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Mostrando postagens de junho, 2011

Filosofia no prato

Gilvaldo Quinzeiro Grego o mundo que não pensa ser mais grego para hoje como os gregos não terem do que se orgulhar!... Quão de filosofia os gregos de hoje estão farto? O que Sócrates diria ao seu povo nas dores que estão longe ainda de ser um parto? O paradoxo desta crise grega que é também européia, e por seguinte mundial, é que estamos como nunca pensando de “barriga cheia”? Ou, assim como os gregos pensavam antes de entrarem na atual crise, estamos subestimando a nossa que já não temos como dela nos desvencilhar? A crise nossa é a crise dos que não têm por que pensar. Isto é, filosoficamente a nossa crise é a falta de escola genuinamente fundada para erguer homens que pensam! Isso significa dizer que, gordas são as filosofias que se aproveitam da fome dos que se empanturram de questões que não alimentam a alma. Portanto, um Platão que se dispensa é sinal de tempos anoréxicos com crianças que já comem de tudo!...

De terça para quarta: amém!

Gilvaldo Quinzeiro A terça-feira iniciou com a terceira manifestação dos professores da rede municipal de Caxias em três semanas consecutivas, há três dias para o mês de julho. Tais manifestações se constituem num Terço em prol das contas que não batem há quase três anos? Três anos que se passaram sem ninguém se dá conta de que as contas se prestam? Há tempo para se erguerem as três pedras com as quais se edificam uma trempe? O certo, porém, é que há muitos galos que já nem arredam os pés do terreiro, porque pensam que nunca serão cozidos!... Será?

A seca de cabeças!

Gilvaldo Quinzeiro Quantas “cabeças duras” num trânsito em que só se salvam os capacetes? Ora, a resposta a esta pergunta é tão dura quanto às cabeças que se perdem diariamente!... Pois bem, as cabeças que se perderam, antes foram arremessadas como “bolas” em um jogo onde só se ensinava a ganhar? O certo é: o espaço onde se “engenha” a cabeça que se ganha ou a que se perde é indiscutivelmente a família. O trânsito por sua vez, só as acolhe duramente!... Portanto, a fartura de capacetes é sinal de seca para as cabeças. A não reflexão sobre isso, ai sim significa ter a cabeça seca!...

As embiras de nossas imagens

Gilvaldo Quinzeiro O universo caboclo é essencialmente constituído de “palhas e embiras” sem as quais tudo seria uma cumbuca de boca para baixo, isto é, o escancarado e sem nenhum amarradio. O seu formato é o de uma “paneiro” – tudo que nele cabe está por sua vez, ao alcance das mãos – do contrário, por que carregá-lo nos ombros? Ai de nós sem as embiras com as quais engenhamos e amarramos as nossas imagens - espantalhos para nossos espantos! Espigas de milho, eis a estética com qual se edifica a beleza interior – a plástica do corpo de toda menina moça!... Ai de nós sem a visão do mundo que compara o corpo a grãos fincados no sabugo - espelho para farta safra que nos assegurará não só a “multiplicidade”, mas, fundamentalmente a satisfação em se sentir grão!... Por fim, sem palhas e embiras, não  há onde,  do que e como parir! .

Temperando a cultura

Gilvaldo Quinzeiro A cumbuca prima pobre da bacia, imã mais velha da cuia, ambas feitas de cabaça qual Eva da costela de Adão – útero onde se gesta o tempero de toda a cultura cabocla! O pilão socado a três: seis braços abraçando uma só cintura e seis olhos fitos no mesmo espelho – imagem futura do que mais tarde há de se comer – arroz misturado com feijão e muita farinha branca para ser comida em forma de “capitão”!... Na mesma cena de fundo, no fundo de uma panela de ferro uma mulher em apresentação solo torra o arroz ainda verde, enquanto um velho tira um “tição” para levar bem próximo da boca, com o objetivo de acender um tronco de cigarro que se encontrava há muito tempo (escondido talvez) na gaveta de uma mesa... São cinco horas da manhã. Frio de bater o queixo. Lamparina quase que pedindo socorro! Os bichos já comendo no terreiro. Alguns meninos  se acocorando entre as trempes. È o tempo se acordando para o tempo do sertão. Viva o Nordeste brasileiro!

Os panos e suas costuras...

Gilvaldo Quinzeiro Cada um de nós na linha da existência é um botão paradoxalmente preso por espaços vazios. Portanto, o que nos impede de despencar é perigosamente quase nada. Aliás, é no despencar que se percebe quão é fino o tecido que nos segura para só então se compreender que se vive apenas dos “remendos” – remédios para as redes puídas nas quais deitamos já partidos ao meio!... Pois bem, o ato de costurar as pregas que inexoravelmente despregarão, é o que nos constitui para além dos pontos e nós que dão sustentação à imagem que de nós emana para se transformar no “pano” que “darão camisas” aos nossos fantasmas!... Em outras palavras, somos o que com nossas mentes erigimos e o que com nossas mãos alcançamos! Ainda bem?

Arraiais eleitoreiros:fogueiras que queimam a cultura

Gilvaldo Quinzeiro O São João perde a força com a força dos que a têm só para ostentar: arraiais gingantes sem ninguém; palanques com som que estremece a terra; a terra que enterra a cultura que da terra fica a desejar!... Porém, o que mais encabula são “as fitas “ dos que organizam os folguedos, e em outras terras o folguedo vão passar: o prefeito, seus secretários e vereadores que nas eleições que vêm estão certo do voto dos matutos comprar!... Realmente, estamos quase certo que assim sendo, nada vai mudar. E mudará: o discurso que passa na fita, quando “as fitas” nada mais significarem. Só que isso levará um tempo para só quando os matutos se representarem! Faça um corte com a faca na lenha que comporá a fogueira. Tape a boca da cabaça com cera virgem de abelha. Afaste os tamboretes do meio do terreiro e risque o fósforo para acender as candeias. Abane com força o fogo que falta ao povo que nestes arraiais de agora, é “fogo de palha” para o pedido do voto que já se escancar

Os jardins afundados?

Gilvaldo Quinzeiro A flor do tempo em que tudo é como plástico, das pessoas ao que se come; do que se ver ao que se ouve; do que se planta ao que se colhe -, é de espelho! Por este prisma, as imagens são avalanches em que todas as coisas se tornam carnívoras; e nós urubus de nossas peles!... Éguas, nossas mães sem água para nos lavar a bunda!... Abunda tudo que nos afunda! Acorda tudo que nos enforca: a corda, os versos?

?:não seios!

Gilvaldo Quinzeiro “O leite derramado” numa coisa é certo que nos nutre: na fome por seios gigantes! Não foram estes que alimentaram Hércules? Eis a Via Láctea – caminho pelo qual vagam todas as colisões. Nós, braços de palitos, ainda assim nos sentindo gigantes, somos náufragos do leite que não nos saciou!... E assim, todas as bacias enchem-se de fobias... Os céus estão ficando cada vez mais próximos de nossas cabeças, à medida que a terra se afunda, e os nossos pés ficam para cima. É assim que tem que ser? Serão os óvnis os ovos da galinha de ouro? Ou em tempo de “carvão”, tudo que sopra é fogo? Eis, o tempo cuja resposta é: não pergunte para não se afogar com as respostas!

O ABC do cipó

Gilvaldo Quinzeiro Quiçá, aquilo que “perdemos dos macacos” não nos faça falta nem para se sentar em cima, num tempo de muitas voltas e poucos nós!... Ora, rezemos para que as condições que já se criam não nos exijam, ainda que apenas como um mero exercício de abstração – pular de galho em galho para dos obstáculos fugir, tal como nos tempos primevos, quando, agir assim significava “tirar de letras” ou mais apropriadamente, se antecipar ao emprego delas em condições tais que nem metáforas cabiam! É fogo? Não. Queima, mas, é só um cipó!...

A mandioca, o nosso Stonehenge caboclo?

Gilvaldo Quinzeiro Em cada tempo os homens fincam seus “Stonehenges”, como condição de “firmar sua cabeça” nas coisas que lhes escapam. Na idade da pedra, “duras cabeças” para conseguirem erguer um mundo de infinitude; no tempo de hoje, que “cabeças duram” para construir um mundo que é de bolhas? Ora, se amanhã até os deuses, não serão como os de hoje, então para quem vão as preces dos que têm pressa de aliviar suas dores? Ou as nossas dores de amanhã serão a cura para as dores de hoje? Na verdade, na verdade, se amanhã tiver uma coisa mais complexa do que a “mandioca” que se arranca, carrega, descasca, rala, espreme, penera, torra, ensaca e depois a serve no prato – então, esta coisa será como a “frase” em um texto que se come!... Portanto, na duvida do que virá, “viva a civilização da mandioca”!

A fome das coisas!

Gilvaldo Quinzeiro Aquele que ao menos aprendeu na vida a “interpretar seus sonhos”, é o mais farto entre os famintos, posto que, almoçou seus fantasmas, antes de ser jantado por eles! A realidade que nos abocanha, não é outra, senão a mesma na qual os gregos erigiram seus deuses vingativos, na perspectivas de, quando devorados por estes, ao invés de tristeza, ser celebrado como um ato de festividades; com apenas uma diferença: os deuses de agora estão muito mais raivosos e famintos, pelo tempo que não se presta a eles!... Realmente a falta de tempo para se prestar atenção nas “coisas”, faz destas mesmas coisas as que nos engolem. Fora isso, tudo é vômito!

Lindo, não?

Gilvaldo Quinzeiro È ilusão pura pensar, sem, no entanto, se dá conta de que este ato (o de pensar) não se afunda no que o espelho reflete. Ora, isso nos explica porque não passamos de meros estardalhaços, ante uma realidade que nos reduz à simples bolhas de sabão presas a uma curtíssima existência!...

Cabeça: a minha não!

Gilvaldo Quinzeiro A política é a faca. O povo, a garganta. O casamento de ambos é por qual interesse? Qualquer que seja a resposta a esta questão se constitui apenas na “trempe” em que um ou outro será assado? De fato, nas raízes de tudo que nos sustenta hoje como “árvore”, está a antropofagia! Aliás, nunca uma elite política foi tão obesa, quanto à caxiense. Claro que isso não se deve ao seu fastio, mas, ao contrário, pela voracidade e esperteza com que faz o banquete. Diga-se de passagem, que sua especialidade é exatamente a de comer “cabeças”!... Não é hora das massas em marchas ao menos acender suas fogueiras?

Amém?

Gilvaldo Quinzeiro O preâmbulo de uma farsa é a facilidade com que as faces se desbotam aos olhos já cegos dos que também disfarçam a máscara que lhe escorrega. O final disso tudo, porém, é uma sociedade sem ter por quem dobrarem os sinos! Paradoxalmente, é nesta mesma sociedade que todos fervorosamente repetem: amém!

Pichações

Gilvaldo Quinzeiro O corpo é a caverna sobre a qual a primazia de cada tempo desaba, sem, contudo, impedir a atualização dos seus fantasmas. Aliás, nunca os fantasmas foram tão falantes e adaptáveis como na contemporaneidade, na qual o corpo é “salada” que farta os anoréxicos de si mesmos!... Obesos nãos os corpos, mas, os fantasmas que deles não se fartam!

Puyehue: nas mãos é bomba!

Gilvaldo Quinzeiro As cinzas do Puyehue, não são metáforas, nem arte plásticas, mas já se fizeram conhecidas com eloquência por várias línguas. Aliás, na língua que fala Puyehue somos todos mudos. Claro que só assim, a engolimos com os olhos esbugalhados!... Quiçá, os que praticam a “política do pão e circo”, se curvem ante o show da mãe natureza, e se fartem de comer a língua das massas! Que a engenhosidade de Puyehue cole em nós o cimento da humildade, e que Prometeu, enfim, devolva o fogo roubado aos deuses!

Viva os que vivem da tradição!

Gilvaldo Quinzeiro Da “inhuma” do João do Vale, a “asa branca” do Gonzaga, o que ainda resta para ser cantado neste sertão cada vez mais tórrido de cultura? Casas sem varandas. Fim dos quintais. Festas juninas sem arraiais. Hoje é dia de Santo Antônio? Sim, mas, nada que nos lembre a tradição do santo casamenteiro: cada bairro com seus arraiais; cada terreiro com sua fogueira; moças donzelas fazendo preces para não ficarem para “titias”! Hoje, os arraiais são de puros concretos, mais seguranças do que brincantes; mais cinzas do que fogueiras; mais “malas” do que quadrilhas; mais balas do que foguetes; mais eletrônicos do que forró! Ôxente! Viva Santo Antonio!

Namore para além do dia de hoje!

Gilvaldo Quinzeiro Apaixone-se! A vida dura o tempo de uma paixão. Isto é, quase nada! Apaixonar-se não é segredo algum, mas, prolongar a paixão para mais dias seguintes, eis a alquimia que só os puros amantes conseguem!... Apaixonar-se, ainda que no último instante da vida, vale mais do que a vida toda que se dispensou sem tê-la vivido com paixão alguma! Apaixone-se! Não há outra condição que não a do afundamento na paixão para se manter aceso, enquanto o mundo inteiro quebra as pernas na escuridão. Porém, um primeiro e único fundamento: se não tiveres amor próprio, antes da paixão por outrem, terás apenas estilhaços como espelho! Um bom domingo e uma semana toda para se namorar!

Rosas, as outras, Maria: flores!

Gilvaldo Quinzeiro Os garotos de hoje se masturbam? È difícil responder que sim, levando em conta o “apodrecimento” dos seus corpos, quando não colados aos games; esfolados às motos, fora aqueles que são jogados pela janela – fardo que não se suportou!... Ora, esta é uma questão freudianamente demais para ser tratada apenas com as pontas dos dedos. Aliás, diga-se de passagem, tempos aqueles em que se descobria o corpo com as próprias mãos, hoje, porém, quem tem corpo para descobrir? Ou mãos para com estas acariciar? Pois bem, de fato, não é nada romântico, às vésperas do Dia dos Namorados, falar dos nossos “esfíncteres”, quando o que se esperava era das rosas! Desculpe-me, pois, é que tudo hoje anda tudo meio esfolado!... Pra começar, nada mais visceral que a face que se maquia de zumbis. Talvez, a estas devêssemos entregar buquê de arames farpados? Ah! E as músicas? Româtincas? Que nada – balas perdidas!... Então aqui vai uma frase (de amor?) neste tempo que nos achata: “

A falta de adultos nas creches

Gilvaldo Quinzeiro “As mães meninas” que abundam cada vez mais numa sociedade onde há tempo demais para se engravidar, e nenhum para amadurecer –, quando avós ainda serão “virgens” naquilo que só depois de uma boa amamentação - se rompe?... Em outras palavras, se o desenvolvimento do indivíduo corresponde a etapas necessárias a serem vividas, como condição para se chegar ao que se chama de “ciclo da vida”, logo, estamos diante de uma questão tardia para ser respondida, a saber, quem são e como lidar com as pessoas que tiveram sua infância “interrompida”? Não seriam estas, as mesmas mães ou pais que hoje estão abandonando seus filhos num cesto de lixo com a mesma pressa com a qual os conceberam? Como educar as crianças que em função do seu “passado”, não conseguem viver no presente – ponte caída na travessia para o futuro? O fato é: estamos “amassando” a infância! Logo, isso significa que vivemos numa época na qual não nos tornamos adultos pelos “seios” que na infância no

A década da escuridão

Gilvaldo Quinzeiro Faz tempo que Caxias perdeu a sua “urbanidade”. Logo, a cultura que aqui prospera é a dos “laranjas”. Esta é que sustenta a “governabilidade” em nome da qual a barbárie se instala. A cidade por sua vez,  se transforma em meros currais eleitorais -, estruturas capitais na manutenção das elites feudais no poder. Por outro lado, nunca a “intelectualidade” local foi tão mão-de-obra naquilo que não nos enaltece a cabeça!... Haja fogaréu pro escuro que é medieval!

A escola está grávida dos filhos que serão pais?...

Gilvaldo Quinzeiro A família que se perde, não é na escola que se ganha, conquanto, este tenha sido o papel que se tem erroneamente atribuído a esta. Ora, substituir a família pela escola é tão grave do ponto de vista da formação, quanto substituir o útero pela incubadora. Quem desejar uma escola “cega e surda”, isto é, sem sentido algum que o faça esta substituição! Não será este o motivo pelo qual a escola tem sido o lugar para tudo, exceto onde se cumpri o papel para o qual esta foi criada? A depredação da escola pelos próprios alunos, não é de algum modo, porque aquela tem “substituído” a função que estes só encontrariam nos pais? Pois bem, o desmantelamento da família em nome do progresso que nos quer como seus “filhos”, há de ser visto como a “mãe” dos órfãos que escola já está morta de “jogar” nas ruas para delas se tornarem pais!... Enquanto isso, só a retórica daqueles que vivem às custas das dores da escola que já não se segura em pé -, tenta dar à luz ao que nunca

A loucura que nos cura, as outras que nos enlouquecem

Gilvaldo Quinzeiro A loucura é um “remendo”, no lugar onde tudo mais já está com a bunda de fora. Logo, querer tampar a “coisa” com a mão que é “peneira”, é um esforço que, ao invés de amarrar, desata os nós sem os quais a realidade é só “desabamento”! Desatados os nós, resta ao sujeito “juntar” o seu mundo num saco; e como este é pequeno, a grandeza do mundo é que lhe “segura”. Portanto, ai dos loucos sem “o mundo “para pôr dentro do saco! Ai de nós, sem os loucos que carregam em seus sacos “tudo” que em nós seria insuportável!... Em outras palavras, a loucura dos outros é o que nos conserva "sãos"? Fábrica de loucos, eis no mundo o que se desenvolve!

O primeiro voto: é dos coveiros?

Gilvaldo Quinzeiro Estão se prolongando demais, os “finais de semanas” nos quais os jovens de Caxias não retornam pra casa, senão em cortejos  fúnebres! Enquanto isso, as autoridades locais o que fazem? Nada, além de omitir os dados que engordariam as estatísticas numa cidade em que já não tem como esconder a nossa antropofagia?... Eis, o que entre nós cresce: o surgimento de funerárias e o preço dos espaços nos cemitérios! Serão estes os ramos nos quais também investem as autoridades políticas locais? Uma pena ver tantos ossos hoje, e saber da montanha de votos que elegerão os que nem fizeram conta dos  dos que já morreram!... Caxias é assim: os bichos são quem nos dizem xô!...

Uma pedagogia para o fim do mundo(II)

Gilvaldo Quinzeiro A realidade, não é a que se ensina com a “acessibilidade”, ou com a inclusão social, aquela é independente desta. Aliás, esta não é uma demanda do mercado que nos quer todos consumidores? A realidade, porém, é exatamente aquela para a qual não há nenhum “ensinamento”, posto que as privações seriam o seu conteúdo! Em outras palavras, as novas gerações, conquanto bem aparelhadas, e inseridas no mundo tecnológico, são infantis em questões que, as outras, ainda que no “mundo das lamparinas",tirariam de letras. Exemplificando, as novas gerações nem do que se alimentar sabem, ou pelo menos, do que se alimentam, nada lhes nutrem! Ora, num mundo de catástrofes apocalípticas, apostar todas as fichas naquilo que num simples apagar das luzes, não nos será mais útil, é promover a “acessibilidade” ao que nos manterá atolados ante uma realidade que devêssemos ter asas?... Do que valerá o que se aprende, se o que se ensina não é da realidade? Vale sim, uma vala comum

Pra pensar com os dentes

Gilvaldo Quinzeiro Quem se oporia a aporia que faz de nós “sardinhas em lata”? Já não estamos achatados demais por rasas filosofias que nem têm tempo pra pensar? Mundo puramentemente rasteiro, eis no que nos afundamos. Tudo já tão bem tampado qual  panela com água quente. Logo, o trabalho de destampá-la leva um tempo que corresponde ao esfriamento do seu conteúdo. Em outras palavras, tudo se engole, nada se mastiga, pois, a função dos dentes é apenas a de sustentar um sorriso pelo tempo que durar uma “boa impressão”. Velas para os dentes que cortam a hipocrisia com a mesma força e rapidez do “bicho” que ficamos!