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Mostrando postagens de agosto, 2012

O tempo e as coisas com sua bunda de fora

Gilvaldo Quinzeiro   O tempo é cego, porém, o seu talho é preciso. E a cicatrização   das suas feridas, só com   ouvido aguçado. Claro que isso não evita que os homens estejam sempre com a “bunda de fora”, pois, para o tempo que voa toda mão é tardia naquilo que tapa. Na verdade, o tempo que nos pega o tempo todo de “calças curtas”, parece, paradoxalmente,   não ter pressa alguma de passar. Pois bem, quando os homens anunciam que é tempo de “transparência”, afinal o que já   não é tão óbvio? Qual a diferença entre “quem quer se dá bem” ou quem bem já se dá no tempo em que toda honestidade é um aleijo? Sabe que tempo é este? É o tempo onde   a mão sobre a coisa é “ República ”! Mas, quanto à coisa na mão? Isso não seria da intimidade?          

O ser do ser, do ser que nos escapa?

  Gilvaldo Quinzeiro   O que somos? Seja qual for à resposta a este questionamento,   nos arremeterá   ao ilusório. Isto é, dentro de nós há o que nos escapa. Deveras, estamos fincados no ilusório, isso já é o bastante para, de concreto, nos sentirmos amarrados em frouxos nós. Nestas condições, não há o   “ser”, senão o que nos escapa. E o que nos escapa, é da ordem que nos afunda. E o que nos afunda é o ser – o buraco existencial.   Estamos,   pois, não condição da “eterna falta” do que se busca. Mas, afinal o que se busca? Ora, responder tal questão,   não seria afrouxar   “os falsos nós” que   por muito pouco nos seguram?  

Os caminhos, e seus peregrinos

Gilvaldo Quinzeiro   Indubitavelmente, os caminhos por onde meu filho porão os pés, antes foram meus calos. Por isso,   me ponho todos os dias mentalmente a cruzá-los,   e ao percorrê-los, ainda que de pés sangrando,   ergo-me naquilo que antes fiquei caído. E assim, e somente assim, todos os dias me faço mais sereno ao saber que em meus caminhos toda a pedra é uma lição.          

Da pintura de fazer política, ao nosso quadro de espantalho: uma reflexão sobre o tempo em que somos a boiada

Gilvaldo Quinzeiro   “Os espantalhos” desta nossa política, hoje, cada vez mais parecida com a da “Velha República” é o povo. O povo? Como assim? Não seriam os candidatos? Ora, naquilo que a campanha eleitoral se transformou, e por efeito, os candidatos, é o reflexo de que espelho?   Em outras palavras, dialeticamente, um é reflexo do outro. Portanto, uma análise mais apurada das coisas nos remete a um quadro nada animador, para não dizer, estarrecedor.   Vejamos este quadro pela ótica da pintura modernista que é a seguinte. A estratégia sempre foi à mesma, a saber, manter   o “gado magro e encurralado”,   para assim, vir comer de pouco na mão. Diga-se de passagem, que esta estratégia desde a época dos coronéis, nunca falhou. Como falhar agora? Pois bem, e quem seria “o novo”, num contexto em que todos estão de cara enrugada ?   Resposta: os filhos, os netos, os sobrinhos e outros que tais. Ora, isso não é apenas trocar a maquiagem num instante em que a orquestra faz u

O belo

Gilvaldo Quinzeiro O belo naquilo em que de nós a este se acrescenta, ainda assim é belo. Captar o belo sem que este nada de nós possua é raro. Dito de outra forma, é impossível se desvencilhar da nossa face nas coisas, de tal maneira que, estas, sem aquela,  não nos é espelho algum. Portanto, o belo é da ordem do “ser”, do contrário, como contemplá-la na face que é de outrem? Então a contemple naquilo que em si se esconde! Beleza?

Pensar é fogo, o contrário é cinza!

Gilvaldo Quinzeiro Quando o fogo da nossa curta existência (imagine se fosse longa!), apagar como o do “monturo” quem nos perceberá esperneando na fumaça? Pois bem, se soubéssemos quanto o universo está dentro de nós, não o limitaria condição à humana. Isso sim, é um grande desperdício, ademais, o dinheiro todo pelo qual ficamos sem alma, de um outro ponto de vista, não viraria uma montanha lixo? Quão um abraço nos tornaria mais rico que todo o dinheiro que nos põe louco! A questão é pra quem explicar isso, quando o mundo todo já é outro – aquele cujo fogo mesmo apagado nos faz cinzas! Não seria o momento de se pensar por que a vida que aqui um dia foi abundante, hoje, assim como a água evapora? Mas, esta reflexão não é tanto quanto pré-socrática? E daí? E se fosse apenas alquimista? O ato de pensar não tem cor, por isso é por sua natureza anarquista! Eita.

De Colombo, a nossa educação.

Gilvaldo Quinzeiro   A educação   é o nosso “ovo de colombo”,   e como tal há “uma Índia” inteira   que nos separa da verdadeira descoberta. Isso para não falarmos que   suas mudanças nos chegam sempre quase tão lentas e tardias, como   as caravelas. Claro que Colombo nos seria mais valioso do que toda a propaganda eleitoral que não nos aponta rumo algum. Muito menos para   educação que vento algum ajuda! O que há de comum entre Colombo e nossos políticos é que “todos só querem se dar bem”. Mesmo   que isso custe um continente inteiro em plena “barbárie”! Aliás, que civilização não se alimentou da barbárie com sobra? Ora, qual a sobra de agora, senão o que falta à educação?      

O sujeito e a sua condição de “peixe frito”

Gilvaldo Quinzeiro No “mar existencial”, travamos uma luta renhida para não acabarmos na condição de “peixe frito”, o que é como nadar contra a maré, posto que, na melhor das hipóteses o máximo a ser alcançado é o status de peixe fora d’água. Desesperadora condição esta não? Isso tudo apenas para chamar atenção de que o mar também poderá mudar de condição! Ora, como não? È do sertão escaldante que vem a sábia profecia que “o mar um dia virará sertão”. Prova disso não seria os peixes que só se “salvaram” na condição de terem se tornado pedras? Contentarmo-nos na condição de “ calambanjos” coisa que nos faríamos nadar sempre com o bucho na lama é nos fazermos surdos ao Sermão do Padre Antônio Vieira? Ou de sermões e caldeirões já estamos cheios? Cheios? Como assim? Ora, os que pulam pra fora, se esquecem dos olhos que também estão colados na farinha! Não entendeu? Então volte pra frigideira!

A civilização e seus “bichos”, e nós seus cavalos!

Gilvaldo Quinzeiro A civilização com todo o seu apogeu (se é que podemos afirmar isso), ainda não nos fez menos “bicho”, do que aqueles que almoçaremos daqui a pouco, o máximo que conseguiu, porém, foi nos elevar a condição de “cavalo e cavaleiro”. Duas figuras a carecer ao mesmo tempo de “rédeas e esporas”, do contrário qual o significado de direção? Pois bem, ser “cavalo e cavaleiro”, isso Freud já aludiu em alguma parte da sua vasta escrita. Ou seja, isso não é nenhuma novidade para quem se atreve a auscultar o escuro que nos habita. A questão que se teme, porém, (se é que temer é a palavra adequada) é a do   “cavalo” pela força que tem, portanto, como prevalente,   há muito tempo já se   passar   como “cavaleiro”, enquanto este ( o cavaleiro)   é que está levando   “as esporas”. Ora, se olharmos   bem as coisas nas suas   “nervuras” (cito isso em homenagem ao grande pensador J. Cardoso, um apreciador da obra de Espinosa), o tempo já não é para quem não anda em dispara

Sinceramente, as mãos são minhas palavras!

Gilvaldo Quinzeiro A mão.   Sem esta que testou o fogo, quando para os olhos crus   era só clarão, e sofreu com todos os espinhos encravados, quando tudo era para todos   sem nenhuma passagem   -,   não haveria caminho algum, e muito menos as palavras que hoje a substituem, quando o grito se fez desnecessário a toda a mão que um dia foi sapecada!... Em outras palavras, a humanidade aprende lentamente e na porrada. Quisera que fosse tão rápido quanto   um “clic” para gravar todas as imagens que,   na memória já não se guardam!... Digo mais, as palavras podem até substituir as mãos, mas, nunca na dor que foi o parto natural daquelas, e que ainda hoje, as tornam “faca sega”, onde só a mão crava na dor   outros sentidos. Que sentido têm as palavras, quando as mãos já não sentimos? Quão de fato nos faltam as mãos, quando de palavras já estamos todos   secos? Pois bem, se vivêssemos atentos às coisas da vida, como se só as mãos tivéssemos, certamente, no ilusório, de cabe

Psiu!

Gilvaldo Quinzeiro “Nós nos faltamos em nós”. Quão difícil nos seria ser o próprio espelho se no do outro não nos espantássemos com o que este já se acostumou. Ora,   no fundo, no fundo nós nunca habitaremos o mar que desagua no que nos tornamos. Enfim, apesar de toda a  purpurina   somos espantosos de ver. Mas, o mais assustador seria permanecermos a vida toda   oculto, tecendo a noite para que esta nunca amanheça. Esta cara é a sua mesmo?

Feliz Dia dos Pais!

Gilvaldo Quinzeiro No chão das palavras, a presença dos pais é o alicerce indispensável na engenharia que ergue os filhos. Ainda mais numa época em que as coisas, sobretudo "as novas" que, além de não amadurecerem, são amarradas com embiras podres!... Portanto, nestes dias em que os anéis valem mais que os próprios dedos, ser pai significa algo     além de   todos os presentes, inclusive daqueles que podem   nos dizer “papai” no lugar dos filhos. Que todos os pais ainda que tombados, fiquem de pé, pois, somos a própria casa erguida em terrenos pantanosos! Feliz todos os dias, papai!

189 anos de Gonçalves Dias

Acontecerá nesta sexta-feira, dia 10,   a partir das 18 horas, na praça Gonçalves Dias um recital poético, além de outras atrações artísticas,   em homenagem aos 189 anos de nascimento do poeta Antônio Gonçalves Dias. O evento é uma realização dos alunos e professores do Centro de Ensino Gonçalves, e contará com apoio e participação da Academia Caxiense de Letras e do Projeto Guardiães da Leitura. Evento também fará parte da segunda edição do “Gonçalves Dias de Arte”, que tem como participantes os alunos e ex-alunos do CE Gonçalves Dias. Além destes já estão   com a presença confirmada o presidente da Academia Caxiense de Letras, poeta Wybson Carvalho, que na oportunidade falará a respeito da obra e vida de Antônio Gonçalves Dias; e   a Professora Joseane Maia, coordenadora do Projeto Guardiães da Leitura, que abordará acerca da repercussão da obra gonçalvinas nos dias atuais.

Lembre-me de que não falei de coisa alguma, especialmente as que não deveriam ter esquecidas

Gilvaldo Quinzeiro O rapto da memória.   Neste tempo onde a velocidade tudo encurta, como se lembrar das coisas que mudam   ao piscar de olhos? O adeus à infância seria   esta uma das consequências do tempo onde “o novo” é nunca envelhecer? Ora, esta é uma velha questão que de novo só tem como “não ser”.   Como saber se   sou o que sou   se o tempo   em andamento efetua   “o rapto da memória”? Deveras, o tempo que dura é o dos plásticos.   Neste a memória se perpetua, enquanto a nossa é como a neve que se derrete. O quê mesmo eu disse?

No então da vida, seus “poréns”...

Gilvaldo Quinzeiro Quão tudo é estranho! Mas, o mais estranho dos mundos é o que desconhemos bem ao fundo dos nossos olhos,   nas nossas     entranhas. Conhecê-lo, porém, é nos assombrarmos com o dos outros? Ou do nosso assombram   os outros? Assombroso mesmo é nunca se dá conta disso. Então conhece aquela sua mão que decepou a outra?

Estas coisas na política que nos engasgam...

Gilvaldo Quinzeiro Estas coisas hoje “vomitadas” de Carlinho Cachoeira, já foi “o caviar” de muita gente, inclusive daquelas que agora não param de ir ao banheiro! Pois bem, todos nós sabemos que no Brasil inteiro estes esquemas, hoje, “escândalo”, não passa de rotina, que sustenta a política em sua carne crua. Diga-se de passagem, coisa feita por “gente grande e entendida”. De fato “a política”, no atual contexto, não é coisa para qualquer um. Aliás, no Brasil esta é única mão de obra qualificada que temos de sobra!... Com esta mão, é bom que se diga,   não se faz a sopa para todos! Entendeu por que a “renovação na política” tem o mesmo cheiro dos velhos? É que os filhos, os netos e sobrinhos também provaram do mesmo cardápio. Só que os velhos comeram tanto que   se engasgaram.... Agora os novos... Bem... os novos estes sim,   foram ensinados para fazer “diferente”. Entendeu? Viu como a campanha eleitoral agora virou um circo? Os palhaços que me desculpem, mas, o