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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Os sons e os sinais em tempo de péssimas escutas

Por Gilvaldo Quinzeiro Que os primeiros dias do ano estão sendo marcados por tragédias, principalmente para os brasileiros, isso é inegavelmente assustador! Parafraseando um velho ditado, “poucos sinais bastam para um bom escutador”. O problema, no entanto, são os moucos ouvidos em tempos de muitas trovoadas! Aliás, quem ainda têm ouvidos que ouçam o que abaixo iremos falar! Por falar em sinais, que tal um de ‘peso’     como     à misteriosa aparição de uma baleia jubarte, de 11 metros de cumprimentos, com 6 metros de largura, numa área de mata, em uma praia de Marajó, no Pará, encontrada morta, sem ferimentos, na última sexta-feira, 22? Sejam quais forem os motivos, que fizeram com que o tal mamífero deixasse as águas profundas dos oceanos numa época de inverno – no seu habitat natural – é um péssimo sinal de que alguma coisa poderá está acontecendo ou ainda ocorrerá com este já sofrido planeta? Por estes mesmos dias, isto é, da semana passada para cá, foram encontr

Nós e os estranhos visitantes de outros mundos?

Por Gilvaldo Quinzeiro                             Pelo desenho dos novos muros, que separarão as nações, uns inflados por tanto ódio; outros alimentados pelo puro orgulho de não querer se misturar; sem falar naqueles que em nada se sustentam, mas afronta e exclui -, imagino o mundo com muita merda e poucos sentados em cima – enquanto uma multidão, do lado de fora,   fazendo de tudo para sobreviver em pé! Tudo por nada! Uma “nova arca de Noé”. Pelo visto o problema nos tempos de hoje, não seria na interpretação dos   sinas, mas, na luta fraticida em que resultaria nas escolhas não entre os animais a embarcar, pois, entre estes, muitos já foram extintos; mas, nos ‘bichos’ em que cada um de nós pode ter se transformado! Ainda bem primo que o bicho que corre atrás de mim sou eu mesmo! Enquanto isso, os astrônomos já em polvorosas anunciam o que pode ter sido o nosso primeiro visitante interestelar, o Oumuamua, objeto em forma de charuto, de 400 metros de comprimentos e

A realidade e suas teias

Por Gilvaldo Quinzeiro Na teia de aranha. É assim que podemos nos referir o nosso esforço de entender os complexos tecidos, que constituem  a realidade. Em outras palavras, não há como evitar às condições de presas; o nosso agonizar de inseto. Quanto mais nos esperneamos, mais fazemos parte da teia e a reforçamos enquanto estrutura de prisão. Os cinéfilos chamariam isso de ‘matrix’! Enfim, não há quem seja elegante ou quem mantenha o estilo reflexivo sendo esmagado pela natureza das coisas. Mas que coisas? Ora, será por isso que no atual momento a língua, seja, a dos nossos Ministros de Estado, ver o caso de Damares Alves e a dos filhos do nosso Presidente, seja, a dos anônimos em suas redes sociais, ganhou tanta elasticidade muscular? Que República é esta afinal? De fato, este são tempos em que há mais coisas que as nossas mãos não possam alcançar e que as palavras, quase todas ditas no aumentativo, ainda assim, nada nomeiam.   Nestas condições, entretanto, a líng

O tempo, os temporais e os jabutis trepados

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo onde tudo se ‘desmancha’ ao menor sacolejo, as pontes, os prédios, os templos,   o asfalto, as barragens, as verdades, as instituições, os líderes,    as crenças, as relações   e os   homens,   nada é mais duro e oportuno do que a velha frase de Parmênides ( 530 a.C – 460 a.C): “ o ser é e não pode não ser; o não-ser não é e não pode ser de modo algum”. O velho Parmênides, mais do que Heráclito (535 a.C 475 a.C), talvez,   tivesse fixos os seus olhos nas radicais alterações dos tempos de hoje. Em outras palavras, traduzindo para os nossos dias, Parmênides seguramente nos diria: “um jabuti quando trepado numa árvore ou foi por enchentes ou por mãos de quem não tinha outra coisa a fazer. E agora jabuti vai virar macaco ou passarinho?” Eis a questão! Bom dia a todos!

O trágico em tempo de lobos!

Por Gilvaldo Quinzeiro Depois da avalanche de tanto ódio, do rugir dos dentes, do sangue quase saltando às veias, o trágico! Extensas tragédias em um curto espaço de tempo em terras brasileiras provocadas por lamas, vendavais e fogo! Três elementos constitutivos da mãe-natureza que, para o grego antigo, daria um bom diálogo reflexivo, e para nós homens atuais, um misto de lobos e sabugos – o que isso significa? “Era o esperado”, diria os mais espiritualistas, tendo em vista o acumulo de densas energias? E se esta premissa for verdadeira, a sequência da tragédia já foi suficiente para realizar a ‘catarse’, agora no dizer de cunho mais psicanalítico? O trágico por si só é da ordem daquilo não se ‘palavrisa’, por isso mesmo nos coloca em algum lugar do qual não deveríamos ter saídos. Talvez nos remeta de volta ao nosso ‘parentesco’ com o barro, mas não só isso, nos tira dos pedestais. Se por um lado as tragédias, que assolaram o Brasil, nos últimos dias despertaram em