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Mostrando postagens de outubro, 2020

Senhor Jesus dos guaranás e da república do escárnio. Prelúdio ao discernimento!

  Por Gilvaldo Quinzeiro     Meu Senhor, a bolha estourou faz tempo.   Não há mais amarradios civilizatórios em nada. Os templos e os púlpitos se tornaram lugares não de adoração, meu Senhor, mas da ostentação das vaidades. Uns inflados porque acreditam que sua fé é a maior do que a dos irmãos; outros ajoelhados apenas para garantirem ‘curtidas’ nas páginas do Facebook. Enfim, a bolha estourou faz tempo!   Os que ainda preservam alguma consciência, são os mesmos que ignoram a sua condição de inquilinos do que restou das     gotículas daquela bolha ilusória! Há uma arca de Noé em partida.   Mas cadê os animais? Estes ardem no meio dos incêndios; onças sem garras; camaleões sem seus disfarces. Há uma arca de Noé em partida. Mas cadê os homens? Estes nunca foram tão somente sabugos, meu Senhor! Saudade, meu Senhor, do tempo em que o guaraná, a ayahuasca eram coisas dos espíritos da floresta – hoje qualquer um que beber ou por dúvida ou apenas por escárnio! E assim, vivemos h

O novo normal e a nossa falta de barro amassado

  Por Gilvaldo Quinzeiro   Quando as estruturas, que dão sustentação a normalidade, já não comportam mais nenhum ‘barro amassado’, embora tudo esteja visivelmente     esburacado, é sinal de que já não há mais nenhum edifício, senão a ostentação do seu desabamento. Ora, nestas circunstâncias, falar de um ‘novo normal’, pode até soar como uma parede erguida, mas esta estaria tão deslocada quanto uma bunda fazendo uso de um fio dental para se esconder. Ufa! Estamos todos deveras nus... Em outras palavras, a coisa é bem mais complexa para se encaixar com qualquer lajota.   Talvez não haja nada parecido com o que sequer imaginamos. Tudo parece visivelmente obscuro. Uns tentando pescar inspirações em lata de sardinhas. Outros tentando tapar o sol com a peneira. Lembra onde aquele Senador tentou esconder o seu patrimônio? Pois é... cada um é tijolo do seu próprio templo. Mas, voltando a falar das estruturas, que dão sustentação a nossa normalidade, essas estão cada vez mais a exig

Os terrivelmente perdidos

Por Gilvaldo Quinzeiro   1 – O terrível tempo em que as palavras se inflam no vão esforço para representar as coisas; as coisas que já não são mais representadas pelas palavras, dada a sua volatilidade. Este tempo não poderia ser outro senão aquele em que os homens já disputam entre si suas vísceras como fazem as aves de rapinas. Mas há entre nós quem ainda seja homem? 2 – Eis uma terrível dúvida! 3-   O ‘ão’ das palavras como safadão, pancadão, ou o ‘aço’ contido em outras, como panelaço, beijaço, revelam apenas a nossa falta de fôlego de tão inflados que estamos. Sim, estamos terrivelmente inflados pela pressa disfarçada de prece e pelas outras coisas que tais. 4 - O termo ‘terrivelmente evangélico’ tão usado na intenção dizer algo, para o qual não se tem palavras adequadas, é, por exemplo, uma espécie de ‘batismo’ do quanto estamos terrivelmente perdidos, e sem qualquer noção das bordas dos acontecimentos. Que acontecimento mais notório senão que estamos todos perdidos?