Postagens

Mostrando postagens de 2012

2013 e seus sinais: que nos façamos inteiros!

Por Gilvaldo Quinzeiro Mais um ano que termina... E com este as promessas feitas de um novo recomeço... O próximo amanhã virá... Teremos o mesmo tempo para nos refazer?... O tempo é implacável. È como cair dentro de um poço – o que nos sobra poderá ser também o que nos afoga!... O homem terá sempre que se refazer dos seus próprios espantalhos, do contrário, a noção de “tempo perdido” é como não se dá conta do próprio braço arrancado, ou seja, fria escultura, eis no que ao longo do tempo podemos nos ter transformados!... O fim deste ano, por muito pouco não significou também “o fim do mundo”. Aliás, se observamos bem, como negar que o mundo já não é literalmente outro, ao menos grávido está, porém, até este vir dá a luz “seremos suas dores e contrações”... Pena de nós? Nós quem se já nos transformamos em “ velhas e estranhas criaturas”? Pois, bem, 2013 já nos bate à porta, e com este também seus sinais: este ano (isso não é nenhuma profecia), os céus será visitado por um

O saco, e suas costuras: quem já reparou as do sujeito?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Tal como um saco, o sujeito para ficar de pé há de conter seu próprio rasgo. E assim,   muitos são aqueles que permanecem presos ao chão. Claro que tudo depende de como o sujeito é “costurado”. Às vezes alguns são porosos demais... Outros   sem emenda alguma... Enfim, um “saco” que não se segura em pé!...        

Pra se pensar além das raízes...

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo de muitas beiradas e poços rasos, a violência é a única coisa a ter raízes. Aliás, estas estão tão bem fincadas que, cortá-las agora é derrubar uma sociedade inteira presa apenas por suas superficialidades. Veja que paradoxo. Por um lado, a sociedade contemporânea é plantada como uma árvore de Natal, isto é, que em nada se segura, senão na própria aparência; por outro, a violência é plantada naquilo que existe de mais profundo. De tal maneira que seus olhos nascem dos nossos arrancados. Claro que “a cegueira” é um sintoma, sobretudo, das nossas autoridades que só têm olhos para as suas “vacas gordas”. Enquanto isso, quem sofre o cerco com os arames farpados é a população, especialmente a mais pobre. E pensar que “ o que se planta é o que se colhe”, imagine que safra teremos pela frente!

O amor e seus lençóis: com quantas facas se corta o peito?

Por Gilvaldo Quinzeiro O amor não nos poderia ser mais caro, isso Freud já nos chamava atenção no seu “Mal-Estar na Civilização”. A questão é que o Outro que amamos também é fruto das nossas imagens e imaginação, logo, o amor é construído com curtos lençóis – aqueles nos quais “o frio” é inevitável, e todo ato sob estes é solitário!... Dito assim, então, o amor é ilusório? Como não, se o umbigo destas coisas acima aludidas, não se arranca nem quando mais nos dói!... Não é, pois, de se estranhar que muitos só conseguem “amar” empunhando a faca sobre o próprio peito, e, quando se ferem o Outro, é também de si que lhe arranca o pedaço... Por isso, sem se ter amor próprio, o amor pelo Outro nos é tão penoso, quanto duvidoso, e o que vale são “as valas” que acabamos caindo dentro. E por fim, nas velas que nos velam (?). E quanto aos lençóis? Ora, sem nós por baixo são fantasmas apenas! Que pena? Pense antes de dizer: te amo!

Enfim, a face do fim do mundo? Ainda bem que não?

Por Gilvaldo Quinzeiro Muitas coisas temos que aprender. Uma delas sobre a vida, pois, da morte temos a única certeza (?). O homem na sua tortuosa caminhada se depara todos os dias com tantas faces que poderiam ser a sua, entre estas a da própria morte. Neste dia 21 dezembro de 2012 que, para muitos é considerado como sendo “o fim do mundo”, todas “as faces” se tornaram humanas, inclusive aquelas nas quais os maias esculpiram o que seria “a sua em carne viva”. Em outras palavras, quão frágeis somos, ainda que alguns se façam de pedras! Pois bem, “o fim do mundo”, pelo menos como a face que imaginamos ter até agora não se revelou.... Talvez por isso, precisemos remodelar as nossas ao menos na perspectiva de que dispensemos a maquiagem. Ora, como explicar que a face deste velho mundo continue sendo por muito mais tempo as nossas que já não mais suportamos? Tal o homem. Tais suas preces. Mas também tal o seu mundo; seu céu e seu inferno. Ou seja, o homem precisa se refazer, a

Estranhos são os lugares, onde buscamos a felicidade...

Por Gilvaldo Quinzeiro   Não há caminho de rosas para a felicidade, nem mãos que sejam impermeáveis aos espinhos, porém, se soubermos escutar os desertos e conversar com as pedras, ai sim, estaremos mais próximos dos estranhos lugares que há dentro de cada um de nós. As vezes um descanso debaixo de uma árvore, vale mais que uma caminhada durante o dia inteiro. A busca da felicidade é pra dentro de nós. A questão, porém, são os abismos que nos espreita como um caçador a sua presa! Entretanto, não se arriscar   ir ao fundo, é morrer no próprio raso, onde   só os urubus festejam.            

Os massacres, e o que neles se repetem: as mortes ou as explicações?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os atiradores e seus massacres: quem é   na pele de quem, quando na arma   que aponta é “o falo” que lhes falta,   e,   na cabeça do outro só são   olhos arregalados? Eis uma cena recorrente   através da     qual se acrescenta ao sujeito o   que   lhe falta? Ora, esta discussão nos levaria a falar do simbólico, e, por conseguinte do cultural. Lembram-se de como foi feita “a conquista do Velho   Oeste”? Quem era quem sem ter armas na cintura? Pois bem, por um lado a sociedade contemporânea, sobretudo na sua versão “globalizante”, valoriza o homem como algo abstrato -   uma mistura ambivalente de um cavalheiro medieval com a ostentação de um Napoleão Bonaparte; mas, por outro, no seu sentido real, o homem   não passa de   um   mendigo vivendo cercado por uma infinidade de coisas, todas longe do alcance das suas mãos! Neste último massacre, o da   escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, nesta sexta-feira (14),   o atirador queria colocar as

Abram-se as porteiras!

Por Gilvaldo Quinzeiro Que tipo de “gado” somos com todo este “pasto virtual” que nos engole atenção para as outras coisas que verdadeiramente nos nutrem? A resposta a esta questão nos atolaria no seco, logo, para que alimentar o que já não mata a nossa fome! Pois bem, eu quero chamar atenção aqui para dois fatos que me lambeu o juízo esta semana. O primeiro, ocorreu na cidade de Lakeland, Flórida, Estados Unidos, onde um pai, Jacob David Hartley matou seu filho com um soco( um bebê de apenas três semanas). Motivo: o choro do bebê, que atrapalhou o pai enquanto este jogava game. O segundo fato aconteceu com Thomas Paczkowski, um polonês de 32 anos que, distraído com um programa de televisão, usou um ferro quente de passar, no lugar do telefone, só se dando conta do erro, quando sentiu o rosto queimar... Engraçado? Não! É sério! Estes dois fatos se somam aos que vêm acontecendo quase todos os dias. Exemplo: “ a mãe que esqueceu o bebê dentro do carro, enquanto fazia compra no s

A civilização, e seu tampo arrancado!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Todo o conforto nos arranca um “tampo”. Todo “tampo arrancado” é uma imensidão de nós mesmo que não se exercita. Ora, isso é o mesmo que substituir um copo d’água por outro   de refrigerante -   o que nos   sobra entretanto,   é tempo demais desperdiçado onde não se acrescenta nem mesmo   a saliva! Pois bem, nada mais contraditório que a nossa busca pelo conforto. Este quando alcançado é tal qual a aposentadoria – do que nos vale tantas “poltronas” para sentar, se já perdemos corpo inteiro? Aliás, os médicos estão cansados de receitar que “correr” é o nosso melhor remédio! Eis o preço a pagar em nome de “ todos os confortos” oferecidos por uma civilização empanturrada de coisas que nada sustenta   e sem gente disposta a lutar por si mesma! Um mal-estar na civilização? Ora, Freud nunca se poupou de nos afirmar isso. Nós, entretanto, nos fizemos confortavelmente de surdos! E agora José? Estou sem tempo e sem tampo de mim!      

O barro do qual somos o seu silêncio

Por Gilvaldo Quinzeiro   Somos feitos de palavras... Não daquelas ditas, mas das que nos entalam.   As palavras ditas são como espelhos, isto é, o que nele se ver é quase sempre a maquiagem que, quando retocada nos soa como eloquência , porém, naquelas em que estamos entalados, estas sim, são   substanciais   – material este   que nos faz “quebradiço”, assim como o   do próprio espelho. Em outras palavras, já disse aqui e agora vou repetir, não passamos de meros espantalhos. Uma pena sermos grudados aos olhos do Outro. Logo o Outro que também dos nossos olhos se alimenta. Ora, esta é equação do sofrimento: o que vemos no espelho não é outra coisa, senão os próprios olhos do Outro!... Psiu!                                                                                                                                       

As saudades do tempo de outras leituras

Por Gilvaldo Quinzeiro   Hoje me bateu uma saudade do tempo em que os jovens eram “jovens” também em suas atitudes -; tempo das utopias e do bem comum! Do tempo que a música era ouvida em volta das   fogueiras; e os sonhos   vividos no chão de   esperança... Amanhã, com os nossos fones no ouvido, quem ouvirá os gritos de socorros de outros tantos jovens sem sonho algum? Hoje me bateu uma saudade de mim, do tempo em que   sentir saudades era não ter a noção das perdas que ainda   haveriam de vir!... Amanhã que outras perdas virão para aumentar as minhas saudades? As saudades o que são, senão um tampo que se arranca   da gente, no tempo em que a gente se sentia vívido e inteiro? Hoje, enfim o que nos bate à porta? Flecha no peito que arde! Arte de sentir saudades, quem ainda a esculpe? Eu saúdo   todas as saudades, mesmo não podendo mais abrir porta alguma! Bom dia com saudades de outros dias!              

As lições dos desertos, nós pescadores!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Em nossos desertos, somos apenas pescadores de nós mesmos. Uma pena, porém, nem sempre vencermos a tendência de nos afogarmos!...Diga-se de passagem, que esta é   para muitos a única “isca”, antes mesmo de lançarem   as suas varas... Mas, enfim, somos “o grande peixe” que nos escapa, enquanto atravessamos os   nossos desertos diários!... A fome de nós mesmos, eis o que nos lança a procura de comidas Outras -, aquelas que também nos fazem de “comida”! Meu peixe, tá pensando em quê?    

A vida da arte é como a arte da vida?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A vida é como uma obra de arte, a face que a acrescentamos é exatamente a que nos é mais assombrosa. Ora, se não fosse à arte estaríamos condenados a não perceber na face do outro a loucura que é também toda nossa!... Talvez por isso, “o nosso céu” seja   mais próximo do que o dos outros, o difícil, porém, é quando nos pintarmos na condição de deus -, o outro, seria o deus de quem? “Assim na Terra, como no Céu”.   Poderia ser exatamente ao contrário, não? Ora, mas que artistas nos tornamos, quando   as músicas que cantamos são as mesmas que nos arrancam o tampo? Se assim também fossem as esculturas, tudo enfim, estaria tão duro? Ou já nos tornamos moles como a argila na qual imprimimos os calos das nossas mãos? Estamos sim, pálidos, eis a razão para retocar tantas e tantas vezes   a maquiagem! Bom dia pra arte de se viver bem!      

O andarilho

Por Gilvaldo Quinzeiro   Que pedaços de mim,   quando jogados fora, ainda assim, por mim pulsam?   O que me é inteiro, quando do outro tudo é estilhaços? O que posso, quando já não me arrasto? Tudo é   vidro, quando os pés já não suportam andar   de carne viva! Ah! o quanto há ainda por caminhar? Quem de mim quer seguir em frente? Quem de mim já desistiu tanto?

A terra, a maçã e a fartura de bocas

Por Gilvaldo Quinzeiro Da maçã que caiu sobre a cabeça de Isaac Newton, a terra toda ficou suspensa pelas forças antes desconhecidas quando todos só tinham fome de comida - um paradoxo para quem, ao invés de comer a maçã, devorou seus próprios pensamentos!... Que fome a dos nossos dias,quando já não se tem cabeça alguma onde a maçã cair! E quanto a terra, esta sim está mais do que abocanhada!... Ora, como evitar que a terra seja por nós devorada, quando, com todo esforço que fazemos só se cresce “a boca” ? Diga-se de passagem, “as bocas” que se escancaram pelas ruas, enquanto a civilização fecha os olhos para o parto de uma geração sem face alguma.

Tantas coisas. Tantos espelhos... Mas de quem são mesmo as faces?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O que sãos “ as coisas” sem que os homens as tornem suas próprias   faces? Ou o que são homens quando as coisas são de tal ordem que não se antropomorfizam? Eis o tempo em que somos apenas “as trempes” de um fogo que já se apagou? Estas questões nos levam a falar do “espelho” ou, mais precisamente do seu excesso ou da sua escassez.   O fato, porém, é que “os espantalhos” espatifam-se em nós, do mesmo jeito que,   com estes, a nossa imagem se escapole. Dito com outras palavras, estamos cegos de ver, o que qualquer espelho se assusta. Vivemos, pois,   uma época na qual “ as coisas”, de tão complexas ou de tão precoces, não têm face alguma, senão, a nossa de espanto! Ora, isso seria   tal e qual   “a face dos nossos mais antigos ancestrais”, quando tudo era para apenas “mão na boca”? A grande questão, entretanto, é a seguinte: atualmente temos mais “coisas”, e poucas mãos   que diferem da boca.   Isto é, o que ainda não se estilhaçou é “espanta

Os leilões da virgindade, e uma reflexão sobre as outras partes que nos faltam...

Por Gilvaldo Quinzeiro Leiloar a virgindade é uma coisa. Perder a virgindade com quem a arremata é outra. Ou seja, nesta equação qual “o corpo” que fica quando o que lhe subtrai é apenas da ordem do simbólico? Ou o que se “ganha” é da mesma ordem do que se “perde”? A virgindade o que é, neste tempo em que até as bonecas insinuam o erotismo com seus “corpos de meninas”? Afinal o que ganhamos quando toda “virgindade” se transforma numa das mais caras mercadoria, tal como a obra de arte cujas virgens ainda que tocadas pelas mãos hábeis de seus mestres, porém, ainda assim, permanecem castas? Que lugar ocupa o corpo no leilão cujo pregão em nada se compara com a “afetividade”? E as “não virgens” saberão fazer as contas do tamanho do prejuízo? Juízo: quem tem abunda? Afinal não seria esta a parte que nos mais falta? A bunda não; a cabeça, o discernimento é disso que estou  falando!...

Caçando com gatos, seus cachorros!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Nestes dias de tantas “cordas e poucos nós”,   estamos de alguma forma sendo enforcados pela falta de “pensamentos”.   Tudo nos vem na forma de “pacotes” ou de “teclas” que nos exclui uma ação mais elaborada, tanto do ponto de vista físico, quanto do ponto de vista reflexivo. Por isso,   quando nos espantarmos é pela má digestão das coisas que ingerimos compulsivamente. Somos como cães que abruptamente perderam “o faro”!...

A mão que oculta a realidade das nossas cabeças: é assim que nos diriam os gregos na realidade em que só valem os anéis?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A realidade,   espinhosa;    o ego, uma mera “bolha de sabão”.   Nestas condições, porém, o   que restaria ao ego na sua   impossível missão de não se definhar ao mais breve contato com os grãos de poeira, senão ascender a esfera do ilusório?...Ora, é assombroso concluir que   todo o mito tem as suas raízes, conquanto, as   suas sementes não brotem em todos os solos. Mas isso   não é o a lógica com suas probabilidades e estatísticas? Então, o que não é ilusório, quando tudo da “realidade” nos é também fantasmagórico? Os gregos antigos intuíram sobre a travessia da “bolha de sabão” ( o ego) e   sua luta titânica para vencer o estouro,   criando as suas narrativas que   hoje,     racionalmente chamamos de mitologia. Se esta minha afirmação estiver correta   (espero que não!), então todos os demônios desde que o homem é homem fazem suas arruaças no estreito fundo de cada um de nós.   E quanto aos deuses?   Estes seriam oriundos de que raízes? Como ev

Quantos homens? Quantos cavalos?: Quem corre por quem?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os homens e seus cavalos. Tanto o de Tróia, quanto os outros que ora afugentam o mundo são como presentes em defesa dos seus cavalheiros. “A Terra Santa” mais uma vez   sangra em defesa de “gregos interesses” – israelenses X palestinos travam novas batalhas em nome de suas “velhas histórias”. Nada humano que as guerras, ainda que em   defesa de “sagrados interesses”. Culpa de Prometeu que preferiu o lado dos homens, ao contrário do dos deuses? E assim marcha a humanidade: ora, a galope, sobretudo quando os cavalos dos vencedores, dos seus cavalheiros já não diferem; ora, a passos de tartarugas, quando a “paz”, já não monta cavalo algum!... Ainda bem que nem todos os cavalos são como os homens, quando estes enfim, querem ter o controle de todas as rédeas!... Amém?        

Os engenhos da violência, e seus novos escravos: quem é senhor de quem na “Nova República”?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Não é a vômito escancarado da violência em nossa cara   que nos assusta mais,   e sim,   termos nos transformados   na condição de seus   “penicos”,     isso sim, é assustador. Ou seja,   o despreparo, a conveniência,       a falta de um enfretamento planejado da sociedade constituída no combate a violência é a prova de que os que estão a frente das nossas   instituições, não passam de uma mera “escultura” – da arte suja de se fazer a politica. Enquanto isso, os cidadãos ( aposto que     muitos   já não se lembram   mais em quem votaram nestas últimas eleições)   são as vitimas da falta de uma politica pública para o setor de segurança. Em outras palavras, o DNA da violência está impregnado em todos nós, e “os bichos urbanos”, dos quais somos presas - suas mutações!... Por falar em mutações, quem não sente falta do bicho-papão? Aquele sim,   foi a “oficina do medo”,   quando a falta de sono era apenas por brincadeiras. Hoje quem dorme, quando a br

O tempo hoje está para peixe ou para bugiganga? Era sobre isso que os maias queriam nos dizer?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O encolhimento do tempo ou o tempo de homens encolhidos? O que viram os maias naquilo que se repete a cada 26 mil anos? È muito tempo ou não nos damos conta de que o tempo planta suas cobaias, enquanto acreditamos fazer suas previsões? Vivemos um paradoxo, de um lado os avanços irrefutáveis da ciência e da tecnologia, por outro, a massificação da violência nos aproximando cada vez mais dos bárbaros, isso sem falarmos nas “cracolândias” que chegam como avalanches nas pequenas e médias cidades, antes mesmo dos prefeitos decidirem inaugurar novas escolas. Não poderia no lugar das “cracolândias”   serem   os shoppings para atender a nossa outra fome de consumo? Pois bem, temos tempo de filosofar sobre estas questões ou Platão estaria perplexo demais com “os novos tempos” e seus homens velhos no escuro das suas cavernas? Ora, como festejar o milagre anunciado com as descobertas das células troncos, se “os partos” de hoje estão superlotando os presíd

“O furacão Sandy” e as coisas que não cabem mais dizer?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Enquanto os bebês dormiam, “o furacão Sandy” abria fendas nas nossas estruturas de concretos, e solapava com um só sopro a nossa vã pretensão de “ver todas as coisas no devido lugar”. Aliás, o lugar das coisas não é como estão ficando, inclusive sem nós? Pois bem, uma coisa “Sandy” nos deixou bem claro: quão é fictícia a realidade que erguermos só com “as nossas coisas”, enquanto que as da natureza escondidas como “coisa debaixo do tapete” surgem com a tamanha   violência aos nossos olhos tardios de veem!... Estamos sim ficando “sem o mundo” – o mundo supostamente     por nós conhecido. Quanto ao outro, o que nasce fora das nossas trempes, este nada tem de nós, exceto, a nossa cara de espanto! Entretanto,   “ Sandy” só nos falou   nas entrelinhas... Não que o resto nos seja óbvio, mas, no mais é “osso duro de entender”!... Em outras palavras, a coisa vai ficar feia com as nossas cada vez mais fora do lugar. Não seria esta a hora de se per

Assim “Jaz” a nossa juventude?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Com que sonham os jovens que já se sentem “enterrados”? Como negar que “ser jovem” não seja   apenas   um estado de espírito? Ora, os nossos jovens   há muito tempo já estão     tão “velhos”   que lhes perguntar   pela sua   tenra “juventude” é lhes dá canseira? Eis um “mal-estar” que só quem lida diariamente com a sala de aula, onde a falta de entusiasmo dos alunos é uma “velha conhecida”, entenderá o que digo.   É, pois, na sala de aula, onde os jovens antecipam sua “aposentaria”(?).   “Novos” só os tempos e suas bugigangas! Pois bem, se o “cansaço e a quebradeira” que acometem os jovens de   hoje são notórios, “o obscuro”, porem,   é no que estes desperdiçam toda a sua vitalidade. Este segredo é tão bem guardado quanto as fórmulas químicas dos refringentes que, mesmo não matando a nossa sede,   “substituem” a água(?).   Claro que há “vampiros obesos” com isso! A questão é outra, ou seja, como evitar que, quem “janta” os nossos cérebros

É mole?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Na peleja da vida, entre o cair e o rastejar-se, demoramos tempo demais para admitirmos que no final das contas, nos tornaremos nada mais e nada menos do que     “os espelhos que nos assustam”. Ora, “o sério e o duro da vida” nos elevam a mera condição de seus “espantalhos”. Engraçado? Não, é sério mesmo!! Quisera termos aprendidos a não desperdiçarmos o tempo todo remontando   a maquilagem, pois, esta não nos poupará do assombro quando a nossa face,   no “espelho” não caberá!..   Melhor teríamos feito, se tivéssemos engenhado   outras formas de ser, assim como as das cobras que, de vez em quando, têm que   se desvencilhar da própria pele, para,   ainda assim, continuarem   rastejando-se... Sabe o que mais me dói agora? Não ter mais pele alguma – rastejar assim é mole, mole, duro são as pedras com a minha cara no chão!          

A vida e as suas jogadas, quando um gol é apenas um lance de sorte!

Por Gilvaldo Quinzeiro   “Viver bem”, se é que isso nos seja possível, é driblar dois zagueiros ao mesmo tempo, e, acertar o canto oposto do goleiro com um chute certeiro – é gol!   Hora de comemorar, sem esquecer, contudo, que a bola agora está com o time adversário! Ou seja, o lance do gol foi apenas um, dentre muitos que, teve ate “escandalosas furadas”, e chute de canela -, se cochilar a festa agora é da torcida que instante depois viu seu time empatar a partida, e que   perigosamente arremessou uma bola na trave já quase “virando o jogo”!... Em outras palavras, “viver bem” significa   usar   a tática de sempre ter “o controle da boa”, mas, quando   já nos faltar o fôlego, e a bola agora é apenas um “vulto” que anda de pé em pé   aos gritos de olé da torcida adversaria, eis que nos é chegado o momento para, de um simples jogador, agirmos como bravos guerreiros; igual aqueles que nunca desistem, não obstante a luta lhes serem absolutamente desfavorável! Mas, vale us

Tempo de varas curtas, e desperdícios compridos

Por Gilvaldo Quinzeiro O sujeito e suas “varas”, todas encurvadas ante um tempo que só lhe devora. Pobre sujeito, hoje, reduzido a condição espalhafatosa de mero “consumidor”! Nestas condições, entretanto, só resta ao sujeito uma única saída honrosa - se contentar em ser como uma “sardinha”, e assim, contemplar admirado a lata que esteticamente lhe cai bem!... Ora, que “modernidade” é esta que tanto ojeriza o passado, e, paradoxalmente não evita “o envelhecer”, que, hoje, mais do que nunca é cedo demais? Tarde, é a descoberta dos tempos perdidos. Cedo são “os achados” que já não se enquadram mais no momento de agora. Isso sim é envelhecer sem ter conseguido brincar de bolha de sabão. Ora, quanto dura a beleza de uma bolha de sabão? Quanto vale uma vida toda sem tempo algum? Saberá sobre o quê quem nem viveu para admirar a curta existência de uma bolha de sabão? .

“O machado” e “o professor”: quem ainda é da ordem que serve ao desenvolvimento?

Por Gilvaldo Quinzeiro   “O machado e “o professor”, qual destas ferramentas ainda é indispensável ao desenvolvimento? Ou,   uma, tanto quanta a outra, aos poucos já não é atirado ao canto? Do machado já se   sabe que, se antes foi sinônimo de progresso, hoje, quem por ele clama, senão quem dele também reclama? E quanto ao professor, quem já não desejou vê-lo obsoleto? O certo, porém, é que não há duvida nenhuma a respeito de o   quanto o professor é tratado como se fosse   mero “machado”, isto é,   se quando conveniente,   bem, vamos fazer   dele nosso instrumento, no desbravamento daquilo que ninguém mais ousaria;   se quando não, para que valorizá-lo se se quando mais tarde     este estará     em desuso(?). Pois bem, o fato é que a dura rotina de um professor, na sua solitária luta para   “edificar homens” para uma sociedade cada vez mais “governada por bichos”, eis que este não tem passado     de uma mera ferramenta cega. Contudo,   o que seria da sociedade inte

A infância e seus engenhos: tempo de crianças trituradas?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A infância acabou (?). Enquanto isso, a realidade chegou cedo demais com suas laminas afiadas presentes nos brinquedos quase vivos com os quais as nossas crianças aprendem a se defender da rotina que enaltece a morte. Aliás, quão caros presentes para tantas “baratas” no canto: quem brinca do quê? Os engenhos da infância: a família e a escola. Como evitar que nossos filhos não sejam triturados, quando tais engenhos há muito tempo se “enferrujaram”? Tempos aqueles onde a fantasia despertava o medo -, um preparativo para batalhas reais!  Hoje, “despedaçada”, a criança se afunda na realidade/fantasia para, na vida adulta viver de esperneio!... É neste contexto, entretanto,   que urge reinventar a Pedagogia – aquela que eu a denomino de “Pedagogia de Fundo de Quintal”. Aliás, qual criança sabe o que é um quintal? Isso nos remete uma reflexão acerca da “territorialidade da infância”: qual o espaço da criança, senão o de frente a televisão e  seus

... E lá se vai a humanidade?

Por Gilvaldo Quinzeiro (...) Estranho, mas, ainda estamos no escuro da nossa “caverna interior” cujos rabiscos, conquanto, não decifrados, ainda assim se expressam por nós como se fossem o próprio conhecimento por nós esquecido. O dito acima, atualiza Platão e o “Mito da Caverna”, porém, com uma diferença -, somos a “razão” sim, mas, dos nossos fantasmas. Isso implica dizer, em outras palavras, que nunca os fantasmas foram tão racionais na construção do mundo e da sua “luz” que nos obscurece. Vivemos sob a égide de Medusa. Ou seja, o que tanto se ver é o mesmo que tanto nos cega. Ora, do que afinal nos servirão as imagens que se espraiam lá fora, se para as de dentro ainda não criamos “olhos”? Mas, voltando a nossa “caverna interior”, quanto de nossa fala são hieróglifos num contexto em que todas as vozes são fantasmagóricas!... Pois bem, o homem na sua pós-modernidade jaz o outro que relutava andar de quatro. Hoje, como e quem por nós caminha, se é que pelos “novos caminh

As eleições e o “X” da questão

Por Gilvaldo Quinzeiro “Democracia” para uns e “Ditadura” para outros. É assim as eleições municipais, onde o poder econômico prevalece, enquanto, fora isso, nem a utopia. Eis o paradoxo dos nossos chafurdados tempos! Em outras palavras,   em tempo em que a liberdade de expressão nos é tão vital, a falta de recursos faz com que o pensamento de alguns candidatos,   notadamente, os sem estrutura alguma, não alcance a esquina mais próxima, enquanto,   outros, os que esbanjam dinheiro e prepotências, estes sim, têm como expressar o que pensam para a cidade inteira, e,   fazer desta seu “palanque”! Quanto ao eleitor, poucos sabem do que realmente estar em jogo nestas eleições. Então é muita hipocrisia para pouco discernimento. Uma corrida absolutamente   desigual entre os que vão de Ferrari e os que vão de jegue! Os candidatos, por sua vez,   na ânsia de participar do processo eleitoral, se fazem de “espantalhos” para assim, afugentar o que será inevitável para a grande mai

A normalidade que nos assusta: da carne humana que se devora aos políticos que se contemplam

Por Gilvaldo Quinzeiro Então quando os homens ainda eram “homens” já temiam que um dia pudéssemos retornar a condição de “bichos”? Pena termos nos transformados em outra coisa que até dos macacos, nossos primos, nos distanciamos! Pois bem, neste ano, mais especificamente no mês de maio, nos Estados Unidos, um caso chamou atenção, quando policiais de Miami flagraram um homem comendo o rosto do outro. Isso sem falarmos que em abril, também deste ano, em Garanhuns, Pernambuco, três pessoas foram presas por, entre outras acusações fazerem empada de carne humana. E mais recentemente, no último dia 22, no Rio de Janeiro, um adolescente de 16 anos de idade, arrancou e comeu parte dos olhos da mãe. È esta “normalidade” que nos assusta – sinal de que da civilização cada vez mais nos afastamos? E o que significa os avanços da ciência que por um lado, eleva os homens a condição de fazerem coisas que antes, só aos deuses eram atribuídas? Um paradoxo, não? E quanto ao “coração” da atual

Em tempo de ódio, pescaria de tubarão?

Gilvaldo Quinzeiro O ódio é o que de tudo em nós arranca, permanecendo de pé, quando em nós só “as máscaras” se fixam. Aqui todos os espelhos são devorados pelas faces que em nós abundam. Dito com outras palavras, é aqui onde todos os fantasmas se tornam obesos, enquanto no fundo de nós, agonizamos acometidos de anorexia!... O ódio é o pescador de uma realidade outra - aquela na qual, quanto mais próxima de nós, mais nos afogamos na condição de meras iscas. Engana-se, porém, quem pensa que nela seja o peixe predador, pois, este é “o mar onde tudo é rede de arrasto” – fora desta, outras iscas e seus arpões. A questão é como definir no meio de tantos “tsunamis” a onda que arrastou de nós o que poderia ser ao menos calambanjos!

...Então, estamos todos grávidos, mas, quem nos fará o parto?

Gilvaldo Quinzeiro   O mundo naquilo que se contorce, está literalmente grávido doutro mundo, mas, até este dá à luz, nós seremos suas dores e contrações. O dito acima,  tem uma implicação outra, a saber, a de que o corpo assume a condição apenas de uma “cloaca”, enquanto o rebento, o vir a ser deste parto, já não é de nós semelhante? Eis uma questão que no mínimo teremos que enfrentá-la de pé, pois, as que subestimamos   de cócoras,   há tempo já nos fazem de sapo! Pois bem, o corpo, quero dizer, é uma natureza, e como tal é a “célula tronco” com a qual ao longo da História, se têm construído também “os espelhos”, e para estes os corpos cujas imagens são também as dos deuses, de quem somos semelhantes (?). Mas, voltando a falar da “gravidez do mundo”, quão difícil será este parto, posto que, das parteiras já lhes amputamos as mãos. Aliás, nem com os ouvidos apalpamos a nossa dor, e, com estes desafinados, só nos sobram os olhos arregalados, mas que nada veem!... Que ol