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Mostrando postagens de outubro, 2022

Viva as mãos que fizeram o parto de um novo Brasil

Por Gilvaldo Quinzeiro   O Brasil, que renasceu das urnas eleitorais, no segundo turno, domingo, 30 de outubro, sim, tem um dedo a menos!   Fruto dos sangrentos engenhos que já amputaram tantos braços e pernas! Por isso, como não poderia ser diferente, no meio de tantas indiferenças, seu parto, diga-se passagem muito sofrido, foi feito por escancaradas mãos nordestinas – as mãos das nossas misturas; as mãos das nossas raízes; as mãos das nossas benzedeiras; as mãos da nossa gente mais humilde, mãos que não negam uma xicara de café – por quais outras mãos este parto poderia ter sido feito?   Eis a mais perfeita das rodas de capoeiras! Eis a mais belas das cirandas! Somente para quem arrogantemente não gosta de se misturar; somente para quem arrogantemente ostenta as suas frágeis e falsas aparências em orações nas redes sociais; somente para quem arrogantemente se sente e se senta acima dos outros, o dia de hoje não é de poética alegria! Mas... é assim     mesmo, a casa-grande

Quem venceu o debate de ontem na Globo? Quem teve cérebro!

Por Gilvaldo Quinzeiro   A respeito   último debate presidencial de ontem na TV Globo. Vimos que o cérebro quando acuado, desce aos pés, e como este não se adapta ao chão, os pés por sua vez, num movimento que nos lembra os da ameba, sobem a cabeça. E qual o resultado disso?   Bolsonaro em claro momento de tontura e apagão, e que por muito pouco não caiu ao chão! Uma espécie de “ jogar atoalha” diante dos resultados do primeiro turno e das recentes pesquisas eleitorais para o segundo turno:   nem a ‘pesca’ (captada de propósito pelas câmaras) na mão o ajudou a obter qualquer alivio!     Parabéns aos assessores da campanha de Lula, que corrigiram a tempo a postura do seu candidato: Lula soube se posicionar no debate ao não servir de referência visual para Bolsonaro; soube controlar o fôlego e as mãos diante dos ataques do seu adversário; não entrou na provocação (última arma de Bolsonaro em desespero!), e soube, como um bom guerreiro espartano golpear Bolsonaro. Aquele discurso

Da série antropocrise (II)

A crise dos altares: o agravamento do ‘cisma católico’ em tempos eleitorais? Por Gilvaldo Quinzeiro Missas interrompidas por “ católicos”; padres e bispos sendo vaiados por “católicos” diante de gritos furiosos como “eu sou a igreja”! Igreja?   Que igreja é essa que se lança contra a própria igreja?   Afinal o que está acontecendo com o maior país católico do mundo? A quem interessa o esfacelamento da igreja católica? Os católicos estão se dando conta das ciladas em que estão caindo jogando uns contra os outros?   O vídeo em que o Deputado Estadual Frederico D’avilla (PL/SP ) aparece discursando “metendo o pau” na CNBB e no próprio Papa – pilares da igreja católica -   é um alerta claro para uma guerra que está em curso, e que terá como alvo os católicos. Ou seja, aos que temem o fechamento das igrejas têm que compreender que tal fechamento está se dando não através de decretos presidenciais, mas por atitudes de intolerâncias dos próprios religiosos. De onde vem a perseguição

DA SÉRIE A ANTROPOCRISE (I)

  “Deus”, os cabos eleitorais destas eleições, e a vara com que se mede as coisas Por Gilvaldo Quinzeiro Em que pese as preces e a pressa para que nos elevemos aos céus, nunca tivemos em tempos tão rasteiros a nos assemelhar não aos deuses, mas aos calangos. Por que será isso? -   Como nos diria Protágoras de Abdera, “o homem continua sendo a medida de todas; das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”.  Em outras palavras é da natureza humana querer medir todas as coisas com o tamanho da sua língua ou encontrar na estranha realidade, que nos abocanha as faces que sejam semelhantes às nossas. Mas quando a face humana é o que mais nos assombra como medir o tamanho do nosso medo? Ora, o que estamos vendo neste “Brasil acima de todos e de Deus acima tudo” senão o emagrecimento da fé e da espiritualidade. Por que? – Porque a medida de todas  as coisas continua sendo o mesquinho interesse dos homens! Observe, por exemplo, como as pregações nos templos de hoje

A antropologia do voto e a importância de ser nordestino!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se de fato somos capazes de perceber “o barro “ do qual são erigidos hoje os edifícios da nossa subjetividade, então, haveremos     facilmente de identificar a presença nociva do poder que emana dos “coronéis da fé” na formação mental daqueles que, em tempos coloniais se chamariam de “moleques de recados”.     É a partir daqui que devemos refletir o significado da importância do voto dos eleitores nordestinos em Lula no primeiro turno das eleições presidenciais – sim, fomos desobedientes!     É a partir daqui devemos ter orgulho da cor do nosso voto e de sermos nordestinos! Sim, os nordestinos não só conseguiram dar a vitória ao candidato Lula no primeiro turno, mas para além disso passaram por cima das “ordens” de gente muito poderosa!   Sim, os nordestinos contrariaram as ordens dos coronéis da fé; desafiaram os senhores da soja; não se intimidaram com as ameaças, inclusive daqueles que ostensivamente portavam armas, e nem com os achincalhamentos dos