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Mostrando postagens de julho, 2013

O homem e suas alegorias

Por Gilvaldo Quinzeiro O homem é a mais convincente de todas as metáforas. Contudo, e por isso mesmo,   significa dizer, que o homem é também “uma coisa em si”, logo, paradoxalmente é da ordem que palavra não alcança.   Portanto, o homem enquanto metáfora de si se constitui apenas no rio, já o homem enquanto, “a coisa em si”, é o mar no qual o rio se afunda. Ora, estou consciente de que o   dito acima   é assombroso! Mas, o que é mais assombroso, senão se constituir no “ bicho que corre atrás de si mesmo”? Pois bem, se o homem é uma “coisa”, e a palavra, a sua “mascara” então,   o ato de representar esta coisa que nos escapa   se constitui na mais viva obra de Willian Shakespeare. “Ser ou não ser, eis a questão”?

A periferia que nunca “dormiu”, acorda a igreja e a política: que fome deve ser saciada primeiro?

Por Gilvaldo Quinzeiro O Brasil   não só chega tarde a periferia, e, pasmem,   pelos pés dos outros! Primeiro, em 1996, com a visita de Michael Jackson, no Morro de Santa Teresa,   para   a gravação de um clipe,   quando só então o Brasil se deu conta de que tinha favelas. Segundo, agora, na Jornada Mundial da Juventude,   com a visita   e bênção do Papa Francisco, a favela de Varginha, quando, nos demos conta de   que “o Brasil que não se via,   era realmente   diferente daquele que virtualmente   nos cegava”. Ora, se o Brasil continuar precisando dos “pés dos outros” para   só então pisar no seu próprio território, certamente para isso não vai faltar quem queira. A questão, porém,   é o que isso despertará   nos visitantes e,   especialmente nos visitados? Se depender da mensagem do Papa Francisco,   entretanto, ele, um jesuíta,   a igreja católica nunca mais deverá sair das periferias. Mas, quanto, aos   políticos brasileiros continuarão “dormindo em berços espl

Uma peregrina já está além do nosso céu: a sonda espacial voyager 1

Por Gilvaldo Quinzeiro Um feito digno de quem tem fé:   a sonda espacial voyager 1, lançada ao espaço em 5 de setembro de 1977 pela NASA, está chegando na fronteira do sistema interestelar, lá onde homem com toda a sua fé, não ousaria ter   chegado!... O mais incrível, entretanto,   é ver de lá do mais longínquo confins do universo,   a Terra – um pequeno traço luminoso, acompanhado por   outro quase que apagado – a lua. Quão grato deveríamos ser ao sol, pois, ainda de tão longe é tão somente sua,   a luz que a nossa Terra   reflete!... Enquanto isso, aqui na Terra,   muita fé e nenhuma humildade. Muitas filas dos que já sentem no céu, enquanto, “o próximo” pode ser aquele que ainda esteja disputando com um cão, o mesmo resto de comida!... Contudo, lá no alto,   alheia   aos templos lotados; templos estes nem sempre erguidos para   servir Deus, mas apenas aos seus “pastores e suas ovelhas”, a sonda voyager segue para além do nosso sol, como a mais obediente e p

De quem é a mão que nos acena no “novo”, quando tudo que é “velho” ainda se ver no espelho?

Por Gilvaldo Quinzeiro O mundo que está “grávido” doutro mundo ainda não “pariu”, contudo, até este vir a dá à luz, ainda que esta nos pareça a face mais obscura, sentiremos a suas dores e contrações. Que pessimismo! Não, por incrível que pareça, a pior das condições é aquela em que dor alguma já não se sente!... Ora, o presente já nos   arrasta precocemente para o futuro, todavia, paradoxalmente, tudo que é “velho” ainda se ver no espelho, enquanto isso,   “o novo”, talvez por ser movido pela “pressa” que ofusca o próprio tempo, não   tem para si, espelho algum... Quiçá, “o novo” não seja necessariamente belo de se ver, porém, não há como não se “enfeitiçar” por ele! Deste modo, nos surge uma inevitável e   assombrosa questão: de quem é aquela mão que já nos “acena”, quando as nossas já não podem ser mais estendidas, haja vista que   as dos outros estão expostas no lugar   onde   tudo,   os homens descartam? Pois bem,   outra questão nos dispensa toda a “cacha

A pescaria é de jovem, mas o mar nem sempre está para Pedro: um olhar sobre a visita do Papa Francisco ao Brasil – um mar de aguas agitadas.

Por Gilvaldo Quinzeiro Aberta oficialmente a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, na praia de Copacabana, e com ela,   a mais emblemática de todas as pescarias – aquela em que o pescador também tem que se oferecer como isca, pois, do contrário, as outras redes fisgarão o próprio mar, tornando o que é de Pedro, pedra...Aliás, o que é de pedra que também não é de Pedro? Pois bem, não há como negar que no meio de tantas “redes”, as   das drogas e a da violência arrastam os jovens sem piedade alguma para as profundezas do inferno humano. Alias, é bom que se diga que nunca o inferno se tornou tão atrativo como nos últimos tempos.   E,   se a tarefa da religião é levar o homem para o céu, então, “fisgar” os jovens de onde quer que eles estejam, significa pescar o futuro que já nos escapa.     Mas para quem   as religiões pescam os jovens   para Deus ou apenas para si mesmo? Que religião é   capaz de se sustentar sem os braços e os sorrisos dos jovens? Ora, quão hum

O que é a coisa na coisa que se abocanha? Uma simples mordida psicanalítica nas coisas que já nos engolem.

Por Gilvaldo Quinzeiro É coisa da mais pura   filosofia querer como a criança que veio ao mundo sem coisa alguma, “ abocanhar” todas as coisas. Ora, Freud “mastigou” isso até o final da sua vida, ou seja, ele defendeu   a ideia de que o nosso primeiro contado e noção da realidade se dão exatamente pela boca. Isso implica dizer que primeiro tudo “engolimos” para só então cuspir o mundo que não nos interessa.   Se não fosse assim, sabe por quem seriamos engolido? É deste modo, portanto, que nos afundamos na   “coisa” para dela só se desvencilhar quando, o que antes mastigado e engolido, aparece constituído naquilo que   nos “enoja”   na ponta dos nossos dedos. Eis aqui a noção rudimentar de alteridade? Eis aqui a nossa dificuldade de lidar com o outro? Ora, esta questão   sem um exame mais apurado   do caso não há nem como afirmá-lo , e muito menos como negá-lo... Pois bem, a boca é tudo aquilo que nos cabe. O que   nos sobra para o lado de fora, entretanto,

O nó da realidade, como explicar o que já está desatado? Uma introdução ao cotidiano que se faz tão frouxo sem corda alguma.

Por Gilvaldo Quinzeiro   Há dois meses, a realidade brasileira tinha seus “amarradios”, e   todos nós de alguma forma sabíamos     onde estava “a ponta da corda”. Hoje, do que se queixam as mais altas autoridades da área de segurança, senão de não saberem   quais as cordas   que estão a  puxar as manifestações em cujos nós estão a perplexidade? Tudo, enfim, virou uma espécie de “bolha” que ora, estoura   aqui, ora estoura acolá. E, diga-se de passagem, onde ninguém tem tempo para contemplar bolha alguma, pois, tudo é da ordem da frouxidão. Pois bem, tais eventos têm ao menos revelados algo assustador: o quão puído estava a nossa realidade que, para alguns estava atada com “nó cego”. Que engano, não?   Cegos estamos todos   nós sem compreendermos que a realidade pode ser feita não só de corda, laços e nós, mas também   de linhas tênue e com estas, seus “bordados”! Contudo,   uma coisa é certa: nada poderá ser mais “amarrado”, posto que,     o que ora se ergue, di

A propósito das “máscaras”, a realidade sem suas faces: uma reflexão sobre o tempo nosso que rui.

Por Gilvaldo Quinzeiro Que realidade se edifica com “máscaras”? Que “máscaras”   já não são em si a face da realidade, ao menos daquela realidade cuja face é também as nossas máscaras? Os questionamentos acima, ainda que sem respostas, contudo, estes nos remeterão a uma reflexão acerca do que ora se desdobra nas manifestações no Brasil, especialmente,   no tocante, ao “mascaramento” das faces ou das faces que mesmo sem máscaras alguma,   já não têm mais nenhum traço de pertencimento com a realidade que está a se desmascarar. Que paradoxo:   “as máscaras” de agora, poderão, enfim, serem as faces escancaradas   de outra realidade – aquela para a qual as faces sem máscaras de hoje, já não são tão verdadeiras! Isso me faz pensar na cosmologia maia – aquela para qual,   todas as máscaras tinham seu tempo. Aliás, é disso que fala o tempo maia, a saber, o homem só é homem até o próximo   vir. Daí que para os maias,   o primeiro homem foi de lama; o segundo, de madeira

A VISITA DO PAPA, E A FALTA DE SONO NO PAÍS QUE ACORDOU: COMO ENFIM, FRANCISCO SERÁ RECEBIDO?

Por Gilvaldo Quinzeiro Em sua primeira viagem internacional, o Papa Francisco terá o desafio de   não só não ser sonolento ante um Brasil que acordou, como a sua visão de um   líder espiritual de uma das maiores religiões do mundo   terá, enfim, que ser passado à prova.   Pode ter sido uma mera coincidência, mas o papa que renunciou, Bento XVI, se não tremeu com o que viu, mas certamente, o que lhe obscureceu lhe casou tamanho pavor!... Pois bem, o Papa Francisco enfrentará   na visita que fará ao Brasil, desde protestos de ateus, até dos crentes em outras religiões. E se levarmos em conta o relatório da Agencia Brasileira de Inteligência (Abin), que aponta que as manifestações podem ser “fonte de ameaça”, então, a visita do Papa pode nos tirar o sono. Tudo conforme manda o figurino das manifestações que não aceitou “o padrão FIFA”, e que agora, desta feita, os do Vaticano? É esperar pra ver e crer ou o que se verá   já não é da ordem dos que acreditam?   O fato é

O aprendizado de um sorriso!

Por Gilvaldo Quinzeiro Os outros que me perdoem, mas o meu sorriso pertence a mim mesmo! Ora, que coisa mais simples, contudo, aprender a respeito disso custou-me   em quase não sorrir de jeito algum, esperando os dos outros pra mim!... Que engano, meu Deus!... Hoje, decidir a me oferecer flores! Por que não? Quem afinal sabe de mim sou eu mesmo. Ainda bem que sim!! Amanhã, certamente   devo amanhecer bem melhor do que hoje, pois... E assim, e sempre assim, sou dono de mim! Custou-me caro, esta conclusão. Quase não vivi nada esperando tanto do amanhecer dos outros!... Que coisa?... A vida bem aqui dentro de mim, e eu morrendo por causa dos outros! Dos outros que nem para si mesmo tinham sorriso... Eu hein? Enfim, hoje, este sorriso é   pra mim. Poderia ter sido ontem ou a vida toda, porém, o mais importante é saber que amanhã, e nos outros dias que virão,   este mesmo sorriso só depende de mim mesmo! Graças a Deus!

Oi felicidade!

Por Gilvaldo Quinzeiro A felicidade humana é também de “carne e osso”, logo, quando esta nos estende a mão, optamos sempre pelos anéis.   Mas, enfim, a felicidade, ainda assim, permanece entre os dedos: poderia ser entre as pernas? Não se não tivesse como coçá-la!... Ufa! Ainda bem que pra tudo tem jeito!! Felizmente, boa noite!