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Mostrando postagens de novembro, 2020

Diego Maradona: considerações e reflexões

  Por Gilvaldo Quinzeiro Nestes tempos escorregadios como sabão, não lavamos as mãos pelo que apalpamos, e sim pelo que nos escapa. Maradona, o gênio da bola, nos escapou aos olhos! Fomos driblados pelos nossos olhos apressados – o gênio se foi, e ficamos nós a sós com a nossa a     mediocridade – cegos para os lances mais caros e preciosos da vida! Maradona, foi uma dessas raras estrelas, talvez, por isso, tão solitário, como é próprio das estrelas. Nos vídeos, que circulam nas redes sociais, vemos Maradona ‘dançando’ enquanto fazia aquecimento – sozinho. Aliás, até nisso ele era um surpreendente encanto! As estrelas pagam um preço elevado por serem estrelas: tensões, explosões e... solidão!   Talvez por isso Maradona teve também seus momentos de escuridão, onde tentava neste ‘escuros’ aplacar a imediatidade dos aplausos. Enfim. Hoje não só os argentinos choram. E não só mundo futebolístico ficou seriamente vazio, e mais pobres, o mundo político também perde uma das suas mai

A bruta realidade e a sopa de besouros. Uma teoria sobre as rachaduras do nosso tempo

  Por Gilvaldo Quinzeiro   A realidade, que já era um ‘prato de sopa quente, agora perdeu o fundo: de comedores pelas beiradas, passamos a ser a própria sopa derramada! Mas, não pense caro leitor que todos nós temos a noção disso. Não! Muitos acreditam ser o tempero da sopa, isto é, se acham indispensáveis a todo e qualquer processo. Mas, cá entre nós, eu não troco o meu ‘feijão com arroz’ por quem pretenda ter a     mais sofisticada das interpretações! O dito acima é uma breve introdução à teoria das rachaduras. Ou seja, a tese de que passamos a viver em fendas como uma espécie de besouro, de onde acreditamos ver tudo; compreender tudo; Poder tudo; ser tudo (qualquer ilação ao mito da caverna de Platão não será, enfim, mera coincidência). Ora, as chamadas teorias da conspiração que crescem como germes, e ameaçam como nuvens escuras a tomar conta de tudo, nascem do interior dessas fendas. Aqui os ‘besouros’ conseguem ver tudo, menos a morte da árvore em que estão encravados!

As eleições: os astros, os ares e os cenários pandêmicos

Por Gilvaldo Quinzeiro   Hoje, domingo, 15 de novembro de 2020. Há exato 131 anos era derrubada a monarquia e proclamada a República. O céu noturno daquela data está representado nas estrelas que adornam a Bandeira Nacional. No céu de hoje à noite terá início um fenômeno raro – a aproximação entre     os planetas Júpiter e Saturno, que atingirão a sua aproximação máxima no dia 21 de dezembro – a última vez que isso ocorreu, ou seja, com o grau de máxima aproximação foi em 1623. O que essa conjunção planetária entre Júpiter e Saturno ainda tem a nos dizer sobre o fatídico ano de 2020? Bem, se ainda tivéssemos hoje homens, políticos e republicanos do naipe daqueles que olharam os céus daquela noite de há 131 anos, coisa que não temos, talvez, os ares e os astros sobre nossas cabeças seriam levados em conta! Hoje, domingo, 15 de novembro de 2020 também ocorrerão as eleições municipais em todo o Brasil, exceto no Macapá. Eleições essas, que enfrentam tempos excepcionais devido a

As salivas que nos afogam e a falta de bom senso.

Por Gilvaldo Quinzeiro Que deixemos Biden ou Trump com suas guerras de interesses. Por aqui, somos derrotados diariamente pela falta de bom senso! No país onde sobram ‘salivas’, com quais se fazem sapatas onde nos afogamos e armas de guerras em trincheiras escavadas com a tanta burrice, é o mesmo onde falta bom senso e atitude para reconhecer o nosso fracasso em batalhas diárias, como o ‘apagão’ no Amapá e o preço exorbitante do quilo de arroz! O ‘apagão’ no Amapá é escuro demais para ser visto com bom senso! Pagar por um quilo de arroz, que a cada dia se torna     mais caro, e não se indignar, é ignorar a razão da queda na arrecadação do dízimo! É ou não é? Com tanta falta de discernimento e abstração, não é de se estranhar que há pólvora suficiente para travarmos uma guerra contra o uso da vacina e até mesmo desafiar a maior potência militar do mundo! Nunca estivemos tão mergulhados no ambiente     da Idade Média, como agora, com todo respeito aos seus bruxos e seus alqui

E aí primo, ainda ‘humano’ e apressado?

Por Gilvaldo Quinzeiro   É estranho que a mesma sociedade, que aprendeu que o lixo possa ser reaproveitado, e de fato, hoje sabemos que o luxo pode vir também do lixo, recorra cada vez mais a prática de demonizar e expurgar o outro como estratégia para assegurar o seu duvidoso conforto!   Ora, falar em salvação de almas, ao mesmo tempo em que se lançam outras nos ‘aterros sanitários’, mesmo que isso seja feita na intenção de ‘agradar aos céus’, é não se dar conta do fracasso de salvar a si mesmo, posto que há em nós o que é sim do outro. O outro é essa coisa estranha sem a qual nós não poderíamos dar conta de nós mesmos! De sorte que permanecer humano sem perder a empatia pelo conjunto da humanidade mesmo quando esta, independentemente dos motivos, ainda se encontre nas ‘trevas’, é, sem dúvida o maior de todos os nossos desafios!   Apressar-se para ser o primeiro entre os poucos escolhidos para entrar na Arca de Noé, pode até parecer razoável, mas deixar para atrás, os ‘ate

As eleições para a escolha do 46º presidente dos Estados Unidos e os contornos do processo civilizatório

Por Gilvaldo Quinzeiro Ganhar ou perder. Ganhar e não menosprezar o derrotado. Perder e saber reconhecer a vitória do vencedor. Mais do que polarizar, problematizar. Mais do que falar, também saber ouvir. Mais do que viver, conviver, e com todas as diferenças. Mais do que ter poder nas mãos, que podem ser ágeis ou trêmulas, saber governar... gerenciar...   Tudo isso só é possível dentro do campo democrático! Não há outra forma de governo que contemple mais o humano naquilo que em que este também é diverso, senão na democracia. As eleições para a escolha do 46º presidente dos Estados Unidos, mais do que testar a democracia norte-americana, irão também servir de sinais e medidas para traçarmos um esboço do que restará do velho mundo que, ainda em trabalho de parto, faz com que sejamos suas dores e contrações. Porém, mais do que isso, as eleições presidenciais dos Estados Unidos servirão de parâmetros para sabermos se ainda somos homens, o que é bem provável que já não somos. Ver