O tempo e as coisas com sua bunda de fora
Gilvaldo Quinzeiro O tempo é cego, porém, o seu talho é preciso. E a cicatrização das suas feridas, só com ouvido aguçado. Claro que isso não evita que os homens estejam sempre com a “bunda de fora”, pois, para o tempo que voa toda mão é tardia naquilo que tapa. Na verdade, o tempo que nos pega o tempo todo de “calças curtas”, parece, paradoxalmente, não ter pressa alguma de passar. Pois bem, quando os homens anunciam que é tempo de “transparência”, afinal o que já não é tão óbvio? Qual a diferença entre “quem quer se dá bem” ou quem bem já se dá no tempo em que toda honestidade é um aleijo? Sabe que tempo é este? É o tempo onde a mão sobre a coisa é “ República ”! Mas, quanto à coisa na mão? Isso não seria da intimidade?