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Mostrando postagens de novembro, 2016

O ilusório

Por Gilvaldo Quinzeiro O ilusório é costura da realidade.  O que sabemos sobre nós, o ato de tecê-la -quanto menos sabemos de nós mesmos, mais nus ficamos. Saber que por trás de toda a angústia, esconde-se um ‘complexo de castração’, é desatar muitos nós que nos levam à forca. Enfim, a automutilação, hoje ‘remendo’ para muitas rachaduras egoicas, não vai trazer de volta o que nunca colocamos ‘ali’. O ‘ali’ pode ser apenas o lugar onde imaginamos que deveria existir o ‘dedo’.

Tristeza pela queda do avião com o time da Chapecoense! Um assovio já seria um alívio!

Por Gilvaldo Quinzeiro A vida é certamente muito mais complexa do que pensamos sobre ela. Não basta, pois, está simplesmente vivo. É preciso saber assoviar, mesmo quando a mais curta das caminhadas passe a ser interrompida por uma tempestade! Sim, assoviar não precisa de palavras,  letras ou de ritmos – mas seu efeito poderá significar a melhor maneira de se vencer as noites escuras! Ah! o quanto precisamos aprender assoviar para manter vivos os nossos sinais vitais! A queda do avião, que vitimou 76 pessoas, entre estas quase toda a delegação do time da Chapecoense, próximo a cidade de Medellín, na Colômbia, ás vésperas da disputa de uma das partidas válida pela decisão da Copa Sul-Americana – nos faz pensar sobre a necessidade de se manter o assovio neste momento de muita dor!   Não foi apenas a interrupção do voo em ascensão de uma equipe – foi também um duro golpe na vida de cada atleta e dos demais envolvidos! Este é um dos momentos em que as palavras na

Cuidado! Fidel Castro morreu!

Por Gilvaldo Quinzeiro As mesmas condições humanas, que levam a um homem, quem quer que seja a lutar contra a desigualdade; contra a fome e a miséria são também as condições nas quais e pelas quais, este poderá vir a cometer a mais terrível das ‘barbáries’! A existência humana é, portanto, contraditória – tudo sustentado pela condição da carne e do osso. Ai dos ‘urubus’ sem os nossos escorregões e tropeços! Se a morte de Fidel Castro, ocorrida ontem, e desejada por tantos há muito tempo e evitada por outros com o mesmo fervor, não provocasse este misto de alegria e tristeza, não seria a morte de um homem – seria a morte de um bode qualquer! Fidel Castro (1926-2016) foi um homem da sua época, e como tal há de ser julgado pelas épocas futuras. O problema é: que futuro? Ora, ora, meus irmãos qual a ‘materialidade’ da crise atual, senão a falta de homens! Quem quer que venha se propor a equacionar a crise atual, seja esta crise, local, nacional ou internacional, terá q

Procurando os bois entre os bodes, primo?

Por Gilvaldo Quinzeiro Seja quem for que estiver ‘vindo’, eu não posso esquecer quem eu sou! E quem eu sou, primo? Eis a grande questão! Ao observar o quanto tudo se tornou tão volátil, eu começo a pensar o quanto ainda preciso juntar todas as pedras para não me tornar apenas numa ‘sombra’ de mim mesmo! Parece simples isso, porém, saber que eu posso me transformar em qualquer coisa, inclusive numa mera sombra, é duro ser o tempo todo, eu mesmo! – conseguir isso, tem sido exatamente aquilo que ‘pago caro’ por não ser o Outro! Por fim, quem quer que seja que esteja ‘vindo’, quando a sua mão eu a apertar, me darei por satisfeito em ter consciência que uma daquelas mãos, que se apertam é a minha! Bom sábado a todos!

Entre a verdade e a ‘pós-verdade’, saber esperar em silêncio é ser prudente!

Por Gilvaldo Quinzeiro No tempo da ‘pós-verdade’, uma nova palavra, que nada diz, mas que muito significa quando se refere ao estado puído das coisas, nada é fato ou tudo que é factual pode ser facilmente dissolvido com a ‘gritaria’ em contrário! Em outras palavras, se vivemos numa época cuja marca é o seu ‘esburacamento’, a verdade é exatamente aquilo que em nada se fixa, pois a ordem das coisas tal como são concebidas ou percebidas privilegiam não a face, mas sua maquiagem. Ora, diante das imagens ‘chocante’ das prisões de Garotinho sendo atado a uma maca ou da cabeça raspada de Sérgio Cabral, já na prisão, e da quase anunciada prisões de outrem – o que afinal prevalecerá – a verdade ou a ‘pós-verdade’? Na verdade, se este termo ainda pode ser empregado como tal, não há como negar que vivemos sob a égide de um ‘liquidificador’, ou seja, nada sairá como entrou para o bem da fome momentânea. O triunfo da ‘pós-verdade’ se constituirá em provar o seguinte: durante

A crise atual pela ótica dos espelhos

 Por Gilvaldo Quinzeiro Da mesma forma que foi impactante para os indígenas se deparar pela primeira vez com um espelho – estranho parto de significados -, o homem contemporâneo diante dos desdobramentos das crises atuais, entre estas, a mais fatal de todas, a da alma, precisa reconhecer-se   enquanto produto do próprio homem. Assim como o índio era produto da sua tribo, e nisto resumia toda a sua visão, incluindo a de si mesmo! Ora, o dito aqui implica dizer entre outras coisas que a nossa crise é também de natureza narcísica – a mesma que fez aquele personagem da mitologia grega a se afogar quando viu sua imagem refletida na água. Mas a questão é: quem de fato quer ver a si mesmo, enquanto produto das turvas águas? Há de um certo modo, a cômoda cegueira de não aceitar a realidade. Em outras palavras, o ‘sabugo’ do espelho, pode, aos nossos olhos não nos dizer a respeito. O que sem dúvida, é este, não só um fato mais do que assustador, como o que contribui para o prol

As máscaras e as armadilhas

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo de muitas máscaras, algumas das quais, nada mais representam, e de poucas palavras, sobretudo, as de cunho positivo, somos como aranhas frustradas com o fracasso das suas teias. Aliás, nos tornamos presas das nossas armadilhas! Por falar em ‘aranhas frustradas’, me dirijo as mães dizendo o seguinte: caras mães, muito cuidado ao voltarem para casa de ‘cara virada para costas’, pois, esta pode ser exatamente a face, que engole seus filhos! A imagem é verdadeiramente a mãe de todas coisas, que ‘engravidam’ o homem, e o põe de pé no mundo ou sentado para sempre sobre a própria merda! Na verdade, eu tenho acompanhado muitos casos de meninos assombrados por faces devoradoras. Muitas destas faces são as das próprias mães, quando ‘desfiguradas’ por um descontrole, e que com estas se dirigem aos filhos. O resultado não poderia ser outro – a rachadura do sujeito! A rachadura do sujeito! Sim, somos hoje ‘templos’ rachados ao meio. Orações

Um dia é da folha, outro dia é do vento. O amanhã será do fogo e das trempes?

Por Gilvaldo Quinzeiro Um dia é da folha, outro dia é do vento. O amanhã será do fogo e das trempes? Parece poético isso, mas não é, trata-se apenas do chão e das estradas em que raramente se encontra um vivente, que   se sinta, de fato, fazendo parte de alguma coisa! Está todo mundo com o ‘rabo entre as pernas’! Pois bem, nestes dias de muitos monturos, e pouco terreiro, a medida que se varre, mais surgem as ‘gripes’ oportunidades! Certamente os nossos dias são dominados pelas grandes tempestades.  Não há uma arvore sequer em pé, e muito menos folhas. Tudo é o chão varrido! Se tivéssemos atento a isso, não estaríamos nos sentindo na ‘chuva’ depois da passagem dos vendavais! De todos os homens, Sócrates, foi sem dúvida o mais sábio e atual – é dele a famosa frase -  “só sei que nada sei”. Talvez por isso nada tenha escrito! Tudo hoje contraria as velhas fórmulas, os velhos preceitos e “as velhas opiniões formadas sobre tudo”, como diria Raul Seixas. Por f

A nova ordem mundial em curso. Tudo cheira mal!

Por Gilvaldo Quinzeiro Se de fato o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, construir o muro na fronteira do México, conforme sua proposta de campanha, então o mundo terá encerrado o legado das ideias iluministas, e retornado para os tempos medievais. O tal muro, segundo alguns estudos, terá uma extensão de 1.600 quilômetros, 12 metros de altura e terá custo total estimado em 25 bilhões de dólares. Por mais paradoxal que seja, a grande nação conhecida como bastião das liberdades, e exemplo de modelo político para o mundo, ao menos na retórica dos seus líderes, agora ‘pisa feio na bola’! De agora em diante, se a moda pega, o mundo será um curral, onde o boi será separado do outro conforme a ‘merda’. Esta será, portanto, a tônica da ‘nova ordem mundial’ em curso, ou seja, quanto mais merda, mais briga! As notícias de ataques xenófobos e racistas, após a vitória de Donald Trump, tanto nos Estados Unidos e no mundo, têm chamado atenção de muitas autoridades

A última selfie depois dos temporais

Por Gilvaldo Quinzeiro Pois é, meu colega calango, você aí rígido à espreita da mosca, eu aqui mole me fazendo de sapo à espera “das águas baixarem”! Mas, não se apresse em tirar uma selfie : o mundo inteiro se afogou em vaidade! Avise ao camarada camaleão que os disfarces suplantaram todas faces, porém, usar a própria língua como isca significa virar ‘peixe frito’ em pleno mar! Enfim, o mundo viverá seus dias magros de ‘palito de fósforo’! Clic!

A assombra vitória de Donald Trump!

Por Gilvaldo Quinzeiro Não. Não é o mal da ‘vaca louca’, mas também não é uma simples tontura passageira! Amarrem-se às cordas! A roda do mundo perdeu o seu eixo, e o pau da barraca foi chutado de vez! Pois bem, aos ainda sonolentos, aqui vai uma notícia:  o mundo que não dormiu ontem à espera dos resultados das eleições presidenciais dos Estados Unidos, talvez, nunca mais voltará a dormir depois da assustadora vitória de Donald Trump. A vitória de Donald Trump era o ‘chifre’, que faltava na cabeça do cavalo. Daqui para a frente, uma verruga no ‘feofó’ do cavaleiro é a chance que faltava para este se coçar! Coçar ou rezar, eis a questão do momento. Ora, mais assustador do que a vitória de Donald Trump é saber que os derrotados não foram também convincentes quanto a tirar o mundo do atoleiro. Ou seja, se “correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Para muitos analistas, vivemos hoje o que era para ter ocorrido em 2012, ou seja, o ‘fim do mundo’. Para ou

A ruptura do 'ovo'

Por Gilvaldo Quinzeiro Seja qual for espessura da casca, meu pintinho, saia do ovo. De nada lhe adiantaria permanecer fechado sem reconhecer a cara da Raposa, que já se considera dona do ninho desde as suas primeiras gerações.  O que fazer depois? Comece a ciscar o chão, e de grão em grão faça sua caminhada! Um alerta, meu pintinho, não confunda grãos com formigas! A experiência é o ‘ovo’ de tudo!

Os tremores e os temores do Século XXI. De que época somos?

Por Gilvaldo Quinzeiro Estamos bem dentro do ‘útero’ de alguma coisa. Esta é a quase certeza acerca do tão esperado século XXI. Ainda não ultrapassamos as suas duas primeiras décadas. Porém, tudo está sendo vivido às custas de muita sofrência. Há muitos rumores e tremores.  As boas previsões -, nada! Ainda bem que as previsões catastróficas também não se realizaram: estamos sendo mortos aos poucos, como se diz no popular “na unha”. Nada se parece mais com nada, exceto com a escassez de homens honestos como no tempo de Diógenes Sínopes (413 -323 a.C), quando este andava à luz do dia com uma lamparina acesa a procura de homens. Portanto, não trema, amigo. O século XXI. Está apenas apressadamente em seu começo! A natureza, esta sim, mostra a sua força e o seu lugar! Quanto aos homens, estes nunca desejaram ter nascidos em outra época! A pouco eu li uma matéria jornalística falando dos terremotos, que têm abalados a península Itálica. Tais tremores começaram a ‘sacu

Entre a rudia da cobra, e a falta de cabeça do homem

Por Gilvaldo Quinzeiro Uma cobra é certamente uma cobra, ainda que tenha que ‘abandonar’ a sua pele ou perder a sua cabeça. O mesmo, entretanto, não se pode afirmar em relação ao homem, embora este não perca nada, e consiga manter a sua ‘cabeça no lugar’! O que é mesmo o homem? Ora, o homem ao longo da sua história não tem feito outra coisa, senão ‘serpentear, não evitando, contudo, ser faltoso na sua condição de homem. A cobra, por exemplo, pode se constituir naquilo que chamamos de simbólico, independente da cultura que seja, mas o homem, em especial o da nossa época, é profuso demais, ou seja, não serve ao menos para ser uma ‘rudia’. Então, o homem tem que fazer silêncio e olhar mais profundamente para dentro de si. Este é o espelho!

O ‘gozo’ e escorpião

Por Gilvaldo Quinzeiro A formula do gozo é muito parecida com o escorpião. Ou seja, tê-lo na mão não significa necessariamente provar da sua natureza. O pior de tudo, entretanto, é a pressa de apalpá-lo . Gozar não é exercer controle, especialmente no que tange ao outro, mas antes deixar-se picar pela complexidade em curso.   Hoje em dia o gozo é cada vez mais duvidoso, em que pese toda a exaustão. Porém, à medida que os desertos avançam, somos cada vez mais seus escorpiões. O ciúme, sobretudo o patológico, é o ‘esqueleto’, que carrega este comportamento doentio – para muitos, o melhor de si, tal como o ato de picar para os escorpiões. Sim, estamos cada vez mais parecidos com os escorpiões. Cada um em seus cantos escuros, porém, todos bem ‘armados’ e à espreita de qualquer mão! Talvez por isso, a preocupação excessiva com a pele. A indústria que mais cresce é a cosméticas e seus derivados. Máscaras e maquiagens tão o dom das novas faces. Outro dia, eu fal

As engrenagens da ‘nova política’. Uma breve introdução cabocla

Por Gilvaldo Quinzeiro Aquilo não é ‘lama de jirau’, meu filho, é que estamos mesmo mijando fora do caco! Há tempo que não acertamos uma! O dito acima é uma descrição cabocla do quadro atual da política brasileira após os resultados do segundo turno das eleições 2016. Alguns estão falando no fim disso e daquilo... Outros até falam no possível ‘retorno das senzalas’. Para ser sincero, eu não duvido mais de nada. Tudo está acontecendo ou tudo poderá acontecer! Na ‘nova política’, tudo apertado com velhos parafusos e porcas - peças de antigas engrenagens. Os marqueteiros de plantão tentam adaptar o lobisomem de volta aos canaviais! Tudo impecavelmente, e sofisticamente devorador! Sim, meu filho, mijamos fora do caco! Vejo tardias ‘ocupações’ como gestos derradeiros de quem acabou de se afogar. Tudo feito sem levar em conta Heráclito, “não se banha duas vezes no mesmo rio”.  No dito popular, “foi-se o mel e a cabaça”. A coisa é de fato complexa demais!