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Mostrando postagens de abril, 2011

Alô!

Gilvaldo Quinzeiro Um lembrete do meu amigo Antônio Luis que acabou de me ligar: “faz 1 ano do Divã das Palavras”! Sim, de fato, há um ano, estou ajumentando as palavras neste espaço que, diga-se de passagem, foi uma idéia do próprio Antônio Luis, a quem sou muito grato! Contudo, a minha maior gratidão é pelos meus leitores, anônimos ou não; das mais distantes regiões do Brasil, e pasmem, de outras partes do mundo, em especial, Portugal, Estados Unidos e Canadá! È claro que o mérito não é meu, mas, da internet: um grande salto para um caboclo montado em seu jumento! A todos que até agora se arriscaram comigo, obrigado e desculpas pelos arranhões!

Para não dizer que não elogiei a loucura

Gilvaldo Quinzeiro Hoje, sem nada para falar, que tal começarmos o dia “elogiando a loucura” cuja cura é vê-la na normalidade dos nossos dias loucos! Erasmo de Roterdã que o diga, pois, certamente o que mais lhe enlouqueceu foi o elogio do Papa Leão X a sua obra – que visava cegar a igreja católica com suas sátiras filosóficas ou não. Ora, o apego a racionalidade dos tempos pós-modernos é cegar-se para outras formas de ver o que nas ruas já está exposto: gente se fingindo de “normal” com seus fones no ouvido, alienando-se de tudo que lhe faz cócegas! Santa loucura! Como não enlouquecer em tempo que o abraço (das mães) é substituído pelos os das fraldas descartáveis? O que mais esperar para ver, se os sucessos das vendas literárias, são os que ensopam as nossas casas de vampiros! Isso é normal? Sei lá manos(as)!... Tudo é muito estranho tal qual a face de Monalisa! Esta não seria a única forma pela qual Leonardo Da Vinci  encontrou para elogiar a sua genial loucura? Quan

Ôxente! Por que não?

Gilvaldo Quinzeiro Falando em “nordestinês”, o traje que não vi no casamento real, foi o gibão de couro, de resto, tudo estava lá. Mas, cá com meus botões, ali tinha cada chapéu!... O vestido da noiva estava lindo! O problema é como ficar sem, no exato momento em que não se deve contar com a ajuda de mais ninguém... Pensando bem, nem é bom ficar comparando o tamanho da cauda do vestido, com o de outras peças íntimas!... Outro detalhe, é o dos cavalos: são realmente reais!... É... Mas, ainda tem gente chateada com o beijo do casal: será que foi real? Certeza mesmo:  só a pindaíba nossa de ver!...

Tim-tim

Gilvaldo Quinzeiro As palavras casam-se bem, quando o solo da tradição é ouvido.Porém, em terra de sapos, ser filho de peixes, pressupões-se que não é ter a bunda na lama que se tem que envergonhar, mas, do tipo de salto que se dar. E, em assim sendo, tudo se arrastará. Uns por se incharem demais, outros por se comportarem como cobras. Por fim, só o silencio permanecerá solteiro!

Ás vésperas de um casamento real

Gilvaldo Quinzeiro Um casamento real, realmente é só para quem é de “carne e osso”, não obstante, todos os sonhos que nos tornem em “príncipes ou princesas”, mas, de fato, para além das flores, hoje viçosas, amanhã, todas murchas, não é o amor, mas, o humor que nos salvará de todas as amarras!... Ora, isso é realmente real: não é o sapo que se transforma em príncipes, mas, o contrário. E neste sentido, vale mais as velas apagadas, para, quando se precisar de luz, estas sim, terem serventia... Mas, voltando ao casamento, antes da lua de mel, quem mais come são os convidados; alguns até sem se darem conta da “conta” que se paga, pois os noivos, coitados, exaustos de tantas fitas, perdem o apetite... A noiva que o diga, quando o noivo for apenas midiático!... Aliás, se todos os noivos forem como o Pato... Hum!... Que apetite tem a noiva!... Amanhã, nós plebeus nos separaremos das nossas esposas e maridos, para bem cedinho assistirmos um casamento real. Depois, só Deus saberá se

Caxias, em tempo em que não se dorme

Gilvaldo Quinzeiro No que tange a violência, a insônia dos cidadãos corresponde ao sossego dos bandidos, que já se consideram donos da cidade! Mas, o sono que nos custa caro chegar, é “bugiganga” nas mãos dos que nem de longe sonham em querer mudar a situação, a saber, a atual classe política cujo lema é “quanto pior, melhor”. Ora, já estamos na terceira ou quarta geração, dita “mala”, e nunca foi feito nada para desalojar o “útero” cujo parto se faz todos os dias, qual uma infestação larval na nossa sopa! Em outras palavras, tudo “bem”, quando o mal é com os outros. O pior é quando se sabe que a violência é uma “arquitetura” edificada em fortes pilares, para, não só sustentar quem por ela é beneficiada, mas, é também da ordem de uma “estética” cuja arte privilegia as vísceras expostas!... Caxias, no “Governo de Todos”, o que é afinal só para os poucos?

Tempo de penas e ovo goro

Gilvaldo Quinzeiro Foi-se o tempo em que o tempo se passava. Hoje, tudo enfim, é “ovo goro”.E, em tudo que se “demora” quebra-se o ser, qual a casca do ovo cujo pinto se apressa em nascer... Tempo de espantalho, não do espelho do que se ver, eis porque espantamos um pássaro na mão por cinco voando! Por fim, o homem já não é mais a “medida de todas as coisas”, mas, as coisas que já não se medem com a palma da mão. Estas sim, nos contam as penas, sem as quais, não passamos de meros “pintos pelados” !...

Bêbados santos

Gilvaldo Quinzeiro O pão, o vinho e a cruz. Três edifícios em cujos pilares se erguem o coração humano. Quiçá, fosse para nos manter em pé, porém, o muito que se consegue é não cair de vez. Não é apenas exagero, o que os deuses riem de nós. É que o vinho nos torna engraçados, não que o pão seja abundante ou que a cruz seja leve!... Da Vinci, não inventou o jeans que nos torna “pregado” a ele, mas, a sua “Ultima Ceia” foi crucial para não nos servir só de pão: a imagem é que nos sustenta naquilo que nos escapa! Ora, na hora em que Pilatos lavou as mãos quem sujou as suas? Não é Judas que ressuscita toda vez que necessitamos “crucificar um culpado”? Quem de nós não teria partido o coração de Cristo, quando os que, não o tendo feito, não estariam do lado dos que “sustentavam a verdade”?

Todos os dias para ser índio, um só para o caipora!

Gilvaldo Quinzeiro O índio com sua “imbira tanga”, só em pele e osso, seja os timbiras, seja, os do Xingu, já não passa mais na sessão da tarde das TVs , nem no seu Dia, e muito menos durante toda a Semana Santa! Hoje, o homem branco se cora de ver, o big brother ganhar fama e dinheiro com “seus pintos e seios” de fora ou com a cena de um casal cair de roupa na piscina, para em seguida, ver boiando os seus fios dentais. Ora, o quanto nos civilizamos! Uma pena, pois , os índios sem penas, também dariam de se ver na vista, e, sem os caros patrocínios, considerando as “abóboras” que se ouvem, se lucraria muito mais! Guanarés, quem ouviu do seu canto? Canto dos anapurus, os xamãs chamam para corar a palidez dos homens brancos! Ai de nós, “civilização hambúrguer” em tempo onde tudo se soterra, sem saber, ao menos pescar calambanjo no brejo!...

Ajumentando as idéias para afrouxar as peias

Gilvaldo Quinzeiro O Brasil sempre foi escravo da mão-de-obra escrava. Nós ainda nunca nos libertamos disso! Em outras palavras, o nosso “iluminismo” sempre fez calos nos pés, posto que, nunca se usou a cabeça. Para nossa elite, afrouxar o “cabresto” é desembestar o jumento. E sem o jumento, perde-se a carga inteira!... O reflexo disso, é a educação quem nem ata e nem desata: quanto pior se educa, mais peso se carrega! Afinal, para que se presta a burrice? Há uma estatística que só cresce, mas, ninguém dá conta dela, porque mensurá-la é ver triplicada o peso que já não dá mais para carregar, a saber, o aumento da nossa população carcerária. Diga-se de passagem, na sua maioria, de jovens que deveriam está na sala de aula!... Pois bem, o nosso “13 de maio” ainda precisará de muitos “20 de novembro” para, enfim, ter o que se comemorar em “15 de outubro”! Que a verdade seja dita: o que sobra nos jumentos, se realmente comparado a nós, nos envergonha!...

Mão que dá pena!

Gilvaldo Quinzeiro A mão que escorrega o cisco para debaixo do tapete é a mesma que cega os olhos. Ainda bem que só temos duas! As outras, se tivéssemos, abririam os olhos de quem? Pena, não temos dos pés. Mas, se voássemos , ficaríamos bonitos de bico!

Sermão pelos sem-nomes

Gilvaldo Quinzeiro Poetizar e politizar para que o “berço dos poetas”, não tenha seus becos e ruas mudadas de nomes por outros que, não obstante, “mereçam”, mas, não mais que os já merecidos, em troca de frescos favores! Rezar para que a “prece” daqueles que pedem que tudo como estar se conserve, não seja jamais atendida! Chorar de desgosto pelo gosto de quem ver toda a cidade suja, enquanto os que deveriam zelar por ela, permanecem com seus sapatos limpos! Puto de nós, sem o riacho São José que não se ajoelhou, quando os que fizeram “promessas” se elegeram com o voto das mulheres que lá, já não mais lavam roupas!... Ai de nós sem “ai” pra dizer, agora e nas outras horas em que se mata! Que sejam condenados os que batizam os nomes das "suas obras" com os seus ou dos parentes, enquanto os que morreram “sem nomes” deram estética e vida a toda arte, hoje, profanada! Repitam todos: amém!

O estatuto do abraçamento, uma arma contra a violência

Gilvaldo Quinzeiro O que não vemos na violência que nos cega de vê-la, é o que nos faz sentir “famintos” por ela! Aliás, é bom que se diga que a violência é que sustenta “um mundo” na sua fartura, enquanto, a outra parte que se arma por “necessidade” de se manter em pé, se esgoela!... Em outras palavras, se não tratarmos das feridas abertas em nome da “civilização”, na “justificativa” de se combater a barbárie, não haverá banco de sangue em quantidade suficiente de estancar o sangue como enxurrada a ser derramado. Pois bem, precisamos, contra a violência, instituir o “estatuto do abraçamento”, este sim, é de gente! No tempo em que as crianças brincavam de roda, seja no terreiro de casa, seja no pátio das escolas, era também o tempo em que, quando adultas, não tinham por que razão temerem, os vizinhos! Tais cenas, hoje, não são as mesmas que as identificamos como sendo do “atraso”? No tempo em que se “passava fogo” para se ser compadre do outro, junto à fogueira de São

A plastificação do sujeito

Gilvaldo Quinzeiro O mundo tornou-se uma “garrafa”, nós, seu conteúdo, fora dela. Desta contradição, porém, é que se edifica o desagarramento que nos torna “arvores de plásticos”. Portanto, é o “rótulo”, e não as raízes, que nos ascenderá à condição de lixo seletivo!

A natureza tem lugar

Gilvaldo Quinzeiro Não há nenhum lugar seguro para guardar o que dentro de nós “explode”. È assim a natureza: todos os lugares são seus! O vazio é que não se constitui em lugar. Logo, fazer do lugar que a natureza ocupa um vazio, é da ordem do que com ela própria se esmagará!

Flores para um novo tempo!

Gilvaldo Quinzeiro As flores, conquanto, espinhosas, e, talvez, por isso mesmo, sejam o símbolo com o qual expressamos os nossos mais ambíguos sentimentos, hão de conter mais do que aquilo que nos representam . Ou seja, a dor que nos espinha por dentro, ou a alegria que nos abre qual a flor que floresce ante os seus próprios espinhos! Em outras palavras, que as flores oferecidas às vítimas do massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, não só representem a nossa dor por elas, mas, fundamentalmente, a nossa convicta esperança de que todas as crianças possam, assim como todas as sementes, não só chegarem a condição de flores, como foram todas as vítimas, mas, terem o tempo todo que precisarem para amadurecerem, e darem também seus frutos! Todavia, para que haja esta convicta esperança, neste momento que é de dor, precisamos todos nós, “abraçar um outro tempo”. Não, este que nos torna todos “espectadores” da desgraça dos outros! Por um tempo de abraços cujo calor gestará as

A carta do atirador, e a metáfora dos cinco poços

Gilvaldo Quinzeiro Este artigo, conquanto, versando sobre o caso do massacre da escola de Realengo, no Rio de Janeiro, não tem a pretensão de explicá-lo ou trazer à luz o que até agora não foi falado, mas, apenas ampliar a discussão, somando a que indiscutivelmente, já se faz, seja por especialistas no assunto, seja por pessoas comuns. As nossas considerações tomarão como base a carta deixada pelo atirador. È a partir dela que vamos intuir a nossa fala. Pois bem, Wellington Meneses de Oliveira, o atirador, trata-se de um sujeito afogado nos inúmeros “poços” em que se constituiu sua vida. Poços estes em cujo fundo se debatia uma “criança” dependurada no seu próprio corpo. Corpo que, dado as condições de “afogamento” não conseguiu amadurecer. Primeiro poço: o da sexualidade. Este é um poço sem fim, no qual, o Wellington Meneses de Oliveira se “ampara” na sua castidade, e dado a sua condição de “pureza” se afasta das pessoas, inclusive daquelas que poderiam lhe dar a mão

O massacre numa escola do Rio: a nossa face na de quem?

Gilvaldo Quinzeiro O massacre de 12 crianças ocorrido na manhão de ontem, numa escola pública do Rio de Janeiro, orquestrado por um ex-aluno, revala uma "face" que não gostaríamos que fosse a nossa. Porém, que queiramos ou não, agora a nossa face é também a do mundo. A questão que se levanta é: com quais faces vamos enfrentar este fato, no sentido de evitar que as outras ocultas possam de novo nos surpreender? A "face" que antes era a de outrem, agora não tem como esconder: está no cotidiano que nos espelha! Pois bem, num mundo onde a "maquiagem" substitui a face que nos revela, a que estamos usando agora é a de quem? No sentido "raso" que nos tornamos, somos todos "fundamentalista". Não no sentido de profundidade, mas, pelas opções "superficiais e suicidas" nas quais nos ancoramos!

A princípio, tudo tem fim

Gilvaldo Quinzeiro O Princípio da Realidade é como uma “vaca encaretada”: ficar na sua frente é ser pisoteado. Já o Princípio do Prazer é como “bezerro desmamado”: o berro de agora terá como recompensa, um par de chifres mais tarde! A condição humana nos permite ao menos a história.

Apulamando o pulo ou se escapulindo no poço

Gilvaldo Quinzeiro Na ponta da corda, um cambito. No fundo do poço, os professores sem se darem as mãos! Muitos são os que fazem a rudia, porém, na hora de pegar o pote, preferem apenas lavar as mãos. Contraditoriamente, estes são os mais sedentos!... E assim, nos tornamos peixes sem escamas no meio de tantos predadores de dentes afiados. Falta-nos, porém, uma compreensão: a boca da cabaça, como diria o caboclo, “é uma obra puramentemente humana”. Contudo, esperar de boca aberta apenas não se enche as cabaças! Safras de cabeças e mãos na corda, eis o que tornaria o fundo do poço raso!

As quatro patas do tempo

Gilvaldo Quinzeiro A novidade dos tempos apressados de hoje, não é o “novo” que nos arranca a pele, mas, a falta de tempo para “envelhecer”. Ora, quando com o “rabo do olho” é que se olham as coisas, então, tudo mais está de patas!... Eis uma posição frente a tudo isso: ficar de quatro, posto que acabaram as estações!

As primeiras vítimas são sapos

Gilvaldo Quinzeiro As “embiras sísmicas” da política caxiense farão os que hoje se sentem “gaviões,” se acabrunharem como “canelas finas”. Um terremoto de 6,5 graus com a vitoria da chapa 1 nas eleições do sindicato dos professores municipais que teve seu epicentro no palácio do governo soou como alerta de tsunamis?... Quem for “sapo” que se apresse, pois os jabutis já estão caindo!...

Um prato de fé

Gilvaldo Quinzeiro O estômago da fé de quem não suporta a do outro é fundo de ulcera. Acreditar que a fé do outro é o alimento que intoxica o mundo, é fazer da sua, o alivio para as cólicas intestinais daqueles que já estão de cócoras!... Ora, isso é baixo demais para quem contempla as alturas!... Afinal em que boca se meteu o pastor norte-americano que numa atitude faminta queimou o Alcorão? Eis o estômago cuja boca será farta de sangue e anoréxica de pratos!

Uma lição para as nossas escolas caídas

Gilvaldo Quinzeiro A escola que não “aprender” com as lições que abundam de seus banheiros, estará duplamente sem fazer verdadeiramente uso dos seus “papeis”. E, com isso, perde a oportunidade de, no mínimo, “edificar” o sujeito em cujas paredes permanece endurecido, a espera, não da “descarga” que o afunda como dejetos, mas, da reflexão que o emergi como águia!...

Abril

Gilvaldo Quinzeiro Abre-se abril se desfazendo de março como a mentira que se aponta primeiro. Ai de nós “enlatados” com pensamentos de sardinhas! Hoje, nada mais temos dos gregos. E o que se agrega à bunda é o que se pensa. Pena, não substituí-la pela cabeça, pois, esta dói quando só se usa a bunda!... Ai de nós “temperos” para tudo que se consome sem sal! Abre-se abril para as outras portas que já nos adentram! Ai de nós sem a pimenta de gosto!

Nós, os filhos cujos pais nos faltam

Gilvaldo Quinzeiro Nada é tão forte quanto as ausências que nos preenchem de faltas! As faltas que em nós se constituem em choro. O choro que nos arremete a nossa natureza aquosa, esta, não é outra coisa, senão a que nos afunda de volta ao útero. No útero, a nossa estrutura óssea, ainda “ gelatinosa” é da ordem do que não nos sustenta. As ausências, sobretudo, as das figuras paternas são “presenças” sentidas como sintomas. Os sintomas, por sua vez, são nossas criações -“filhos” das nossas faltas !... Em outras palavras, somos “mães” cujos seios alimentam as nossas faltas; estas, sendo as dos nossos pais são como “ossos” que dão sustentação ao nosso choro!...