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Mostrando postagens de 2013

Psiu! Que tal colocarmos a intimidade do mundo tão exposta, quanto as nossas? Um breve e bravo discurso pelo mundo da família!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Entre um mundo, e outro;   o velho e o novo, que se mordem para arrancar do outro o seu lugar, eu tento escapar   ileso   saindo na condição de espirro,   da boca de todos os outros, inclusive daqueles mundos que me arrancam o tampo da cara,   sem que   eu   nem ao menos conheço as suas! De todos os lados, “olhos espiões” ou,   mãos já dentro do bolso da gente, porém, o pior é saber que no frigir dos ovos, têm mundos aí já com as nossas cabeças no prato – só aguardando o último piscar de olho!... Pois bem, este texto é dirigido especialmente aos jovens, aos quais digo o seguinte: neste mundo virtual que não é   tão virtual assim,   pois, nos devora por dentro a   carne e a alma – compartilhar sua intimidade   no “mundo das redes sociais”   - é se postar de 4 para o mundo que realmente é “pegador”! Tenho falado reiteradas vezes da “fome de imagens”, isto é,   da fome de ser visto como espelho no espelho do outro cujo olhar, cega os nossos. O vel

Enfim, o fim do ano. E quanto ao "novo" virá?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Enfim, o ano que não   era para ter   começado, pois, segundo algumas profecias, o mundo acabaria no dia 12 de dezembro de 2012, está chegando ao fim. Estamos a poucas horas do seu final, e a pergunta que faço é: que mundo não acabou com o sopro das mudanças que ocorreram no ano de 2013? Ainda somos os mesmos, quando a realidade nos exige que sejamos outros? Certamente, estas perguntas deverão ser respondidas pelo ano que virá se não, será este tão velho quanto o que já está terminando! Tenho dito aqui reiteradas vezes da “seca de homens”. As enchentes, as tempestades, as avalanches e as secas propriamente ditas que têm destruídos comunidades inteiras são os “ouvidos da natureza”, quando os dos   homens são apenas seus olhos. Amanhã, entretanto, pode ocorrer que,   quando   estes ( os olhos)   forem as   nossas bocas escancaradas,   então, a natureza poderá já ter     nos engolidos para o bem dos próprios homens? Para mim, entretanto, que sou f

O LANCE É O SEGUINTE: BOLA DE PÉ EM PÉ, MAS NA HORA DO GOL QUEM BATE É A DEPRESSÃO. QUE DÍABO ISSO, COMPANHEIRO?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Este texto poderia ter sido escrito por Nelson Rodrigues, pois, vamos falar de futebol, carnaval, política e de sexo (talvez) porém, o assunto principal é a depressão. E aqui eu vou logo de cara arriscar meu palpite: o Brasil poderá se tornar campeão da depressão! Ao longo deste texto que, confesso, não tem hora para acabar, vamos abordar alguns sintomas já presentes no futebol, no carnaval, política e no sexo(?). Antes quero esclarecer que o que me motivou a abordar este assunto não foi Nelson Rodrigues, embora, o cito de início, mas, uma conversa que eu tive ontem com um colega europeu que me chocou com a seguinte pergunta: “o que está acontecendo com os poetas brasileiros que estão se tornando tão depressivos, alguns, inclusive já tentaram até o suicídio”?   NO FUTEBOL, A MELANCÓLIA, A VIOLÊNCIA DAS TORCIDAS, E, NA COPA COMO SERÁ? Primeiro -   Não é de hoje que o mundo todo sabe, que o nosso futebol não encanta mais. Jogamos como qualqu

Como Michelangelo se fez homem na pinta de Adão!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O homem não é tão somente aquele que atira a flecha, mas, sobretudo aquele que se lança com ela, quando o alvo atingido, era aquele que instante antes, poderia também estraçalhar a sua imagem! Que homem foi Michelangelo Buonarroti, senão aquele que também permanece colado ao teto da Capela Sistina – o alvo que se não atingido em cheio, teria estraçalhado a sua imagem?   Mas Michelangelo foi muito mais do que um homem, quando arguiu junto ao Papa Julho II, quanto ao “nu e ao grego da sua pintura” -, foi Deus! Que blasfêmia, não?   Já pensou Michelangelo Buonarroti convencendo o Papa Julho II que não? Como negar que em tais argumentos não lhe veio a inspiração divina? Pois, eis a diferença entre Michelangelo e os homens de seu tempo, os quais lutavam a vida toda apenas para provar que possuíam fé aos outros homens que nem sequer provaram a si do seu corpo! E quanto a nós hoje, cidadãos do mundo globalizado pela ganância de “ter” mais –,

No empurra da política com a barriga, as avalanches de tragédias: até quando?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Nas nossas tragédias anunciadas, não há como esconder uma verdade irrefutável, a saber, o quanto a nossa velha política de “empurrar com a barriga” é quem de fato sobrevive.   Todo final de ano duas coisas são esperadas como certas, pelo menos nestes 40 anos – o especial de Roberto Carlos e as tragédias -   sejam estas nas estradas; sejam nas enchentes ou em outras áreas negligenciada pelos nossos governantes. A tal política de “empurrar com a barriga” é a mesma em que, uma equipe de marqueteiros, pago a preço de petróleo, não só maquiam os dados, como só fazem obras cujo objetivo não é o social, mas apenas o de garantir a vitória nas próximas eleições dos seus prefeitos, governadores e presidentes. Dinheiro, só para compra de voto, eis em suma, o resultado desta equação! Estamos mais uma vez diante de uma tragédia, a de agora no Estado do Espírito Santos, com cerca de 23 mortos e em Minas Gerais, com 18 mortos. E olhem, que não estamos falando

E a familia como vai? - Qual?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Quando a gente se transforma em “urubu” – caminho para o qual marcha grande parte dos homens, não é que a carniça se tornará tão fácil assim – mas agindo como se fora “homem”, a gente tenderá a escolher o pedaço melhor!   E assim, como todos os urubus, diferente dos homens, têm asas, ganhar o “céu”, isso sim será mais fácil – mas não para os homens! Que coisa, não? Pois é, o texto acima é uma introdução ao que vou tentar dizer abaixo, a saber, da família. Ora, que assunto seria mais oportuno para se falar nestes dias em que as “luzes do Natal” ainda permanecem acesas? Mas antes quero voltar a lembrar da nosso possível e quase inevitável condição de “urubu”. A família é claro, como diz nos clássicos conceitos, “é o pilar de sustentação da sociedade”, isso é fato.   A questão, porém, é que este “pilar” é também semente, e o solo em que a família está plantada é o mesmo em que os urubus se sustentam. De sorte que, na falta de “espelho” voar pode s

Café da tarde com Rembrandt. Um bate-papo sobre as perspectivas para o Ano Novo!

Gilvaldo Quinzeiro   Como Rembrandt pescando os detalhes das ruas de Amsterdã, para depois fisgá-los com seus pinceis, olhares vítreos, pesquei hoje pela manhã pelas ruas da cidade de Caxias, olhares quase cozidos, os quais tento agora usar como trempes para escrever uma fogueira de pinturas! Claro, na companhia de Rembrandt! Hoje estive com meu amigo, Renato Meneses, depois de alguns tempos sem nos pintarmos em lugar algum! Com ele, nesta manhã, fincamos algumas trempes – num quadro futuro – possíveis projetos. Antes, encontrei por acaso, o meu parceiro de muitas lutas e caminhada, Carloman com quem, numa rápida pincelada, falamos entre outras coisas, dos ensaios carnavalescos, do Bloco Caminhando, Cantando Antigos Carnavais – ainda por serem agendados. E o Ano Novo promete! Bem, 2014 promete ser um ano de muitas realizações. Ainda no mês de janeiro, devo estar realizando um antigo projeto, a saber, o “Pirão de Conversa”, uma versão caxiense do “Café Filosófico”.

Adeus Ano Velho! E Ano Novo a quem?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Às vésperas de mais um fim de ano, e o começo de um outro, a realidade nos coloca frente ao espelho. O ano que passou, nos apresentou através de suas “mascaras” que todas as nossas verdadeiras faces já não mais se sustentam. De sorte que para 2014 precisamos ao menos riscar de batom, o que não queremos ver se repetir o que só com as “mascaras” nos tornaram tão visíveis. A violência, mais uma vez mostrou ter seu braço forte. Dos presídios, em especial, o de Pedrinhas, dezenas de cabeças rolaram para manter outras ainda que presas, no lugar que nunca deveriam estar – no comando que ordena o que de fora torna a vida sem autoridade alguma! Nas ruas, quantas cabeças acreditaram ser tão duras para dispensar um capacete; outras, só se deram conta de que eram tão moles quando já estavam atravessando o para-brisa dos seus automóveis em direção a própria morte! Autoridades, na corrupção! Eis de quem este país se tornou refém. Ora, em assim sendo, como ne

O ego das redes sociais, quando tudo se incha até “bombar”, o que nos sobra nesta fome de imagem?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A velocidade com que as coisas acontecem e se transformam, sobretudo, no que se diz respeito, ao âmbito midiático, as palavras cedem lugar ao apelo das imagens. É neste contexto, por exemplo, que reinam as “mulheres frutas” ou aquilo que “bomba”, para ser mais enfático. E aquilo que “bomba” é como um tiro, isto é, pode atingir qualquer cabeça ou qualquer coisa – é uma espécie de bala perdida no meio de uma multidão em pânico! Chegamos, portanto, a “despalavra”. Isto é, ao não alcance das palavras, logo, ao mundo da não significação. De sorte que, somos remetidos de volta às cavernas!   É aqui na “caverna” onde as coisas, só ganham sentidos, quando “esfoladas”. Daí que nestas condições, o ego, só é ego, quando inchado! O “inchamento do ego”.   Tudo tem que ser compartilhado, ao mesmo tempo em que ninguém tem noção da sua interioridade – tudo é o lá o fora – a exterioridade. Neste sentido, o choro ou riso ganha ao mesmo tempo todas as caras, como se

O gozo, o corpo e seus fantasmas: quem é quem a despeito do Outro que também somos?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O gozo nos arranca do corpo; do corpo em que estamos plantado para outros corpos possíveis, entre estes o que trazemos do Outro, e é neste que residem todos os nossos fantasmas. Ademais, o gozo não possui face alguma, senão aquela pela qual possuímos a do Outro, ainda que este também esculpa a nossa – naquilo em que por mais momentânea que seja, afugente seus fantasmas! O que é o corpo, quando dele podemos nos desprender? O que é o gozo, quando a ele, ainda que não o atingindo, somos impelidos? O que são os fantasmas, quando deles somos sua morada? O ato sexual é desta ordem fantasmagórica, isto é, não estamos propriamente no corpo, senão, naquele que apoderamos do Outro. A propósito, tomei conhecimento em uma conversa informal, de um caso de uma mulher que quando criança, tinha um medo apavorante de gafanhoto, e um vizinho sabendo disso, lhe apresentou o tal inseto que, usando-o como arma contra a menina, com 9 anos na época, a abusou sexualme

O despertar para a bolha, quando esta já pode ter se espocado: eis a vida!

Por Gilvaldo Quinzeiro     O trançar das bolhas. A vida é uma corda entrançada por mãos de todos os tipos. Algumas tão bem esticadas; outras tão bem frouxas – tudo representando a mesma bolha – a vida! Os antigos sabiam deste trançar, e trançavam com imbiras o seu imaginar. Se olharmos bem, a casa do caboclo, vamos nos dá conta de que esta, era um mero trançado de palhas, desde a porta, as paredes até o teto! Ora, de onde vem o conhecimento sobre astronomia dos caboclos, senão das estrelas e todos os astros, trançados na mesma corda, cujo nó imaginário estava na mão! O trançar de bolhas! A vida não é nada, pelo menos como a “fisgamos”, sem os anzóis dos nossos sentidos – e por isso, o mesmo o ato pelo qual trançamos a “bolha” – a espocamos! De resto, tudo é um mistério, e por conseguinte assustador! Portanto, a vida é esta corda – o despertar pra ela – é seu nó! Então, acorda ou a corda? Eis a questão! Bom dia!

Oh! Ilusão!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Oh! Ilusão dos tempos sem a figura de Carlitos! Quantas desgraças festejadas com eloquentes discursos! Quantos homens como ratos! ... Quantos ratos já não são tão como os homens? Oh! Ilusão dos tempos sem a figura de Carlitos! Quantas faces sem o disfarce, aplaudem com tanto gosto tanta bosta! Oh! às vésperas do Natal, quantas mãos e abraços substituídos apenas por presentes, quase todos escolhidos por saírem quase de graça! Oh! Tantos sorrisos, só quando forçados, em tempo em que quase não se faz força alguma! E pensar que já não temos tantos ditadores, é de se admirar por quem tanto silêncio, se nem nos hospitais há socorro! Oh! Ilusão dos tempos sem a figura de Carlitos!    

O que é o homem para o próprio homem: esta é a cruzada!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O homem e suas cruzadas – vãs batalhas pelo vão da existência – quanto ainda temos de sangue para derramar no plantio dos novos ícones? Quantos homens para quantas cruzadas? Quantas cruzadas apenas provar aos homens o peso das suas espadas? E assim lá se vai o homem procurando sentido nas coisas que se espraiam. E a mais espraiadas das coisas com as quais o homem lida é ele próprio. Eis por que cruzamos os mares e os desertos – para nos encontrar com quem de nós nos espera – desconhecido! O homem pelo próprio homem apregado numa cruz: qual o sentido disso, quando não o homem, mas somente a cruz se ergue para além dos tempos? Eis a questão! A resposta de agora ou as dúvidas de sempre?          

A caverna de hoje, não é mito como a de Platão, mas é realmente a que nos acorrenta

Por Gilvaldo Quinzeiro   A “caverna de hoje”, já não é tão escura, quanto a de Platão. Porém, é a sua “claridade” demais que nos cega. De sorte que, não há diferença entre os acorrentados. Naquela – a de Platão, houve quem da corrente se desvencilhasse – na hoje, entretanto, quem se dá conta de que está aprisionado? Aliás, uma das marcas do nosso tempo é a de não deixar marca alguma, posto que, tudo enfim, dura tanto quanto uma “bolha”.   Eis aqui o que nos ata as mãos! Se aprofundar na “caverna de hoje” é não ter também nem com quem conversa, pois, é inevitável, não se passar por seus fantasmas.   E o que são as palavras no território dos fantasmas? Platão, não se arriscou tanto, pois, ousou apenas a falar por alegorias. Sorte dele, pois, do contrário, não escaparia! ... E nós, escaparemos? Ora, o que é a realidade de hoje, senão a que os fantasmas habitam. Para ser mais enfático, os fantasmas aqui, não são como os de Platão, se é que este ousou a pensar nestes

Os remendos e as rosas. Os amores, de areia, de vidro e de barro. Como enfim, evitar os arames farpados?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Alguns amores são de areias, isto é, não criam raízes. Outros são de vidros, ou seja, são só para se ver. Há aqueles que são de barro, que grudam, tal como na parede. Entretanto, com a fusão destes três podemos estabelecer uma outra categoria – aquela em que em se adicionando a ATENÇÃO – se enraíza; cresce para todo mundo ver, e, com a argila se edifica também até as estrelas. Ora, o amor é um bebê, e como tal requer atenção, tanto, quanto. A diferença está em que este último, nunca sai do berço, isto é, suas condições são sempre as de um prematuro! O amor precisa sempre de colo, sobretudo, de palavras ditas apenas com as mãos. Esta é uma condição, na qual se evitará as ameaças constantes – dos arames farpados – que são os amores que passaram a se alimentar só de palavras. Falar do amor, com estas condições, não é falar de outra coisa, senão da natureza humana. Ou seja, somos todos carentes. E mais do que isso, lutamos sempre contra o definhame

A violência no trânsito, passagem para a morte: um rápido diálogo sobre o mal-estar civilizatório!

Por Gilvaldo Quinzeiro   A violência no trânsito, como a que vem ocorrendo em todas as cidades e estradas do Brasil, e Caxias, no último final de semana, superou algumas destas estatísticas, é um problema de ordem civilizatória, isto é, educacional, para usar um termo mais pedagógico.   E assim sendo, é de uma ordem maior e complexa. Em outras palavras, a violência nos trânsito é “a mão no fogo”, quando só então se descobre que o fogo queima. Ora, muitos desses nossos jovens sustentam a tese suicida de que podem fazer de tudo, e que, ainda assim, nada lhes acontecerão! Pois bem, sendo este um problema de ordem civilizatória, como acabo de suscitar, isso implica dizer, por outro lado, que o que prepondera nestes dias de “carne e sangue” no asfalto, é a barbárie. E a palavra - chave seria: “limite”! Ora, falar de limites no trânsito é repensar a ordem das coisas, tais como estas se encontram. Por exemplo, a fome de lucro das fábricas e revendedoras de automóveis, e de

Diferente dos Novos Baianos que nunca envelheceram, o que é ser jovem hoje com “tudo na boca”?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Quero iniciar este texto fazendo uma provocação: os velhos de agora continuam todos jovens pelo tempo que fizeram, já os jovens de hoje sem tempo nem para comer, fazem tudo sem mão alguma – sinal que logo, logo, também lhes faltarão os pés! Isso já não seria ser tão velho? Pois, bem, este texto foi inspirado numa entrevista que acabo de ouvir de um dos integrantes dos Novos Baianos, Paulinho Boca de Cantor, concedida ao Paulo Moska. Os Novos Baianos foi um conjunto musical que deu muito o que falar, sobre as suas letras, performances e filosofia nos pesados anos 70. Tudo em nome do aventurar-se como é próprio do ser juvenil. Morais Moreira, Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor, Dadi, Luiz Galvão entre outros, formavam não só um conjunto musical, tal como era chamado, mas para além disso, foram também portadores de um modo de pensar. Logo pensar que era a coisa mais perigosa daqueles tempos! Daí se conclui a importância daquele

Dali ou pra cá: uma reflexão sobre o tempo da arte! Da arte de se manter a própria face?

Por Gilvaldo Quinzeiro   De repente, o tempo é como a pintura de Salvador Dali – se espraia como tinta numa tela qualquer, e as horas que se passam, tomam a forma de uma simples “asa” de uma xícara com café... Assim também é a nossa face – nunca a temos definitivamente – e a que perdemos só nos deixa os olhos. Não poderia ser só a boca? Já pensou na imagem esculpida pela fumaça que emerge de uma xícara de café? Este é o tempo de duração da nossa face! Salvador Dali, tal como Freud, pintou de volta as nossas faces fundas lá do fundo do poço. Lá onde só somos vísceras! Uma pena, não terem sido do mesmo tempo que Da Vinci! Ai o que teria sido da face de Mona Lisa? O tempo é a sua arte ou a arte o seu tempo? E pensar que nenhuma maquiagem recupera face alguma! Eis a questão: o que dói não é a face perdida, mas certamente a que ainda vamos ter que encontrar pela frente! É pra esta, pois, a nossa mais absoluta verdade: se nós não a sorrirmos, com certeza, dela no

O sol, os cometas e a nossa vara de pescar

Por Gilvaldo Quinzeiro   À luz do sol que abre este dia, que todas as imbiras com as quais amarramos o pensar, sejam como o mar, isto é, soltas por um lado, e por outro, atadas em si mesma! O dito acima, nos faz vir a imagem do pescador, quando este nem se dá conta do quanto já foi fisgado pelo mar à caminho do peixe. Quisera ser o contrário, porém, o pensar, se não de molho, como as imbiras, se dispersa como o anzol – e quando retorna, traz preso por outras linhas a nossa própria boca! E tudo isso se passa, tendo o sol lá no alto, seguindo seu caminho. Este é sem dúvida, também um pescador – só que de cometas – a isca que também é feito de água! Ora, o universo é complexo demais para se amarrar com nossas imbiras. Vãs tentativas, as nossas que, quando muito se consegue é nos amarrar a nossa própria vara, tal como a linha, ao anzol! Grande coisa? Sim, principalmente quando podemos ser também a própria isca! Portanto, para o nosso efêmero conforto, de alguma forma