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Mostrando postagens de abril, 2017

A vida é tão séria, e duvidosa, quanto uma faca cega.

Por Gilvaldo Quinzeiro No grande espelho da existência, não é o belo ou feio que se contempla, mas o   conhecer-se no meio de tantas faces. Portanto, sejam quais forem as duvidas, não brinquem de si mesmo, meus filhos! O suicídio é uma necessidade desesperadora de si mesmo! E não é, pois, com uma faca encravada no punho que esta ausência irá se dissipar. Lembre-se que por mais que seja dilaceradora a sua angústia, o aprender sobre si mesmo é única porta de saída para quaisquer que sejam as dúvidas! Por fim, ufa!, se seu maior problema é o medo, não se esqueça que  o bicho que perigosamente corre atrás da gente, somos nós mesmos!   

Diga-me sobre os seus ‘ouvidos’, e entenderei tudo sobre a sua alma

Por Gilvaldo Quinzeiro A música é os ‘ouvidos’ de uma época. Por isso a surdez dos homens coincide com o endurecimento da sua alma. Neste ínterim, a barbárie é exatamente aquilo que se veste como pele. O filósofo Platão (427 a.C. - 347 a.C.) já nos chamava atenção há milhares de anos para a importância da música no que tange a formação ética e moral dos homens. Temos ouvidos muita coisa, como se fosse música. Talvez por isso a razão da insônia de muitos e das faces com o ar de aborrecimento. Enfim, os tempos são outros? Os homens são outros? As estratégias são outras? O mundo é outro? Enfim, quais os ‘engenhos musicais’ que movem a realidade? Ora, os ‘ouvidos’ de uma época, não só falam do que constitui a nossa alma, mas certamente daquilo que também entra e sai da nossa boca. O ato de comer por mais de animalesco que possa ser, é também, no caso do ‘Homem’, algo de natureza espiritual. Assim também aquilo que sai, a palavra,  é inerente aos ‘ouvidos’, A palavra

No Divã: este Brasil que tanto inspirou Nelson Rodrigues

Por Gilvaldo Quinzeiro O que vemos nas delações da Lava Jato, é aquilo que o escritor Nelson Rodrigues (1912-1980), já escrevia por um viés erotizado em suas peças teatrais, e que a sociedade brasileira ali representada, se escandalizava. “Meu Deus o que é isso”? Ou seja, que me perdoem os bons cristãos, mas isso aqui é uma grande putaria! Atire a primeira pedra quem não esteja com o seu feofó  apertado”! Este é o Brasil que precisa ir para o divã. Olhe o tanto  de coisas adormecidas que  precisam passar por uma ‘catarse’, isso se quisermos uma cura definitiva para os nossos traumas de infância – a corrupção! Como diria o humorista, Lírio Mário da Costa, o Costinha (1923-1995), “não se afobe, amigo, este pau que você está pegando é o meu, o seu é talvez  aquele mole ali”. Essa é natureza do nosso gozo circunstancial e político. Todo mundo quer se dar bem.  Este não é um país das oportunidades, mas dos oportunistas. Infelizmente isso existe, desde uma simples fi

Um diálogo a respeito da vida

Por Gilvaldo Quinzeiro A ciência logo se dará conta de que para além das nossas estrelas, há vida em abundância. Cada vez mais as dúvidas sobre a existência de vida extraterrestre são dissipadas. A ciência tem nos aproximado cada vez mais das distantes galáxias.  Essa é a boa notícia! A má noticia vem daqui mesmo – das profundezas da nossa alma, qual seja, o que sabemos sobre nós é tão pouco que nos envergonha!  Um quase nada no meio de um ‘oceano de ignorância’! Tudo que a ciência nos permite saber hoje a nosso respeito, não é suficiente para evitar o quanto somos estranhos inquilinos do nosso mundo interior! E o pior: somos hoje apossados por um ‘desejo de morte’! Basta ver a quantidade de imagens compartilhadas nas páginas das redes sociais, contendo cenas de violência e horror. Há pessoas se especializando em chegar antes na ‘cena da tragédia’, não para prestar qualquer socorro, mas apenas para fotografar e ‘alimentar’ seu perfil que, por sua vez, será compulsivame

Puta, primo, essa é a sua Mãe?

Por Gilvaldo Quinzeiro Muitas das coisas que nutre o mundo atual pode até ser virtual, mas os seus efeitos são sentidos em nossa pele. Por exemplo, a onda de suicídios, que vem acometendo muitos jovens em várias partes do mundo, tem sua origem em jogos virtuais. É o tal da “baleia azul”, uma espécie de faca nas mãos de muitos jovens, que não sabem sequer onde fica o seu umbigo.  Isso é a prova de que as crianças não sabem mais com que brincar: tudo é fogo ou afogamento. Em outras palavras, falta a figura do Pai – aquele que ensina para os filhos a existência do mundo real! Sim, psicanaliticamente falando o mundo está órfão de pai, enquanto a condição de mãe se abunda, incluindo a de todas as bombas! Que diabo é isso? Falar sobre a origem disso e daquilo pode até soar pré-socrático, mas quando o assunto é a “mãe de todas as bombas”, não podemos esquecer que nós somos os filhos desse mundo, aconteça o que acontecer!  Não importa se ameaça vem do Norte ou do Sul.

As 'ranhuras' do mundo

Por Gilvaldo Quinzeiro Estamos escorregando por entre as ‘ranhuras’ do mundo. Tudo se torna visceral e poroso. Somos uma espécie de ‘tripa’ a vazar dos intestinos. Neste ínterim, o que significa uma ‘nova ordem mundial’? A quem interessa o mundo e uma possível ‘ordem’? Nestes últimos dias assistimos com “os mesmos olhos que a terra há de comer”, dois fatos distintos, tanto históricos, quanto geograficamente, mas que nos colocaram diante de um só espelho: as ‘ranhuras’ do nosso mundo! O primeiro fato trata-se do jovem acriano, Bruno Borges, 24 anos, com seus escritos misteriosos e o seu suposto desparecimento. O referido fato nos colocou cara a cara com a figura de outro Bruno - o filósofo Giordano Bruno (1548-1600).   Giordano Bruno, um homem, que via além das ‘ranhuras’ do seu tempo, e, talvez, por isso mesmo pagou caro, ou seja, por causa da sua visão de que “havia outras vidas no universo”, foi preso e morto na fogueira.  Esta é a ‘ranhura’, que afeta ainda hoje o

Eu quem, meu cavalo?

Por Gilvaldo Quinzeiro Somos todos ‘cavalos’ das nossas buscas. Entretanto, se entendêssemos que somos também o ‘colo’ de que tanto precisamos, usaríamos mais do tempo dispensado apenas em nossa pressa, em prol de ‘conhecer e amansar’ o nosso cavalo! Ora, o problema daqueles que buscam o bem, e faz desta busca todos os seus passos, é ignorar o mal, que também faz dos seus ‘cavalos’ os mesmos passos. Viver é estar permanentemente aprendendo do que lado,  enfim, fica a cabeça do cavalo, pois, pode ser que a nossa esteja em sentido contrário.  Esta é, portanto, uma lição diária!

"Ave Maria das Pedras"

Por Gilvaldo Quinzeiro ...e por entre as pedras sírias de todos os escombros, rogai por nós! De ontem pra cá, vesti minha rouba de saco de estopa, e me tornei um ‘monge do agreste’. Ouço as violas e as vozes dos cantadores nordestinos: amém!

O ser é?

Por Gilvaldo Quinzeiro O pescador ao fincar a isca no anzol se torna ‘o peixe’ da sua expectativa. Daqui pra frente, tudo é mar... E toda a profundeza torna-se a mesmidade: o “ser” de Parmênides e o “vir a ser” de Heráclito.  De lá para cá, este tem sido o pêndulo existencial, o mesmo que tem colocado em lados opostos, Platão e Aristóteles, mestre e discípulo respectivamente. Então, meu ‘peixe’, no raso da nossa idiotice: o que é ser? O que é vir a ser? Ora, primo, não se aflija, pois, há muita água para rolar. Ademais o que somos senão sabugos!