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Mostrando postagens de março, 2016

Poetizando os nossos males

Por Gilvaldo Quinzeiro É incrível como os sofreres se apossam de qualquer lugar dentro do nosso corpo. Hoje o que me chamou atenção foram os olhos de uma moça: poços de seus sofrimentos e tensões. Este texto tratará ainda que brevemente dos amarradios dos nossos sofreres. Não com o propósito de uma dissertação, mas de ‘poetizar’ o que deu a Freud tanta fonte de inspirações! Eu quero aqui o olho e os dentes em nossas feridas! Assim como entre a palmeira e o palmito, o prazer e a dor são partes integrantes da mesma testa frangida: o corpo é espaço de fusão, logo, plantar-se para além de uma existência pautada numa busca qualquer é não se murchar sem compreensão alguma. Sofrer não é nada, quando não se tem outra saída. E nem o diabo do sofrimento é toda a carne fraca, diante do prazer momentâneo – ilusão de todo ser humano, mas apodrece-se em ossos alimentando-se de puro rancor! O rancor, meus caros, é como o rabo do cachorro sendo mordido por ele mesmo, isto é, q

O 'barro' reflexivo

Por Gilvaldo Quinzeiro O ‘fazer’, qualquer que seja, recria o homem da mais complexa imagem: da mão que faz do ‘barro’ todo o pensar! O fazer é, pois, a estrada em que nem sempre se conta com os mais sofisticados engenheiros ou engenhos – talvez porque as primeiras veredas sejam feitas apenas de peito aperto! Andar por caminhos já cegamente trilhados por multidões é fácil, o difícil é rasgar-se de mato adentro na abertura de outras alternativas! Bom dia!

A morte e seus 'besouros'

Por Gilvaldo Quinzeiro A morte é sim uma ‘merda’, mas com significado! A vida, por sua vez, não é nada ‘garrafal’. Talvez por isso, a morte seja para muitos, mais ‘inspiradora’. E a vida na sua liquidez, desperdiçada em muitos ralos! Que merda! No Egito Antigo, os escaravelhos, em bom português, ‘ rola-bosta’, simbolizavam a ‘ressurreição’, isto é, o ato de ressurgir da própria merda, tal como o sol ao varar a noite! Ao contrário do sol, quantos não amanhecem? Pelo sim ou pelo não, há cerca de 30 mil espécies de escaravelhos espalhados pelo mundo: esta é boa notícia! Mas quantos ‘homens-bombas’ por aí? Se precisamos mais de estomago do que de bunda, eu não sei, mas viver é uma oportunidade única, inclusive para se aprender ao menos com os besouros! Os egípcios, tinham, portanto, uma visão e tanto das coisas: por dentro e por fora! A vida mesmo sem letras garrafais, merece um melhor esforço de ‘soletramento’, afinal do que adianta se aprender a inter

Enfim, as máscaras caíram!

Por Gilvaldo Quinzeiro Lendo alguns artigos e depoimentos de pessoas a respeito do que ora está em curso no Brasil, lembrei-me de meus velhos escritos sobre o assunto. E aqui vou relembrá-los à luz dos acontecimentos recentes. Nas primeiras ‘enchentes’ de manifestações de ruas ocorridas em junho de 2013, conquanto, a presença de muitos mascarados e múltiplas bandeiras, eu disse sem pestanejar: “nem tudo que corre na água é aquoso, entulho e outras coisas dessem juntos”. Disse isso para chamar atenção dos ‘obscuros desenhos’ traçados por poderosos engenhos emergidos do   fundo do caos da nossa complexa realidade.   Naqueles dias, o gigante fora acordado por buzinaço e palavras de ordem porosas demais.   Apesar de não ter uma grande quantidade de leitores, só três no total, houve quem refutasse o meu olhar! Pois bem, hoje que algumas máscaras começam a cair, vejo que de todo eu não estava errado. As águas baixaram, e muitos entulhos ficaram a vista; entre estes, o de

Uma ‘aranha’ chamada Democracia que nos sirva de espelho!

Por Gilvaldo Quinzeiro O limite que separa a aranha da teia e do chão, é quase nada aos olhos de aço de quem quer que seja. Mas a aranha faz desse tênue limite o seu habitat, e segue em frente majestosamente! Neste momento em que a crise política brasileira, nos faz cego para a linha que difere democracia e corrupção – nos revela o quanto poderíamos aprender com a aranha! Corrupção e Democracia nunca foi e será a mesma coisa!  Confundir de propósito ou não as duas, é matar não só a aranha, como todo o ecossistema onde os outros bichos se aproveitavam da aranha viva! Em outras palavras, em nome da luta contra a corrupção e os corruptos ou sob o pretexto qualquer que seja, se incendiar o ambiente político cuja culminância poderá resultar no fim a Democracia – é demonstrar uma atitude de monstro! O PT pode até ter inventado a corrupção, eu acredito que não, mas a Democracia é filha dos melhores homens e mulheres desse país: nada justifica o seu fim! Voltando a

Da mitologia: a reedição do atual contexto político? Que ‘diabo’ ainda está porvir!

Por Gilvaldo Quinzeiro Pela força dos fatos, o povo Maia estava certo: o tempo é cíclico! Os sentimentos dos homens têm vida própria, não importa os porões onde eles hibernam – assim também são as ideologias, os deuses e os diabos – todos enfim reivindicam o seu retorno. Em pauta: a luta pelo domínio desde uma simples choupana, uma aldeia, um reino, o mundo ou universo! A interpretação pura e simplesmente dos fatos à luz dos recursos disponíveis em dado contexto, as leis, as ciências e outros que tais, ainda assim, as vezes não são mais apropriadas, em especial, quando os homens em outras coisas já se transformaram. O exemplo disso é o caso da divulgação das gravações telefônicas pelo Juízo Moro, da conversa de Lula e da Presidente Dilma – que leis foram respeitadas ou que leis foram infringidas? Que leis afinal estão em vigor? Em suma: estamos todos perplexos seja com os fatos praticados pelos homens; seja pela interpretação desses fatos pelos guardiões da legalidade!

Reflexão!

Por Gilvaldo Quinzeiro O ódio é também contagioso, e pega de surpresa a quem só pensa que ama. Por isso, muitos ‘altares’ sangram, em vez de só canto e louvor. Chegar até Deus não é difícil, o problema é saber qual das mãos que se apertam é exatamente, a nossa! O ato de ver é ‘parto’ do consigo mesmo. Quando uma multidão de opositores se defrontam numa circunstância qualquer, o olho que se leva para casa é o cego! As cegas multidões, tanto de um lado, quanto do outro que se ver nas ruas do país, precisam acordar urgente para uma coisa: o que ora nos abunda, pode ser exatamente, o que tanto de seco nos faz!

Por falar em homens honestos que dor de 'barriga'!

Por Gilvaldo Quinzeiro Os homens não são o que pensam ser, mas o que cagam, quando ‘apertado’. Do contrário, como explicar que de uma hora para outra, os homens, de modo especial, aqueles que comandam o Brasil de agora, transformaram-se numa ‘merda’ só? O dito acima reforça o que eu já tenho escrito aqui: “a matéria-prima da qual somos feitos, pode nos transformar em qualquer coisa”! Em outras palavras, enquanto o caos não se instala, somos o ‘barro’ com o qual os mais perfeitos jarros são esculpidos, porém, tão frágeis e quebradiços que nos primeiros indícios de chuvisco se desintegram. Os atingidos que me perdoem, mas o que afinal são as delações premiadas da operação Lava Jato, senão “merda no ventilador”! Ora, neste atual contexto o que nos resta: aprender o quanto antes que uma ‘civilização’ não se ergue só com discursos, e sim e sobretudo, com atitudes! Ver homens transformados apenas em ‘merda’, bate uma desesperança. Afinal, isso implica nos rumos e
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Nem ‘Hegel e nem Engels’: tudo é farinha com tripas!

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo de muitas ‘marchas’, e poucos caminhos; de muitas bandeiras, e pouca convicção; de muita retórica, e poucas ações; de muito ‘ismo’, e pouco juízo – o Brasil vive um particular momento, onde os paradoxos se misturam, e tudo se torna na água suja a escorrer para o rio! Como já afirmei em outros textos, de fato, vivemos mesmo é uma “seca de homens, e uma enxurrada de sapos”! Este tempo nos aproxima muito da descrição de Platão sobre “ O Mito da Caverna, onde as sombras, e não a luz, dão o tom da normalidade. Em que pese todo o reinar absoluto das informações, o que assistimos hoje são os sujeitos viverem no raso.  No raso ralo das aparências e da hipocrisia; no raso poroso do mundo das imagens – fonte das nossas mais profundas ansiedades! Tempo dos contrastes e das contradições. De quem se esperaria, por exemplo, a interpretação racional dos acontecimentos, como é o caso da Magistratura, ver-se o ímpeto dominar as decisões; a emo

UMA PAUTA PARA O MUNDO

 Por Gilvaldo Quinzeiro Letras, pinturas, sons, reflexões, música, poesia, paisagens, vídeo, rostos, intercâmbio, encontros e partilhas é assim que podemos descrever por antecipação do que será constituído “O Mundo Literário Contemporâneo – A Literatura e Todas as Artes em Defesa da Paz e da Preservação do Planeta Terra”, que ocorrerá pelas redes sociais, no dia 24 de abril, como parte das comemorações do Dia Mundial da Terra. Trata-se, pois, de um encontro multicultural, multilíngue, pacifista, ecológico, virtual, literário e artístico – uma nova pauta ao mundo!   MANIFESTO PELA PAZ Como não poderia ser diferente, um dos pontos culminantes desse encontro, será a publicação de um manifesto pela paz – um documento a expressar os sentimentos de todos no tocante a valorização e necessidade da construção da paz, bem como o respeito pela natureza e pela preservação da vida! Dois poetas tunisianos estão incumbidos da tarefa de redigir este importante manifesto, são ele

As ‘jararacas’ e as varas curtas dos nossos dias!

Por Gilvaldo Quinzeiro Sim, as cobras foram cutucadas com a vara curta, seja as de um lado, seja as de um outro! O ambiente político brasileiro, de uma hora para outra ficou peçonhento demais! Há mais cobras, incluindo as de duas cabeças, do que varas em condições de lhes cortar a cabeça. O 13 de março, que se aproxima, poderá, se não haver a racionalidade, o bom senso ou o olhar apurado de uma águia -, expor ainda mais o velho ‘calcanhar de Aquiles’ da frágil democracia brasileira – e o presente de grego será o que nos espera? É claro que o antagonismo, as manifestações entre os prós e os contras fazem parte do exercício da democracia. E como tal é salutar! O que se questiona é o ‘bote’ da cobra em indefesos calangos ao tomarem seus ‘banhos de sol’! Inflamados os ânimos, PT X PSDB, todos querem ao mesmo tempo “matar a cobra e mostrar o pau”. A questão é que a natureza dos fatos é por demais complexa, e que não serão resolvidos em mera pancadaria: há jacarés a espe

A antropologia feminina: parabéns mulheres!

Por Gilvaldo Quinzeiro A mulher é uma escrita em um pergaminho sem ainda a devida tradução:  enigma e arquétipo que até aos deuses intriga! Da Mesopotâmia aos dias de hoje, não se fez império sem a prevalência da engenhosidade feminina a despeito de muitas vezes se impor a ela a lei do silêncio! Freud fez da mulher seu principal objeto de estudo, e como tal criou a Psicanálise com bases nos mistérios profundos, todos em grande parte pertencentes a natureza feminina – talvez por isso tanta rejeição a Freud? Eh mulher a ti não há quem possa disfarçar o encanto e a inveja; o amor e o ódio; o sagrado e o profano! Eis ao mesmo tempo a patrimônio psíquico de três mulheres no processo evolutivo da humanidade: Eva,  Ísis  e Maria. Não é nenhuma coincidência, mulher, que as atividades imprescindíveis a vida, a alimentação, a medicina, a arte, a educação e segurança sejam todas oriundas da alma e intuição feminina! Por tudo isso, e por muito mais, parabéns mulher

Tudo é passageira paisagem!

Por Gilvaldo Quinzeiro Um dia, num passado remoto, já fui pato mergulhão ou o urso polar, de lá para cá meu Deus, em que bicho me transformei? Antes da prece à Deus, em especial pela paz esmagada sob os escombros das guerras, certifique-se de que uma das mãos que se fecha na outra é a sua também! Somos ‘troncos’ de nós mesmos – para além disso, seus brotos e galhos! Por fim, tudo é paisagem passageira!

Pensando nas coisas, e suas metamorfoses

Por Gilvaldo Quinzeiro Que o presente é o motor e o combustível das ações do homem, disso não temos dúvida, contudo, para constituir-se numa ‘direção’, falta-lhe a   engrenagem, e esta encontra-se naquilo que remonta ao passado. Quando eu falo no passado, não me refiro apenas ao aprendizado histórico, mas a velha natureza do homem – é esta a matéria-prima da qual podemos nos transformar em quaisquer coisas! O presente, pois, a despeito de todas as suas sofisticadas tecnologias, não dá ao homem a serenidade de um velho macaco, que ao longo do seu passado aprendeu a dormir sobre as árvores, não obstante todas as tempestades! Em outras palavras, há coisa no homem, que este morre sem entender, é  esta de natureza filogenético, logo, não deixa de ser do homem enquanto espécie. Conectar-se a si mesmo, em vez do apego fácil sem criticidade alguma às novas engrenagem, pode até parecer estranho aos olhos dos outros, porém, é colocar-se de ouvidos no chão, quando os esco

O corpo X a palavra. Tudo é espelho!

Por Gilvaldo Quinzeiro A palavra é o espelho sonoro do corpo. Aliás, a palavra é   o corpo decodificado em sinais sonoros e aceitos como reflexos daquilo que um dia pertenceu a todos em tamanha agonia silenciosa: o corpo antes de pronunciar a palavra. Portanto, na palavra há o que seja ‘pedaços não decifrados do corpo. Na palavra dita há o que do corpo se lança, isto é, que não seja a palavra propriamente dita, mas, um tremor – antigo habitante do corpo primevo! No mundo de hoje de poucas palavras, não é de estranhar, o ‘inflar’ do corpo, que não é nem obesidade e nem o inchaço típico do ventre em suas privações – mas o sentir-se abandonado no silencio aterrador sem sinal de nada! Ora, o corpo sem o seu espelho sonoro – a palavra – é puro fantasma!  O tatuar-se surge, portanto, é como um esforço primordial para o retorno da palavra perdida que por consequência é também o corpo. O sentir-se do ‘vidro estilhaçado’, não é outra coisa, senão o estar em completa c