Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Quão somos feios, primo!

Por Gilvaldo Quinzeiro A pandemia, que hoje no Brasil já ultrapassou 250 mil mortos escancara o que temos de pior e feio (ainda bem?): algo que encheriam os olhos apenas de uma plateia composta só por     insetos! Que me perdoe os insetos por essa feia comparação com aquilo que há de verdadeiramente mais assustador neste momento – o próprio homem! O feio ou pior aqui não é apenas em relação ao número de mortos, que a cada dia aumenta, e sem surpresa, mas sobretudo no que diz respeito a rapidez com que fechamos os olhos para isso, e continuamos nos achando bonitos e merecedores da graça de Deus! O dito aqui não é no sentido de fazermos escandalosas e chorosas procissões pelas perdas, mas acordarmos para o fato de que menos mortes ocorreriam se se nos protegêssemos... Ir bonito a uma aglomeração pode resultar na feiura dos caixões empilhados e sem velórios... Sim, é estranho como de todas as espécies somos únicos a acreditar que somos bonitos! O narcisismo é o centro disso. Neste

Na minha análise política: há muito mais ódio pela fé do que pelo bem do Brasil

  Por Gilvaldo Quinzeiro   O problema de qualquer cruzada contra o mal, seja esta travada nos tempos medievais ou nas ‘luzes’ dos nossos tempos, não consiste necessariamente no mal em si a ser combatido, mas na fragilidade das raízes que nos fazem acreditar que estamos fincados no bem. Neste sentido será em vão convencer uma multidão já nas ruas, e no meio desta, muitos dos nossos bons e bem intencionados amigos, de que não estamos travando uma batalha de natureza apocalíptica. Sim, já está em curso uma batalha apocalíptica! Muitas mentes estão seriamente alteradas, e, nestas condições, a ‘besta’ pode ser vista em todas as faces, exceto nos olhos de quem cegamente a ver.     Em outras palavras, não só os ares do nosso tempo exalam o cheiro de enxofre, bem como não há nada no chão da nossa luta diária que não esteja também impregnado por este teor apocalíptico. Enganam-se, pois, os mais sérios analistas políticos da atualidade se se em suas análises a respeito de qualquer

O novo normal e velha xícara de café

Por Gilvaldo Quinzeiro Não há como pensar o novo normal sem inserir neste o frágil habitat de cada um, que será a uma espécie de bolha ilusória, sob o qual estaremos todos inflados pelo ódio; pela soberba; pelo medo e pela solidão ao mesmo tempo em que lutaremos para conter a respiração para evitar a sua eclosão. Nestas condições, um simples ato de tomar café não ocorrerá sem que a leve fumaça que emerge da xácara se transforme numa figura fantasmagórica! Parafraseando    um velho ditado, no novo normal é preciso que se mantenha um olho aceso na xícara e o outro já apagado na fumaça! “A solidão de amigos”, lembrando aqui da melodia do saudoso cantor e compositor Jessé, é fruto dessa guerra fraticida e estomacal; guerra essa que só daremos conta dos seus reais estragos da mesma forma que Pirro, ou seja, sem que tenha sobrado ninguém para comemorar! Voltando a xícara de café. O velho quadro exposto há muito tempo na parede, haverá de ter mais sobre nós do que o simples hábito d