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Mostrando postagens de 2014

Os sonhos e os desertos. Uma mensagem de final de ano!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os sonhos e os desertos,   ambos são raízes que se esparramam. Barcos a navegar contra todas as correntes. O homem na sua caminhada há de chegar nalgum lugar dentro de si. Aliás, estará perdido quem para o   rumo de si não marchar. Tal feito, no entanto, parece nada, porém, somente aqueles que sobrevivem as tormentas dos seus sonhos para, ainda assim, decifrá-los, terão no final, atravessados todos os desertos! Quem ainda está de pé, a despeito de todas as tormentas de ontem a noite? Na “virada do ano”, os sonhos e os desertos     se cruzarão no mesmo ponto. É daqui de onde poderemos contemplar o passado e o futuro. Que bom que   aqui chegamos? Que bom que amanhã haveremos de recomeçar tudo de novo? A jornada do homem é também uma jornada de perguntas, conquanto, muitos preferem de pronto, as respostas. Que não sejamos estranhos nem as perguntas, e muito menos, as respostas a respeito de nós mesmos! Os sonhos são os únicos nós que, se

Nós estamos grávidos de quê?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Que estamos grávidos de alguma coisa, disso eu não dúvida.   O mundo mesmo,   está grávido doutro mundo, porém, até este vir dá a luz, seremos suas dores e contrações! Quisera que esta gravidez tivesse a duração de uma bolha de sabão? Estamos todos   grávidos de imagens, eu suponho!   Outro dia, eu escrevi sobre “o parto imagético”, lembra? A propósito, eu disse a um colega   que me visitava quase todos os dias,   o seguinte: “você é uma criança da sua gravidez”. Tal foi o susto desse meu colega que até hoje ele   nunca mais me apareceu! Não sabia ele que daquela imagem, era eu que estava grávido. Pois bem, ontem eu li uma matéria que me chamou muita atenção. Esta matéria falava da suposta   aparições das   imagens de Jesus Cristo. Aliás, o texto tratava de um site que se especializou desse assunto, a saber, as aparições das imagens de Jesus Cristo. Entre estas imagens está a de um rosto numa arraia; outra numa pizza, e por ai vai... Todas

Nós, os urubus dos nossos olhos

Por Gilvaldo Quinzeiro   Hoje nada se apalpa. Tudo se come, e com os olhos. Porém, isso tudo tem um preço, e caro, a saber, o preço de termos fome de tudo, pois, nem tudo que nos enche os olhos é bonito! Em outras palavras, estamos empanzinados de tudo que é horripilante. Os aparelhos de celular e outros que tais, por exemplo,   se tornaram uma espécie de geladeira, onde armazenamos os corpos mutilados que recolhemos diariamente dos acidentes de trânsitos, muitos já sem cabeça,   para, (pasme!) alimentar a fome dos nossos olhos! Não. Nós não somos socorristas, pelo contrário, nos transformamos apenas numa nova   espécie de urubu – aquela que “engorda” só em ver a carniça! Será esta uma explicação   para o “envelhecimento” precoce dos nossos jovens? O fato é que, trocamos a vida livre dos mares apenas para enfeitar as prateleiras na condição de “sardinhas   enlatadas”. Eis o útero da fome de olhos!   Que cara escolha! Por fim, que fome ou que olhos? Tudo ape

Guerra cibernética: quem não se tornará seu prisioneiro?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O mundo fica perigosamente pequeno. Grande   só o esforço para evitar que o mundo possa ficar pior. A guerra agora pode ser   cibernética! Oba?   Até que   poderia   ser uma brincadeira de criança, mas, olhando atentamente,   os homens de hoje não se tornaram   adultos – só espantalhos! Coreia do Norte X EUA.   Que diabo um   tem   que não possa ser mais tentador que     o outro? Como um filme – a Entrevista – sai da ficção para iniciar uma guerra de verdade, a cibernética, mesmo sem   sequer ter estreado? O fato é, por duas vezes, a Coreia do Norte teve seus serviços de internet completamente suspensos, desde que os dois países começaram uma troca de acusação.   Como pode um país pobre e isolado do resto do mundo, de repente, cometer uma ação tão “sofisticada”? Que porra de guerra é esta? Como se não bastasse à guerra “nua e crua” que dizima população inteira, agora nos vem a noticia de que uma nova guerra se inicia -   a cibernética. Se

Uma reflexão sobre inferno nosso de cada dia

Por Gilvaldo Quinzeiro   O inferno. Cada um tem o seu (que maravilha!), já pensou se fosse o mesmo para todos!... Não se trata, pois,   de escolha ou de punição,   mas de chegarmos algum lugar dentro de nós mesmos, onde todos os passos se atam, e cuja saída exige pactos e negociações.   Com o diabo? Não. Não...   com um diabo qualquer,   mas com aquele   que alimentamos todos os dias por nunca termos o   encarado como   “parte de nós”. O que assustador? Não. Que alivio! Já imaginou se o dito acima   fosse o contrário!... Pois bem, do mesmo jeito que cuidamos do “espelho” ( e como cuidamos!), não obstante ser este tão assustador, devemos encarar todos os dias as nossas faces ocultas – aquelas para as quais não inventaram nenhuma maquiagem! Ui que medo! Ora, se apressar   e até furar a fila dos que "vão para o céu”, pode até ser um passo gigantesco para um simples homem,   mas isso não significa dizer, entretanto, ter vencido os seus   demônio

Em que pote se mata a sede de felicidade?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Das abstrações ao barro do qual somos feitos. O que de fato nos   é   indispensável: o   sopro que nos seca depois de termos sidos   pré-moldados   ou a palavra    que, conforme dita   nos espedaça? Somos uma espécie de pote -   não aquele que guarda água, mas o que aprisiona a sede.   E quanto à sede de ser feliz?   A felicidade ficará enfim,   para o próximo ano ou   ser feliz   não é tão simples assim quanto   virá à página de um calendário? Bem, sem muitas abstrações... Sejam quais forem as receitas que abundam no final de ano, o   tempo de ser feliz é o tempo em que “o barro” ainda se encontra molhado, pois, depois que este   secar,    pronto - obra acabada – nem atirando o barro contra a parede!... Quisera que se matasse a sede apenas com a mão dentro do pote! Quisera ser feliz apenas movido pelo desejo de sê-lo! Não será a felicidade apenas sede? Afinal de que barro é feito a felicidade? Eis o pote que se faz cheio ao menos de p

Eu, com meu Picasso!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Como uma pintura de Picasso, a vida é muito mais do que podemos ver. O amanhecer, por exemplo, traz  ainda que tenuamente,   os traços da noite passada,   porém, a face   de um novo dia é inconfundível ! A dor, naquilo que nos espedaça é a transformação que nos levará a procurar a sentir e a manter   o gozo, tal como o peixe a se livrar de toda sequidão. O gozo é da dimensão de uma pintura   cubista, isto é, muitos “garranchos”   a darem  feições a um só   quadro!   Seria a dor a totalidade desse quadro? Picasso sabia como ninguém a fazer numa única pintura a misturar todos os nossos gemidos num gesto de prazer! Guernica   não é outra coisa, senão a síntese da vaca humana – a vaca louca, diga-se assim!... Como o ser humano faz da dor a dor que poderia ser evitada! A vida segue como Picasso, isto é, em cada fase uma face. Em cada face o esforço gigantesco para disfarçar a nossa palidez. A noite é a chegada de toda pintura, o ateli

Presente de Natal!

Por Gilvaldo Quinzeiro     Às vésperas de mais um Natal. Tantos natais   já se passaram!   Quantos outros haverão de vir? Como evitar que os presentes de hoje, no próximo já tenham sido completamente esquecidos? A propósito, eu não quero a febre dos eletrônicos como presente. Nem o doce das barras de chocolates.   Nada que me faça estar   na crista da moda!... Eu quero   apenas está do lado de amigos para com estes   conversar e rir dos bons e maus momentos! Contudo, se isso não me for   também possível, eu quero apenas     poder ouvir uma velha canção que me desperte o desejo mais profundo     de,   por os pés na   estrada em busca de reais aventuras!   Eu quero apenas me   encontrar com gente! Gente   que possa me   olhar nos olhos, e que tanto na chegada, quanto na partida me   aperte a mão! “Foi bom te ver”! “Até a próxima”! Ah! quisera que neste Natal, eu pudesse reunir todos os meus amigos da infância!   Ou se não, ao menos   os colegas do tempo ginas

Adeus ano velho?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Não é profecia. O ano 2014 foi marcado por fatos que,   se tivessem sidos previstos há um ano, ninguém acreditaria – sinal de que os profetas também cochilam, erram e feio - vejo o caso da previsão da queda de um avião em plena Avenida Paulista! 2014 entrará para a história   como o ano em que   todos quebraram a cara! Brasil 1X 7 Alemanha quem previu? A   seca que fez os paulistas se colocarem no lugar dos nordestinos quem profetizou ? A enchente de corrupção que inundou os noticiários de TV em que ano secará? A intolerância que nos fez perder a cabeça – outra seca de tudo? A eleição em que o voto dos pobres, foi um tapa na cara   dos ricos? Portanto, 2014 o ano   que para muitos nunca passará!   Para outros, entretanto,   foi curto demais!. Já 2015   o que haverá de novo? De novo a maquiagem dos nossos velhos problemas.   De velho a esperança de todos os   anos! Só uma certeza, contudo,   a natureza não abandonará a si mesmo, conquanto

Cuba a caminho de Cuba!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Neste contexto de primaveras curtas e invernos longos, o que pode uma ilha contra o mar?   É possível a um povo ainda que vivendo de cócoras, não se ajoelhar?   Salve todos os interlocutores que agiram para afrouxar os nós que, se apertados em outros, já estariam de língua pra fora! É possível sim a um povo sobreviver ainda com escassos recursos,   sem as parafernálias que encharcam o mundo! Salve Cuba a caminho de Cuba!

O pouco ou o quase nada

Por Gilvaldo Quinzeiro   O pouco ou o   quase nada... Quem se arriscaria em tão longa e árdua caminhada apenas para colher o que lhe cabe em uma das mãos? Quem sabe viver da graça de se ter tão pouco?   Atravessar o rio a nado, não significa, no entanto,   se apoderar da força que inunda os córregos, mas, se aproveitar da sonolência de qualquer correnteza! Assim também são as travessias dos   desertos: o nada é tudo, isto é, o ponto do qual   devemos nos   refazer – o   tornar-se   o   engenho de si mesmo! Todos os dias  desatamos  o  mesmo nó que ontem atamos. E assim seguimos como aranhas a tecer o nosso   caminho do pouco ou do quase nada!... Assim como as formigas? As formigas sabem muito bem o que significa acordar cedo para remover as pedras do seu caminho!... Não há melhor visão do pouco ou do quase nada do que o caminho feito e percorrido pelas formigas. Quisera eu ter a paciência pequenina   de uma formiga. Quão eu me agigantaria nas minhas batalha

Pela memória dos bebês esquecidos!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os bebês esquecidos. Eis a memória a se fixar sobre este nosso tempo sem tempo! Só esta semana foram dois bebês -   quando lembrados -   já estavam mortos! O primeiro,   esquecido por uma condutora de um transporte escolar na pressa para não perder o tempo de fazer as unhas.   O segundo, esquecido pelo próprio pai, num estacionamento em frente ao trabalho, e a poucos metros do local da escolinha da criança.   Contudo,   estes não foram os únicos casos de bebês esquecidos   em um curto período de tempo! Outros bebês, portanto, não se deram conta da existência das quatro estações!... Que tempo é este sem ninguém com tempo? Que tempo é este, onde todos roem as unhas, porque de outra maneira, não se engoliria   a própria angustia? É este o tempo do nosso tempo? È este o mesmo   tempo em que se deseja uma vida longa? Uma vida longa de pressa ou uma prece curta por   toda a vida? E pensar que esta é uma tendência a se repetir, é de se esperar que os beb

Lá de Marte vem um "pum" de noticias!

Por Gilvaldo Quinzeiro   A vida no planeta Marte está a poucos passos de nos dar noticia! Pelo menos esta é a expectativa criada com   a descoberta da existência de gás metano em grande quantidade, feita pelo robô Curiosity da NASA, e divulgada nesta semana em publicação cientifica.   Tal descoberta nos chama atenção para   as evidências de que, tem alguma coisa lá no planeta vermelho dando “pum”. Todavia, somente as próximas investigações irão de fato, nos revelar algo mais conclusivo. Mas até lá,   uma coisa não se pode ter mais dúvida: o “pum” nosso de cada dia parece não ser único a dar sinais de vida em nosso sistema solar! Que noticia poderia ser melhor do que esta, a despeito das outras que anunciaram as invasões de fundamentalistas religiosos que assassinaram em nome de quem seja lá quem seja, centenas de crianças ou das que já estamos por aqui mesmo, cansados de tanto   saber de que a Corrupção é “o pão nosso de cada dia”? Que seja bem-vindo um “pum” de Marte!

A dor no tempo em que sujeito a tudo se derrete

Por Gilvaldo Quinzeiro     Se o sujeito se derrete a qualquer vestígio de um simples arranhão, por quem este se encolhe na dor que não lhe cabe sentir? No tempo da fartura de analgésico há certamente a escassez de quem dialoga com a própria dor! Dialogar com a própria dor quem diabo suportaria isso? Que retrocesso! Pois bem, este tema foi objeto de discussão nas minhas tardes de reflexões em companhia do meu velho amigo J. Cardoso. Neste texto vou procurar colocar o dedo nas nossas feridas, hoje tampada com a bandagem da nossa pressa. Aliás, quem na pressa do dia a dia   tem tempo de amadurecer? Tudo é tão verde! Encolhido pela dor que não lhe cabe sentir, pois, se derrete a qualquer vestígio de um simples arranhão, o sujeito se torna poroso como uma peneira – tudo é o “lá fora” – moradia de todos os sujeitos fugitivos de si mesmo! O dito aqui não é nenhuma apologia à dor. Mas, um esforço para   chamar atenção de que ainda não nos convertemos em máquinas (ainda

Graças aos olhos comemos de tudo?

Por Gilvaldo Quinzeiro     A existência é como uma árvore, isto é, o que nos encanta é o que serve de alimento aos olhos, mas o que de fato nos sustenta ninguém ver, pois, é mais profundo!   É lá no fundo, nas raízes, onde as coisas verdadeiramente se passam; aqui em cima, na superfície, ao contrário,   estamos mais preocupados com “o nó da gravata” – é isso que se ver! Estamos presos aos olhos!   Hoje em dia então, só temos Olhos, e nada mais! Claro que nesta condição, concluímos   que   os olhos e a   boca passam a ser a mesma coisa!... Oba? Pois bem, retrocedendo ao “útero existencial”, antes de colocarmos os   pés no chão, todo passo foi dado com os olhos em direção à boca. Alias, parafraseando Freud, no primeiro estágio da nossa vida, “tudo é boca”, inclusive a que ver! Os olhos como boca e esta como os olhos. Quem comia o que primeiro? Devorar o próprio dedo que consolo este, não?   Como negar que no “frigir dos ovos” fomos engolidos pela nossa própria b

E quando "aquilo" do Deputado for maior do que o nosso?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A falocracia. Se o discurso esfolado do Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP), feito na tribuna da Camara, gritando que “não estupraria” a Deputada Maria do Rosário (PT), porque ela “não merece”, ganhar eco, então o contexto político brasileiro passará a ser realmente “duro”! Veja a que ponto chegamos? Como se não bastasse a vala comum da corrupção, onde enterramos a nossa vergonha, agora, um   “estuprador” às soltas a procura de quem merece ser por ele estuprado? Mas Bolsonaro não se deu por calado ou por satisfeito. Em recente entrevista concedida ao jornal Zero Hora ele se justifica: “ ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia. Não faz meu gênero. Jamais a estupraria”. A intolerância, sem dúvida alguma, tem sido a face desses nossos dias. Isso é a prova que neste tempo todo usávamos máscaras, e agora, estas caiem. Um dos sintomas presente neste contexto, é a ineficácia das palavras e o uso do corpo como “bola da vez”.

E se a Tentação de Cristo ocorresse nos "desertos de hoje"?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os desertos não sentem sede. Nem a solidão é a sua fonte que verdeja.   Os desertos são apenas um lugar de peleja -   um encontro consigo mesmo – o mais gritante dos desertos! Você já foi ao encontro do seu deserto hoje, amigo? Muito do nosso interesse pelos desertos nos vem das narrativas bíblicas. Entre estas, a mais famosa, “a Tentação de Cristo”. Esta a meu ver é uma das mais emblemáticas passagens bíblicas: Jesus, o diabo e o deserto – que encontro poderia ser mais significante do que este? Chamo este encontro de significante não pelas “tentações” em si, mas, sobretudo, porque nos afunda na condição humana. E se tal encontro tivesse acontecido nos dias de hoje quem estaria mudado: Jesus? O diabo? Ou os desertos? Bem, seja qual for a sua resposta meu caro leitor, mas, de imediato eu levanto mais outra indagação: e se   a “Tentação de Cristo”   tivesse ocorrido    nos dias de hoje, que diabo não teria compartilhado-a   em seu wahtsApps?  

Os caminhos e os desencontros!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Cada um com seus caminhos!...   Cada um, às vezes, na sua indecisão de qual caminho seguir!... Contudo, uma certeza gritante:   qualquer que seja o caminho seguido, não passaremos de um simples peregrino – como aqueles   do Caminho de Santiago de Compostela! Ao falarmos sobre caminhos, sempre pensamos naqueles que nos levam a seguir em frente! “`É pra frente que se anda”, diz um velho ditado popular. E assim seguimos... Os primeiros passos ainda são dados   com a bunda no chão. Se pensarmos bem, são estes primeiros passos, dado com a bunda no chão,   que nos abrem todos os outros caminhos, inclusive, os que só se usam os pés! De pé. Contudo, mais tarde, quando, as duras penas conseguimos   nos erguer sobre os pés, queremos   voar!... Voar! É aqui onde   definitivamente começamos a atropelar os nossos passos.   É aqui que aquela velha frase de “um palmo à frente do nariz” ganha todo sentido! De joelhos. Depois de fracassados   voos... Depois

Os alçapões do espelho

Por Gilvaldo Quinzeiro   De certo modo, somos todos cegos (ainda bem!). Porém, nada nos é tão escuro assim, pois,   vemos   o espelho que nos interessa!   Qual a consequência deste tipo de “cegueira”? Ora, uma das consequências imediata desta “cegueira”: esculpir   realidade com e a partir de uma única face - a     nossa!   A outra consequência:   viver assombrado com o que não é espelho! Os alçapões do espelho. Aquilo que temos medo de ver, também faz parte da nossa criação.   Qual a boa noticia?   Somos “o bicho” que corre atrás de nós mesmos!        

O parto imagético

Por Gilvaldo Quinzeiro   O homem o que é? Nada além de uma suposta imagem. È esta suposta imagem, e não o homem, a dor e o parto de toda a filosofia. Portanto, o homem não é mãe ou pai de si mesmo, mas, apenas “o parteiro”. Ora, isso equivale dizer que   o útero da nossa imagem é o Outro. Lacan pariu bem esta ideia, embora, não deixando a sua condição de “parteiro”. Ser parteiro do meu próprio parto, não significa dizer,   entretanto, está   livre   das dores e contrações, pelo contrário, o nascimento no campo imagético é ferida sempre aberta. Ai como dói ser parteiro de mim mesmo, ainda mais   tendo o Outro como   o útero que, por sua vez   também deve estar prenhe da minha imagem!   O “diabo” da nossa dor é Outro! E quanto a “Deus” é a imagem que temos de nós mesmos? Ora, como negar a tentação de dizer sim! Portanto, a imagem que temos de nós mesmos é o mais frouxos dos nós – o parto mal   sucedido cuja saída é o aperto   da dor!    

O racismo nos portões do céu?

Por Gilvaldo Quinzeiro   À flor da pele. O racismo no Brasil prolifera feito erva daninha. E pelo jeito que este se ramifica -  se fincará pelo país inteiro! Como se não bastasse,   às suas   sementes plantadas nos estádios de futebol, agora também germina em solo religioso (?). Em São Paulo, na cidade de Adamadina, o padre Wilson Luís Ramos, 50 anos, da paróquia de Santo Antônio, não só tem sido alvo de ofensas racistas, como será transferido para   outra cidade.   As ofensas,   embora partindo de   um número pequeno da população, mas a diocese de Marilia por meio de uma circular confirmou a sua transferência, uma vez que, a situação estava prejudicando a vida religiosa daquela paróquia. O caso nos assusta! A que diabo interessa a   semeadura do racismo? Qual a cor da mensagem de Deus?   A quem se destina a sua mensagem? Qual a cor do seu mensageiro? Por fim, se “o ingresso”   para se ter acesso   aos   céus depender da cor da nossa pele, então,   que fiquemos em carn

Aos cirandeiros(as)!

Por Gilvaldo Quinzeiro     Caros alunos,   ex-alunos,   colegas professores, meus caros amigos e convidados, sejam todos Bem-vindos   ao Ciranda de Reflexões! Esta é uma roda de   velhos e novos amigos. Alguns destes amigos   que vemos todos os dias, mas que nunca   ousamos lhes perguntar   sobre o que estes pensam da sua existência. Outros que há muito tempo não víamos, mas cuja existência   sempre nos interessou tão de perto. E a existência do sol, o que tem   a ver com a nossa existência? E a existência de uma   formiga   o que nós temos a aprender?   Em que útero foi gerado o universo? Será o universo infinito?   Estará o universo se encolhendo? Enfim, meus caros amigos, quisera, que nesta Ciranda de Reflexões que a nossa existência, ao menos para nós mesmos, não nos passe por   desapercebida! De modo que,   neste momento, todos nós estaremos     unidos pela mesma certeza: “quem sabe que nada sabe, sabe da necessidade gritante de se saber”! Mas voltando a