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Mostrando postagens de janeiro, 2013

O lúdico de luto: brinquedos em festas?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Parece   uma pegadinha de televisão, mas o brinquedo ganha uma dimensão outra, tornando-se mais importante do que as brincadeiras; secundarizando o jogo e até mesmo subestimando as suas regras. Nestas condições, entretanto, absolutiza-se aquele que é   “o dono da bola”, ao mesmo tempo em que se relativiza a importância dos demais jogadores. O brinquedo “é o cara”, dir-nos-ia o ditado da vez. Enquanto isso, paradoxalmente, a criança seria o quê? É a fala do brinquedo, e não a da criança que os pais comemoram!   Isso carece de um estudo que vai além da antropologia, psicologia e outras ciências que tais. Em outras palavras, estamos diante da “coisificação da infância”.   E a consequência disso, acredite, “é uma coisa de outro mundo”! Hoje vemos jovens, especialmente adolescentes, “casados” com suas motos; um relacionamento tipo “atração fatal”. As estatísticas estão ai para nos dizer sobre o perigo deste apego. Isso sem falarmos dos casos,   cada

Depois da tragédia de Santa Maria que “portas” se abrirão?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Um olhar lateral. Sem querer fechar todas às nuances. Mas depois da “tragédia de Santa Maria”, uma balada merece antes de tudo uma reflexão: uma porta única que se alarga na entrada poderá ser a mesma que nos faltará na saída. Ora, esta discussão nos remeterá a uma velha discussão levantada por Freud acerca do “Principio do Prazer e o Principio da Realidade” – duas faces de uma mesma moeda que, se não bem medida, pesará demais na conta! Aludir ao Principio da Realidade é nos reportar também a figura do pai, daquele que frustra, quando nos mostra a lei, a realidade. Aliás, uma figura quase que obsoleta, quando, a primazia é a do prazer. Eis a grande porta? Dito com outras palavras,   os tempos atuais não nos permitem enxergar todas as portas, senão aquela única que alimenta apenas os interesses. Quem estiver atento às propagandas de cervejas às vésperas do carnaval, não terá dúvida de que a “atitude de beber”, de preferencia sem moderação, é um

Uma pedagogia para a nossas tragédias?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Engolimos a realidade como se fosse comida. A de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, vai demorar quanto tempo para ser digerida?   Já não estamos de dentes caídos de tantas tragédias? E quanto   as nossas autoridades, estas,     só pensam com e para suas       barrigas? Pois bem, o carnaval já está nas ruas com suas marchinhas e enredos na boca do povo, porém, vamos esperar   até   quarta-feira de cinzas para só então falarmos tecnicamente da nossa falta de segurança? Ora, não é de hoje que damos “jeitinho para tudo”, exceto para a resolução dos nossos problemas, pois, estes de alguma forma têm seu DNA na nossa corrupção generalizada que,   como tal se espraia por todas as direções. Que nos venha a Copa do Mundo? Na altura do campeonato, “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, mas, se não formos capazes de ao menos aprendermos com as nossas tragédias diárias,   como receber “bem” os que de cara serão todos estrangeiros? Aqui, os de casa

A mão, uma reflexão sobre as coisas da cabeça

Por Gilvaldo Quinzeiro   A mão, esta velha companheira que nos acompanha antes mesmo do cachorro e até mesmo das palavras -, quando dela nos   “esquecemos” - é sinal de que todas as cabeças já perdemos!... “Uma mão que lava a outra” – que abstração!   Diz um velho ditado que “se conhece um gigante pelos dedos”. Pois bem, nada mais humano que as mãos. Uma pena estarmos também perdendo a cabeça! Pilatos lavou as mãos, quando percebeu que já não lhe bastava usar só a cabeça. Aliás, o problema dos “sábios” de todas as épocas é usarem apenas a cabeça (?). O problema de hoje, por mais paradoxal que seja, não é exatamente   o de termos “ as nossas mãos atadas” por tantas coisas que nem sequer entram na cabeça, mas que nos enchem as   mãos? De besteiras, diga-se de passagem! Que cabeça, hein?    

Tantas são as faces, raros são os espelhos: no mais, só espantalho!...

Por Gilvaldo Quinzeiro   No fundo, no fundo, somos todos feitos   de “imagens”. Algumas tão despedaçadas que, se emendadas equivalem a um dedo só. Outras, as mais inteiras são as que nos perseguem – estas são porções das imagens de   outrem   que dentro de nós se “egozificam” como se nossas fossem. E assim, por todos os caminhos podemos nos deparar com as mesmas portas que, por medo nunca as   abrimos dentro de nós mesmos. Ou psicanaliticamente falando, “o lá fora” poderá   estar completamente dentro de nós, e   “as assombrações” são em certos sentidos,   as nossas outras faces. Por isso, tenho dito aqui em outras reflexões: não passamos de “espantalhos”. Ora, então, “os engenhos dos nossos   medos”, perpetuam os seus escravos? Claro que sim! A questão é como decifrar a equação: uma vez escravo, senhor da sua escravidão? “Uma mãozinha ai”?            

A fome, o Outro e o bicho que nos transformamos(?).

Por Gilvaldo Quinzeiro   Nos tempos primevos, o Outro era toda “carne e todo osso” que poderia ser servido como um   almoço ou como um jantar. Hoje, temos a fome na qual o Outro vale menos que “a Coisa” que lhe escapa da   sua mão? O que definitivamente o encontro com o Outro poderá nos transformar? Nestes dias, os noticiários têm nos informados de que alguns foram violentamente assassinados em restaurantes, seja pela sobra de comida ( este caso aconteceu em Brasília), seja, por uma discussão em torno de R$ 7,00 (este caso aconteceu em São Paulo, também em um restaurante). Ora, se o encontro com o Outro é de uma ordem tão “chocante”, então,   em nós já não cabe mais o medo que nos transformou   “no bicho” que se   alimenta das coisas mais apavorantes, inclusive, da nossa covardia! Incrível, mas pensando bem, somos hoje um tipo de “bicho” que   consome   tudo, exceto, “alimento”, especialmente, os naturais - prato predileto dos nossos ancestrais -, e sim, temos apetite

Os arames farpados?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A palavra é a casca e o nó.   A existência, seus significantes...   O sujeito, o pau da porteira, quando não, o eco de uma boiada. Mas o pirão que sustenta tudo isso em pé é a cultura!... De longe tudo se passa.   O consigo, como se do outro fosse. Todo amarradio é frouxo! Enfim, quem conseguirá ser a arvore de si mesmo?    

No espelho da violência, a face de todos?

Por Gilvaldo Quinzeiro A violência está ficando madura demais. Verdes só as vidas que brutal e covardemente são ceifadas. Enquanto isso, a palidez das nossas autoridades, que nada fazem, pois, quanto mais de “molho as consciências”, mais temperadas são as suas intenções – é a cor desbotada dos nossos dias!... Dias de cinza, outros de luto, diga-se de passagem. Pois bem, muito se tem falado nas alterações climáticas e suas consequêcias visíveis na natureza, porém, algo tão desastroso poderá estar silenciosamente (não mais por muito tempo?) acontecendo na psique humana. E o pior é que quando viermos nos dá conta disso, nada mais poderá ser feito, a exemplo do que ocorre com “as cracolândias”. Os tais estilos de vida (raízes da nossa sociedade superficial): consumismo, individualismo e outros tantos “ismos”, poderão se tornar na faca com qual seremos forçados a arrancar a própria unha. Ora, quem já não está sentindo na pele o efeito disso? Outro dia, fui procurado por uma ado

Boa tarde para uma reflexão!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O que somos nós por estes “novos caminhos” que hoje se iniciam, senão cegos peregrinos...   Alguns destes caminhos são os mesmos que já nos deixaram os   pés em carnes vivas de tanto   segui-los, mas sem termos chegados a lugar algum... Outros pelos quais não demos um passo sequer, estão     dentro de nós mesmos; estes são assombrados por “estranhas criaturas” das quais somos apenas suas carcaças... Quem esperará por nós, quando enfim, tivermos atravessados todos os desertos? Quem de mim   será pior que o Outro que se alimenta da minha carniça? Valerá apena não ter de todo me corrompido, quando todos só têm bocas e olhos para suas mesas fartas? Enfim, o que restará, quando nos dermos conta que de todos os jeitos,   o muito que fizemos foi apenas um rastejo? Na dúvida, irmão peregrino siga os caminhos rastejados pelas estrelas.   Claro, antes tome o cuidado de ter os pés fincados no chão! Boa tarde!