanto falta em nós para sermos bonitos! Bibi Ferreira é de uma elegância e lucidez impressionante! Os jovens, e todos nós deveríamos aprender muito com ela, especialmente, no que diz respeito, a falta de referência no quesito apego à vida, bem como ao compromisso profissional! Hoje pela manhã assistir uma entrevista de Bibi Ferreira concedida a Roberto D´Avila: uma verdadeira aula de bem-viver! Uma lição de vida! Nesta manhã de 25 dezembro, Natal, eu quero falar de coisas caseiras, como o fogão à lenha; do cheiro do café das manhãs; de quase nenhum presente, mas de uma fartura de abraços e risos verdadeiros. Como disse Bibi Ferreira, “na vida precisamos ter senso de humor”! Sim, chega de ‘embalagens’ caras e conteúdos duvidosos, que não duram ou que só duram o tempo de uma selfie, e nada mais! Pensando em senso d

Chico é Chico!

Por Gilvaldo Quinzeiro Porra meu irmão! Querer ir pra cima de Chico dando uma de migué é pensar ser mais do que a ‘merda’ de todo mundo! Chico é Chico!   O resto é o contexto desafinado! Este texto não é   em defesa de Chico Buarque, até porque em termos de letras e posições ideológica, Chico se garante elegantemente! De modo que eu não iria ousar sair em defesa desse respeitável artista brasileiro, pois, mesmo que o fizesse não estaria à altura de fazê-la. O dito aqui é apenas para aproveitar o ensejo, e me debruçar sobre ele. De sorte que, o bom do nosso tempo, não é só poder andar de ‘bunda de fora’, mas em apreciar a graça de tudo sem se mover da cadeira! O contexto, meus caros, é sim de muita ‘merda’, logo, apropriando-me de um viés psicanalítico – isso nos remete a ‘posse’ também.   De sorte que, o apego a ideia de posse nos faz sentar na própria merda. Rapaz, o diabo não é o contexto em si, mas, o que dele emerge! Esta coisa de internet ‘infla’

Uma homenagem aos 75 anos do caboclo, meu pai!

Por Gilvaldo Quinzeiro Apois bem, a diferença que brota entre uma capoeira e uma roca, é que a roça é ainda o porvir, enquanto a capoeira é a sobra do que a terra já deu, e ainda como uma mãe caridosa a seus filhos, continua disposta a dar. Como diria, o cumpade Abel, que Deus o tenho em bom lugar, a sabedoria do caboco está, em este saber tirar proveito da terra, plantar de mãos cheias a esperança, as poucas sementes que restam, e, em não morrer de jeito algum de uma só vez, pois a vida é uma menina, tem todo o tempo, e pode esperar mais um segundo, todos os santos dias do mês. Por falar no cumpade Abel, me veio a lembrança ligeira de outro cumpade meu, o Chico Bernaldino!  O home que mais vi contar histórias, enquanto durava a noite inteira, um pacote de fumo! Através da história desse cumpade, eu corri o mundo afora! Passei entre grotas e boqueirões; capoteiro eirado que escondia uma onça; porteiras largas; currais estreitos; lugares mal-assombrados; cemitérios só d

O ‘bicho’ e a antropofagia: quem come quem em nossa cultura?

Por Gilvaldo Quinzeiro O losango do traço indígena é a marca indelével da presença de um tempo outro. É a massa com qual se engenha construções com outros ‘eixos’. Saber quais os traços presentes na cultural atual, é saber também por onde escoamos as nossas dores, assim como, as nossas alegrias. É saber por exemplo, do que nos alimentamos ou o que regurgitamos. Ora, o dito acima     implica em saber da nossa ‘antropofagia’ e de outras coisas que tais.     Enfim, que ‘bicho’ somos ou em que ‘bichos’ estamos prestes a ser? Em outras palavras, saber dos elementos que constituem e alimentam a nossa cultura, significa no mínimo, olhar para a própria face no espelho. Pois bem, do mesmo modo que devemos    com interesse saber por exemplo, no que os índios estão se transformando, quando do contato destes com os ‘brancos’, é urgente querer saber mais ainda, em quem nos transformamos. Aliás, se as notícias a respeito de que estão fazendo e comercializando empadinha d

Os olhos e a cegueira

Por Gilvaldo Quinzeiro As borboletas são belas! Seu voo é majestoso! Porém, estas são ‘cegas’ para si mesmas, inclusive para se verem voando! O conforto é que há olhos em tudo. Os dos homens são como os olhos das borboletas – só enxergam o rasteiro! Ah! se os olhos das flores, assim como os das borboletas e os dos homens, dependessem apenas dos seus, quão cego seria o universo! O universo não depende dos olhos dos homens, assim como a raposa pressente a cegueira de todo o galinheiro!   A despeito dos olhos grandes de uns, e da cegueira prevalente em tudo, o belo existe: é deste, os olhos mais claros a brotar o tempo inteiro! Bom sábado a todos!   Muitas inspirações!

2015, o ano das previsões de 2012?

Por Gilvaldo Quinzeiro 2012 que me perdoe, mas depois de 2015, se ele acabar, o mundo de fato terá tido a oportunidade de um novo ciclo. Aliás, precisamos e com urgência de um novo começo, pois, de ‘fim’ já estamos fartos! 2015 foi farto de coisas picantes, a começar pelo senhor aedes aegypti – nunca uma só picada de um mosquito causou tanta coisa; a febre da dengue, a febre chikungunya, a febre da zika – e como se não bastasse, até ‘menino’? Vai gostar de sangue assim lá longe! Picantes ou cortantes também foram as algemas sobre as mãos de muitos políticos vampiros! 2012 que me perdoe, mas 2015 foi farto de tantos finais! Para os que ficaram soterrados na lama que também matou o Rio Doce, 2012 foi um erro de previsão – o pior estaria por vir sob uma avalanche de irresponsabilidade – a tais tragédias anunciadas! Vimos de tudo no mundo para desejar termos nascidos cegos! 2015 deveria ter entrado para o calendário Maia, como o ano das profecias não realizadas e

As fatídicas 48 horas: quem sobreviverá?

 ‘ Por Gilvaldo Quinzeiro As demandas mandam, o sujeito as obedece! Pobre sujeito, rico de suas necessidades; necessidades estas, em muitos casos, saciadas por sacos plásticos, que existem aos montes, mas nem por isso, esvaziam o sujeito das suas angústias! Enfim, se multiplicaram ‘os seios’, mas poucos são os que verdadeiramente nutrem o sujeito em suas reais necessidades! Por falar em ‘seios’, hoje, desde as 0hs, e perfazendo   48 horas, somos bebês chorões sem o WhatsApp , suspenso por determinação da Justiça! Quem conseguirá sobreviver a estas fatídicas 48 horas? Que outro ‘seio’ poderá nos ser o seu substituo? Sem entrar no mérito da questão, o fato é que hoje é um dia de muito tédio e angústia para milhões de pessoas! Para ser mais enfático: o fim do mundo! Muitos se sentirão desconjuntados; outros se sentirão cara a cara com os desertos. E a há aqueles que serão movidos por uma vontade de ir para debaixo da cama – mas como ir se não encontram força?

Enfim, nos faltam engenhos e metáforas. A vida se tornou enfadonha!

Por Gilvaldo Quinzeiro As ‘lágrimas de crocodilo’. Que expressão reveladora do feito exitoso de se pescar a escorregadia alma humana! Como negar sapiência dos antigos? Os egípcios, por exemplo, como ninguém entendiam desse tipo de ‘pescaria’. Não foi à toa que ‘pescadores’ como Abraão, Moisés e até o menino Jesus aportaram por lá! A terra do Nilo, foi sim, um nascedouro de coisas extraordinárias! Em nenhum lugar do mundo, a morte foi engenhosamente metaforizada, e enfrentada com tanta esperança de superação! A morte, hoje, qual o seu significado? Que ‘engenhos’ a metaforizam? Quem de fato são os ‘vivos’? O que amputam as novas invenções e ferramentas, senão o sentido da vida? A depressão que acomete ‘santos e pecadores’ nos nossos dias, se fosse compreendida pela ótica de hoje, pelos antigos egípcios, teria sido usada como a mais poderosa técnica de mumificação aplicada aos vivos!     Veja a gravidade da situação. De um lado, uma grave doença; do outro, a visão

O viés e o vintém: um diálogo sobre o sujeito das Coisas

Por Gilvaldo Quinzeiro Faltando  poucos dias para o  Natal, e nada de nos sentirmos em festa! Nem a propaganda, a alma para tanta coisa, é suficiente para nos alentar. Estamos enfim, de ‘sacos cheios’, mas dos nossos!  A crise econômica se soma a crise política e ética. E seus efeitos potencializam a crença no ‘vaco existencial’ – buraco de onde emergem os espantalhos salvadores! No final das contas, ter fé, mas sem nenhum vintém, é uma provação das mais caras, sobretudo, considerando o velho ‘diabo’ do consumismo, que, no apagar de todas as velas, se constitui numa espécie de neoreligão. O consumismo é, portanto, um viés da nossa falsa sensação de bem-estar. Tanto é assim que no afã de se apegar as coisas, o sujeito, em certo sentido, paga o preço de ter que se desapegar primeiro das próprias mãos. Afinal do que nos servem as mãos em tempo em que os olhos também substituem a boca? A boca que engoli a realidade como se fora comida! O diálogo sobre as cois

Pensando em 'merda', como não falar da nossa atual política?

Por Gilvaldo Quinzeiro Este texto não traz nada de novo (ainda bem?).  Por isso, já é cansado em terras empoeiradas.  Algo ‘batido’ como pau de porteira. Todavia, o faço no desafio de traçar elos e paralelos com a nossa atual política.  Assim sendo, para não incorrer na mesmice dos editoriais de política, vou dá-lo um tom poético – uma espécie de cócega ao redor do umbigo – numa época onde certamente se sofre de muita prisão de ventre. Nestes dias onde o rasgo da nossa política é uma ‘gravidez’ sem fim, vemos e ouvimos estupefatos o ranger das carroças e o relinchar dos cavalos – e mais do que isso – os homens empancados com a própria merda! Eis aqui o que tanto nos escancara a boca, e nos esvazia de toda a palavra: a merda da nossa política!  Sinal de que estamos chegando no fim do poço – daqui para a frente nada do que vier é lucro. Ou seja, todo ‘mexer’ poderá apenas significar em um atolar-se mais ainda! Quisera, entretanto, que a política e poesia tivessem a